INTERNACIONAL

Esporte

Fidelidade ao vestir a camisa

Por Vítor Alves Loscalzo
20 de junho de 2017

O meia-atacante, Francesco Totti, se despediu do time da Roma, depois de 25 anos

A.S.Roma

Em 28 de maio, a capital italiana comemorou, ainda que com lágrimas de saudades, a despedida do capitão Francesco Totti do time da Roma. O meia-atacante, que vestiu por 25 anos a camisa da equipe, seu único time, trouxe para dentro das quatro linhas verdadeiro exemplo de paixão, entrega e fidelidade pela Associazione Sportiva Roma.

Nascido na Cidade Eterna, o romano Francesco Totti teve a coragem de conjugar dois elementos que, usualmente, não jogam no mesmo time: bom futebol e fidelidade ao clube.

 

Fidelidade

O camisa 10 renunciou a diversas propostas milionárias, dentre elas a do Real Madrid, equipe em que poderia alcançar recordes individuais, e até ter mais chances de ser campeão do mais disputado e glamoroso campeonato (a Champions League) e, claro, aumentar sua conta bancária. “Renuncio”, proferiu “il Capitano” de poucas palavras. E há de se lembrar que Totti defendeu a Roma que, diferentemente das gigantes italianas Juventus, Inter ou Milan, disputou apenas uma vez a final da Champions League, em 1984, sendo derrotada pelo Liverpool.

 

Amor à camisa

Exemplos como o de Totti são raros. A falta de vínculo dos jogadores com os clubes já foi motivo de muitas críticas, inclusive pelo rei do futebol: “Jogam por dinheiro e não por amor à camisa. O América de México os contrata, beijam a camisa, depois de seis meses passam para o Toluca e voltam a beijar a camisa; em pouco tempo, amam clubes diferentes, porque o sentimento mudou”, afirmou Pelé, em 2008, durante o Congresso Mundial do Esporte, no México.

De fato, o amor à camisa e a fidelidade a um mesmo clube não estão na moda, pois são priorizados contratos e salários astronômicos, em dias em que, na opinião de muitos, o futebol virou um grande negócio.

Porém, aqui no Brasil já houve jogadores que “bateram o pé”, abriram mão de uma negociação que lhes renderia fama e dinheiro e, livremente, optaram por uma carreira sólida dentro de um mesmo clube, conquistando a sua torci da e entrando para a história do mesmo. Pelé e Ademir da Guia, por exemplo, não deixaram saudades “apenas” pelo futebol viril, autêntico e elegante: entraram para a história do futebol também pela lealdade aos seus times no País.

 

Marcos e Rogério Ceni

Em 20 anos de futebol profissional, as defesas “milagrosas” renderam o apelido de “São Marcos” ao ex-goleiro que se aposentou dos gramados no início de 2012. Campeão do Mundo pela Seleção Brasileira em 2002, Marcos recusou proposta de clubes europeus e seguiu com o Palmeiras até mesmo durante a Série B do Brasileirão, em 2003.

Outro goleiro fiel ao time que lhe deu projeção na carreira foi Rogério Ceni, ídolo da torcida tricolor, hoje técnico do time. Rogério Ceni entrou em campo 1.237 vezes pelo São Paulo, conquistando títulos de peso, como a Libertadores e o Mundial Interclubes.

 

 

 

 

Números de Totti pela Roma

786 partidas

8.827 dias como jogador do clube

307 gols marcados

5 títulos: 1 Campeonato Italiano

(2000/2001), 2 Copas da Itália

(2006/2007 e 2007/2008) e 2 supercopas da Itália (2001 e 2007)

 

Fonte: Goal.com

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