VATICANO

Especial Pascoa

‘A Páscoa é o início de um mundo novo’, afirma Francisco

Por José Ferreira Filho
24 de abril de 2019

O Papa afirmou que “Cristo continua a morrer em nossas ruas”

Vatican Media

O Papa Francisco demonstrou profunda solidariedade para com todos os que sofrem, entre eles os que vivenciaram perdas materiais, de alto valor religioso e cultural, como o incêndio na Catedral de Notre-Dame, em Paris, na França, no dia 15, e também para com os que passaram por perdas humanas e ferimentos, resultado de intolerância e violência, por meio de atentados, como aconteceu nas três igrejas, quatro hotéis de luxo e em um complexo residencial em Colombo, capital do Sri Lanka, ilha do sudeste asiático, situada no Oceano Índico, no Domingo de Páscoa, 21.

 

‘TODOS DEVEMOS SER SERVIDORES’

Durante a missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, 18, celebrada no Centro Penitenciário de Velletri, cidade italiana localizada a cerca de 60km do Vaticano, o Papa exortou os fiéis a ser sempre “irmãos no serviço”, como Jesus ensinou a seus discípulos, e a deixar de lado a ambição de dominar o outro. “Sirvam uns aos outros, sejam irmãos no serviço, não na ambição de quem domina o outro ou espezinha o outro. O maior deve servir o menor. Quem se sente muito grande deve ser o servidor. Todos nós devemos ser servidores”, concluiu.

Finalmente, Francisco lavou os pés de 12 detentos, procedentes de quatro países: nove da Itália, um do Brasil, um da Costa do Marfim e um do Marrocos.

 

COM AQUELES QUE SOFREM

Na Sexta-feira Santa, durante a tradicional Via-Sacra no Coliseu, em Roma, ‘A Páscoa é o início de um mundo novo’, afirma Francisco José Ferreira Filho osaopaulo@uol.com.br na Itália, as meditações foram centradas no sofrimento das vítimas de tráfico de pessoas. “Reunidos neste lugar, onde, no passado, milhares de pessoas sofreram o martírio por ter permanecido fiéis a Cristo, queremos agora percorrer este ‘caminho doloroso’ juntamente com todos os pobres, com os excluídos da sociedade e os novos crucificados da história atual, vítimas dos nossos fechamentos, dos poderes e legislações, da cegueira e do egoísmo, mas, sobretudo, do nosso coração endurecido pela indiferença. Essa é uma doença de que também, nós cristãos, sofremos”, disse.

O Papa afirmou que “Cristo continua a morrer em nossas ruas” e pede que “nós mesmos sejamos samaritanos, sejamos o Cireneu, sejamos a Verônica, capazes de secar aquele rosto que tem lágrimas, suor, que está sujo pela rua, pela humilhação, e Ele nos pede para fazer isso hoje”.

 

AO ENCONTRO DO VIVENTE

Na Vigília Pascal, ocasião em que batizou oito catecúmenos, Francisco afirmou que a Páscoa é a festa da remoção das pedras mais fortes, como a morte, o pecado, o medo e o mundanismo.

Reiterou que a Páscoa ensina a todos que aquele que crê é chamado a caminhar ao encontro do Vivente. “Perguntemo-nos: na vida, para onde caminho?

Acontece, às vezes, que o nosso pensamento se dirija continua e exclusivamente para os nossos problemas, que nunca faltam, e vamos ter com o Senhor apenas para nos ajudar. Contudo, desse modo, são as nossas necessidades que nos orientam, não Jesus. E continuamos a buscar o Vivente entre os mortos. E quantas vezes, mesmo depois de ter encontrado o Senhor, voltamos entre os mortos, repassando intimamente saudades, remorsos, feridas e insatisfações, sem deixar que o Ressuscitado nos transforme!”

 

URBI ET ORBI

No Domingo de Páscoa, em sua tradicional mensagem que precede a bênção Urbi et Orbi, dada à cidade de Roma e ao mundo, Francisco insistiu que a Páscoa é o início da vida nova e do mundo novo que Cristo inaugura. Pediu, também, o fim dos conflitos na Síria; Israel e Palestina; Líbia; Sudão e Sudão do Sul; e Ucrânia

Desejou, ainda, que perante os sofrimentos do tempo presente, “Ele faça de nós construtores de pontes, não de muros. Ele, que nos dá a paz, faça cessar o fragor das armas, tanto nos contextos de guerra como nas nossas cidades, e inspire os líderes das nações a trabalhar para acabar com a corrida aos armamentos e com a difusão preocupante das armas, de modo especial nos países mais avançados economicamente. Que o Ressuscitado, que escancarou as portas do sepulcro, abra os nossos corações às necessidades dos indigentes, indefesos, pobres, desempregados, marginalizados, de quem bate à nossa porta à procura de pão, de abrigo e do reconhecimento da sua dignidade”, concluiu.

Fontes: Vatican News e ACI Digital

 

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