VATICANO

Papa Francisco

Jovens atentos ao passado e prontos para o futuro

Por Filipe Domingues
16 de mai de 2017

"Nestes nossos tempos, há necessidade de recuperar a capacidade de refletir sobre a própria vida e projetá-la para o futuro.”

L’Osservatore Romano

Quando Maria rezou o Magnificat e disse “O Senhor fez em mim maravilhas” (Lc 1,49), recitou uma “oração revolucionária” de jovem cheia de fé, definiu o Papa Francisco em sua mensagem para a Jornada Mundial da Juventude deste ano, celebrada no Domingo de Ramos em nível diocesano. “Essa pequena mulher corajosa dá graças a Deus, porque Ele a olhou em sua pequenez”, acrescenta. “A fé é o coração de toda a história de Maria. Seu canto nos ajuda a entender a misericórdia do Senhor como motor da história, seja a pessoal de cada um de nós, seja aquela de toda a humanidade.”

O Papa convidou os jovens de todo o mundo a não serem “jovens de sofá”. Desse modo, pediu que sejam protagonistas da própria história, seguindo o exemplo de Maria. “Ela não é do tipo que para estar bem precisa de um bom sofá para se sentar confortável e segura”, comenta. Em vez disso, “se sua prima idosa [Isabel] precisava de ajuda, ela não titubeia e imediatamente se coloca em viagem”, fazendo um percurso de 150 quilômetros para visitar a prima grávida. Nesse sentido, o Papa exorta os jovens a estarem atentos ao passado, por meio da Igreja, para “fazer memória” das intervenções que Deus que realizar por meio de nossas vidas. “A Igreja carrega consigo uma longa tradição, passada de geração em geração, enriquecendo-se ao mesmo tempo da experiência de cada um de nós.”

Usando linguagem da tecnologia digital, próximo aos jovens, diz o Papa: “Nossas recordações não devem ficar todas comprimidas como na memória de um disco rígido.” Para ele, não “é possível arquivar tudo numa “nuvem” virtual. É preciso aprender a fazer com que os fatos do passado se tornem realidade dinâmica, refletindo sobre ela e dela tirando lições e sentido para o nosso presente e futuro.” Sobre a afirmação de que os jovens são desmemoriados e superficiais, comenta: “Não concordo de maneira alguma!”. E diz o Santo Padre: “Mas é preciso reconhecer que, nestes nossos tempos, há necessidade de recuperar a capacidade de refletir sobre a própria vida e projetá-la para o futuro.”

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