Leigos: Discípulos e missionários na metrópole

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04 de mai de 2017

“Suscitar novo ardor missionário em todos os leigos da Arquidiocese de São Paulo para que sejam, em todas as realidades da cidade, discípulos e missionários de Jesus Cristo”. Esta foi a principal motivação do Cardeal Odilo Pedro Scherer ao propor para a Igreja em São Paulo a realização do 1º Congresso de Leigos, como desdobramento do 10º Plano Arquidiocesano de Pastoral.

Com o tema “Cristãos leigos, discípulos e missionários de Jesus Cristo na cidade de São Paulo” e o lema, “vós sois o sal da terra, vós sois a luz do mundo” (Mt 5, 13-14), o Congresso começou a ser pensado em 2007, época em que essa reflexão era destaque na Assembleia das Igrejas do Regional Sul 1 da CNBB (Estado de São Paulo), enquanto desdobramento das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil e da recém realizada Conferência de Aparecida (SP).

Missionários no meio do mundo

Em uma das celebrações do Congresso, Dom Odilo recordou que a Igreja em São Paulo não é formada apenas pelos quase mil padres e cerca de 2 mil religiosas, mas também pelos “mais de 4 milhões de apóstolos leigos, discípulos missionários” que formam o povo de Deus na cidade.

 O Arcebispo também salientou que o Congresso era um convite para “redescobrir a participação dos leigos na vida e na missão da Igreja”, mas que essa participação não se esgota no âmbito eclesial. “Muitos leigos participam das atividades internas da vida da Igreja e isso é sumamente bom e necessário. Mas sua vocação e missão própria, acima de tudo, é anunciar o Evangelho e testemunhar a vida nova em Cristo no ‘mundo secular’”, destacou, lembrando que, ao viverem imersos nas realidades do mundo, na vida familiar, exercendo sua profissão e o trabalho diário, os leigos são chamados por Deus a contribuírem com a santificação do mundo.

Processo

O Congresso de Leigos foi aberto em 25 de janeiro de 2010, na festa da Conversão de São Paulo Apóstolo, e encerrado em 21 de novembro do mesmo ano, na Solenidade de Cristo Rei e também Dia Nacional do Leigo.

Foram 301 dias de Congresso, divididos em três etapas. A primeira fase aconteceu nas paróquias, associações, pastorais, novas comunidades e grupos de base. A segunda se deu nas regiões episcopais e envolveu 4.800 pessoas em 91 oficinas temáticas. A última etapa foi a arquidiocesana, que contou com 21 oficinas das quais participaram cerca de mil delegados regionais.

Essas oficinas abordaram a vida e missão do leigo em realidades como a promoção da caridade, comunicação social, mundo do trabalho, saúde, educação, família, juventude, iniciação cristã, promoção da justiça, comunidade eclesial, entre outras. Como resultado das oficinas, foram apresentados 173 planos de ação, que se tornaram projetos para orientar a vida e a missão dos leigos na Arquidiocese.

Frutos

 Na avaliação de Dom Odilo, publicada na edição do O SÃO PAULO de 23 de novembro de 2010, um dos frutos foi perceber os muitos leigos ativos e organizados em diferentes agregações com os mais variados carismas. Atualmente, o próprio Arcebispo acompanha a Coordenação Pastoral para o Laicato e trabalha na implantação de um conselho arquidiocesano de leigos que conte com representantes dessa variedade de expressões eclesiais.

A partir das propostas do Congresso, o Cardeal destacou a importância de uma sólida formação cristã dos leigos, segundo sua competência própria e área de atuação. “Sem isso, nada eles terão de próprio para contribuir na edificação do mundo pluralista, que precisa da contribuição de todos”, concluiu.

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