NACIONAL

55ª Assembleia Geral da CNBB

CNBB cria comissão para bens culturais da Igreja

Por Fernando Geronazzo
12 de mai de 2017

Preservar o patrimônio artístico e cultural da Igreja no Brasil é o objetivo da recém-criada Comissão Especial para os Bens Culturais da CNBB.

Preservar o patrimônio artístico e cultural da Igreja no Brasil é o objetivo da recém-criada Comissão Especial para os Bens Culturais da CNBB. Presidida por Dom João Justino de Medeiros, arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), a nova comissão tem como membros Dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió (AL); Dom Gregório Paixão, bispo de Petrópolis (RJ) e o Padre Danilo Pinto como assessor. A necessidade da criação dessa comissão foi apresentada pela Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação ao Conselho Permanente da CNBB, que aprovou sua criação em março. A primeira reunião da nova comissão aconteceu durante a55ªAssembleiaGeraldaCNBB, em Aparecida(SP). Em entrevista ao O SÃO PAULO, Dom João Justino explicou que experiências de comissões de bens cultuais já existem em algumas dioceses e até regionais da CNBB, mas é importante estimular todas as dioceses a se organizem no cuidado de seu patrimônio cultural.

Um primeiro passo para que uma diocese comece esse trabalho é saber quais e quantos são os bens culturais que ela possui. Antes, porém, é preciso compreender o que pode ser considerado um bem cultural. As igrejas, suas obras sacras e intervenções artísticas, a música sacra, bibliotecas, por exemplo, são bens culturais da Igreja.

 

Evangelização

Dom João Justino chamou a atenção para o fato de os bens culturais da Igreja terem por primeira finalidade a evangelização, diferentemente da preocupação dos organismos públicos de conservação do patrimônio cultural, que têm por prioridade a preservação. “Nós entendemos que uma igreja foi feita para o culto. Não tem sentido transformá-la num museu”, disse.

Nesse sentido, uma das tarefas da Comissão Especial é articular o diálogo da Igreja com o poder público para que essas questões sejam levadas em conta. Em uma igreja histórica tombada, por exemplo, são necessárias, às vezes, algumas adaptações estruturais para que continue a cumprir sua finalidade de espaço de culto. É preciso que haja um diálogo com os institutos de patrimônio para que tais intervenções sejam autorizadas.

 

Compartilhar saberes

Será função da nova Comissão incentivar a pro- moção de seminários, fóruns e trocas de experiências, que, na avaliação de Dom João Justino, possuem um potencial evangelizador muito grande.

A nova Comissão também aponta para a necessidade de incentivar a formação dos padres e leigos sobre a preservação dos bens culturais a partir das experiências locais de cursos de formação na área já existentes.

A Comissão Especial buscará, ainda, ajudar os bispos a descobrirem caminhos para a captação de recursos financeiros para a restauração e conservação de igrejas históricas. Inclusive, pensa-se na criação de um manual com esses procedimentos.

Para Dom João Justino, a Comissão Especial não irá fazer tudo isso sozinha, mas irá desencadear processos, contando com colaboradores, consultores e peritos no assunto para auxiliar nos trabalhos. “Existe um saber disperso sobre o assunto. O que precisamos é recolhe-los para colocá-los a disposição de toda a Igreja”, afirmou.

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