‘A Campanha da Fraternidade é um grito em favor da vida’, diz Cardeal Scherer

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04 de março de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, concedeu uma entrevista coletiva na Quarta-feira de Cinzas, 26 de fevereiro, para falar do início da Quaresma e apresentar aos jornalistas a Campanha da Fraternidade (CF) 2020, aberta na mesma ocasião.

Dom Odilo explicou que o tempo litúrgico de 40 dias em preparação para a Páscoa convida todos os cristãos à conversão. “Ao longo da Quaresma, são colocados aqueles temas fundamentais que dizem respeito à nossa fé, à nossa vida cristã e moral, enfim, à nossa realidade de cristãos”, disse.

O Arcebispo ressaltou, ainda, os exercícios que são próprios para a vivência quaresmal: a penitência, a oração e a prática da caridade por meio das obras de misericórdia. 

AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO

Nesse contexto da espiritualidade da Quaresma, o Cardeal Scherer abordou a realização da CF 2020, que neste ano tem como tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso”.

“A Campanha da Fraternidade sempre nos lembra que a vida cristã se sintetiza no amor a Deus e ao próximo, portanto, fraternidade. Amar a Deus sem amar o próximo não é vida cristã”, afirmou Dom Odilo, sublinhando que a conversão a Deus deve ser acompanhada pela conversão ao próximo em muitas dimensões.  

Ao falar do lema da CF deste ano, “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele (Lc 10,33-34)”, o Cardeal explicou que esses três verbos resumem a atitude concreta de fraternidade em relação à vida. “Ver, dar-se conta, não permanecer insensíveis, ter compaixão, isto é, ter misericórdia, e cuidar da vida pessoal, dos outros e da natureza, que também requer cuidados”, disse, recordando o conceito de “casa comum”, usado pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato Si’ para se referir ao meio ambiente. 

ABORTO E EUTANÁSIA

Quanto ao cuidado da vida humana, Dom Odilo enfatizou que esta campanha também convida todos a refletirem sobre a promoção e defesa da vida em todas as etapas, sobretudo no seu início e no seu fim, que são situações de maior vulnerabilidade.  “Aí entra novamente a manifestação firme e clara da Igreja contra o aborto. Por outro lado, também em relação à eutanásia. Infelizmente, em vários países, há medidas favoráveis a essas práticas, que são um atentado contra a vida humana”, afirmou.

O Cardeal também chamou a atenção para o cuidado dos doentes, das pessoas que vivem na pobreza ou miséria, das vítimas de qualquer forma de violência. “Portanto, a Campanha da Fraternidade é um grito em favor da vida humana e da natureza e convida todos a se comprometerem com o cuidado da vida, não ficar indiferentes às situações de dor, sofrimento, ameaça e agressão à vida”, completou.

ECONOMIA DE FRANCISCO

Dom Odilo relacionou o tema da CF com a chamada Economia de Francisco, proposta pelo Papa e que será tema de um evento em Assis, na Itália, em março. “O cuidado da vida também está ligado à vida econômica. O Papa convocou essa reflexão sobre uma nova economia, que não esteja voltada para o acúmulo e a concentração, mas para promover a vida, a dignidade das pessoas e a fraternidade”, afirmou.

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Dom Vilson Basso fala sobre o trabalho da Igreja com a juventude

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03 de mai de 2019

Na tarde desta sexta-feira, 3, aconteceu a terceira coletiva de imprensa da 57a  Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, realizada em Aparecida (SP). Um dos bispos a conversar com os jornalistas foi o Bispo Auxiliar de Porto Alegre (RS) e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude, Dom Vilson Basso.

O Prelado iniciou sua participação agradecendo a oportunidade de fazer parte do Sínodo dos Bispos realizado em outubro de 2018, com o tema “O jovem, a fé e o discernimento vocacional”, quando permaneceu por um mês na Casa Santa Marta, que é a residência do Papa Francisco, participando das aulas sinodais.

O DOCUMENTO

O Bispo Auxiliar de Porto Alegre explicou aos jornalistas os nove capítulos da exortação “Christus vivit” e leu o capítulo 119 do documento final do sínodo que diz: “A Igreja em seu conjunto, no momento em que este Sínodo escolheu ocupar-se dos jovens fez uma escolha precisa, considerar esta missão uma prioridade pastoral histórica, na qual se deve investir tempo, energia e recursos.

Dom Vilson comentou que um curso a distância sobre o sínodo dos Bispos e a “Christus vivit” está sendo produzido e será disponibilizado no site jovensconectados.org.br. Nos vídeos, ele e os padres sinodais apresentarão os nove capítulos da exortação escrita pelo Papa Francisco aos jovens, após a reflexão com o Sínodo dos Bispos.

PASTORAL JUVENIL

O capítulo sete apresenta uma série de orientações do Santo Padre para toda a Igreja em como trabalhar, atualmente, a ação pastoral com a juventude.

Dom Vilson explicou que o Pontífice cita que é necessária uma linguagem que fale ao coração do jovem e da necessidade de uma Igreja que seja um lar, uma casa: “Ele fala que os jovens vivem uma situação de orfandade, esperando que a Igreja seja mãe, acolhedora, que dê espaço, que abra as portas e que os jovens possam entrar e sair a hora que puderem e desejarem se encontrar”, reiterou.

EXPERIÊNCIA DE FÉ

No capítulo final do documento, o Papa Francisco reflete sobre o jovem, a fé e o discernimento vocacional, a partir de uma experiência de fé e de amizade com Jesus. Dessa forma, o jovem é chamado a descobrir sua verdadeira vocação e para o Pontífice, a vocação tem sentido quando ela está a serviço das outras pessoas.

A linguagem escolhida pelo Papa Francisco, de acordo com o Presidente da Comissão, é de uma conversa direta aos jovens, e que os dois documentos serão a inspiração para toda a Igreja para as próximas décadas, pois um novo Sínodo sobre juventude pode demorar a acontecer: “O Papa nos dá com o sínodo e com esta exortação, o magistério para a evangelização das juventudes para os próximos anos”, concluiu.

TODOS OS DETALHES DA ASSEMBLEIA

Diariamente, acompanhe os detalhes sobre a 57ª Assembleia Geral da CNBB no site do jornal O SÃO PAULO e nos noticiários da rádio 9 de Julho.

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Presidência da CNBB faz balanço da Assembleia Geral

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04 de mai de 2017

(Foto: CNBB)Na tarde desta quinta-feira, 4, a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) concedeu uma entrevista coletiva, no penúltimo dia da 55ª Assembleia Geral da entidade, que acontece desde 26 de abril em Aparecida (SP).

Estavam presentes o presidente da CNBB, Cardeal Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF); o vice-presidente, Dom Murilo Krieger, arcebispo de Salvador (BA), e o secretário-geral, Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília.

Ao fazer um balanço dos trabalhos da Assembleia, Dom Sergio informou que os principais temas já foram encaminhados e os principais textos também já foram aprovados.

Cardeal da Rocha destacou que a Assembleia não se resume à produção de textos, mas é também um período de convivência e oração entre os bispos. “Nós somos um episcopado grande, sempre tem bispos novos, temos os chamados bispos eméritos e é sempre muito bom, muito importante para os bispos, para a missão que nós temos da Igreja no Brasil, estar juntos, conviver de maneira fraterna, cordial, então esse é um aspecto muito importante”, disse.

Depois a oração, nós rezamos e graças a Deus rezamos bastante, temos os vários momentos de oração, começado da eucaristia no início do dia, temos um retiro espiritual durante a própria assembleia e também é claro que há muita reflexão, muito estudo, nós temos vários momentos de reflexão em plenária como bem sabemos, mas também temos adotado sempre mais a dinâmica de grupos para pode contar um pouco mais com a participação mais efetiva de cada um dos senhores bispos.

O Presidente da CNBB recordou, ainda, que a Assembleia deste ano aconteceu no contexto dos dez anos da Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, realizada também em Aparecida, em 2007, com a presença do Papa Bento XVI, e o Ano Mariano Nacional, por ocasião dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida.

“Essa assembleia, como sempre ocorre, tem muito assunto e também muitos textos são produzidos. Alguns textos mais voltados para o interior da Igreja, para questões próprias das nossas comunidades, e outros, é claro, voltados para o contexto social que nós estamos vivenciando”, explicou Dom Sergio.

Sobre a realidade sócio-política e econômica do país, o Cardeal ressaltou que os procuram iluminar com a Palavra de Deus a realidade social cristã, a realidade política e a realidade econômica. “Nós procuramos refletir, rezar a respeito disso e também dar nossa palavra”.

Textos

Na quarta-feira, 3, foi aprovada a versão final do texto do tema central da Assembleia, sobre o processo de iniciação à vida cristã, que será publicado como documento da CNBB. “Buscamos orientações pastorais para preparar melhor as pessoas, para ajuda-las a vivenciar melhor a iniciação à vida cristã nas várias etapas da vida, sobretudo olhando mais para a nossa juventude”, afirmou Dom Sergio.

Outro texto que dá sequência a uma proposta que vem sendo desenvolvida anualmente é o “Pensando o Brasil”, um projeto de estudo sobre temas da realidade brasileira. Este ano o tema tratado foi da Educação. “Não é propriamente um documento da CNBB, mas um subsídio com reflexão a respeito da Educação no Brasil”, explicou.

Por ocasião do Dia do Trabalho, comemorado em 1º de maio, a CNBB também publicou uma mensagem aos trabalhadores brasileiros.

Momento nacional

O último texto divulgado pela Assembleia foi a nota com o título “O grave momento nacional”, que foi lida aos jornalistas por Dom Leonardo Steiner.

Leia a íntegra da nota

(Colaborou Larissa Freitas)

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