SÃO PAULO

10 ANOS COM DOM ODILO

Cartas à Arquidiocese propõem pastoral mais eficaz

Por Nayá Fernandes
05 de mai de 2017

As quatro cartas de Dom Odilo foram direcionadas a sacerdotes, religiosos e leigos na cidade

Luciney Martins

Nestes dez anos de ministério episcopal na Arquidiocese de São Paulo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer escreveu quatro cartas pastorais, com o objetivo de animar a pastoral e a espiritualidade dos sacerdotes, religiosos e religiosas, seminaristas, leigos e todos os que querem viver com intensidade a fé católica, inspirados pelas orientações da Igreja.

Paróquia, torna-te o que tu és

A primeira carta foi escrita por Dom Odilo no ano de 2011, intitulada “Paróquia, torna-te o que tu és”. Nela, o Cardeal explicou que, “no ano pastoral de 2011, colocou-se em destaque uma expressão fundamental de nossa Igreja, a paróquia, ‘comunidade de comunidades’, como vem identificada no Documento de Aparecida [2007]. A escolha deste destaque pastoral foi fruto de reflexões feitas na Assembleia Arquidiocesana de Pastoral, em 30 de outubro de 2010, e no Conselho de Pastoral da Arquidiocese (CAP)”.

Na ocasião, ele afirmou a necessidade de perguntarmo-nos seriamente: “Como está a paróquia? Conhecemos bem a realidade, pelo menos a realidade religiosa, de nossa paróquia? Há nela vazios, espaços ou situações não atendidas pela ação da nossa Igreja? Nossa paróquia chega ao final de cada ano com as mesmas pessoas, ou pode constatar com alegria que novos sinais de vida foram despertados?”

Dom Odilo, ainda nesta carta, insistiu que é preciso haver “um processo de conversão pastoral e missionária, pedido pela Igreja em Aparecida, na 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe”.

Senhor, aumentai a nossa fé

A 2ª Carta Pastoral de Dom Odilo à Arquidiocese de São Paulo foi escrita por ocasião do Ano da Fé, que aconteceu em 2012 e 2013. “Senhor, aumentai a nossa fé” foi o título dado ao documento, feito no contexto da comemoração do 50º aniversário do Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965). “A comemoração deste Jubileu de Ouro é uma ocasião para reavivar a memória do grande Concílio; ao mesmo tempo, tem o objetivo de continuar a sua aplicação nos nossos dias”, explicou o Cardeal no início da carta.

“O Ano da Fé é, pois, um ‘tempo favorável’ para renovar o conhecimento e apreço pela fé que recebemos e para a professarmos com firmeza e alegria. Desejo, com esta Carta Pastoral, oferecer a todos os filhos e filhas da amada Arquidiocese de São Paulo uma reflexão motivadora e, ao mesmo tempo, as necessárias orientações para a vivência do Ano da Fé em nossa Comunidade Eclesial Metropolitana, colocada sob o patrocínio do Apóstolo São Paulo, grande missionário, mestre e testemunha da fé!”, escreveu Dom Odilo.

Misericordiosos como o Pai

Já a 3ª Carta Pastoral do Arcebispo de São Paulo foi feita no Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco e vivenciado pelos fiéis entre 8 de dezembro de 2015 e 20 de novembro de 2016. Chamada “Misericordiosos como o Pai”, a Carta não pretendeu substituir nem repetir as palavras do Papa, mas oferecer algumas motivações e orientações para a celebração do Ano Santo em toda a Arquidiocese de São Paulo.

Dom Odilo recomendou a todos a leitura atenta da bula Misericordiae Vultus (O Rosto da misericórdia do Pai é Jesus Cristo). “Nesse texto-base do Jubileu da Misericórdia, o Papa apresenta as grandes motivações para a celebração deste Ano Santo extraordinário, além de indicações sobre como celebrar este tempo especial da graça de Deus”, explicou o Cardeal.

Ele disse também no documento que “o Ano Santo, ou Jubileu, é um tempo propício para nos voltarmos para Deus de todo coração, para louvar e agradecer com alegria pelas graças recebidas; mas também é um tempo favorável para acolher graças especiais de Deus, através do serviço da Igreja, e para buscar mais intensamente o encontro com Ele e com os irmãos”.

Viva a Mãe de Deus e nossa!

A última carta do Cardeal Scherer à Arquidiocese de São Paulo ainda está sendo lida e refletida pelos fiéis e foi escrita por ocasião do Ano Mariano Nacional (2016-2017). Nela, Dom Odilo explica que há um motivo especial para comemorar bem o tricentenário da aparição da imagem de Nossa Senhora em Aparecida, pois a Arquidiocese de São Paulo tem uma relação histórica muito próxima com Nossa Senhora Aparecida.

“De fato, desde quando a Diocese de São Paulo foi criada, em 1745, até a criação da Arquidiocese de Aparecida, em 1958, o Santuário de Aparecida (SP) ficou pertencendo à Diocese/ Arquidiocese de São Paulo. Durante mais de dois séculos, a Diocese/Arquidiocese de São Paulo ficou encarregada de zelar pelo Santuário e pela devoção a Nossa Senhora Aparecida”, recordou.

Dom Odilo lembrou, ainda, que também a atual basílica foi desejada e iniciada, na década de 1950, pelo então arcebispo de São Paulo, o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, que, em 1964, acabou se tornando o primeiro arcebispo de Aparecida.

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