‘É tempo de fraternidade, solidariedade e cuidado recíproco’

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08 de abril de 2020

Na missa desta Terça-feira Santa, 7, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na capela de sua residência, ressaltou as duas atitudes de infidelidade que Jesus sofreu em sua Paixão: a negação de Pedro e a traição de Judas Iscariotes.

Na homilia Dom Odilo destacou que o próprio Jesus faz referência a esses fatos durante a última ceia, como narra o Evangelho do dia (Jo 13,21-33.36-38). Após Cristo anunciar que é chegada a hora de sua Paixão, Pedro, por excesso de amor ao mestre, diz que o seguirá aonde for e dará a vida por ele. Jesus, por sua vez, responde “Em verdade, em verdade te digo: o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes”.

“Foi por fraqueza, excesso de amor e autoconfiança que Pedro negou Jesus. Ele não foi humilde e pretendeu contar mais com suas forças do que com a forca de Deus”, afirmou o Cardeal.  

É CHEGADA A HORA

Quanto à traição de Judas, anunciada pelo próprio Jesus durante a ceia, Dom Odilo enfatizou que o apóstolo foi ganancioso e pensou somente em si mesmo. “Jesus,  conhecendo em seu coração o que Judas tramava, não se intimida e diz que é chegado o momento da glorificação de Deus, da demonstração do maior amor de Deus pela humanidade, por meio da entrega da sua vida, da sua morte na cruz”, disse.

No momento da cruz, enfatizou o Cardeal, a glória de Deus se revela plenamente e seu amor vai até o extremo “para encontrar o homem e estender a sua misericórdia a todos”. 

“É chocante a atitude de Judas e que isso nunca passe por nossa mente, nem trair as pessoas ao nosso redor, muito menos trair o amor imenso de Deus para conosco. E se acontecer, por fraqueza, façamos como Pedro, arrependemo-nos, peçamos perdão e continuemos com ainda mais fidelidade e amor a seguir Jesus Cristo”, exortou o Arcebispo.

DOAR A PRÓPRIA VIDA

Ainda referindo-se sobre a última ceia, Dom Odilo destacou que esse momento manifesta a entrega de Jesus, que reparte o pão entre seus amigos e, nesse gesto, entrega a si mesmo. “Nesse tempo em que nós vivemos, precisamos muito desse gesto de entrega da nossa vida”, afirmou, recordando aqueles que estão se dedicando aos outros mesmo com o risco da própria vida, como os profissionais da saúde e aqueles que estão cuidando dos doentes.

O Cardeal lembrou-se, ainda, daqueles que ofertam o pão da caridade aos mais necessitados, sejam os que vivem nas ruas, como aqueles que passam por necessidades, estão sem trabalho e como sustentar suas famílias. “Portanto, é preciso que todos procuremos nos mobilizar para aliviar as necessidades dos nossos irmãos que passam por dificuldades”, enfatizou.

CUIDAR UNS DOS OUTROS

No fim da celebração, Dom Odilo reforçou o convite a intensificar a preparação para a Páscoa por meio da oração e da caridade e mesmo sem a possibilidade de ir à Igreja, que a Semana Santa seja vivida com profunda fé em família.

Recomendando novamente o povo a seguir as orientações das autoridades para evitar sair de casa para conter a disseminação do COVID-19, o Cardeal deu um recado àquelas pessoas que, por não serem consideradas do grupo de risco para desenvolverem a forma grave da doença, pensem que não seja necessário ficarem isoladas:

“Talvez alguém diga: ‘Eu sou forte, para mim não vai haver problema’, ‘Eu sou jovem e saudável’. Agradeça a Deus, mas pense nas outras pessoas. Você pode estar infectado, pode não sentir nada, mas pode contagiar outras pessoas. Portanto, todos têm que se cuidar para cuidar da vida e da saúde do outro. É tempo de fraternidade, solidariedade e cuidado recíproco”, afirmou.

SEMANA SANTA 

As celebrações do Tríduo Pascal presididas por Dom Odilo serão transmitidas pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook. Veja os horários na imagem ao lado. 

No Domingo de Páscoa, 12, haverá um ato de Consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, transmitido diretamente do México, por iniciativa do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).

(Colaboraram: Edilma Oliveira e Fred Oliveira)

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA TERÇA-FEIRA: 

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‘Nestes dias da Semana Santa, em casa, permaneçamos diante do Crucificado’

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06 de abril de 2020

Na Basílica de São Pedro, no Vaticano, completamente vazia, algo inimaginável em uma Semana Santa, o Papa Francisco presidiu a missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, neste dia 5.

A celebração que geralmente conta com a presença de milhares de fiéis foi acompanhada por milhões de católicos por meio das plataformas digitais do Vaticano. 

A acompanhado do mestre de cerimônias e alguns auxiliares, o Pontífice, com um ramo na mão, caminhou  até o altar da Cátedra de São Pedro, que estava enfeitado com ramos de oliveira, para lembrar a entrada solene de Jesus em Jerusalém.

O SERVO

Santo Padre iniciou a homilia a partir do trecho da Carta de São Paulo aos Filipenses, proclamado na Primeira Leitura, em que o Apóstolo afirma que Jesus “esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo” (Fl 2, 7).

“Deixemo-nos introduzir por estas palavras do apóstolo Paulo nos dias da Semana Santa em que a Palavra de Deus, quase como um refrão, nos mostra Jesus como servo: na Quinta-feira Santa, é o servo que lava os pés aos discípulos; na Sexta-feira Santa, é apresentado como o servo sofredor e vitorioso (cf. Is 52, 13)”, afirmou o Papa, destacando, ainda, que “Deus salvou-nos, servindo-nos”.

TRAIÇÃO E ABANDONO

Francisco explicou que Jesus serviu dando a sua vida pela humanidade, a ponto de experimentar a traição e o abandono. O Pontífice ressaltou que Cristo tomou sobre si as infidelidades de cada pessoa, removendo suas traições.

“Assim nós, em vez de desanimarmos com medo de não ser capazes, podemos levantar o olhar para o Crucificado, receber o seu abraço e dizer: ‘Olha! A minha infidelidade está ali. Fostes Vós, Jesus, que pegastes nela. Abris-me os braços, servis-me com o vosso amor, continuais a amparar-me... Assim poderei seguir em frente!’”, continuou o Papa.

Sobre o abandono de Jesus, nada é mais impressionante do que as palavras pronunciadas por Ele na cruz: “Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?”. “Agora, no abismo da solidão, pela primeira vez designa-O pelo nome genérico de ‘Deus’. E clama, ‘com voz forte’, o ‘porquê’ mais dilacerante: ‘Porque Me abandonaste também Tu?’, salienta.

CORAGEM

“Hoje, no drama da pandemia, perante tantas certezas que se desmoronam, diante de tantas expetativas traídas, no sentido de abandono que nos aperta o coração, Jesus diz a cada um: Coragem! Abra o coração ao meu amor”, refletiu o Santo Padre.

O Pontífice também exortou os fiéis a viverem esses dias da Semana Santa em casa, permanecendo diante do crucificado, medida do amor de Deus pela humanidade. “Diante de Deus, que nos serve até dar a vida, peçamos a graça de viver para servir. Procuremos contatar quem sofre, quem está sozinho e necessitado. Não pensemos só naquilo que nos falta, mas no bem que podemos fazer”, afirmou.

“O drama que estamos travessando nos impele a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve. Porque a vida mede-se pelo amor”.

Recordando que neste Domingo de Ramos também se celebra o 35º Dia Mundial da Juventude, Francisco se dirigiu aos jovens com palavras de encorajamento.

Nessa data, a delegação portuguesa receberia a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial de Juventude, em preparação para a próxima edição do evento internacional, que acontecerá em 2022, em Lisboa. Porém, devido à pandemia, a entrega dos símbolos foi adiada para 22 de novembro, na Solenidade de Cristo Rei. 

“Queridos amigos, olhai para os verdadeiros heróis que vêm à luz nestes dias: não são aqueles que têm fama, dinheiro e sucesso, mas aqueles que se oferecem para servir os outros. Senti-vos chamados a arriscar a vida. Não tenhais medo de a gastar por Deus e pelos outros! Lucrareis… Porque a vida é um dom que se recebe doando-se. E porque a maior alegria é dizer sim ao amor, sem se nem mas... Como fez Jesus por nós”, concluiu o Papa.

(Com informações de Vatican News e fotos de Vatican Media)

 

 

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'Somos chamados a socorrer os irmãos e, como Jesus, a ser servidores'

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06 de abril de 2020

O Cardeal Odilo Pedro Scherer presidiu a missa desta Segunda-feira Santa, 6, na capela de sua residência. Como tem acontecido desde o início das medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades para conter a pandemia do novo coronavírus, as celebrações eucarísticas do Arcebispo de São Paulo tem sido transmitidas diariamente pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook.

Na homilia, Dom Odilo explicou que a liturgia do dia destaca os momentos que antecederam Jesus no seu caminho do Calvário, convidando todos a acompanharem o mistério central da fé cristã. “Nós celebramos a Paixão no rito e no sacramento, Jesus a viveu”, ressaltou.

Na Primeira Leitura (Is 42,1-7), o Profeta Isaías fala da figura do servo sofredor, eleito de Deus, em quem se compraz sua alma e “promoverá o julgamento das nações”, como uma profecia de Jesus e sua Paixão.

PERFUME DE CRISTO

Já o Evangelho (Jo 12,1-11) narra a cena de Maria, irmã de Lázaro, que unge os pés de Jesus, fazendo com que a casa inteira ficasse repleta do perfume de bálsamo. “Quem enche as nossas vidas com o perfume da sua presença, com a luz e a sabedoria que vem dele, senão Jesus, nosso Senhor e Salvador?”, destacou o Cardeal.   

O evangelista também destaca a atitude de Judas Iscariotes, que observa que o perfume usado pela mulher era muito caro e o dinheiro usado para compra-lo poderia ter sido dado aos pobres. Contudo, o texto ressalta que “Judas falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão”.

Ao destacar a ganância de Judas, Dom Odilo lembrou que por uma quantia muito menor, o discípulo traidor entregou Jesus para aqueles que queriam prendê-lo e mata-lo. “Jesus vale muito mais e não tem preço. Traição de judas foi um ato muito vil e baixo, que não tem nenhuma qualificação”, enfatizou o Arcebispo.

CONSOLO DOS AMIGOS

Ainda comentando o Evangelho do dia, Dom Odilo chamou a atenção para o fato de Jesus, ao se aproximar a sua Paixão, não se escondeu, mas foi à casa de seus amigos em busca de consolo e conforto entre aqueles que ama. “Procurar consolo e conforto é um gesto humano e ter a sensibilidade e acolher e consolar é humano e divino”, afirmou.

O Cardeal ressaltando que, nesses tempos difíceis de pandemia de COVID-19, todos são chamados a consolar aqueles que necessitam, especialmente os doentes que estão nos hospitais ou em isolamento. “Somos chamados a socorrer os irmãos e, como Jesus, a ser servidores”, enfatizou.

CELEBRAÇÕES

No fim da missa, Dom Odilo motivou todos a viverem intensamente a Semana Santa, especialmente a celebração do Tríduo Pascal, acompanhando, de suas casas, pelos meios de comunicação, as celebrações de suas paróquias e comunidades.

Veja na imagem ao lado os horários das celebrações da Semana Santa presididas pelo Arcebispo de São Paulo e transmitidas pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook

Ainda nesta segunda-feira, Dom Odilo presidirá outra missa em sua residência, às 19h30, que será transmitida pela TV Canção Nova.  

JEJUM E ABSTINÊNCIA

O Arcebispo também recordou que a Sexta-feira Santa é dia de jejum e a abstinência de carne como gesto de penitência prescrito pela Igreja, estando dispensados as pessoas doentes, idosas, gestantes, lactantes e crianças.

Dom Odilo também esclareceu que, embora seja possível substituir a carne vermelha por algum tipo de peixe, isso não significa que as pessoas devam comprar um peixe caro. “A Igreja não manda comer peixe na Sexta-feira Santa, mas a fazer jejum e abstinência de carne”, frisou.

CONSAGRAÇÃO À VIRGEM DE GUADALUPE

O Cardeal lembrou, ainda, que, neste Domingo de Páscoa, 12, haverá um ato de Consagração da América Latina e do Caribe a Nossa Senhora de Guadalupe, transmitido diretamente do México, por iniciativa do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam).

(Colaboraram: Edilma Oliveira e Fred Oliveira)

ASSISTA AO VÍDEO DA MISSA DESTA SEGUNDA-FEIRA: 

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Domingo de Ramos

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05 de abril de 2020

Com o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor iniciamos a semana santa, durante a qual acompanhamos os últimos dias de Jesus na terra e os passos de sua paixão, morte e ressurreição. A Igreja nos convida a acompanhar com fé, com o coração arrependido e agradecido, esses momentos marcados pelo infinito amor de Deus por nós.

A Igreja recomenda a participação intensa do povo nas celebrações da Liturgia desta “semana maior”, que pode ser um verdadeiro retiro espiritual para todos e é a melhor forma de celebrar a Páscoa. Neste ano, a participação será diferente, pois estamos todos vivendo o período de “isolamento social” por causa da pandemia do Coronavírus. As igrejas estão vazias e as celebrações são transmitidas pelos Meios de Comunicação e as diversas mídias sociais. Todos podem participar, de alguma forma, assistindo em suas casas e unindo-se a quem está celebrando.

Quem não teve a oportunidade de se confessar, procure fazer o que é recomendado pela Igreja nessas situações: fazer o exame de sua consciência, arrepender-se dos pecados, pedir sinceramente o perdão a Deus num momento de oração, renovar o propósito de vida santa e fazer penitência, agradecendo a Deus. Depois, na primeira possibilidade que tiver, fazer a confissão sacramental individual. A celebração da Páscoa inclui o arrependimento dos pecados e a sincera renovação dos propósitos da vida cristã.

Na tarde da Quinta Feira Santa tem início o sagrado tríduo pascal de paixão, morte e ressurreição de Jesus. No início da noite, celebra-se a missa que recorda a última ceia, a instituição da Eucaristia e do sacerdócio, o gesto do lava-pés, o mandamento novo do amor ao próximo “como Jesus amou” e o início dos sofrimentos da paixão de Cristo. É uma celebração marcante e o povo é convidado a participar com fé.

Na Sexta Feira Santa somos convidados a recordar os sofrimentos e a morte de Jesus Cristo por amor de todos nós. É dia de penitência, de jejum e abstinência de carnes. É a hora de nos colocarmos misticamente aos pés da cruz, com Maria, mãe de Jesus, para pedir perdão, agradecer e adorar Aquele que deu sua vida para que nós alcançássemos misericórdia, perdão e vida. Nesta Sexta Feira Santa, lembremos especialmente os doentes e aqueles que cuidam dos doentes. E lembremos também dos cristãos que vivem e testemunham a nossa fé nos “Lugares Santos”, lugares bíblicos e das origens da nossa fé judaico-cristã. Eles enfrentam muitas dificuldades por lá e precisam muito desse nosso apoio solidário, a fim de que o testemunho de Jesus Cristo continue presente naquelas regiões.

Sábado Santo é dia de recolhimento e preparação para a solene vigília pascal. Essa vigília precisa ser mais conhecida e participada, pois é muito importante e significativa. A Igreja recorda os grandes feitos da história da salvação, renova as promessas do Batismo e proclama a ressurreição de Jesus. É a proclamação de que a vida venceu a morte, graças ao amor infinito do nosso Deus.

Enfim, o Domingo de Páscoa da Ressurreição é o primeiro de todos os Domingos! A Igreja anuncia com solenidade e festa a ressurreição de Jesus Cristo, mistério fundamental da nossa fé. Ninguém deveria deixar de participar da Missa no Domingo da Páscoa, mesmo que não seja de forma fisicamente presencial, mas através das mídias e Meios de Comunicação, vistos as situações particulares do momento que vivemos.

Desejo a todos uma boa celebração da Páscoa, que inicia com a celebração do Domingo de Ramos. Deus abençoe a todos!

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‘Unamo-nos a Jesus Cristo no caminho de sua Paixão’

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05 de abril de 2020

O Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, neste dia 5, foi celebrado de forma diferente na Arquidiocese de São Paulo em boa parte do mundo. Devido à pandemia de COVID-19, os ritos que marcam o início da Semana Santa aconteceram sem a presença dos fiéis, a benção e a procissão dos ramos pelas ruas e praças.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a celebração na capela de sua residência, sendo transmitida pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook.

“Formamos uma grande comunidade, mesmo à distância, sem nos vermos, mas Deus está nos vendo”, afirmou Dom Odilo, no início da missa.

Nessa celebração, além de ser recordada a entrada solene de Jesus em Jerusalém, também se recorda a narrativa da Paixão e Morte do Senhor, este ano, segundo o evangelista São Mateus (Mt 21,1-11). 

MISTÉRIO DA FÉ

Na homilia, o Cardeal ressaltou que a celebração do Domingo de Ramos convida os cristãos a se unirem aos passos a Paixão de Cristo a fim de que cada um também possa se posicionar em relação a esse mistério da fé.

“Hoje, sabemos quem é Jesus, depois de muito testemunho de fé, temos mais clareza sobre quem ele é. Naquele tempo, Jesus deu sinais de quem ele é. Mas, mesmo assim, as pessoas estavam próximas dele não conseguiam enxergar. Por isso, quem o aclamou na entrada em Jerusalém fez coro àqueles que clamaram por sua morte”, destacou.

O Arcebispo continuou a meditação ressaltando que o relato do evangelista impressiona ao detalhar as torturas e humilhações sofridas por Jesus. “Aquele que foi aclamado, admirado e procurado durante a vida, sente-se abandonado por todos”, afirmou, recordando as palavras ditas por Cristo agonizante na Cruz: “Meu Deus, por que me abandonaste?”, tiradas do Salmo 21, também entoado na celebração.

CONFIANÇA EM DEUS

Dom Odilo enfatizou que esse não é um salmo de desespero, mas de abandono e confiança extrema em Deus, o único que finalmente pode salvar. Tanto que no final, diz: “Anunciarei o vosso nome a meus irmãos e no meio da assembleia hei de louvar-vos!”

O Cardeal Scherer reconhece que, diante desses fatos, muitos se perguntem por qual razão Jesus teve que sofrer tudo isso. “Este é um mistério que ninguém consegue explicar, a não ser se olharmos por outro olhar: Jesus tudo acolheu por amor”,  afirmou Dom Odilo, mencionando o trecho da Carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 2,6-11), proclamado neste dia, em que diz que Jesus voluntariamente se esvaziou de sua glória, fez-se servo de todos, humilhou-se até a morte e morte de cruz.  

“Jesus, portanto, aceita voluntariamente a morte porque quer estar ao lado de todos aqueles que sofrem todo tipo de humilhação, zombaria e desprezo, para a todos resgatar, mostrar a sua salvação. ‘Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por aqueles que amam’”, completou o Arcebispo, recordando as palavras do próprio Cristo no Evangelho de São João (Jo15,13).

UNIR-SE À PAIXÃO

“Celebrando o Domingo de Ramos de uma maneira tão diferente, somos convidados também a nos unirmos a Jesus Cristo no caminho da sua Paixão, a aceitarmos, muitas vezes, as dores da nossa vida”, continuou Dom Odilo, convidando todos a fazerem um exame de consciência diante do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.  

“Todos nós temos que reconhecer a nossa condição humana. Somos inconstantes, contraditórios, experimentamos momentos de infidelidade e desrespeito a Deus e podemos tornar ainda mais pesada cruz de Cristo”, afirmou o Arcebispo, acrescentando: “Temos, portanto a possibilidade de mudar, de sermos mais fiéis, humildes, ter mais amor pelo próximo e procurar fazer com que a cruz de Cristo, que pesa na vida de tantas pessoas, seja mais leve”.

RETIRO ESPIRITUAL

Na conclusão da missa, Dom Odilo renovou seu convite para que todos possam vivenciar a Semana Santa em família, respeitando as recomendações das autoridades para ficar em casa, mas unidos às suas comunidades paroquiais que irão transmitir as celebrações pelas plataformas digitais. “Que esta semana seja um verdadeiro retiro espiritual para todos nós”, afirmou.

Dom Odilo recordou, ainda, que a Sexta-feira Santa, 10, é dia de jejum e abstinência de carne como prescreve a Igreja, estando dispensadas as pessoas doentes, idosas, gestantes, lactantes e crianças.

SEMANA SANTA 

Ainda neste domingo, o Cardeal Scherer presidirá mais uma missa que será transmitida pelos meios de comunicação às 11h, horário em que ele costuma celebrar a Eucaristia na Catedral da Sé.

Veja na imagem ao lado os horários das celebrações da Semana Santa presididas pelo Arcebispo de São Paulo e transmitidas pela rádio 9 de Julho e pelo Facebook

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Com celebrar a Semana Santa sem sair de casa?

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O sacerdócio ‘é uma graça inestimável’

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18 de abril de 2019

O clero da Arquidiocese de São Paulo se reuniu com seu Arcebispo Metropolitano, Cardeal Odilo Pedro Scherer, na manhã desta Quinta-feira Santa, 18, na Catedral da Sé, para a Missa do Crisma. 

Nessa celebração que antecede o Tríduo Pascal, são abençoados os óleos utilizados nos ritos dos sacramentos do Batismo e Unção dos Enfermos e é consagrado o óleo do Crisma, utilizado nos sacramentos do Batismo, Confirmação e Ordem, e na dedicação de igrejas e altares. 

Nessa ocasião, os padres também renovam suas promessas sacerdotais, diante do Arcebispo, uma vez que, nesse dia, a Igreja recorda a instituição do sacerdócio cristão na última ceia. 

Além dos padres, concelebraram a missa o Arcebispo Emérito de São Paulo, Cardeal Cláudio Hummes, e os bispos auxiliares da Arquidiocese. 

POVO SACERDOTAL 

Na homilia, Dom Odilo recordou que todos  os cristão reunidos formam um “povo sacerdotal” ungido pelo Espírito Santo no Batismo. 

“Jesus Cristo, nosso Senhor e Redentor, é o Ungido do Pai, ‘cheio do Espírito Santo’, que anuncia ‘boas novas’, consola seu povo, alivia-o de seus pesos e males e lhe dá esperança. Ele faz de nós um povo sacerdotal: Para sermos testemunhas no mundo da redenção que Ele nos trouxe e comunicou”, afirmou.

MINISTROS DE CRISTO

O Cardeal também ressaltou que os padres e bispos foram ungidos ministros de Jesus Cristo no sacerdócio ministerial, para servir a Deus e ao seu povo. “E recebemos os dons necessários para servir os irmãos in persona Christi as ações sagradas nos divinos mistérios, na pregação da Palavra e no serviço da caridade pastoral e para comunicar à humanidade as riquezas da salvação e da vida eclesial”, continuou.

“É uma graça inestimável, que nunca saberemos agradecer e valorizar bastante”, enfatizou Dom Odilo, convidando todos os padres a renovarem as disposições e promessas sacerdotais. “Neste tempo, em que a Igreja vive em meio a desafios e tensões, peçamos a graça da generosa fidelidade e correspondência ao dom recebido”, acrescentou. 

COMUNHÃO E CONVERSÃO

Ainda segundo o Arcebispo, mais do que nunca, é preciso que haja uma verdadeira comunhão eclesial e ministerial, união de caridade sacerdotal, como Jesus pediu na última ceia, ao instituir o sacerdócio: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós”. 

O Cardeal reforçou a necessidade de uma verdadeira conversão pessoal, dos pecados, infidelidades e “de tudo aquilo que escandaliza o próximo e é contrário ao bom testemunho de Jesus Cristo”. Mas também da “conversão e renovação missionária”  vista de uma “Igreja em saída”, que vá ao encontro dos irmãos ausentes das comunidades e dos muitos espaços de dor e sofrimento. 

SACERDOTES DEDICADOS

Por fim, Dom Odilo salientou que essa era ocasião de agradecer a Deus pela generosa dedicação de tantos sacerdotes que se colocam cada dia ao serviço da Igreja nas múltiplas frentes de missão e responsabilidades eclesiais. 

“O povo de Deus é edificado por essa silenciosa e perseverante caridade pastoral, que não precisa ser espetacular nem cair imediatamente nas telas das mídias. Deus conhece cada ação e cada gesto de vocês no serviço sacerdotal e saberá recompensar a cada um”, afirmou.

GRATIDÃO

Em nome de todo o clero da Arquidiocese, o Padre Tarcísio Marques Mesquita, coordenador Arquidiocesano de Pastoral, expressou o afeto filial do presbitério para com seu arcebispo. 

“Ainda ha pouco, por meio das respostas afirmativas às suas interrogações de pai proferidas nessa sagrada liturgia, renovamos os nossos compromissos sacerdotais. Queremos vivê-los ao seu lado e sob o seu pastoreio!”, afirmou. 

Padre Tarcísio destacou que a constante presença de Dom Odilo junto aos padres os conforta e os incentiva a não esmorecer, “fazendo que se mantenha acesa a chama da fé”. 

“Suas palavras de pai firme e amoroso nos atinjam e nos salvem do hedonismo e indiferentismo tão próprios de nosso tempo. Que seu ministério episcopal, de pai e pastor, ecoe nos corações de nós padres e, sem formalidades e nunca por mera exigência, ponhamo-nos a rezar pela fecundidade de seu ministério”, manifestou o Padre, reiterando ao Arcebispo: “Pode contar conosco!˜. 

TRÍDUO PASCAL 

Nesta quinta-feira, às 19h, também na Catedral, o  Cardeal Scherer presidirá a Missa da Ceia do Senhor, com o rito do lava-pés, que recorda a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. 

Na sexta-feira, 19, às 15h, Dom Odilo presidira a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, com o rito de adoração da Cruz. 

No Sábado, 20,  às 19h, será celebrada a solene Vigília Pascal e, no domingo, 21, às 11h, a missa da Páscoa da Ressureição do Senhor. 


 

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Semana Santa: a porta que dá acesso à nova vida é aberta

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17 de abril de 2019

Época importante de aprofundamento interior e renovação das experiências de fé, a Semana Santa, também chamada por muitos de “Grande Semana” ou “Semana Maior”, é considerada a mais importante do ano pelos cristãos de todo o mundo. Nela, celebra-se o mistério salvífico de Jesus, a partir do qual toda realidade humana adquire sentido pleno.

Assim, o período compreendido entre o Domingo de Ramos e o Domingo de Páscoa, especialmente o Tríduo Pascal, traz em si a densidade do amor divino revelado a toda a humanidade, ocasião a que todo católico é convidado a vivenciar e aprofundar, com recolhimento e devoção.

O SÃO PAULO traz a seguir um apanhado do significado de cada dia da Semana Santa:

 

DOMINGO DE RAMOS: oficialmente chamado de Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, é nesse dia que começa a Semana Santa. Nele, a Igreja celebra dois mistérios distintos e complementares: a entrada solene de Jesus em Jerusalém para celebrar sua última e definitiva Páscoa e, também, a sua Paixão e Morte. A entrada é celebrada com a bênção e a procissão dos ramos, ao passo que sua Paixão e Morte são celebradas na missa.

Uma motivação histórica explica a situação acima: antigamente, em Roma, não havia uma Semana Santa. Celebrava-se, no sexto domingo da Quaresma, a Paixão e Morte de Cristo, e, no domingo seguinte, a Páscoa do Senhor. Foi somente no século XI que a procissão de Ramos, costume originário de Jerusalém, foi sendo disseminada na Espanha e na França, tendo chegado posteriormente a Roma e passado a fazer parte da liturgia romana.

SEGUNDA-FEIRA SANTA: o episódio central deste dia é o fato de Maria, irmã de Marta e Lázaro, ter lavado os pés de Jesus com nardo perfumado, prefiguração da unção do corpo do Senhor em sua sepultura, e a falsa indignação de Judas quanto ao “desperdício” daquele nobre material.

TERÇA-FEIRA SANTA: é o dia em que, com grande tristeza, Jesus anuncia a própria morte, causando grande sofrimento a seus discípulos. Anuncia também a traição e indica Judas como o responsável por tal ato.

QUARTA-FEIRA SANTA: na meditação evangélica deste dia, a traição de Judas é apresentada, descrevendo-se como o apóstolo traidor se dirigiu aos chefes dos sacerdotes, a quem se ofereceu para entregar Jesus em troca de 30 moedas de prata.

QUINTA-FEIRA: na celebração da Última Ceia de Nosso Senhor, Jesus interpreta o sentido de sua vida e de sua morte, instituindo o Santo Sacrifício como seu eterno memorial, vida e ápice da Igreja. Com o gesto de lavar, humildemente, os pés dos seus 12 apóstolos, deixa assim o exemplo do serviço aos irmãos. Surgem aqui dois importantes sacramentos, a Eucaristia e a Ordem, síntese de todos os dons que Deus dirige aos homens, sinal de amor como entrega e como serviço até o fim. Na ocasião, Jesus encorajou seus discípulos a amarem-se uns aos outros, como Ele o fez. Depois disso, dirigiu-se ao Getsêmani, tomou consigo três discípulos e começou sua agonia nos jardins, onde posteriormente foi preso pelos judeus.

SEXTA-FEIRA SANTA: relembra o dia em que Nosso Senhor Jesus Cristo, depois de ter sido preso, julgado e condenado, carrega a própria cruz até o monte Calvário e é crucificado e morto entre dois ladrões. Seu corpo foi depois retirado da cruz e colocado num sepulcro cavado na rocha. Nesse dia, pratica-se o jejum e a abstinência de carne, em sinal de penitência e respeito pela morte de Nosso Senhor

SÁBADO SANTO (VIGÍLIA PASCAL): no Sábado Santo, com a oração silenciosa, honra-se a sepultura de Jesus Cristo e a sua descida à mansão dos mortos, a fim de resgatar os justos.

A celebração da Vigília Pascal é o centro da Semana Santa. Toda a Quaresma e os dias santos são um preparativo para o momento culminante: o da Ressurreição, expressão da esperança na ressurreição final e na segunda vinda do Senhor.

Considerada “a mãe de todas as santas vigílias”, pois nela a Igreja mantém-se de vigia à espera da Ressurreição do Senhor, a celebração compreende quatro partes:

- a liturgia da luz, que celebra Cristo, luz que ilumina todo homem, simbolizada no círio pascal, imagem de Cristo Ressuscitado;

- a meditação, por meio das narrativas bíblicas, a respeito das maravilhas da história da salvação que Deus realizou desde o início pelo seu povo;

- o nascimento espiritual de novos filhos de Deus por meio do sacramento do Batismo e a renovação da fé batismal dos fiéis;

- a tão esperada comunhão pascal, na qual se rende ação de graças a Nosso Senhor por Sua gloriosa Ressurreição, na esperança de que os fiéis também possam ressurgir como Ele para a vida eterna.

DOMINGO DE PÁSCOA: considerado o ápice do ano litúrgico, é o grande dia em que se comemora o triunfo definitivo de Cristo sobre a morte, por meio de sua Ressurreição, que abriu definitivamente as portas do céu a toda a humanidade. Dia maior de celebrar a fé, considera-se a prova de amor inequívoca de Cristo, a representação do acontecimento-chave para reabilitação do ser humano decaído, a fim de reconquistar para sempre a amizade com Deus.

Páscoa é, portanto, a celebração da vitória, que conclama todo homem à sua maior dignidade. Dia da esperança universal, o dia em que, em torno do Ressuscitado, a vida humana encontra novo patamar, junto de Deus e ao lado dos irmãos!

 

LEIA TAMBÉM: Dom Devair: Semana Santa é tempo de celebrar a misericórdia de Deus

 

 

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‘Hoje começamos a celebrar a Páscoa’

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14 de abril de 2019

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu na manhã deste dia 14, na Catedral da Sé, a missa do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Essa celebração, marca o início da Semana Santa. 

“Hoje começamos a celebrar a Páscoa. Toda esta semana é celebração da Páscoa. Convido todos a participar dessa celebração com profunda fé”, explicou o Dom Odilo, na homilia. 

CONTRADIÇÃO HUMANA

Ao destacar os dois trechos dos evangelhos proclamados na liturgia desse dia – a entrada solene de Jesus em Jerusalém e a narrativa de sua paixão e morte no calvário – mostram o quanto as ações e reações humanas podem ser contraditórias. 

“O povo que aclamou Jesus no primeiro momento agora pede que o crucifiquem. São contradições as quais podemos cair quando nos deixamos influenciar por r discursos que não são orientados pela verdade.  Como é importante nos orientarmos pela verdade. Mantermo-nos firmes nas nossas convicções”, enfatizou. 

MISTÉRIO INSONDÁVEL 

O Cardeal Scherer ressaltou que para compreender  esse “insondável mistério da fé” é preciso não se deter apenas diante da cruz e do túmulo fechado.  “O túmulo vazio e os encontros com Jesus ressuscitado lançam luz nova sobre o mistério trágico dos sofrimentos e da morte de jesus na cruz”. 

“Jesus Cristo ressuscitado é a manifestação, no tempo e na história, da obra definitiva e completa que Deus prepara para nós”, acrescentou Dom Odilo. 

VIDA NOVA

Por fim, o Arcebispo lembrou que cada cristão participa da Páscoa do Senhor por meio do Batismo e do seu testemunho de vida cristã. “Com ele [Cristo] morremos ao pecado; com ele, ressuscitamos para a vida nova, para vivermos como ‘novas criaturas’. Abre-se para os que creem no Cristo ressuscitado, um horizonte de existência, onde terra e céu, tempo e eternidade se encontram”, concluiu. 

Dom Odilo também convidou os fiéis a participarem das celebrações da Semana Santa nas paróquias e comunidades da Arquidiocese, especialmente do Tríduo Pascal, que começa na quinta-feira, 18, com a Missa da Ceia do Senhor, e termina com a celebração da Páscoa da Ressureição, no domingo, 21. 

Leia a reportagem completa na próxima edição do jornal O SÃO PAULO, em 16/04/2019. 

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12 de abril de 2019

Inicia-se a Semana Santa, em que os cristãos revivem a última semana de Jesus sobre a terra, antes de se entregar à Paixão e Morte na Cruz.

Na celebração deste domingo, a Igreja se junta ao coro daqueles que, em Jerusalém, aclamavam o Messias enviado por Deus: “Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Lc 19,38), deitando ramos de palmeiras para que o Senhor da Glória passasse. É o canto do povo judeu que reconheceu em Jesus o Cristo enviado por Deus, que cumprira as profecias anunciadas, de forma especial a de Zacarias: “Exulta de alegria, filha de Sião, solta gritos de júbilo, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei, justo e vitorioso; ele é humilde e vem montado num jumento, no potro de uma jumenta” (Zc 9,9).

A celebração do Domingo de Ramos é justamente a celebração de reconhecimento da realeza de Cristo, que não vem como um dominador, mas como Aquele que serve a seu povo (cfMc 10,35-45). Que não veio para libertar o povo de uma dominação política, mas, sim, da dominação do pecado e da morte.

O Papa Francisco, na homilia de Domingo de Ramos de 2018, fala dessa alegria movida pela libertação dos pecados: “Jesus entra na cidade rodeado pelos seus, acompanhado por cânticos e gritos rumorosos. Podemos imaginar que são a voz do filho perdoado, a do leproso curado ou o balir da ovelha extraviada que ressoam. É o cântico do publicano e do impuro. Como deixar de aclamar Aquele que lhes restituíra a dignidade e a esperança? É a alegria de tantos pecadores perdoados que reencontraram ousadia e esperança. E eles gritam. Rejubilam. É a alegria”.

O início da Semana Santa exalta justamente isso: ao juntar a entrada triunfal em Jerusalém com o Evangelho da Paixão, a Igreja ensina que o triunfo de Cristo se dá não na entrada na Cidade Santa, mas no alto do Calvário, quando o Rei é glorificado na Cruz, como Ele mesmo predisse: “Quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32). Os gritos de “Hosana ao Filho de Davi” se fazem realidade na sua Morte, que salva – Hosana quer dizer “salvai-nos”– aqueles que se aproximam de sua Cruz.

Assim, na Paixão do Senhor, a Igreja convida a duas grandes atitudes: se, por um lado, deve-se buscar a alegria da salvação operada por Deus por meio da Cruz de seu Filho, devese, também, fazer pesar na alma a dor pelos pecados, que foram a causa dessa mesma Cruz, e tornar a lutar para não mais crucificar Jesus: “Se alguém quer vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me; Jesus nunca prometeu honras nem sucessos. Sempre avisou os seus amigos que a sua estrada era aquela: a vitória final passaria por meio da Paixão e da Cruz. E, para nós, vale o mesmo. Para seguir fielmente a Jesus, peçamos a graça de o fazer não por palavras, mas com as obras, e ter a paciência de suportar a nossa cruz: não a recusar nem jogar fora, mas, com os olhos fixos n’Ele, aceitá-la e carregá-la dia após dia”, exortava o Pontífice no Domingo de Ramos de 2017.


 

PROGRAMAÇÃO DO ARCEBISPO EMÉRITO E DOS BISPOS AUXILIARES 

CARDEAL CLÁUDIO HUMMES

Domingo de Ramos

9h – Catedral da Sé

Celebração da Paixão do Senhor

15h – Paróquia São Francisco de Assis (Largo São Francisco 133, Sé)

Vigília Pascal

19h – Paróquia Nossa Senhora do Brasil (Praça Nossa Senhora do Brasil, s/nº, Jardim Paulista)

Domingo de Páscoa

9h – Catedral da Sé

DOM EDUARDO VIEIRA DOS SANTOS

Domingo de Ramos

10h30 – Paróquia Santo Alberto Magno (Avenida Comendador Alberto Bonfiglioli, 247, Butantã)

Missa da Ceia do Senhor

19h30 – Área Pastoral São João Batista (Rua Francisco dos Santos, 68, Jardim Rizzo)

Celebração da Paixão do Senhor

15h – Área Pastoral São João Batista

Vigília Pascal

19h30 – Área Pastoral São João

Domingo de Páscoa

11h – Casa de Acolhida São José Moscati, da Missão Eucarística Voz dos Pobres (Km 13,5 da Rodovia Raposo Tavares, Butantã)

DOM CARLOS LEMA GARCIA

Missa da Ceia do Senhor

20h – Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima (Avenida Paula Ferreira,1.522, Vila Bonilha)

Celebração da Paixão do Senhor

15h – Paróquia São Vito Mártir (Rua Polignano A’Mare, 51, Brás)

Vigília Pascal

18h – Paróquia Nossa Senhora de Montserrat (Largo dos Pinheiros, 52, Pinheiros)

Domingo de Páscoa

17h – Paróquia Nossa Senhora do Brasil (Praça Nossa Senhora do Brasil, s/nº, Jardim Paulista)

DOM DEVAIR ARAÚJO DA FONSECA

Domingo de Ramos

7h – Paróquia Bom Jesus dos Passos (Rua Professor João Machado, 856, Freguesia do Ó)

Missa da Ceia do Senhor

20h – Paróquia Bom Jesus dos Passos

Celebração da Paixão do Senhor

15h – Paróquia Bom Jesus dos Passos

Vigília Pascal

19h – Paróquia Bom Jesus dos Passos

Domingo de Páscoa

18h – Paróquia Bom Jesus dos Passos

DOM SERGIO DE DEUS BORGES

Domingo de Ramos

11h – Eparquia Nossa Senhora do Paraíso (Rua do Paraíso, 21, Paraíso)

Terça-feira Santa

14h – Hospital Penitenciário 19h30 – Penitenciária de Santana

Missa da Ceia do Senhor

20h – Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Praça Comandante Eduardo de Oliveira, 88, Parque Edu Chaves)

Celebração da Paixão do Senhor

9h – Presídio Feminino de Santana 12h – Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Rua Murilo Furtado, 686, Parque Vitória) 15h – Paróquia Sant’Ana (Rua Voluntários da Pátria, 2.050) 19h – Eparquia Nossa Senhora do Paraíso

Vigília Pascal

12h – Eparquia Nossa Senhora do Paraíso

20h – Paróquia Nossa Senhora Aparecida

Domingo de Páscoa

11h – Eparquia Nossa Senhora do Paraíso

DOM LUIZ CARLOS DIAS 

Domingo de Ramos

9h - Paróquia São Benedito das Vitórias (Setor Carrão / Formosa -Pça Nossa Senhora das Vitórias, 137- Vila Formosa).

Missa da Ceia do Senhor

20h30 - Paróquia São Carlos Borromeu (Setor Belém - Rua Conselheiro Cotegipe, 933- Belenzinho)

Celebração da Paixão do Senhor

15h00 - Paróquia São Paulo Apóstolo (Setor São Mateus - Pça Miguel Ramos de Moura, 86- Jd IV Centenário)

Vigília Pascal

20h00 - Paróquia São Pedro Apóstolo (Setor Vl Prudente - Rua Ibitinga, 838- Vila Oratório)

A agenda dos demais Bispos Auxiliares não foi divulgada até a data desta publicação. 

 

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Cardeal Scherer preside Vigília Pascal na Catedral da Sé 

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01 de abril de 2018

“Todos somos convidados a nos alegrar e a renovar nosso compromisso de vida nova com Cristo”, afirmou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na homilia da solene Vigília Pascal, celebrada na Catedral da Sé, neste sábado, 31. 

A missa que anunciou a Páscoa da Ressurreição de Jesus Cristo começou no átrio da Catedral, onde foi abençoado o “fogo novo” do qual é aceso o círio pascal, vela que simboliza o Senhor ressuscitado. 

Considerada a mãe de todas as vigílias, esta celebração é marcada pela proclamação de sete leituras do Antigo Testamento, que narram a história da salvação do povo de Deus e duas leituras do Novo Testamento, dentre estas o Evangelho da ressurreição de Jesus. 

Outro momento significativo dessa celebração é a liturgia batismal. Nessa ocasião, houve o Batismo de nove adultos ex-dependentes químicos, que antes viviam em situação de rua e foram acolhidos e preparados pela Missão Belém. Também houve a renovação das promessas batismais de todos os fiéis, com destaque para um grupo de integrantes do Caminho Neocatecumenal.  

Ao refletir sobre o anúncio feito pelos anjos diante do sepulcro às primeiras testemunhas da ressureição, Dom Odilo afirmou: “Hoje somos nós esses mensageiros de Deus enviados a anunciar a todos que o senhor ressuscitou e está no meio de nós”. 

Neste Domingo de Páscoa, às 11h, Dom Odilo preside a missa solene da Páscoa da Ressureição na Catedral, com a participação da orquestra filarmônica do Senai e da Capela Musical da Catedral da Sé. A celebração será transmitida, ao vivo, pela rádio 9 de Julho e pela TV Bandeirantes

Assista ao trecho da Vigília Pascal: 

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