NACIONAL

LITERATURA INFANTIL

A melhor fase da infância narrada para as crianças

Por Jenniffer Silva
18 de abril de 2019

O Dia Nacional da Literatura Infantil, comemorado em 18 de abril, foi instituído 2008, e faz memória à data de nascimento do escritor Monteiro Lobato

Reprodução da Internet

Um lugar, um tempo histórico, personagens que imitam a realidade e uma dose de humor na medida certa são elementos que construíram uma narrativa. Ao abrir esse livro, encontramos uma menina do nariz arrebitado, um menino com espírito aventureiro, uma boneca de pano que fala, um Visconde de Sabugosa, todos juntos em um sítio que levava o nome de “Pica Pau Amarelo”. Na medida em que nossos olhos caminham pelas linhas, evidenciamos encontros inusitados que nasceram ainda na década de 1920, pela inspiração do escritor brasileiro Monteiro Lobato. Por ironia, tal inspiração, acabou mudando o rumo de outra história, a da própria literatura infantil nacional.

HISTÓRIAS DE CRIANÇA

Literatura infantil é, por definição, a literatura dedicada a crianças e adolescentes. Sua linguagem torna-se, dessa maneira, mais simples, trazendo em seu conteúdo situações próprias da infância, enaltecendo, sobretudo, brincadeiras, travessuras e viagens.

Em 8 de janeiro de 2008, foi sancionada a lei federal Nº 10.402, que definia o dia 18 de abril como o Dia Nacional da Literatura Infantil. A data faz menção ao nascimento do escritor brasileiro Monteiro Lobato, ocorrido no mesmo dia em 1882, em Taubaté (SP).

MONTEIRO LOBATO

Falecido em 4 de julho de 1948, aos 66 anos, Monteiro Lobato foi o percursor da literatura infantil brasileira no século XX, tendo como sua principal obra “O Sítio do Pica Pau Amarelo”.

As histórias de Pedrinho, Narizinho, Emília ganharam espaço nas escolas, bibliotecas e também na televisão. O sítio administrado por Dona Benta recebia inclusive personagens do folclore brasileiro, como o Saci Pererê, um dos grandes diferenciais do autor.

A professora de Literatura Brasileira da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Marisa Lajolo, afirmou  ao O SÃO PAULO que “a literatura de Monteiro Lobato é uma literatura universal – uma literatura que não perde seu valor com o tempo. Ele tem questões que são interessantes para crianças dos anos 1930, e para crianças de 2019”.

Isso porquê, segundo a professora, as crianças representadas na obra do escritor paulista são extremamente criativas e demostram com êxito a infância brasileira, com características de ironia, bom humor e curiosidade

LEGADO

“Os melhores autores da literatura infantil contemporânea são aquilo que um livro do José Roberto Whitaker Penteado Filho chamou de filhos de Lobato’ – são todos os escritores e ilustradores que na infância leram Monteiro Lobato e, portanto, são herdeiros dessa irreverência, sendo critico, da curiosidade saldável dos personagens do Lobato”, avaliou Marisa.

Para a professora, uma boa forma de celebrar a data é com a leitura de um texto do autor – que transformou, segundo Marisa, a literatura infantil brasileira em um propósito da literatura infantil universal.

Dessa forma, recordar a literatura infantil na mesma data de nascimento de seu principal autor é enaltecer a importância da leitura para crianças, “é uma maneira de valorizar o livro e valorizar a leitura – que é uma forma das pessoas crescerem e de amadurecerem”, salientou.

PRINCIPAIS OBRAS DE MONTEIRO LOBATO

Reinações de Narizinho;

Viagem ao céu e O Saci;

Caçadas de Pedrinho e Hans Staden;

História do mundo para as crianças;

Memórias da Emília e Peter Pan;

                  Emília no país da gramática e Aritmética da Emília;                  

Dom Quixote das crianças;

O poço do Visconde;

Histórias de tia Nastácia;

O Picapau Amarelo e a reforma da natureza;

O Minotauro;

Os doze trabalhos de Hércules

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