Com a récita do Terço, fiéis se preparam para acompanhar a romaria arquidiocesana

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01 de mai de 2020

No próximo domingo, 3, acontece a 119ª Romaria da Arquidiocese de São Paulo a Aparecida (SP). Pela primeira vez em mais de um século, devido a pandemia do novo coronavírus, não haverá a presença física de fiéis no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, devido às medidas preventivas de isolamento social.

Este ano, os católicos na Arquidiocese de São Paulo estarão unidos em comunhão e oração a esse momento de fé e devoção pela padroeira do Brasil, com a ajuda das mídias digitais e da televisão. Na Casa da Mãe Aparecida, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidirá uma missa às 12h, concelebrada pelos bispos auxiliares e alguns sacerdotes, transmitida, ao vivo, pela TV Aparecida, pela rádio 9 de Julho (AM
1600 kHz) e pelas redes sociais da Arquidiocese.

Em carta dirigida a toda a Arquidiocese o Cardeal Scherer, recomendou que todos façam um momento de preparação para a romaria, cada um em sua casa, com a própria família ou nas organizações comunitárias, nos dias 29 e 30 de abril e em 1º e 2 de maio, mediante a oração do Santo Rosário e da Ladainha de Nossa Senhora, e que as paróquias transmitam esse momento e convidem o povo a se unir à peregrinação, mesmo ficando em casa.

Estar em comunhão

Diversas Paróquias, comunidades e famílias da Arquidiocese de São Paulo aderiram à recomendação do Cardeal e estão realizando durante os quadro dias que antecedem a romaria a récita do Terço, transmitido pelas redes sociais, como é o caso da Paróquia São José do Maranhão, do Setor Pastoral Tatuapé, Região Episcopal Belém.

“Quando divulgamos a iniciativa, as pessoas gostaram muito e prepararam um altar em suas casas e postaram nas redes sociais, dizendo que estavam unidos em oração. Durante as transmissões, as famílias também participam, os agentes de pastoral, leigos e ate pessoas de outras paróquias”, disse à reportagem Lucas Bonfim da Silva, do grupo de acólitos e coroinhas.

Dom Odilo também pediu, como sinal de participação e comunhão, que em todas as igrejas os sinos sejam tocados por três minutos no dia 3 de maio, após a bênção final da missa. As paróquias que desejarem também poderão fazer carreatas com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, sem a concentração de pessoas.

“O Padre acolheu a ideia muito bem, e sugeriu que os próprios leigos organizassem o Terço. Neste domingo, em comunhão com a Romaria da Arquidiocese, nós faremos a carreata com a imagem de Nossa Senhora Aparecida”, concluiu Lucas.

Em outras paróquias

O Santuário Santa Edwiges, localizado no Sacomã, na Região Episcopal Ipiranga, também está se preparando para a Romaria Arquidiocesana, com a reza do Terço transmitido pelas redes sociais e com intensa participação dos fiéis, que também participam por telefone.

Na mesma Região, a Paróquia Santa Terezinha, no Bosque da Saúde, tem feito a transmissão do Terço e da Ladainha de Nossa Senhora, às 18h30, pelo Facebook. No sábado será às 16h.

A Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Setor Pastoral Conquista, na Região Episcopal Belém, está organizando uma carreata para o próximo domingo, com a imagem de Nossa Senhora Aparecida pelas ruas do bairro. Os fiéis foram orientados a utilizar máscaras em todo o trajeto, só compartilhar o carro com quem mora na mesma casa, e evitar aglomerações antes e depois do trajeto, para segurança de todos.

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A paternidade é bem mais que uma função

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11 de agosto de 2018

Na família, o papel do pai e da mãe são insubstituíveis, embora na sociedade moderna não seja mais o pai o único provedor da família, aquele que trabalha fora, enquanto a mãe fica em casa cuidando dos filhos. O fato é que mesmo que as funções dentro da família estejam mudando, pai e mãe têm responsabilidades na família e ambos experimentam a alegria de ajudar cada filho a ser uma pessoa ainda melhor do que eles conseguiram ser. 

 

UMA GRANDE FAMÍLIA

Marcio Politano, 45, e Mônica Lima, 46, são casados há 20 anos e moram no Rio de Janeiro. Depois de oito anos de casados sem filhos, eles viram a oportunidade de uma adoção e perceberam que, a partir de então, suas vidas mudariam completamente. “Quando outra pessoinha depende de você, todas as coisas da sua lista de prioridades mudam completamente”, disse Marcio à reportagem do O SÃO PAULO.

Ele é pai do Mateus, 18; da Marta, 16; do Thiago, 15, e do João, 11. O processo de adoção começou quando eles viram a foto do Thiago em uma instituição na Bahia. “Devido a contatos legais feitos, passamos a gerar em nossa mente a paternidade e a maternidade”, contou Marcio. O casal, então, descobriu que Thiago tinha um irmão e uma irmã e que ambos estavam em outro orfanato, também na Bahia. 

“Marta já tinha um processo de adoção internacional em andamento e Mateus, o mais velho, estava pronto para nos conhecer e fazer parte do processo junto com Thiago. Porém, o destino preparava mais surpresas”, disse Marcio. Já com os meninos em casa, Mônica ficou grávida do João. “Quando ligamos para avisar aos novos amigos baianos da novidade, fomos informados que o processo de adoção internacional da Marta havia sido negado. Um novo processo foi instaurado e fomos em cinco buscar a nova integrante da família. Em poucos anos, de uma família formada por um casal, passamos a ser seis”, continuou Marcio.

Para a adoção de Thiago, Mateus e Marta, o casal enfrentou muita burocracia e a lentidão da Justiça. “O nosso processo durou exatos 14 anos e isso trouxe constrangimentos e perdas e transtornos para nossos filhos. Mas, o desafio maior está dentro do nosso coração. Para muitos, ter a responsabilidade de uma criança é um fardo pesado, para outros, uma bênção. Preferi pensar na bênção e em todo aprendizado que a situação nos exigiria. O que para muitos é um peso, para outros um pêndulo”, continuou o Pai. 

Marcio se apresentou à reportagem como um pai “do lar”, pois  fica em casa com os filhos a maior parte do tempo e a esposa trabalha fora, e diz não se preocupar com aqueles que o criticam por isso.  “Não devemos nos perder no preconceito dos outros. Devemos fazer nosso papel na criação de uma sociedade melhor, começando com a nossa família dentro da célula da nossa casa. Existe no nosso consciente uma lista de prioridades que vai mudando de acordo com as adversidades da vida. A paternidade reorganiza literalmente essa lista”, afirmou. 

Marcio considerou, contudo, que o papel da mãe na casa nunca será substituído. “Fazemos o possível, não para substituir, mas para ser o pai. Desejo que meus filhos sejam pessoas que respeitem a história das outras pessoas e que sejam felizes com suas famílias, assim como está sendo a minha”, disse.

 

PAI IMIGRANTE

Youssef Baddouzi é do Marrocos e mora no Brasil há três anos. Ele e Aline Luci Baddouzi Girelli são casados há dois anos e quatro meses. Em novembro de 2017, nasceu a Lauren Sofia. Para Youssef, a paternidade requer muita responsabilidade, além de coragem e carisma. “Eu sempre sonhei em ter um filho e hoje temos nosso pedacinho, nosso amor multiplicado”, disse à reportagem. 

“Para mim, foi um momento muito especial acompanhar a gravidez, ver o bebê em cada ultrassom, descobrir o sexo. O parto da Lauren foi difícil e eu passei por momentos de muita preocupação, mas, ao mesmo tempo, foi inesquecível”, continuou Youssef. 

Pai e mãe são estudantes de Enfermagem, e para Youssef cada fase da vida de Lauren está sendo um momento especial de aprendizagem. “Quando estou no trabalho, penso que tem um anjinho me esperando em casa ou na creche para receber todo amor do mundo que eu puder dar”. Sobre a questão da divisão de tarefas, o Pai disse que percebe ser impossível deixar com a mãe todas as responsabilidades, e que o pai é responsável por todo o processo de criação dos filhos, bem como pelas tarefas cotidianas. “Não podemos comparar a mãe com pai. Cada um tem seu papel muito importante na criação dos filhos”, afirmou. 

Como imigrante, Youssef pretende ensinar para a filha o amor e respeito ao próximo, além de ter cidadania ativa e ajudar a construir sua própria pátria para a próxima geração. “O sonho que eu tenho para Lauren é de que ela seja sempre feliz. Estarei ao lado dela para apoiar e ajudar seja qual for o caminho que ela deseje seguir”, disse.

 

LAÇOS FAMILIARES

Ramon Sabbatini e Ana Luiza Primi Sabbatini são casados há dez anos, e em determinado momento de suas vidas decidiram sair do Brasil e morar no Canadá. “Quando a Ana engravidou, tínhamos ido morar fora e o objetivo era conseguir nossa cidadania, pois não queríamos voltar para o Brasil. Mas, naquele momento, sozinhos em outro país, tivemos medo”, contou Ramon, fundador da Fresh Ink , empresa que trouxe o Art Battle para o Brasil em 2014. O Art Battle é a maior batalha de live painting do mundo. 

Ranon disse à reportagem que a gravidez de Ana Luiza foi muito intensa e eles viveram, sozinhos, momentos de tensão. “O parto também foi complicado. Ela ficou 32 horas em trabalho de trabalho de parto e o Leonardo, nosso primeiro filho, ficou na incubadora por três dias”, contou. 

O pai do Leonardo, 5, e do Rafael, 4, disse que nos primeiros meses demorou a “cair a ficha” da sua responsabilidade como pai. “Eu sentia que tudo aquilo era muito intenso e ajudava em tudo o que podia, como ficar acordado à noite, por exemplo, mas em alguns momentos eu sumia, porque a nova rotina ainda não estava dentro de mim. E eu sinto que naquela época, eu cometi alguns erros. Mas esse foi o meu processo.”

Quando Leonardo tinha poucos meses de vida, eles decidiram voltar para o Brasil. “Estávamos há quatro  anos e meio no Canadá e aqui no Brasil convivíamos muito com nossas famílias. Viajávamos juntos, estávamos sempre com a minha família ou da Ana, e isso fazia muita falta lá. Depois que nasceu nosso primeiro filho, percebemos que ele precisava crescer com esses laços familiares. No Canadá, eles teriam uma qualidade de vida incomparável, mas percebemos a importância de que eles crescessem com a presença de tios, avós, primos”, afirmou Ramon. 

Após dois meses no Brasil, Ana Luiza descobriu que estava grávida do segundo filho, Rafael. “Quando voltamos para o Brasil, eu procurei um trabalho em São Paulo e a Ana ficou em casa com o bebê, e logo descobrimos que teríamos mais um filho.” Hoje, os dois mantêm uma rotina de divisão de tarefas. Ana acorda os meninos e Ramon os coloca para dormir. E Ramon descobriu que uma das coisas mais importantes de sua vida é assumir a criação dos filhos, sem terceirizar essa responsabilidade para ninguém.

“Ter filho é a coisa mais incrível que já aconteceu na minha vida. É fantástico voltar para casa pensando que eles estão me esperando. Como pai, eu aprendi a ser uma pessoa melhor, porque não adianta eu falar dez vezes uma coisa se estou fazendo outra. Ser pai é ser alguém melhor, e quero que eles possam trilhar seus próprios caminhos, com erros e acertos, mas com a certeza de que eu os apoiarei no que precisarem”, comentou Ramon. 

 

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'Anjos’ a serviço da vida, juventude e famílias

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16 de mai de 2017

“Ser sinal de conversão para os do- entes da alma e caminho de reconciliação com Deus”. Assim a Comunidade Católica Anjos da Vida define seu carisma e missão, tendo nascido na Arquidiocese de São Paulo em 1998, por iniciativa do casal Regy e Vanusa Velasco.

Catequistas na Paróquia Santíssima Trindade, na Região Episcopal Santana, Regy e Vanusa sentiram-se chamados a se dedicar à evangelização junto aos jovens e suas famílias. Com o passar dos anos, o grupo paroquial de jovens cresceu e, em 2007, se tornou uma nova comunidade. Em 19 de setembro de 2015, a Anjos da Vida teve sua regra de vida aprovada canonicamente pelo arcebispo de São Pau- lo, Cardeal Odilo Pedro Scherer

Em saída

Atualmente, a comunidade realiza diversas atividades, como Catequese para as crianças, encontros de oração e evangelização da juventude e das famílias. Não obstante, sua missão não se limita ao âmbito interno da Igreja. Inspirada pela exortação apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco, na qual ele propõe uma “Igreja em saída” e uma “cultura do encontro”, a Comunidade desenvolve a Intervenção Católica: trata-se de uma missão itinerante promovida por jovens em locais públicos da cidade, como praças, estações de metrô e terminais de ônibus, por meio de manifestações artísticas, pregações e abordagem pessoal.

 

Famílias

O apostolado da Comunidade Anjos da Vida com as famílias, em especial com os casais, é realizado pelo encontro para casais “Minha família” e o projeto de evangelização “Somos um” (S1). “Minha família” consiste em um encontro de “primeiro anúncio” (querigma) para casais, que aborda, por meio de uma vivência cristã, temas como o amor de Deus na família, o perdão e a reconciliação. O S1, por sua vez, é um projeto formado por diversos grupos de casais - chamados “decúrias” -, que tem como objetivo, por meio de visitas missionárias, acolher novos casais na vida eclesial com momentos de formação e espiritualidade.

Ambas as atividades estão abertas aos casais em segunda união e àqueles que apenas coabitam, ou seja, que não contraíram o sacramento do Matrimônio.

Os fundadores explicam que, a partir do carisma da comunidade e do que convida o Papa Francisco na exortação apostólica Amoris Laetitia, esses casais não podem ser enxergados somente a partir de sua situação irregular. “Pro- curamos, antes de tudo, ver cada um como uma pessoa que, como eu, precisa ser curada. E isso requer acolhimento misericordioso e acompanhamento paciente [...]. As pessoas sentem que tipo de olhar as oferecemos: de conde- nação ou de amor”, disse Vanusa.

A partir dessa proximidade misericordiosa e fraterna, a Comunidade consegue orientar cada casal em sua situação específica e inseri-lo na vida da Igreja. “E não se trata simplesmente de permitir a comunhão eucarística; a Eucaristia é alimento, mas não é porta de entrada, nem mesmo na vida sacramental ordinária, e sim o cume. Na Amoris Laetitia, o Papa indica o caminho: acolher, acompanhar, discernir, integrar”, acrescentou a fundadora.

 

Integrar

O diferencial do trabalho da Comunidade Anjos da Vida é que os casais em situações especiais são acompanha- dos desde o início junto aos demais casais. Os fundadores ressaltam que não existe uma metodologia de evangelização própria para os casais que têm o sacramento e outra para os que não o têm: “Não existe família que não tenha feridas. Cada família que chega a nós é inserida em um processo de cura, per- dão e reconciliação com a sua história, por meio da vida de oração, da comunhão espiritual e do acompanhamento pessoal; e logo elas são inseridas nos trabalhos de missão da Comunidade, o que é muito importante para que se sintam Igreja, de fato. A reconciliação com Deus passa pela reconciliação com a Igreja, o que não se pode reduzir a um ato jurídico, mesmo que este seja importante”, afirmou Vanusa.

Edmilson Bezerra Teixeira, 29, e Tatiane Shizido Leite, 34, estão juntos há nove anos, e têm dois filhos. Eles afirmam que chegaram à Comunidade feridos em sua vivência eclesial. “Sentíamo-nos excluídos de tudo. Pelo fato de eu já ter sido casado na Igreja em minha primeira união, fui impedido de participar dos trabalhos de minha paróquia”, explica Edmilson. Eles conheceram a Comunidade por meio de um dos encontros para oração do Terço, realizados semanalmente. “Fomos acolhidos com muito amor e oração. Chegamos muito machucados pelo que o mundo nos oferecia e hoje estamos passando por um processo de cura dia a dia”. O processo de verificação da nulidade matrimonial da primeira união de Edmilson está avançado. Uma vez declarada nula sua primeira união, ele poderá regularizar na Igreja sua situação com Tatiane. Sobre a participação na Eucaristia, Edmilson afirmou: “Sim, vamos à missa todos os domingos, e temos nosso momento de comunhão espiritual. Entendemos e acolhemos os ensinamentos da Igreja”, relatou.

 

Esperança

Renato Rodrigues Correa, 39, e Elisangela Rodrigues, 39, vivem juntos há 19 anos, têm três filhos, mas não celebraram o sacramento do Matrimônio. Eles conheceram a Anjos da Vida há dois anos por meio do encontro de casais. “Chegamos com muitos problemas em nosso casamento e desajustes em nossa vida pessoal. Não frequentávamos a Igreja e o Renato não tinha religião”, conta Elisangela. A família sofria com o alcoolismo de Renato, vício do qual conseguiu se libertar com apoio da Comunidade.

Por falta de informação sobre sua situação irregular em relação ao sacra- mento, Elisangela conta que comungava sacramentalmente nas missas. Com o auxílio da Comunidade, ela conheceu o ensinamento da Igreja a esse respeito, e compreendeu o que seria o melhor para eles naquele momento. “O Renato logo se interessou em fazer a Catequese para receber os sacramentos. Hoje entendemos o valor da missa para nós. É o nosso encontro pessoal com Deus”.

Renato e Elisangela estão de casa- mento marcado para maio. “A Comunidade foi de extrema importância para essa nossa decisão, pois foi por meio dela que nós viemos a conhecer a Palavra que liberta e que gera vida”, declarou Elisangela.

 

 

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