VATICANO

Junto ao papa

Dom Odilo em Plenária da Congregação para o Clero

Por Redação/ com rádio Vaticano
02 de junho de 2017

Diretrizes da Santa Sé para a formação do clero desde o seminário e situação da dispensa de sacerdotes estiveram entre os assuntos tratados

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na manhã de quinta-feira, 1º, o Papa Francisco se reuniu com os participantes na Plenária da Congregação para o Clero, entre os quais o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, que participou dos trabalhos e discussões.

“Essa assembleia plenária acontece mais ou menos a cada dois anos e participam dela, além dos que dirigem a Congregação para o Clero, os membros da a Congregação para o Clero, que são cerca de vinte Bispos, Cardeais do mundo inteiro, os conselheiros e mais alguns outros convidados para participar. Era um bom grupo de pessoas”, explicou Dom Odilo em entrevista à Rádio Vaticano.

Sobre os temas, o Cardeal falou que “se tratou foi, em primeiro lugar, da nova Ratio Fundamentalis; ou seja, as diretrizes da Santa Sé para a formação do clero desde o seminário até a formação permanente. Depois, trataram-se vários outros assuntos pertinentes à aquilo que é o trabalho da Congregação para o Clero; por exemplo, o acompanhamento das situações de despensas sacerdotais ou de demissão, de algumas situações em que um sacerdote é demitido do estado clerical.” Além disso, falou-se das novas comunidades, “novas realidades eclesiais que também vão formando padres e como fica a pertença, a incardinação dos padres pertencentes a movimentos, novas comunidades eclesiais. Enfim, muitos outros assuntos dos quais nós nos ocupamos e que foram expostos e levaram a reflexão”

Dom Odilo frisou, ainda, que a “Congregação, sobretudo através dessa reunião, quis se confrontar, se consultar com os membros da Congregação e os consultores sobre que rumos tomar em certas questões.”

Questionado sobre a questão da dispensa de sacerdotes, o Arcebispo relatou que essa não é uma realidade restrita ao Brasil. “É mundial! Foram apresentados alguns dados estatísticos, e percebemos que é mundial. Não há países onde a Igreja esteja presente, onde também não haja pedidos de dispensas do ministério sacerdotal.”

O Cardeal Scherer esclareceu que este é um fenômeno que vem crescendo desde o Concílio Vaticano II, quando se abriu um pouco mais essa possibilidade. “O tratamento da Igreja dado a essas situações, quando um padre abandonava ou deixava o ministério, é diferente antes e depois do Concílio. E agora, sobretudo, existe o princípio da misericórdia, da reintegração na Igreja; que se procura seguir ajudando ao Padre que deixou o ministério a poder colocar sua vida em dia em relação à Igreja. Se está casado, que possa casar-se na Igreja, regularizar a sua situação familiar, de maneira a obter o quanto antes, se sua situação já está definida, a palavra da Igreja através da decisão do Papa sobre a dispensa das obrigações sacerdotais que foram assumidas com a ordenação sacerdotal.”

Quanto a números, Dom Odilo disse existirem faixas mais sensíveis. “Nos últimos 20 anos, tivemos um bom número de abandono do ministério de sacerdotes bastante jovens. Isso realmente questiona muito sobre o tipo da formação, sobre discernimento vocacional, sobre o acompanhamento devido, necessário aos candidatos ao sacerdócio. Mas também dos jovens sacerdotes. Por outro lado, uma idade que sempre foi a da maior crise vai pelos 35 aos 50 anos, e nessa faixa há um certo número também de abandono. Mas existem também situações de abandomo ainda aos 70 anos e até aos 80 anos. Ai nós temos várias situações. Os mistérios do coração humano. Padres também são humanos e por isso sujeitos também, não só as fragilidades da condição humana, mas a variabilidade, a mutabilidade das disposições.”

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