NACIONAL

ESPORTE

Com tacos e bolinhas no país do futebol

Por Flavio Rogério Lopes
09 de março de 2020

Apesar de ter grande popularidade em países da América do Norte e Central, poucos sabem que no país do futebol existem mais de 30 mil praticantes desses esportes

Carol Coelho/CBBS

O beisebol e softbol (esporte semelhante ao beisebol, porém praticado em recintos fechados, em campos menores e com a utilização de uma bola maior e mais macia) estarão de volta nos Jogos Olímpicos deste ano, em Tóquio, no Japão. Apesar de ter grande popularidade em países da América do Norte e Central, poucos sabem que no país do futebol existem mais de 30 mil praticantes desses esportes, segundo a Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS).
O Brasil possui atualmente 35 equipes profissionais de beisebol e dez de softbol, divididas em sete federações estaduais: São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Pará e Brasília, com 3,5 mil atletas confederados. Muitos esportistas e jovens revelações brasileiras atuam na Major League Baseball (MLB), principal liga do mundo.

ONDE TUDO COMEÇOU 
Existem algumas divergências sobre as raízes do beisebol. Acredita-se que o esporte seja de origem inglesa, devido a um jogo semelhante chamado rounders ter sido praticado no século XVIII, na Inglaterra. No entanto, também foram encontradas descrições de um esporte com bola e taco em documentos franceses no século XIV. Outro relato é que o beisebol foi criado por Abner Doubleday, nos Estados Unidos, em 1839.
No Brasil, foi difundido principalmente por norte-americanos e japoneses imigrantes que residiam e trabalhavam no País. No início do século XX, o esporte começou a ser praticado em São Paulo e, em 1936, ocorreu o primeiro campeonato brasileiro de beisebol. Já o softbol, que no Brasil é disputado por mulheres, foi criado em 1887 pelo norte-americano George Hancock, com o intuito de permitir a prática em ginásios cobertos. 

DESENVOLVIMENTO NO BRASIL 
A CBBS é a responsável pela organização dessas duas modalidades olímpicas no Brasil. Com sede em São Paulo, a confederação luta para difundir as modalidades no País, por meio de campeonatos nacionais e internacionais.
O Centro de Treinamento da CBBS, na cidade de Ibiúna, possui estrutura completa, com três campos de medidas oficiais, refeitório e dormitórios. No local de treinamento da seleção brasileira, também são realizadas as competições nacionais e o trabalho com as categorias de base. 
“Nosso centro de treinamento acolhe cerca de 45 jovens atletas que treinam no contraturno escolar. São seis técnicos brasileiros e dois treinadores enviados pela MLB. A liga norte-americana também disponibiliza anualmente 15 bolsas integrais para os jovens que se destacam nos campeonatos nacionais”, disse Jorge Otsuka, presidente da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol, em entrevista ao O SÃO PAULO. 

PROJETOS SOCIAIS 
A CBBS também promove diversos projetos sociais no interior paulista, em parceria com a MLB e algumas prefeituras. Um deles é o “Play Ball Brasil”, realizado pela primeira vez em 2019, nas cidades paulistas de Bastos, Marília e Ibiúna, com 700 crianças. A intenção foi apresentar-lhes o esporte e fomentar nelas a sua prática, de forma lúdica.
Ampliado em 2020 para cinco eventos nas cidades de Arujá, Atibaia e Indaiatuba, também no estado de São Paulo, o projeto atendeu, entre 17 e 20 de fevereiro, 1.750 crianças das redes municipais de ensino. 
“Esses programas sociais são diretamente ligados às prefeituras. Vamos com os treinadores e fazemos dois dias de oficinas com os alunos da rede pública.  Em cada cidade, têm aparecido cerca de 400 crianças. Isso também é uma maneira de difundir a prática do beisebol aqui no Brasil”, declarou Otsuka.
 
BRASIL FORA DE TÓQUIO 
Nos Jogos Olímpicos Barcelona 1992, o beisebol foi incluído pela primeira vez como modalidade olímpica, e Cuba conquistou o ouro. Já o softbol foi disputado pela primeira vez nos Jogos Atlanta 1996 e os Estados Unidos foram campeões. Ambos saíram do programa olímpico em Londres 2012.
Como o Brasil não se classificou para o Pan de Lima 2019, perdeu a última chance de chegar a Tóquio. No softbol, as brasileiras disputaram o torneio pré-olímpico realizado no Canadá, em que duas equipes se classificavam, mas o Brasil ficou em quarto lugar. 
“A seleção brasileira é a 19ª do ranking mundial, que reúne 207 países participantes. O beisebol é muito forte na América do Norte e no Caribe. Na América do Sul, atualmente o Brasil está entre os primeiros lugares, em que também se destacam Venezuela, Colômbia e Argentina. Outras equipes como Equador, Peru, Chile e Bolívia estão no segundo escalão”, concluiu Otsuka.

PRINCIPAIS REGRAS

Atletas por equipe: 9 
Nos Jogos Olímpicos: Homens disputam beisebol e mulheres, o softbol
Dinâmica do jogo: As equipes se alternam entre o ataque e a defesa. Essas alternâncias são chamadas de entrada. Os jogos profissionais são constituídos de nove entradas no beisebol e sete no softbol. Quando a bola é lançada pelo arremessador, o batedor de outro time já está posicionado para acertar a bola com o bastão. Atrás dele, está um apanhador, que pertence ao time do arremessador. Se a bola for acertada pelo batedor, ele deve correr pelas quatro bases do campo. Se conseguir atingir as quatro, a equipe ganha um ponto. Se o batedor lançar a bola fora do estádio, a equipe recebe um ponto.
Algumas diferenças: O softbol é praticado em campos fechados com uma bola maior que a do beisebol e em um campo de jogo menor. Além disso, no softbol, o arremesso tem que ser feito com um movimento com o braço de baixo para cima.

(Com informações de CBBS e COB)

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