‘Todos aqueles que Nele crerem, com Ele ressurgirão para a vida eterna’

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06 de novembro de 2019

O Dia de Finados, no sábado, 2, foi de intensa movimentação no Cemitério da Vila Formosa, na zona Leste da cidade, o maior da América Latina.
Inaugurado há 70 anos, em maio de 1949, o espaço de aproximadamente 780 mil m² – quarta maior área verde da cidade de São Paulo – possui sinais da fé em diferentes lugares, como na capela instalada próxima ao portão da entrada II, onde imagens da Virgem Maria e de santos são encontradas adornadas com flores. Regularmente, grupos da Pastoral das Exéquias de paróquias da Região Episcopal Belém se revezam para prestar assistência religiosa no cemitério e, sempre na terceira quarta-feira de cada mês, às 15h, é celebrada uma missa.
Todos os anos, na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, também acontecem missas. Este ano, foram seis, uma a cada duas horas, no palco montado próximo à quadra em que estão sepultadas pessoas desconhecidas. A última delas, às 16h, foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, que no início da missa disse que recordar os falecidos diante de Deus “significa apresentar nossa intercessão por eles, pedindo que Deus os acolha e lhes dê a vida eterna”. 

FÉ NO DEUS DA VIDA
O Arcebispo, na homilia, disse que o Dia de Finados recorda a todos a finitude da vida, mas que, para aqueles que testemunham a fé, como Jó, que se manteve fiel a Deus mesmo diante das maiores dificuldades, há a certeza no Cristo Redentor, que vive e que é capaz de retirar alguém do pó da morte para que participe com Ele do banquete da vida eterna. “Deus vive e nos fará viver. Quem se agarra em Deus não será desiludido. Mesmo passando por sofrimentos, provações nesta vida, não deve se desesperar”, afirmou. 
Dom Odilo lembrou, ainda, que em Jesus Cristo, que ressuscitou dos mortos, os cristãos encontram a resposta para a morte e para o sentido da vida, e que Deus tem o poder para dar aos que já faleceram “um corpo que não é mais feito para este mundo, um corpo glorioso, e assim entendemos o que está no livro de Jó – ‘Eu verei Deus nesta minha pele, com estes meus olhos’. Deus nos transfigurará no corpo e na alma para termos parte na vida eterna, na ressurreição de Jesus. Portanto, não será a ressurreição para este mundo, para esta vida, mas a ressurreição para a vida eterna”, detalhou. 

ESCOLHER O BOM CAMINHO
Dom Odilo afirmou, ainda, que Jesus veio ao mundo para que todos possam alcançar a vida eterna, tanto aqueles que já estão nos caminhos de Deus quanto os que vivem no pecado, mas que ainda podem encontrar a Salvação. 
“Hoje, no Dia de Finados, pensamos nos falecidos, e ainda mais pensamos em nós, porque amanhã estaremos também entre eles. O tempo de viver é hoje: tempo de aderir a Deus, tempo de fazer as escolhas. Olhando para o túmulo dos falecidos, somos levados a pensar: ‘E eu? O que estou fazendo? Para onde estou indo? Para onde levo a minha vida? Isso também deveria nos dar um grande desejo de ajudar as pessoas que eventualmente não têm qualquer preocupação com isso, que estão em caminhos errados que levam à perdição. Deveríamos ter a preocupação em ajudar nossos irmãos a encontrar o caminho, a fazer a escolha certa, enquanto é tempo, enquanto vivemos”, disse o Arcebispo Metropolitano. 
Dom Odilo lembrou, ainda, que pelos já falecidos é possível fazer orações de intercessão, para que sejam acolhidos por Deus e para que em Sua misericórdia lhes perdoe o pecado e lhes conceda a vida eterna. E para todos os viventes, a recomendação é a de viver a cada dia segundo a Palavra de Deus e na firme confiança da resposta cristã diante da morte: “O próprio Jesus é o príncipe dos mortos, e todos aqueles que Nele crerem neste mundo, com Ele também ressurgirão para a vida eterna”. 

PREPARAÇÃO
Ao final da missa, Dom Odilo convidou os fiéis rezar a oração em favor dos falecidos que foi distribuída em todas as paróquias da Arquidiocese naquele dia, e recomendou que a oração também seja feita às pessoas enfermas que se aproximam do fim da vida, bem como em velórios.
 “Se vocês sabem de alguém que está morrendo ou que acabou de falecer, se for ao velório, faça a oração. Nossos velórios, às vezes, parecem velórios de pagãos. Eles devem ser de reza, da Palavra de Deus, de esperança. Precisamos dar sinal daquilo que nós cremos”, exortou.
Por fim, ressaltou que todos os católicos são chamados a um gesto de misericórdia cristã com quem está próximo da morte. “Levem uma palavra boa, a palavra da fé. Rezem com ele, façam com que se prepare para o grande momento da partida desta vida, que é o momento mais importante deste mundo, pois vamos partir daqui para nos encontrar com Deus e cair nos braços Dele.” Com isso, afirmou Dom Odilo, é possível preparar a pessoa para uma morte feliz e serena, “com fé no coração, com esperança em Deus, e sabendo que não cairá no vazio”. Ele também recomendou que se peça a intercessão da Virgem Maria nesta hora.

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