Leigos são corresponsáveis pela missão da Igreja no mundo

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28 de novembro de 2019

No domingo, 24, Solenidade de Cristo Rei, a Igreja no Brasil também celebrou o Dia Nacional do Leigo. Na Catedral da Sé, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu missa na qual saudou os fiéis leigos e suas várias organizações, que “de muitas formas, realizam a sua vocação de cristãos batizados e participam da vida e da missão da Igreja”.  
“Vocês, leigos, são membros da Igreja, fazem parte desta que é a comunidade dos discípulos de Jesus Cristo, comunidade missionária enviada ao mundo: vida familiar, no mundo da educação, do trabalho, da comunicação, da arte e da cultura, da política, da administração, da justiça e muitos campos de atuação. Vocês são ministros de Jesus Cristo no meio do mundo”, destacou Dom Odilo. 

SAL, FERMENTO E LUZ
O Arcebispo enfatizou que todos os batizados, sobretudo os leigos, nos seus mais variados âmbitos de atuação, são chamados a ser sal, fermento e luz do Evangelho na sociedade, a partir do testemunho da fé. 
“A nossa fé deve significar algo para a nossa vida social, senão, ela é apenas um enfeite, torna-se irrelevante, sem sabor, não é sal; torna-se inexpressiva, não é mais fermento; não mais ilumina, apaga-se a luz. Nossas convicções cristãs devem estar presentes na transformação do mundo”, continuou Dom Odilo. 

VOCAÇÃO BATISMAL
A Constituição Dogmática Lumen Gentium define os leigos como “todos os cristãos, com exceção dos membros da ordem sacra ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, incorporados a Cristo pelo Batismo, constituídos em povo de Deus e feitos participantes, a seu modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, e exercem, pela parte que lhes toca, na Igreja e no mundo, a missão de todo o povo cristão” (LG 31). 
Na Exortação Apostólica Christifidelis Laici (1988), São João Paulo II salientou que, em virtude da comum dignidade batismal, o fiel leigo é corresponsável, juntamente com os ministros ordenados e com os religiosos, pela missão da Igreja. Contudo, possui uma modalidade que o distingue e lhe é peculiar: a índole secular, apontada pelo Concílio Vaticano II. 

TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE
Sobre esse aspecto, o Papa Francisco alertou, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013), para o risco de o compromisso laical não ser refletido na penetração dos valores cristãos no mundo social, político e econômico, limitando-se, muitas vezes, às tarefas no seio da Igreja, sem um empenho real pela aplicação do Evangelho na transformação da sociedade. “A formação dos leigos e a evangelização das categorias profissionais e intelectuais constituem um importante desafio pastoral”. 
O Documento 105 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), publicado em 2016, que tem como tema “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”, insiste na tomada de consciência de que o primeiro campo e âmbito da missão do cristão leigo é o mundo. “A realidade temporal é o campo próprio da ação evangelizadora e transformadora que compete aos leigos”, diz o documento. 

ORGANIZAÇÕES 
Para corresponderem a essa missão específica, muitos leigos se reúnem a partir de sua área de atuação profissional, a fim de comprovarem e atuarem na sociedade a partir do testemunho dos valores e da identidade cristãs. 
Um desses exemplos é a União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp), criada em 2012, com o objetivo de contribuir na atividade judiciária, legislativa e administrativa, ocupando-se das questões do mundo contemporâneo, sob a ótica dos princípios da ética católica. A Ujucasp discute e coloca em foco os valores da família, da vida, da dignidade humana e do bem comum.
Outra organização laical é a Associação de Dirigentes Cristãos de Empresa de São Paulo (ADCE-SP), entidade sem fins lucrativos que congrega empresários, dirigentes e empreendedores cristãos, com o propósito de estudar, difundir e aplicar na atividade econômica os princípios da Doutrina Social da Igreja, pela formação dos empreendedores e lideranças empresariais. 

CARIDADE
Ao longo da história da Igreja, os leigos realizaram sua vocação própria ao se reunirem para organizar ações caritativas e assistenciais aos mais pobres, como é o caso da Sociedade São Vicente de Paulo, fundada em 1833, na França, por um grupo de universitários católicos que tinham à frente o Bem-Aventurado Frederico Ozanan.  
Recentemente, o jornal O SÃO PAULO também mostrou o exemplo da Casa Santa Teresinha, inaugurada em outubro, a partir do empenho e organização de leigos católicos para atender crianças, adolescentes e jovens portadores de genodermatoses, doenças de pele incuráveis.
Desse modo, como afirma o Documento 105, “os cristãos leigos são chamados a serem os olhos, os ouvidos, as mãos, a boca, o coração de Cristo na Igreja e no mundo.”

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Uma história a serviço da evangelização

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16 de setembro de 2019

Fundada em 20 de setembro de 1949 pelo Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, então Arcebispo de São Paulo, a Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção nasceu integrada à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), criada em 1946. 
Instalada em 7 de março de 1950, a faculdade tem sua sede no que era o antigo Seminário Central do Ipiranga, que desde 1929 acolhia os futuros sacerdotes de todo o estado de São Paulo.
Ao longo desses 70 anos, a Faculdade de Teologia acompanhou a caminhada da Igreja, buscando sempre corresponder aos acontecimentos de sua história, dos quais o principal foi o Concílio Vaticano II (1962-1965). Também marcaram a trajetória da instituição as conferências gerais do Episcopado Latino-Americano e Caribenho – Medellín (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007). 
A partir desses acontecimentos, houve a reformulação do currículo do curso de Teologia, com o objetivo de “contribuir com o povo de Deus e, em especial, com a hierarquia no progresso da intelecção da fé, na promoção da pastoral e na formação dos futuros professores das ciências sagradas”, como afirmava o regimento da faculdade, atualizado em 1968. O novo currículo assinalava o dever de levar em consideração as grandes preocupações pastorais do Vaticano II. 

AUTONOMIA 
Na década de 1970, com a reformulação do ensino universitário no País, o Arcebispo seguinte, Cardeal Agnelo Rossi, decidiu desvincular a Faculdade de Teologia da PUC-SP, com o objetivo de dar maior autonomia à instituição de ensino eclesiástico da Arquidiocese.  
A faculdade continuou a oferecer seus cursos de Bacharelado em Teologia e também de Pós-Graduação, Mestrado e Doutorado, bem como cursos livres diante da legislação brasileira, adequados às diretrizes da Congregação para a Educação Católica, sobretudo quanto à formação teológica dos candidatos às ordens sacras. 

LEIGOS 
Em 1975, o Cardeal Paulo Evaristo Arns nomeou para dirigir a Faculdade o então Cônego Geraldo Majella Agnelo, hoje Cardeal da Igreja e Arcebispo Emérito da Arquidiocese Primaz de São Salvador da Bahia. 
Foi durante sua gestão que surgiu, em 1976, o primeiro curso especial de Teologia voltado para leigos. Era realizado nas dependências da Ordem Terceira do Carmo, no centro da capital. Desde então, surgiram diversos cursos e conferências destinados ao laicato. 
Em 1977, começou o pedido de dioceses para abrirem seus institutos de Teologia e sua filiação à Faculdade de Teologia. Atualmente, são seis institutos: nas Arquidioceses de Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Sorocaba (SP) e Campo Grande (MS) e nas Dioceses de Mogi das Cruzes (SP) e Marília (SP).

RECONHECIMENTO
Em 1999, o Ministério da Educação (MEC) reconheceu, pela primeira vez no País, um curso de Teologia. Isso possibilitou, então, a oficialização da formação teológica no Brasil. Sob a orientação do Cardeal Cláudio Hummes, então Arcebispo de São Paulo, a Faculdade de Teologia apresentou ao MEC seu Projeto Pedagógico para o curso de Bacharelado em Teologia, que foi aprovado com nota máxima em 2004.
Tratou-se do primeiro curso de Teologia reconhecido oficialmente no estado de São Paulo. Antes disso, em 2002, a instituição já havia obtido a oficialização do curso de mestrado em Teologia. 

REINTEGRAÇÃO À PUC-SP
O reconhecimento civil do curso de Teologia estimulou o caminho de reintegração da faculdade à PUC-SP, uma vez que os vínculos institucionais ainda existiam. A reincorporação aconteceu no final de 2008 por ato do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo e Grão-chanceler de ambas as instituições. 
A primeira turma de estudantes de Teologia a ingressar no Curso de Bacharelado em Teologia da PUC-SP aconteceu em 2009. 
Na ocasião da reincorporação da faculdade à PUC-SP, Dom Odilo destacou que a vocação do teólogo e de uma faculdade de Teologia não é simplesmente realizar estudos acadêmicos, mas também servir à Igreja. “A Teologia está a serviço da missão da Igreja e da evangelização na medida em que a reflexão teológica ajuda a explicitar melhor o mistério da fé, e tudo o que significa o Evangelho e a Palavra de Deus para nós”, afirmou. 
O Cardeal Scherer também recordou os muitos estudantes que passaram pela instituição e hoje atuam no Brasil e em outros países. “Muitos deles se tornaram bispos, para estar à frente do povo de Deus na responsabilidade do pastoreio. Outros se tornaram atuantes na sociedade civil de muitas maneiras, colocando-se a serviço do povo. Nossas comunidades católicas têm grande ganho quando podem contar com pessoas qualificadas teologicamente para enfrentar a complexa realidade atual”, completou.

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Leigos Dehonianos realizam formação no Jabaquara

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27 de fevereiro de 2019

No último fim de semana, dias 23 e 24, aconteceu a Formação Anual dos Leigos Dehonianos da Província BSP (Brasil-São Paulo). O encontro foi realizado no Instituto Meninos de São Judas Tadeu, no bairro do Jabaquara.

Conforme Philomena Pina Figueiredo Bussab, coordenadora dos Leigos Dehonianos do Setor 1 (São Paulo e Barretos), houve a presença majoritária de leigos de São Paulo, do Vale do Paraíba, das cidades mineiras de Lavras, Varginha e Baependi, dos municípios paranaenses de Terra Boa e Indianópolis, além dos estados do Rio de Janeiro e Maranhão.

O tema central foi “A Família Dehoniana como Família Carismática”, apresentado pelo coordenador-geral Vicente Bruno Cavalcanti de Oliveira e pelo Sacerdote Assessor dos Leigos Dehonianos da Província, o Padre Túlio Marcos Ribeiro Corrêa.

No início do encontro, falou-se sobre o carisma do Padre Dehon, fundador da Congregação do Sagrado Coração de Jesus. Um dos assuntos abordados foi a “Igreja e Carisma e a procura de um dom”. Um dom vem ativado à categoria da gratuidade, como grande via sobre a qual todos se movem para construir a Família Dehoniana. São três as formas de expressão: Unidade Carismática, Unidade Orante e Unidade Social.

Depois de ser explicado detalhadamente cada uma delas, foram apresentados também os temas: “Tipos e estruturas de carismas”; “A diversidade de vocações em uma única família”; “Ensinamentos antropológicos da família”; “Alcance eclesial da Família: Discernimento – Complementariedade e Comunhão” e “Forma organizativa da Família Dehoniana”.

Após essa formação, foi apresentado o novo Projeto de Vida que os Leigos Dehonianos devem seguir para um bom andamento do grupo, e, em seguida, houve a entrega dos calendários de eventos, reuniões gerais, retiros e assembleias até 2021.

 

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Leigos do Setor Rio Pequeno realizam encontro

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29 de agosto de 2018

Nos dias 15 e 16 de agosto, na Paróquia Santo Antônio de Pádua, na Ragião Episcopal Lapa, aconteceu o encontro de formação de leigos, que reuniu cerca de 50 pessoas das paróquias do Setor Pastoral Rio Pequeno. 

O encontro foi coordenado pelos assessores: Padre Antonio Naves, Professor Fernando Figueiredo de Souza, Diácono Marcos Adriano de Souza e Diácono Antonio Geraldo de Souza, que refletiram sobre a formação para leigos com base nos documentos 105 e 107 da CNBB e com base na Gaudium et Spes.

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Leigos: Discípulos e missionários na metrópole

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04 de mai de 2017

“Suscitar novo ardor missionário em todos os leigos da Arquidiocese de São Paulo para que sejam, em todas as realidades da cidade, discípulos e missionários de Jesus Cristo”. Esta foi a principal motivação do Cardeal Odilo Pedro Scherer ao propor para a Igreja em São Paulo a realização do 1º Congresso de Leigos, como desdobramento do 10º Plano Arquidiocesano de Pastoral.

Com o tema “Cristãos leigos, discípulos e missionários de Jesus Cristo na cidade de São Paulo” e o lema, “vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13-14), o Congresso começou a ser pensado em 2007, época em que essa reflexão era destaque na Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 da CNBB (Estado de São Paulo), enquanto desdobramento das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e da recém realizada Conferência de Aparecida (SP).

Missionários no meio do mundo

Em uma das celebrações do Congresso, Dom Odilo recordou que a Igreja em São Paulo não é formada apenas pelos quase mil padres e cerca de 2 mil religiosas, mas também pelos “mais de 4 milhões de apóstolos leigos, discípulos missionários” que formam o povo de Deus na cidade.

 O Arcebispo também salientou que o Congresso era um convite para “redescobrir a participação dos leigos na vida e na missão da Igreja”, mas que essa participação não se esgota no âmbito eclesial. “Muitos leigos participam das atividades internas da vida da Igreja e isso é sumamente bom e necessário. Mas sua vocação e missão própria, acima de tudo, é anunciar o Evangelho e testemunhar a vida nova em Cristo no ‘mundo secular’”, destacou, lembrando que, ao viverem imersos nas realidades do mundo, na vida familiar, exercendo sua profissão e o trabalho diário, os leigos são chamados por Deus a contribuírem com a santificação do mundo.

Processo

O Congresso de Leigos foi aberto em 25 de janeiro de 2010, na festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, e encerrado em 21 de novembro do mesmo ano, na Solenidade de Cristo Rei e também Dia Nacional do Leigo.

Foram 301 dias de Congresso, divididos em três etapas. A primeira fase aconteceu nas paróquias, associações, pastorais, novas comunidades e grupos de base. A segunda se deu nas regiões episcopais e envolveu 4.800 pessoas em 91 oficinas temáticas. A última etapa foi a arquidiocesana, que contou com 21 oficinas das quais participaram cerca de mil delegados regionais.

Essas oficinas abordaram a vida e missão do leigo em realidades como a promoção da caridade, comunicação social, mundo do trabalho, saúde, educação, família, juventude, iniciação cristã, promoção da justiça, comunidade eclesial, entre outras. Como resultado das oficinas, foram apresentados 173 planos de ação, que se tornaram projetos para orientar a vida e a missão dos leigos na Arquidiocese.

Frutos

 Na avaliação de Dom Odilo, publicada na edição do O SÃO PAULO de 23 de novembro de 2010, um dos frutos foi perceber os muitos leigos ativos e organizados em diferentes agregações com os mais variados carismas. Atualmente, o próprio Arcebispo acompanha a Coordenação Pastoral para o Laicato e trabalha na implantação de um conselho arquidiocesano de leigos que conte com representantes dessa variedade de expressões eclesiais.

A partir das propostas do Congresso, o Cardeal destacou a importância de uma sólida formação cristã dos leigos, segundo sua competência própria e área de atuação. “Sem isso, nada eles terão de próprio para contribuir na edificação do mundo pluralista, que precisa da contribuição de todos”, concluiu.

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