SÃO PAULO

Mostra Internacional de Cinema

43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo conta com vasta programação

Por Nayá Fernandes
25 de outubro de 2019

É um dos maiores festivais da sétima arte promovidos no Brasil e conta com mais de mil sessões e a exibição de 327 filmes

Já pensou em assistir a um filme com 432 minutos, ou seja, com pouco mais de sete horas de duração? Ou ainda viver a experiência de assistir a um filme no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP) ou no Theatro Municipal de São Paulo?
A 43ª Mostra Internacional de Cinema, que acontece na cidade de São Paulo até o dia 30, é um dos maiores festivais da sétima arte promovidos no Brasil e conta com mais de mil sessões e a exibição de 327 filmes.
Outras atividades paralelas acontecem durante a Mostra, como o III Fórum Mostra, que coloca artistas, produtores, gestores públicos e estudantes para pensar o audiovisual em seus diferentes aspectos.
“Vitrine para cineastas que estão produzindo suas obras, a Mostra desempenha um papel muito importante para a formação do público. Existem muitos filmes estrangeiros que as pessoas não veriam em outros lugares, pois não são acessíveis, e, sem dúvida, quem está produzindo cinema hoje assistiu a muitos filmes nas edições passadas”, disse, em entrevista ao O SÃO PAULO, Thiago Kaczuroski, integrante da equipe de Legendagem Eletrônica da Mostra.
Além da programação paga, com ingressos a partir de R$ 10, a Mostra tem uma programação gratuita, que inclui títulos inéditos. Para garantir um lugar, é preciso retirar o ingresso no dia anterior à exibição na Central da Mostra, que fica no Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2073), ou uma hora antes da sessão nas bilheterias dos locais onde acontecem as exibições. 

AMAZÔNIA
Com uma seleção atenta e acurada, pode-se assistir a bons filmes durante a Mostra. Em pleno Sínodo para a Amazônia, o documentário “Tuã Ingugu” (“Olhos d’água”), com direção de Daniela Thomas, pode ser uma dessas opções. 
O filme retrata o cotidiano dos Kalapalo, etnia que vive no Parque Indígena do Xingu. “Os Kalapalo afirmam que a água é tão antiga quanto os homens e que ela é a fonte de toda a vida: é dela que vem seu alimento, sua bebida, seu banho, sua alegria. O cacique Faremá, da aldeia Caramujo, fala sobre o nascimento da água e as consequências de desrespeitá-la”, descreve a sinopse do documentário. 
No domingo, 27, às 20h, no CineSesc (rua Augusta, 2.075, Cerqueira César), acontece o debate “O futuro da Amazônia”. No encontro, mediado pela jornalista Daniela Chiaretti, Estevão Ciavatta, diretor do documentário “Amazônia Sociedade Anônima”, conversa com o cacique Juarez Saw e com Beto Veríssimo, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Após o debate, será lançada, com a Associação Munduruku, uma campanha pela instalação de internet nas aldeias. 

SOBRE O III FÓRUM
Em parceria com o Itaú Cultural, o III Fórum Mostra promove três dias, entre 23 e 25, de mesas e debates sobre o cinema. Na 3ª edição, o evento abordará, sobretudo, a relação entre literatura e cinema – ou entre palavra e imagem. Temas como o avanço do cinema brasileiro, o lugar do cinema no mundo e no mercado e filmes adaptados de obras estão na programação.
Os ingressos para o Fórum são gratuitos e devem ser retirados com uma hora de antecedência, no Itaú Cultural. Mais informações em www.itaucultural.org.br.

Patrimônio Audiovisual
O Dia Mundial do Patrimônio Audiovisual é 27 de outubro. A data, que está no calendário da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), desde 2005, pretende ajudar as pessoas e instituições a se conscientizar sobre a conservação dos arquivos audiovisuais e a importância desses arquivos para a construção da identidade cultural das nações.
Durante a 43ª Mostra e dentro das sessões no vão livre do Masp, haverá a exibição de oito curtas-metragens em cópias restauradas de Georges Méliès, mágico e ilusionista antes de experimentar a novidade inventada no fim do século XIX. 
“Méliès foi pioneiro ao usar técnicas de efeitos especiais, sobreposições, truques de montagem, além de explorar as possibilidades cênicas dos estúdios de gravação, cenários e figurinos. A transposição de sua antiga profissão para o cinema resultou, não raro, em personagens que buscavam romper a lógica comum do cotidiano e do que estava diante de nossos olhos. Inventores, cientistas, exploradores e, assim como ele, mágicos protagonizam filmes muitas vezes inspirados na literatura fantástica de Júlio Verne e Jonathan Swift”, informa o texto de apresentação das exibições.

AONDE IR?

A partir de quinta-feira, 24, até domingo, 27, sempre às 19h30, haverá sessões gratuitas de cinema no vão livre do Masp. Na quinta-feira, 24, a programação conta com uma homenagem a Rubens Ewald Filho, que morreu em junho deste ano, com a exibição de “O Mágico de Oz”, de 1939.
No CineSesc, haverá sessões todos os dias, das 15h30 às 20h30, com entradas de hora em hora. A programação conta com o projeto “A Linha”, de Ricardo Laganaro. Vencedor do Prêmio VR Experience no Festival de Veneza, o projeto é composto por experiências de realidade virtual e convida o público para uma imersão na São Paulo da década de 1940. 
Outras 17 obras estarão em cartaz no CineSesc e também nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) Aricanduva, Caminho do Mar, Meninos, Vila Atlântica e Jaçanã e no Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes. 

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