‘São Paulo é uma das únicas cidades brasileiras em que a razão da sua criação é extremamente cristã’

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25 de janeiro de 2019

Carla Galdeano Candiotti, 34, é historiadora do Cuidado do Patrimônio Histórico e Cultural da Província dos Jesuítas do Brasil, com formação em História e Comunicação. Ela é responsável pela organização, pesquisa histórica, catalogação e salvaguarda de acervos móveis e imóveis da Província Brasileira dos Jesuítas, entre outras funções. Ao O SÃO PAULO, Carla falou sobre curiosidades da fundação da cidade de São Paulo, como a origem do nome dado à rua Direita e a retomada do triângulo histórico da fundação, que compreende três igrejas: o Mosteiro de São Bento, a Igreja Nossa Senhora do Carmo e o Convento de São Francisco.

 

O SÃO PAULO - POR QUE O DIA 25 DE JANEIRO FOI ESCOLHIDO COMO DATA PARA A FUNDAÇÃO DE SÃO PAULO?

Carla Galdeano Candiotti - Os jesuítas escolheram o dia 25 de janeiro para inaugurar o Colégio de São Paulo de Piratininga, e o nome do Colégio leva o nome do Apóstolo São Paulo justamente por causa da evangelização dos gentios. Em torno desse Colégio, nasce um povoado, e esse povoado, crescendo, deu origem à cidade de São Paulo que assumiu, por sua vez, o nome do Colégio. A cidade foi fundada só em 1611, quando aconteceu a oficialização do nome. A Companhia de Jesus não tinha intenção de fundar uma cidade. A preocupação era, desde o início, com a evangelização dos indígenas. O povoado, contudo, começou a crescer, sobretudo depois que a Vila de Santo André da Borda do Campo de Piratininga [primeira povoação europeia na América Portuguesa a se distanciar do litoral] se transferiu para o povoado em torno do Colégio, devido aos ataques constantes dos nativos. Nesse momento, o povoado começou a ter algumas características de cidade, como o comércio diferenciado.

 

A NOME DADO À RUA “DIREITA” FOI INSPIRADO NA PASSAGEM BÍBLICA DA CONVERSÃO DE SAULO?

Há muitas histórias orais sobre a rua Direita. Antigamente, ela se chamava Direita também por estar à direita da Igreja de Santo Antônio da Praça do Patriarca [que começou a ser erguida em 1592], uma vez que a Sé ainda não tinha sido construída. Importante lembrar que a rua Direita é anterior à Catedral e a antiga Sé ficava num lugar diferente da Sé de hoje. Por isso, é muito provável que o nome tenha a ver com a tradição bíblica e remeta à rua Direita em que São Paulo se converteu, na estrada para Damasco

 

PODEMOS DIZER QUE A FUNDAÇÃO DE SÃO PAULO É MARCADA POR UMA HISTÓRIA DE FÉ?

Sim. Se pensarmos no resgate que foi feito após o 4º Centenário da Cidade, nos anos 1950, e a retomada do triângulo das igrejas históricas - Nossa Senhora do Carmo, Mosteiro de São Bento e o Convento de São Francisco -, podemos dizer que essa história começou a ser retomada ali.

A nomeação de São Paulo Apóstolo como patrono da cidade, recentemente, e a própria reconstrução do Pateo do Collegio nos ajudam, igualmente, a recontar essa história. São Paulo é uma das únicas cidades brasileiras em que a razão da sua criação é extremamente cristã, ou, se quisermos, é o próprio Cristo. Recordar a história nos ajuda a repensar mais uma vez esse motivo. As estátuas de São José de Anchieta e de São Paulo na Praça da Sé são elementos muito importantes nesse processo.

Podemos dizer que essa retomada nasceu também a partir da Semana de Arte Moderna, de 1922, em que um dos objetivos era, justamente, olhar para a história e ver o que ainda tínhamos. Havia um movimento de retomada dos traços característicos da nossa arquitetura, sobretudo do período barroco, arquitetura essa que estava desaparecendo por completo. A Semana de 1922 pretendia identificar esses prédios e preservá-los. Podemos dizer que a valorização do triângulo histórico e das igrejas que o compõe foi um dos frutos da Semana de Arte Moderna.

Em 1929, por sua vez, houve a instalação do Monumento Glória Imortal aos Fundadores de São Paulo, do escultor italiano Amadeo Zani, em frente ao Pateo do Collegio. O Monumento é uma alegoria da cidade, que é uma mulher vitoriosa com a tocha da sabedoria, afinal, a cidade nasce de um colégio. Ela é a tocha da sabedoria e do próprio Cristo. Do outro lado, a mulher tem o louro e a foice, elementos que remontam à sabedoria e ao trabalho. Naquela década, houve a retomada desses espaços históricos e a reunião de pessoas para a devolução do espaço do Pateo do Collegio à Companhia de Jesus.

 

NO PATEO, QUE ELEMENTOS NOS AJUDAM A MELHOR CONHECER A HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO?

O Pateo do Collegio é um complexo histórico cultural e religioso composto pelo Museu Anchieta, a Igreja São José de Anchieta, o Café do Pateo e a Biblioteca Padre Antonio Vieira. Em cada um desses espaços, podemos destacar alguns objetos que nos remontam a esse início da cidade. No Café, temos uma parede de taipa de pilão de 1585 (a taipa de pilão é uma técnica construtiva que consiste em comprimir a terra em formas de madeira). Essa parede sobreviveu a todas as transformações do Pateo do Collegio. Na igreja, vamos encontrar o fêmur de São José de Anchieta, um dos fundadores da cidade, e um dos crucifixos mais antigos de São Paulo, que está no altar central. O crucifixo é do início do século XVI. No Museu, iremos encontrar as paulistinhas, que são imagens sacras dos santos e da Virgem Maria que foram construídas pelos indígenas. São cerca de 15 imagens de terracota e barro, com um pequeno apoio de madeira, e que têm esse nome porque foram moldadas em São Paulo pelos nativos e apresentam traços próprios das etnias indígenas. A imagem do menino Jesus paulistinha, por exemplo, temos na versão europeia e na versão indígena, e ela é interessante para que as pessoas compreendam como se deu esse processo de evangelização. Não eram imagens somente decorativas, mas usadas no processo de catequese e, a partir delas, vemos o cuidado dos jesuítas para que os indígenas pudessem compreender os mistérios de fé. Na Biblioteca, temos um vasto acervo, desde o século XVI, sobre a história da cidade de São Paulo. Temos uma edição da Vita Cristhi, do Ludolfo da Saxônia, que foi um dos livros essenciais para a conversão de Santo Inácio de Loyola, e, por sua vez, da fundação dos jesuítas. Na Biblioteca, há, ainda, duas cartas do próprio São José de Anchieta, que foram escritas aqui em Piratininga. Essas cartas, em especial, remontam-nos imediatamente ao momento da fundação de São Paulo.

 

COMO HISTORIADORA, QUE CARACTERÍSTICA VOCÊ VÊ COMO MARCANTE NA CIDADE DE SÃO PAULO?

São Paulo cresceu de maneira desordenada e, por isso, muitos migrantes e imigrantes vieram para cá. Essa característica multicultural marca muito a cidade. O resultado disso é a quantidade de cultura, de uma rica gastronomia e de outras manifestações que são universais. É uma particularidade de São Paulo que atrai muitas pessoas e que torna a cidade um lugar diferenciado.

 

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Parabéns a São Paulo com muito esporte

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24 de janeiro de 2019

Na semana em que a cidade de São Paulo completa 465 anos, competições de diferentes modalidades são opções de entretenimento para quem vai passar o feriado prolongado na Capital Paulista, como um torneio internacional de polo aquático, uma experiência interativa com dois esportes de inverno no Museu do Futebol, corridas de rua e de automóvel, além da final da Copa São Paulo de Futebol Júnior. 

 

Polo aquático definirá vagas para o Mundial na Coreia do Sul

Segue até o próximo sábado, 26, a Copa Uana de Polo Aquático, na unidade do Sesi da Vila Leopoldina (Rua Carlos Weber, 835), na zona Oeste.

O torneio masculino está sendo disputado por Brasil, Estados Unidos, Canadá e Argentina; o feminino por Brasil, Cuba e Canadá. Os campeões e os vices garantirão lugar no Mundial de Esportes Aquáticos, que acontecerá em Gwangju, na Coreia do Sul, em julho

Após a estreia na terça-feira com derrota para o Canadá por 18 a 8, a seleção feminina enfrentará Cuba, na quinta-feira, 24, às 15h30. Já a seleção masculina (foto), após ter enfrentado Canadá e Estados Unidos, terá pela frente a Argentina, na quinta-feira, 24, às 18h30.

As semifinais serão na sexta-feira, 25: a feminina envolverá, às 15h30, a 2ª e 3ª colocadas na fase inicial, já que a seleção de melhor campanha estará automaticamente classificada para a decisão; já as duas semifinais do torneio masculino serão às 17h e às 18h30. No sábado, 26, a final feminina começará às 11h; a disputa do 3º lugar masculino às 12h30; e a decisão masculina às 14h.

PREPARATIVOS

A seleção masculina está em intenso trabalho de preparação para a Copa Uana desde 3 de janeiro, mantendo a base do time que conquistou o título do Sul-Americano de Polo Aquático, em novembro. Na avaliação do técnico do Brasil, André Avallone, jogar próximo à torcida pode ser decisivo.

"A motivação dos atletas, o conhecimento das piscinas, do local de disputa, a temperatura da água e do ambiente, pois especialmente os canadenses e norte-americanos não estão acostumados ao nosso calor nem à nossa comida bem típica, tudo isso pode fazer a diferença em favor do Brasil”, afirmou Avallone ao O SÃO PAULO.

O treinador acredita que a seleção masculina tem boas chances de alcançar uma das vagas no Mundial, mas espera bém como fazer um bom jogo contra os Estados Unidos, pois eles não conhecem bem o nosso jovem time, mas se puder escolher, melhor será enfrentar canadenses e argentinos”, concluiu. que o confronto na semifinal não seja contra os Estados Unidos. “Contra Canadá e Argentina, nós temos boas condições, mas não será fácil e contamos com a torcida a favor da gente. Temos também como fazer um bom jogo contra os Estados Unidos, pois eles não conhecem bem o nosso jovem time, mas se puder escolher, melhor será enfrentar canadenses e argentinos”, concluiu.

 

Esportes de inverno no Museu do Futebol

A experiência promete ser, no mínimo, curiosa: conhecer os esportes de inverno sem ter gelo por perto. Isso poderá ser vivenciado por quem for ao Museu do Futebol (Praça Charles Müller, no Estádio do Pacaembu), no domingo, 27, das 9h às 18h.

Uma das modalidades será o curling, o jogo em que uma série de pedras são jogadas com o objetivo de ficar mais próxima do alvo, marcado do outro lado da pista. Só que em vez de gelo, a pista no Museu do Futebol será feita com plástico resistente e as pedras terão uma espécie de rodinha para que sejam deslocadas mais facilmente. Nesse formato adaptado, o esporte é mais conhecido como street curling (foto) e tem o objetivo principal de oferecer uma vivência para o entendimento da dinâmica do esporte.

Essa experiência com o street curling já foi levada a outras partes do País pela Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), em parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

A outra modalidade que será mostrada de maneira recreativa é bobsled, aquele em que um trenó desliza sobre um tobogã de gelo. Quem for ao Museu do Futebol terá uma experiência mediada com essa modalidade, por meio da tecnologia de óculos de realidade virtual.

Final da 50ª Copa São Paulo de Futebol Júnior

Mais tradicional competição do futebol de base do Brasil, a Copa São Paulo de Futebol Júnior será decidida na sexta-feira, 25, às 15h30, no Estádio do Pacaembu, entre São Paulo e Vasco da Gama.

Este ano, a “Copinha”, como é mais conhecida, é disputada pela 50ª vez, desde 2 de janeiro, na Capital e em outras cidades do Estado. O campeão será conhecido após sete fases de disputa, totalizando 255 jogos, com 128 equipes, e mais de 3 mil atletas em ação.

Na história, os maiores campeões da Copinha são Corinthians (10 títulos), Fluminense (5), Flamengo e Internacional (4 títulos para cada um).

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São Paulo Apóstolo: testemunho de fé e de ardor missionário

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24 de janeiro de 2019

“O homem, por si só, não tem nenhuma grandeza: só se torna grande pela sua vocação e pela consagração total a uma obra sobre-humana. Ninguém, sob este aspecto, foi maior do que Paulo. A completa absorção e extinção do próprio eu em Cristo: este é o segredo da sua grandeza”.

A frase foi escrita pelo Monsenhor alemão Josef Holzner, que estudou por 30 anos a vida do Apóstolo Paulo, escreveu o livro “Paulo de Tarso” e foi um dos muitos que aprofundam a vida e os escritos de São Paulo Apóstolo, grande evangelizador e pregador da Palavra de Jesus Cristo entre os gentios.

A Solenidade da Conversão de Paulo é celebrada pela Igreja Católica em todo o mundo no dia 25 de janeiro. O ardor missionário foi, sem dúvida, o que moveu Paulo durante toda a sua trajetória após a conversão, narrada por ele mesmo nas cartas escritas aos Coríntios, aos Gálatas e aos Filipenses, além dos relatos do livro dos Atos dos Apóstolos.

 

EM COMUNIDADE

Porém, como o Apóstolo conseguiu viver com tanta intensidade o seguimento a Jesus, de tal forma a largar todas as coisas e considerar tudo como “perda diante do desejo de alcançar a Cristo?”, como ele diz no capítulo 3 da Carta aos Filipenses?

Uma das características da evangelização e do modo de viver de São Paulo foi a dimensão comunitária. Também hoje, a Igreja Católica convida seus fiéis a viver em comunidades para assim participar das celebrações eucarísticas e dos demais sacramentos, como modo de alimentar a fé e continuar firme no chamado que cada um recebeu.Antes de se converter, quando era ainda judeu observante, Paulo era autossuficiente. Ele achava que sozinho, observando a lei de Moisés, chegaria à santidade que desejava e obteria de Deus a salvação. Mas, ao encontrar-se, em Damasco, com o Cristo Ressuscitado, o Apóstolo compreendeu imediatamente que o seguimento de Jesus era comunitário.

Paulo passou de uma vida individualista para uma vida de comunhão. Foi por meio da ação e da palavra de outras pessoas que ele recebeu as respostas de Cristo para sua vida e missão.

 

MISSÃO ESPECIAL

São Paulo Apóstolo tinha consciência de que sua missão era única na Igreja, tanto em relação aos 12 Apóstolos como em relação aos colaboradores que com ele trabalhavam nas comunidades. Ele sabia, e não escondia de ninguém, que havia sido escolhido para anunciar o Evangelho a todos os povos e que havia recebido a revelação do Evangelho diretamente de Cristo Ressuscitado.

Em sua segunda viagem, Paulo recebeu outro companheiro, Silas. Também Timóteo, batizado por Paulo, integrou a equipe, e esta tornou-se intereclesial, isto é, formou-se com pessoas vindas de mais de uma comunidade.

Na terceira viagem, Paulo tinha uma equipe de sete pessoas, cada uma de uma comunidade das que ele havia fundado. A missão era comunitária e compartilhada. Cada um ia para uma cidade diferente, mas todos em profunda comunhão e liderados por Paulo.

 

EM SÍNODO

A experiência vivida por São Paulo e a capacidade que ele tinha de formar comunidades e equipes missionárias ajudam a motivar o caminho que está sendo realizado pela Arquidiocese de São Paulo durante o sínodo arquidiocesano.

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, escreveu, em 24 de fevereiro de 2018, uma reflexão para a abertura do sínodo. Na ocasião, afirmou: “O sínodo é uma importante ação eclesial, que vamos fazer juntos, como participantes de um grande ‘mutirão’ eclesial, com o objetivo de buscar o maior bem para a vida e a missão de nossa Igreja em São Paulo”.

Na mesma reflexão, o Arcebispo recordou o trecho dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35) e como eles foram capazes de caminhar ao lado de Jesus e só o perceberem quando Jesus revelase ao partir o pão. O Cardeal convida a todos a participar do sínodo para que a Arquidiocese viva essa renovação missionária. “Renovar-se no ânimo e no ardor missionário, sem pessimismos, derrotismos ou divisões individualistas. Renovar-se na prática da vida cristã e no testemunho da fé e da caridade. Renovar-se na evangelização e na organização pastoral”, continua Dom Odilo.

 

PONTO DE PARTIDA

Em entrevista ao O SÃO PAULO, por ocasião do início do sínodo, o Cônego Celso Pedro, Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia e doutor em Teologia, ressaltou que o ponto de partida de todo o ardor missionário vivido por São Paulo foi sua experiência pessoal com Jesus Cristo. “O Pai, que escolheu e chamou Paulo, revelou nele Jesus Cristo. Não revelou para ele, mas revelou nele. Antes de tudo, Paulo tem uma visão interior de Jesus Cristo. Começa a existir uma relação pessoal entre Paulo e Jesus, e a partir daí ele se torna um companheiro de trabalho inseparável de Jesus. Em Paulo, conversão e vocação se dão no mesmo momento. Tudo aconteceu para que Paulo anunciasse Jesus entre os pagãos”, explicou.

“Podemos destacar, também, o seu método de trabalho. Ele quer anunciar Jesus Cristo até os confins da terra. Como vai fazer isso de forma eficaz? Seu objetivo é o mesmo de Jesus: humanizar o ser humano. Paulo conhece a força do mal que domina o ser humano e a fraqueza dos indivíduos isolados. Por isso, dirá aos gálatas: ‘Foi para sermos livres que Cristo nos libertou’. Para tanto, é preciso que a nova criatura tenha a possibilidade de respirar a graça num ambiente não poluído pelo pecado. O pecado é o resultado da ação do poder demoníaco na sociedade humana. O ambiente não poluído é o Corpo de Cristo ou a comunidade cristã, presente no meio do mundo como fermento na massa”, continuou o Cônego.

 

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Igrejas ajudam a contar a história da fé e da arte na cidade

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24 de janeiro de 2019

O versículo bíblico “Deus habita esta cidade” (Sl 47,9), destacado na celebração do centenário da Arquidiocese de São Paulo, em 2008, tornou-se um lema para falar da presença da Igreja na Capital Paulista. Uma das expressões dessa presença são as igrejas históricas ao redor das quais nasceram bairros e que são verdadeiras obras de arte, nem sempre conhecidas pelos paulistanos.

 

IGREJA NOSSA SENHORA DA EXPECTAÇÃO (DO Ó)

Construída em 1901, a Igreja Nossa Senhora da Expectação, na Freguesia do Ó, zona Noroeste, é uma das mais antigas construções da Capital. A matriz original, de 1716, foi destruída por um incêndio cem anos depois. A igreja atual foi construída próxima do local da antiga.

A Igreja tem estilo romano e começou a ser pintada na década de 1940 por Salvador Ligabue, artista plástico que morou no bairro. Na cúpula, há uma pintura que representa o Espírito Santo. Na Capela do Santíssimo Sacramento, a pintura retrata a passagem dos discípulos de Emaús e a visita de Maria a Isabel. Conta-se que os anjos que adornam o Santíssimo foram reproduzidos a partir dos rostos dos filhos do pintor. Os grandes quadros do presbitério que retratam a multiplicação dos pães e a cura do paralítico são de autoria do Padre Mario Chelle. Em 2016, o templo passou por um restauro em sua fachada e no interior.

 

Endereço: Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, s/nº, Freguesia do Ó 

 Telefone: (11) 3932-1702

 

 

SANTUÁRIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Localizada no bairro de Campos Elíseos, a igreja-matriz da Paróquia Sagrado Coração de Jesus foi inaugurada em 1901, sendo elevada à categoria de santuário agregado à Basílica de São Pedro em 1914. É o mais antigo templo de estilo clássico-renascentista de São Paulo.

Seus painéis e afrescos são de autoria de Pedro Gentili e de uma grande pintora florentina, cujo nome é mantido em segredo, a seu pedido. A nave central é uma miniatura da nave da Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma. Os altares laterais possuem imagens esculpidas em madeira e mármore de origem italiana, francesa e alemã.

A arquitetura do prédio e o altar-mor, em mármore Carrara, são obras do artista salesiano Domingos Delpiano, assim como o Cristo Redentor de sete metros de altura, no alto da torre, em cobre dourado.

 

• Endereço: Alameda Dino Bueno, 285, Campos Elíseos (próximo ao Terminal Princesa Isabel)

• Telefone: (11) 3221-3622

 

BASÍLICA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO E SANTA IFIGÊNIA

Construída em 1794, no lugar da antiga matriz, a Igreja Nossa Senhora da Conceição e Santa Ifigênia, no Centro, funcionou como catedral provisória de São Paulo, de 1930 a 1954, durante a construção da Catedral da Sé. Em 1958, foi elevada pelo Papa Pio XII à categoria de basílica menor.

Projetado pelo arquiteto Johann Lorenz Madein, o templo foi inspirado em igrejas românicas alemãs. Seu interior é revestido de pinturas decorativas de Benedito Calixto, Carlos Oswald e Gino Catani. Outro destaque são os vitrais fabricados em Veneza, na Itália. Além da beleza artística, a Igreja Santa Ifigênia é conhecida por promover a adoração ao Santíssimo Sacramento ao longo de todo o dia.

 

• Endereço: Rua Santa Ifigênia, 30, Santa Ifigênia (próximo à estação São Bento do Metrô)

• Telefone: (11) 3229-6706

 

 

IGREJA NOSSA SENHORA DA BOA MORTE

Construída em 1810, no centro de São Paulo, para acolher a Irmandade dos Homens Pardos de Nossa Senhora da Boa Morte, essa é a única igreja da cidade que fica aberta durante as 24 horas do dia com adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento e atendimento aos pobres.

De construção modesta, em taipa de pilão, possui, no interior, uma capela-mor com tribunas e altar com a imagem de Nossa Senhora da Boa Morte, além das talhas em estilos rococó e neoclássico. Em 2005, foi fechada para restauro, sendo reaberta em 2010. Durante o restauro, foi encontrada, sob camadas de tinta, uma pintura barroca representando o Coroamento da Virgem Maria. Também foram restauradas 13 imagens sacras, uma delas a do Senhor Bom Jesus, que pertenceu ao antigo colégio dos Jesuítas. Em 2016, os três sinos da igreja foram restaurados com o patrocínio do Grupo Comolatti.

 

• Endereço: Rua do Carmo, 202, Centro (próximo à estação Sé do Metrô)

• Telefone: (11) 3101-6889

 

 

CATEDRAL GRECO-MELQUITA NOSSA SENHORA DO PARAÍSO

Localizada no bairro do Paraíso, o templo é sede da Eparquia Nossa Senhora do Paraíso, da Igreja Católica Greco-Melquita, um dos ritos orientais católicos, de origem sírio-libanesa.

Sua arquitetura exprime a tradição bizantina, como o iconóstase – parede decorada com ícones que separa a nave da igreja de seu presbitério (santuário). Há também ícones dos 12 Apóstolos e dos sagrados, um representando o Pantocrator (Cristo Onipotente), e o outro a Theotokos (Mãe de Deus). As pinturas na abóbada e nas paredes laterais apresentam a história da salvação.

 

• Endereço: (próximo à estação Paraíso do Metrô)

• Telefone: (11) 3141-0639

 

 

BASÍLICA NOSSA SENHORA DO CARMO

Inaugurada em 1934, essa igreja foi elevada à categoria de basílica menor em 1950, pelo Papa Pio XII. Idealizado pelo polonês Georg Przyrembel, adepto da arquitetura neocolonial, o templo aproveitou retábulos e componentes da antiga igreja conventual demolida em 1928.

As pinturas do forro foram feitas por Tullio Mugnaini, e as Vias-Sacras são obra de Carlos Oswald, o mesmo artista responsável pelo desenho final do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Os vitrais são obra da conhecida Casa Conrado. O órgão alemão de 1934, com dois teclados e 2.206 tubos, foi ampliado com acoplamentos que duplicam o seu efeito, dando-lhe, assim, a sonoridade de um instrumento de 9,6 mil tubos.

 

 Endereço: Rua Martiniano de Carvalho, 114, Bela Vista (próximo à estação São Joaquim do Metrô)

• Telefone: (11) 3146-4500

 

 

Além dos templos famosos, como a Catedral da Sé, a Igreja do Pateo do Collegio, o Convento São Francisco e o Mosteiro de São Bento, há muitas outras igrejas em diferentes bairros que valem a pena ser conhecidas por sua beleza e capacidade de conduzir os fiéis a uma experiência profunda com o sagrado, além de serem verdadeiros patrimônios culturais e arquitetônicos. Algums desses templos hoje não estão mais no território da Arquidiocese, mas são parte de sua história. Confira.

 

IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE SÃO FRANCISCO

Anexa à igreja do Convento São Francisco, no Centro, o templo teve sua construção concluída em 1787. Os altares laterais são dedicados a santos que pertenceram à Ordem Terceira Franciscana, como Santo Ivo e Santa Isabel de Portugal. Possui uma cúpula octogonal, decorada com pinturas do século XVIII.

No altar-mor, feito em estilo rococó por José de Oliveira Fernandes, em 1791, há uma imagem de São Francisco recebendo as chagas no Monte Alverne. O interior da igreja também possui diversas pinturas de autoria de José Patrício da Silva Manso – dentre elas, destacam-se a que São Francisco entrega sua regra aos irmãos terceiros e a da capela-mor, representando São Francisco subindo aos céus num carro de fogo. Após sete anos fechada para restauro, a igreja foi reaberta em 2014.

 

• Endereço: Largo São Francisco, 173, Centro (próximo às estações Sé e Anhangabaú do Metrô)

• Telefone: (11) 3291-2400 (Convento)

 

 

 

 

 

 

 

 

IGREJA SANT’ANA

Criada em 1895, a Paróquia Sant’Ana, na zona Norte, teve sua matriz construída entre 1907 e 1940. Projetado pelo arquiteto belga Affonso Bonjean em estilo românico com planta em forma de cruz, o templo possui obras do artista italiano Arthur Pederzolli, como as imagens de Sant’Ana e São Joaquim no altar, executadas entre 1933 e 1955, em madeira.

Há pinturas e afrescos do pintor espanhol Vicente Maeso, como a tela do casamento de Sant’Ana e São Joaquim. Também chama a atenção a escultura da imagem do Cristo Morto em dimensões naturais, em madeira, de Marino del Favero, datada do início do século XX. A igreja possui, ainda, uma imagem primitiva da padroeira, que pertenceu à Capela da Fazenda Sant’Ana dos jesuítas, tendo sua origem sido estimada entre os séculos XVI e XVII.

 

• Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 2.060, Santana (próximo à estação Santana do Metrô)

• Telefone: (11) 2281-9085

 

 

CAPELA SÃO MIGUEL ARCANJO

Considerada a igreja mais antiga do município de São Paulo, a Capela São Miguel Arcanjo, hoje pertencente à Diocese de São Miguel Paulista, na zona Leste, foi construída nas terras da antiga aldeia de El-Rei de São Miguel de Ururaí, administrada pelos missionários jesuítas nos séculos XVI e XVII. A primeira capela, construída por volta de 1580, foi substituída pela atual em 1622. No seu interior, existem peças em jacarandá torneadas. Foi um dos primeiros imóveis tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1938. Passou por restaurações em 1939 e 2011.

 

• Endereço: Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra, s/nº (próximo à estação São Miguel Paulista da CPTM)

 Telefone: (11) 2032-3921

 

 

 

IGREJA NOSSA SENHORA DO BRASIL

Criada em 1940, a Paróquia Nossa Senhora do Brasil, no Jardim América, teve sua matriz inaugurada em 1958. A autoria do projeto inicial da igreja, em estilo colonial brasileiro modernizado, era de autoria do engenheiro George Przirembel. No entanto, o projeto foi efetivamente executado pelo arquiteto e professor Bruno Simões Magro, catedrático da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.

Antônio Paim Vieira, pintor e ceramista, definiu a decoração dos interiores. É de sua autoria a pintura no teto da capela-mor que mostra o céu estrelado como no dia da Natividade de Maria. Ao centro, a Virgem e o Menino estão cercados de representantes das diversas regiões brasileiras, vestidos com roupas típicas. Os vitrais, azulejos, painéis e esculturas completam o conjunto arquitetônico. O teto da igreja é decorado com reproduções de pinturas da Capela Sistina.

 

• Endereço: Praça N. Sra. do Brasil, s/nº, Jardim América

• Contato: (11) 3082-9786

 

 

IGREJA NOSSA SENHORA DA PAZ

Construída pela comunidade italiana, em 1940, na baixada do Glicério, e atualmente frequentada principalmente por imigrantes latino-americanos, essa igreja possui um rico acervo cultural desconhecido pela maioria dos paulistanos.

O arquiteto responsável pelo templo foi Leopoldo Pettini. Sua obra dialoga muito com a arte greco-romana. Destacam-se os afrescos de Fúlvio Pennacchi, considerado um dos maiores muralistas do País durante o século XX, e as esculturas de Galileo Emendabili.

 

• Endereço: Rua do Glicério, 225, Liberdade

• Telefone: (11) 3209-5388 

 

 

 

 

(Com informações de Veja, Sesc, Patrimônio Espiritual e São Paulo Antigo)

 

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Aproveite! Você mora num dos maiores centros gastronômicos do mundo!

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21 de janeiro de 2019

Experimentar pela primeira vez um cannoli, doce típico siciliano, é uma experiência gastronômica marcante. Imagine experimentar um cannoli por apenas R$ 6,50 em pleno Bixiga, bairro tradicional da Capital Paulista? E para isso, não é necessário pedir a sobremesa em nenhuma cantina ou restaurante da região, mas simplesmente visitar a ‘Feira de Antiguidades’, que acontece desde 1984, na Praça Dom Orione, esquina com as ruas 13 de maio e Rui Barbosa.

As cozinhas italiana, espanhola, tailandesa, síria, indiana, árabe, francesa, chilena, peruana, paquistanesa e muitas outras, de diferentes países, estão presentes em São Paulo, tornando a Capital Paulista uma referência mundial no que se refere à Gastronomia.

Feiras gastronômicas com os conhecidos foods trucks internacionais ou com comidas típicas de diferentes regiões do País são cada vez mais comuns e atraem um público que busca qualidade e bom preço.

 

PIZZA E PASTEL DE FEIRA

São Paulo parece ter descoberto seu modo próprio de fazer pizza. São milhares de alternativas para os mais diferentes gostos e bolsos, que fizeram da cidade paulista a capital brasileira da pizza.

Outra particularidade da cidade são os pastéis de feira, oferecidos nas feiras livres que acontecem em todas as regiões, em diferentes dias da semana. Com dezenas de opções, as pastelarias de feiras inovam e oferecem aos clientes produtos de qualidade a preço justo.

Os donos desses estabelecimentos que já fazem parte do circuito são cuidadosos para fidelizar uma clientela disposta a matar a fome e viver uma experiência gastronômica prazerosa e sem sustos em relação à higiene e à qualidade.

As muitas unidades dos Sesc também são ótimas opções para quem quer comer bem gastando pouco. A recém- -inaugurada unidade da Paulista, por exemplo, oferece uma refeição completa com suco e sobremesa pelo valor de R$ 20,00. No Sesc Pinheiros, um espetinho com queijo coalho e melado de cana e uma taça de vinho saem por cerca de R$ 12,00, e, no Sesc Santana, a tigelinha de escondidinho de carne com mandioca e a salada da casa custam menos de R$ 10,00.

CAPITAL GASTRÔNOMICA

Monica Gutierrez Estevez Brancher, 43, chef executiva, pós-graduanda em Gastronomia e Cozinha Autoral e voluntária na Associação Aliança de Misericórdia, além de ser uma das responsáveis pelo curso profissionalizante de técnicas gastronômicas iniciado em agosto de 2018, disse em entrevista ao O SÃO PAULO que a cidade de São Paulo está entre as mais conceituadas capitais do mundo quando o assunto é Gastronomia.

“Aqui encontramos todas as novidades no setor, restaurantes e várias cozinhas internacionais com custos que cabem em diversos orçamentos familiares”, disse Monica. A chef recordou que o início da Gastronomia internacional em SP se deu na década de 1990 com a vinda de alguns chefs europeus convidados para trabalhar em grandes hotéis, o que fez com que houvesse o despertar para uma profissionalização na área e o aumento de importação de produtos gastronômicos mais sofisticados.

 

A ERA DOS CHEFES

Monica explicou, também, que os chefs brasileiros começaram a aparecer, não somente pela sua capacidade profissional, mas também pela valorização dos produtos regionais brasileiros. “Em vários eventos internacionais, chefs renomados mundialmente ficavam encantados com os sabores brasileiros. Nos anos seguintes, houve o despertar da Gastronomia pelo público geral, diversos programas de TV foram criados, as escolas de culinária e os cursos de Gastronomia se espalharam por São Paulo. Com vários investidores nacionais e internacionais, a cidade acabou se tornando um polo gastronômico com reconhecimento mundial”, continuou.

A opinião sobre a ascensão dos chefs é compartilhada por Ana Lucia Del Carlo Comolatti, artista plástica e diretora social do Grupo Comolatti, que atende 90 instituições a cada ano, realizando ações de caridade. Ao Grupo Comolatti pertence o restaurante Terraço Itália, localizado na avenida Ipiranga, no centro da Capital.

“Nesses 40 anos de experiência na área, percebo que há uma grande valorização dos chefs de cozinha. O chef tornou-se altamente valorizado, sobretudo os jovens, se são inovadores e, além da técnica, têm muito amor pelo que fazem”, enfatizou Ana Lucia.

INOVAÇÃO

São Paulo sempre segue as tendências mundiais quando o assunto é alimentação. Atualmente, o que está sendo muito valorizado são questões relacionadas à sustentabilidade, saúde e valorização dos produtores locais. No que diz respeito à sustentabilidade, as preocupações vão desde a construção mais consciente do local até a redução e descarte correto do lixo. A saúde abrange as questões de alimentos não alergênicos, alimentos fitness, vegetarianos e veganos. Por isso, existem muitos estabelecimentos sendo inaugurados com essas bandeiras. Em relação à valorização dos produtores locais, a maioria dos chefs hoje em dia não quer usar os produtos industrializados e optam pelos naturais, frescos e orgânicos. Com a valorização do produtor local, todos ganham: produtor, chef e consumidor.

 

EM FAMÍLIA

Reunir a família para comer é, sem dúvida, um dos momentos mais alegres e marcantes para todas as idades. Seja o almoço de domingo na casa da avó, seja aquela refeição fora, a experiência marca a vida e é capaz de ficar na memória, como algo, além de gostoso, afetivo e único. Para Monica e Ana Lucia, essas lembranças fazem parte da trajetória pessoal de cada uma.

“Meus pais são espanhóis. Minha mãe veio ainda pequena e meu pai ainda jovem. Todas as pessoas que já visitaram a Espanha alguma vez já devem ter percebido como se come bem por lá, não somente nos bares e restaurantes, mas nas casas das famílias também. A família pode ser simples, mas a mesa é sempre farta e acolhedora”, explicou Monica.

A chef recorda-se das suas avós, que cozinhavam bastante. “A comida delas era mais do campo, da região central e perto de Portugal. Minha comida preferida dessa época é um cozido feito com grão de bico e carne de porco (dependendo da região é conhecido como Cozido Madrileño ou Pucchero)”, recordou Monica.

Ana Lucia Comolatti, por sua vez, lembrou-se dos lugares que ia, quando pequena, com a família. “Meu pai amava frequentar a Cantina do Piero e, aos domingos, íamos à Pizzaria Jaraguá, na Freguesia do Ó, que tinha uma pizza frita deliciosa.

 

TODOS AO FOGÃO

É claro que, com tantas opções de restaurantes e lugares para se comer bem na Capital, nem sempre é fácil escolher. Na opinião de Monica, a forma mais barata e divertida de comer bem é cozinhar em casa e envolver a família toda no preparo da refeição.

“As famílias nas grandes cidades têm uma agenda muito ocupada e não têm mais tempo de aproveitar a convivência ao redor da mesa. Muitas vezes, cada um faz a sua refeição em horários diferentes ou na rua. Por isso, aos fins de semana, se a família puder dar um tempo na correria e conseguir fazer isso junto, verá que é uma experiência muito rica. Não só pelo fato de cozinhar em si, mas pela partilha, diálogo e tempo juntos”, pondera Monica.

PROJETO MÃOS À OBRA

Ana Beatriz Hauptmann é Diretora de Relações Institucionais e membro da Comunidade Aliança de Misericórdia. Ela explicou, ao O SÃO PAULO, como surgiu a iniciativa do projeto Mãos à Obra, que em 2018 ofereceu aulas de Gastronomia com chefs voluntários para jovens da periferia de São Paulo, na região de Taipas, na zona Noroeste da Capital.

“Após um censo que realizamos na região, percebemos que a maior deficiência era a falta de aparelhos que se ocupassem com a formação profissional dos jovens, e, por isso, demos início ao projeto Mãos à Obra, que oferece cursos profissionalizantes”, explicou Ana Beatriz.

A ideia é que os alunos comecem a produzir massas caseiras que serão vendidas, e o dinheiro contribuirá com a manutenção do centro onde aprendem a cozinhar. Ana Lucia Comolatti, coordenadora voluntária do projeto Mãos à Obra e membro do Conselho Consultivo da Credipaz, falou sobre a importância de ajudar os jovens a se qualificar para pensar em começar o próprio negócio ou se inserir no mercado de trabalho.

 

10 DICAS do PRATO FIRMEZA

Tapiocaria Parada Inglesa

Rua Manuel Taveira, 100 - Parada Inglesa

De segunda a sexta-feira, das 14h30 às 20h

Quintal do Açaí

Rua Abílio Primo Nalim, 165 - Jardim Maristela (Brasilândia)

Todos os dias, das 16h à 0h

Alibabar

Rua Dr. César, 131A – Santana

De segunda a quinta-feira, das 10h às 20h Sexta-feira e sábado, das 10h à 0h

OH! Glória Artesanal Burguers

Rua das Jangadas, 72 – Paraisópolis

De terça-feira a domingo, das 11h à 1h30 (fecha no último domingo do mês)

SS Domingues Casa de Pães

Rua São Teodoro, 769 - Vila Carmosina

Todos os dias, 24 horas

Espetinho Heliópolis

Rua Cônego Xavier, 19 - Cidade Nova Heliópolis

De segunda a sexta-feira, das 17h às 2h

Sábados, domingos e feriados, das 12h às 2h

Pastel Gigante

Avenida Cândido José Xavier, 100 - Parque Santo Antônio

De segunda-feira a sábado, das 11h às 21h30

Dr. Naturale

Rua Agenor de Barros, 270 - Vila Ponte Rasa

De segunda a quinta-feira, das 9h às 18h Sexta-feira, das 9h às 16h Domingo, das10h30 às 15h30h

Ari do Caldo

Rua Bernardo Fonseca Lobo, 485 - Jardim Daysy

De segunda-feira a sábado, das 11h às 21h

Casa da Árvore – Bar e Cultura

Avenida Dr. Felipe Pinel, 305 - Vila Pirituba

Quarta e quinta-feira, das 16h às 23h30 De sexta-feira a domingo, das 11h30 às 23h30

10 DICAS DA CHEFE MONICA BRANCHER

Trattoria Famiglia Mancini

Terraço Itália

Praça São Lourenço

Badebec

Adega Santiago

Piu-Piccolo

Capim Santo

Manioca

A Casa do Porco Bar

Esquina Mocotó

 

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Enchentes em São Paulo preocupam população e poder público

Por
19 de janeiro de 2019

O verão chegou e com ele as fortes chuvas e os transtornos por elas causados. Conforme projeções do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC-INPE), a estação este ano deve ter temperaturas acima da média histórica. O aquecimento é consequência da formação do fenômeno El Niño, que também impacta na incidência das chuvas.

O El Niño ocorre quando há o aquecimento das águas superficiais da porção equatorial do Oceano Pacífico. O vapor d’água mais quente altera os padrões de ventos, causando a variação na distribuição e intensidade das chuvas e na temperatura.

 

40 ANOS DE ALAGAMENTOS

Os fiéis da Paróquia São José, no Jardim Monte Alegre, zona Oeste de São Paulo, enfrentam os constantes alagamentos de suas casas e da igreja-matriz há pelo menos 40 anos. Localizada à margem do córrego Ribeirão Vermelho, na rua José Vicente Ramos, que transborda sempre que chove forte, o templo foi inundado três vezes só no mês de dezembro. No primeiro dia de 2019, houve outro alagamento, que provocou o cancelamento da missa da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.

Os moradores do bairro já perderam as esperanças de ver uma solução, pois, segundo relatam, a briga com o poder público por melhorias no córrego já existe há 40 anos. “Já perdemos as contas de quantas vezes tivemos que cancelar missas e reuniões por causa da chuva. Mesmo quando a água não invade a igreja, o alagamento na rua impede o acesso das pessoas à Paróquia”, relatou o secretário paroquial, Edmilson Gonçalves.

 

TRANSTORNOS

Já virou rotina dos paroquianos lidar com entulhos, lixo e mau cheiro das águas sem canalização que emergem a céu aberto, além dos danos materiais. Quando há o transbordamento do córrego, a água invade a igreja não apenas pelas portas, mas também pelos encanamentos de esgoto.

Apesar dos transtornos, o povo não desanima: ao visitar a igreja no dia seguinte ao último alagamento, a reportagem do O SÃO PAULO encontrou o templo limpo, organizado, sem nenhum sinal de que havia sofrido uma enchente. Ao mesmo tempo, percebeu-se o clima de tensão com a iminência de chuva a qualquer momento.

Padre Jaidan Gomes Freire, Administrador Paroquial, contou que já houve situações em que ele ou o Vigário Paroquial, Padre Admário Gama Cambrainha, tiveram que mandar mensagens aos fiéis para informar que “dessa vez não entrou água na Igreja”.

 

O CÓRREGO

O Ribeirão Vermelho é um córrego de divisa intermunicipal entre São Paulo e Osasco (SP). Em contato com a Arquidiocese de São Paulo, a Prefeitura Regional de Pirituba/Jaraguá, responsável pela área, explicou que o córrego não comporta o volume de água nesta época de chuvas pelo fato de haver construções irregulares ao longo de suas margens, extinguindo praticamente toda a sua área de várzea, que naturalmente serviria para o escoamento das águas nas cheias.

Atualmente, só é possível fazer a limpeza manual do córrego e das margens, pois um serviço com máquinas para o desassoreamento ou aprofundamento da calha tornou-se inviável por causa das ocupações no seu entorno.

 

LIXO E ESGOTO

A Prefeitura Regional também chamou a atenção para o fato de os moradores jogarem muito lixo no córrego, o que agrava o risco de transbordamento, bem como o fato de boa parte do esgoto das moradias do bairro ser despejada nele, sem tratamento.

Em 2017, foi inaugurado o Piscinão Anhanguera, na divisa entre São Paulo e Osasco, que consegue reter o volume de água da chuva que seguiria para Osasco, não alterando muito a situação do trecho da rua da igreja.

A administração regional reconhece a necessidade de outro piscinão acima do vale onde fica o córrego, a fim de conter o volume de água pluvial e o esgoto que desce para o Ribeirão Vermelho, mas não há previsão para essa obra.

A única boa notícia que os moradores do Jardim Monte Alegre receberam nos últimos dias é a aprovação da licitação da limpeza manual das margens do córrego, que será realizada até o fim do mês.

 

OPERAÇÃO CHUVAS DE VERÃO

Para enfrentar esse período, a Prefeitura de São Paulo implantou, em dezembro, a Operação Chuvas de Verão 2018/2019, que tem o objetivo de reunir recursos de órgãos e secretarias municipais, procurando realizar ações de caráter preventivo, de socorro, assistencial e recuperativo. O plano vigora de novembro a abril ou sempre que houver necessidade.

Esses órgãos, em suas áreas de atuação, realizam operações de desobstrução de bueiros e limpeza de ruas, transporte e alojamento de desabrigados, acampamentos e abrigos de emergência, suprimentos para desabrigados e assistência social a vítimas de emergência.

Desse modo, a cidade se organiza para as ocorrências do período intenso de chuvas, como inundações e deslizamentos de encostas, evitando ou minimizando os danos causados.

 

'RESPEITE A CHUVA'

O Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), da Prefeitura, também possui um serviço disponível na internet (chuvasdeverao.prefeitura.sp.gov.br), com boletins diários da previsão do tempo, alerta de chuvas fortes e pontos de alagamento.

O canal também contém dicas sobre medidas de segurança a serem tomadas em casos de tempestades, informações sobre o trabalho realizado pela Prefeitura para conter as enchentes, além de orientações sobre como a população pode fazer a sua parte para evitar os alagamentos.

(Com informações da Prefeitura de São Paulo e G1)
 

Responsabilidade de todos

Além das obras e políticas públicas para o combate às enchentes, é importante que cada cidadão tome consciência de sua responsabilidade para que não haja alagamentos na cidade. Para isso, é preciso ter certas atitudes, como:

Contribuir para uma cidade limpa, não jogando lixo nas ruas, rios, lagoas, terrenos baldios etc.;

O lixo deve ser colocado em sacos plásticos, respeitando-se os dias e horários da coleta, de forma a evitar que ele seja espalhado na rua por animais e que seja carregado pelas águas das chuvas;

Não colocar lixo nos vasos sanitários e pias, evitando entupimento da rede de esgotos e da rede de drenagem;

Não deixar materiais de construção sem proteção das chuvas, seja na calçada, seja no terreno, de forma a evitar que parte desses materiais seja levada pelas chuvas para a rede de drenagem e para os rios;

Dar destino adequado ao entulho (resíduos da construção civil), entrando em contato com a empresa de limpeza urbana ou com a Prefeitura, a fim de viabilizar sua coleta;

Se sua comunidade contar com o serviço de coleta seletiva, cada cidadão deve separar o lixo reciclável (metais, plásticos, vidros e papel) do lixo orgânico (restos de alimentos).

Se não tiver, ajude a organizar, procure uma cooperativa de catadores;

Denuncie casos de lançamento irregular de lixo, entulho e esgoto a céu aberto, terrenos baldios, espaços públicos ociosos, beira de rios, encostas etc.

Ligue para a central de atendimento da Prefeitura de São Paulo, pelo telefone 156.

 

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São Paulo abriga cerca de 130 museus

Por
15 de janeiro de 2019

São Paulo é uma cidade com muitas possibilidades. No que se refere aos museus e casas de cultura, a cidade mantém uma multiplicidade de lugares indicados para toda a família e com programações variadas. Só na Avenida Paulista, um dos lugares mais visitados da cidade, há museus e espaços culturais imperdíveis e abertos ao público.

Além do Masp e da Casa das Rosas, espaços como o Centro Cultural Fiesp, o Instituto Moreira Salles, o Itaú Cultural e a Japan House São Paulo compõem o circuito, que conta ainda com o Cine Caixa Belas Artes, o Espaço Cultural Conjunto Nacional, o Espaço Itaú de Cinema, o Instituto Cervantes e o Mirante 9 de Julho.

 

O QUE É UM MUSEU?

Engana-se quem pensa que os museus são espaços em que só existem coisas antigas. De acordo com o conceito descrito no site da Fundação Rui Barbosa para Crianças do Rio de Janeiro, o museu é uma casa de criação onde se preserva a memória de uma cidade, de um país ou de uma pessoa. “Museu é o lugar de histórias interessantes que nos faz viajar no tempo. Mas, apesar de contar histórias que já aconteceram, o museu é o lugar para pensarmos o presente e refletirmos sobre o nosso tempo”, continua o texto.

O site recorda, ainda, que o termo museu vem do grego museion, que era considerado o templo das musas. “As musas eram filhas de Mnemósine (a memória), protetoras das Artes e da História. A deusa Memória dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e de lembrá- -los à coletividade”, explica o texto.

O primeiro museu do Brasil é o Museu Nacional, criado em 1818, por Dom João VI (que pegou fogo em 2 de setembro de 2018 no Rio de Janeiro). O País tem quase 2 mil museus. Os da cidade de São Paulo somam aproximadamente 130 instituições.

 

IMAGINAÇÃO

“Desde criança, frequento museus em São Paulo. O primeiro foi o Paulista, o famoso “Museu do Ipiranga” – fechado para visitação desde 2013 por falta de conservação da sua estrutura arquitetônica – localizado no Parque da Independência. Lembro-me de visitar também, naquele dia, a Casa do Grito, neste mesmo parque, e chamou minha atenção um detalhe no conteúdo dos painéis que explicavam a história da casa: ali era um sítio arqueológico!”.

A lembrança é de Andrezza Bicudo, 24, historiadora que já trabalhou no Sítio Morrinhos em São Paulo e é apaixonada por História e Arqueologia. Dessa sua primeira visita a um museu, ela recorda-se, ainda, de fotos das escavações realizadas e uma vitrine na parede que exibia sua técnica construtiva, o pau-a-pique.

 

ONTEM

“Fiquei mais maravilhada com aquela casinha simples, sem muita coisa dentro, do que com o monumental Museu Paulista”, continuou Andrezza, que, mais de dez anos depois, teve a oportunidade de estudar sobre a Casa do Grito, sua história, sua arquitetura, as escavações arqueológicas e ter contato direto com os materiais lá encontrados. “Um verdadeiro privilégio e uma conquista para aquela menina”, disse a jovem.

A grande referência museológica de Andrezza na Capital Paulista é o Museu da Cidade de São Paulo. “Muita gente conhece apenas algumas de suas unidades, mas não sabe que, juntas, elas compõem este museu municipal. A Casa do Grito é uma delas, assim como o Sítio Morrinhos, a OCA, o Solar da Marquesa de Santos, sede do museu, entre outras. O Museu da Cidade contribui na compreensão dos diferentes cotidianos paulistanos desde o século XVI até os dias de hoje, aborda os processos de urbanização da cidade, entre outras reflexões que possibilitam pensar a cidade no passado e hoje”, explicou.

 

MUSEU DA CIDADE DE SÃO PAULO

O Museu da Cidade de São Paulo é uma rede de casas históricas, construídas entre os séculos XVII e XX e distribuídas nas várias regiões da cidade, que representam remanescentes da ocupação da área rural e urbana da cidade de São Paulo.

Criado em 1993 e hoje administrado pelo Departamento de Museus da Secretaria Municipal de Cultura, é formado por 12 unidades, além de manter a guarda da OCA e do Pavilhão das Culturas no Parque do Ibirapuera. São elas: Beco do Pinto, Casa da Imagem, Capela do Morumbi, Casa Bandeirante, Casa do Grito, Casa do Tatuapé, Casa do Sítio da Ressaca, Casa Sertanista, Chácara Lane, Cripta Imperial, Sítio Morrinhos e Solar da Marquesa de Santos.

O projeto para o Museu da Cidade de São Paulo revela um percurso unificado para suas unidades, que deverão constituir as estruturas do Sistema Municipal de Museus.

(Com informações do Museu da Cidade)
 

CASA DE VIDRO

(Arquiteta Lina Bo Bardi) Rua General Almérico de Moura, 200

Quinta-feira a sábado, 10h, 11h30, 14h e 15h30

Ingresso: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (estudante, professor, terceira idade)

Telefone: (11) 3744-9902 Email: info@institutobardi.org

 

CASA MÁRIO DE ANDRADE

Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda

Terça-feira a domingo, das 10h às 18h

Telefones: (11) 3666-5803 / 3826-4085

Grátis

 

CASA GUILHERME DE ALMEIDA

Museu: Rua Macapá, 187 - Perdizes

Telefones: (11) 3673-1883 / 3803-8525

E-mail: contato@casaguilhermedealmeida.org.br

Grátis

 

OFICINA OSWALD DE ANDRADE

Rua Três Rios, 363 - Bom Retiro

Segunda a sexta-feira, das 9h às 22h; sábados, das 10h às 18h

Telefone: (11) 3222-4683 E-mail: oswalddeandrade@oficinasculturais.org.br

Grátis

 

CASA DO GRITO

Praça do Monumento, 199- 259

Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Telefone: (11) 2273-4981 E-mail: educativomuseudacidade@gmail.com

Grátis

 

CASA DO TATUAPÉ

Rua Guabijú, 49

Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Telefone: (11) 2296-4330 Email: educativomuseusdacidade@gmail.com

Grátis

 

CASA DO BANDEIRANTE

Praça Monteiro Lobato - Butantã

Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Telefone: (11) 3031-0920 Email: educativomuseusdacidade@gmail.com

Grátis

 

CASA DO SERTANISTA

Praça Ênio Barbato, s/n - Caxingui

Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Telefone: (11) 3726-6348 Email: educativomuseusdacidade@gmail.com

Grátis

 

CASA MODERNISTA

Rua Santa Cruz, 325 - Vila Mariana

Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Telefone: (11) 5083-3232 Email: educativomuseusdacidade@gmail.com

Grátis

 

SÍTIO MORRINHOS

Rua Santo Anselmo, 102

Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Telefone: (11) 2236-6121 Email: educativomuseusdacidade@gmail.com

Grátis

 

SOLAR DA MARQUESA

Rua Roberto Símonsen, 136

Terça-feira a domingo, das 9h às 17h

Telefone: (11) 3241-1081 Email: educativomuseusdacidade@gmail.com

Grátis

 

MUSEU LASAR SEGALL

Rua Berta, 111 - Vila Mariana

Quarta a segunda-feira, das 11h às 19h

Telefone: (11) 2159-0400

Grátis

 

CHÁCARA LANE

Rua da Consolação, 1.024 - Consolação

Terça-feira a domingo, das 10h às 18h

Telefone: (11) 3129-3361

Grátis

 

Fonte: clickmuseus

 

ARTE SACRA

O Museu de Arte Sacra de São Paulo é fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação aconteceu em 29 de junho de 1970. A partir dessa data, o Museu de Arte Sacra passou a ocupar a ala esquerda térrea do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz.

A parte mais antiga do complexo foi construída sob orientação de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão para abrigar o recolhimento das irmãs concepcionistas. O acervo do museu começou a ser formado por Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo, que, a partir de 1907, passou a recolher imagens sacras de igrejas e pequenas capelas de fazendas que sistematicamente eram demolidas após a proclamação da República.

 

MUSEU DA PESSOA

O Museu da Pessoa é um museu virtual e colaborativo. Está aberto a todos que queiram registrar e compartilhar sua história de vida. O acervo reúne quase 20 mil histórias, sem contar as fotografias, documentos e vídeos. Padre Paolo Parise, diretor do Centro de Estudos Migratórios (CEM) e que realiza um trabalho na Casa do Migrante, na Rua do Glicério, centro da Capital Paulista, faz parte do acervo do Museu.

“O Museu da Pessoa acredita que valorizar a diversidade cultural e a história de cada pessoa como patrimônio da humanidade é contribuir para a construção de uma cultura de paz. Nossa principal missão é a de ser um museu aberto e colaborativo, que transforme as histórias de vida de toda e qualquer pessoa em fonte de conhecimento, compreensão e conexão entre pessoas e povos”, descreve o texto de apresentação no site do museu.

 

MUSEUS-CASA LITERÁRIOS DE SÃO PAULO

Localizada na Avenida Paulista, 37, a Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura – integra a rede de Museus-Casa Literários de São Paulo, com a Casa Guilherme de Almeida e a Casa Mário de Andrade.

O edifício onde está localizada a Casa das Rosas foi projetado pelo arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo, do mesmo escritório responsável por prédios como a Pinacoteca do Estado, o Theatro Municipal, o Prédio da Light e o Mercado Público de São Paulo.

A mansão foi concluída em 1935. Lá, os herdeiros de Ramos de Azevedo viveram até meados dos anos 1980. Reinaugurada em 2004, como Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, a Casa das Rosas tem oferecido à população de São Paulo cursos, oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, lançamentos de livros, apresentações literárias e musicais, saraus, peças de teatro e exposições ligadas à literatura.

UM POUCO DE HISTÓRIA

Ulpiano Bezetta de Meneses é professor no Departamento de História, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Referência no que se refere ao estudo dos museus e sua importância cultural, ele recorda que no museu as pessoas se defrontam com objetos como objetos, em suas múltiplas significações e funções.

“É a função documental do museu que garante não só a democratização da experiência e do conhecimento humanos, como, ainda, a possibilidade de fazer com que a mudança deixe de ser um salto do escuro para o vazio e passe a ser inteligível”, explicou no texto intitulado “Do teatro da memória ao laboratório da História: a exposição museológica e o conhecimento histórico”, disponível para consulta na internet.

 

DICA!

As listas dos museus de São Paulo, bem como os serviços oferecidos em cada um, podem ser encontradas na página do Facebook Click Museus. O Click Museus tem como missão aproximar e facilitar a comunicação dos museus com as pessoas, disseminando a ideia de que museus além de serem espaços de educação, abrangem também lazer e entretenimento.

“Pensando nisso, criamos uma plataforma única, baseada em pesquisas da opinião pública sobre como os museus poderiam ser mais atraentes, e quais são as maiores dificuldades de acesso para aqueles que pensam em visitá-los”, explica o texto de descrição da página.

 

CONFIRA UMA LISTA DOS MUSEUS PARA VISITAR DURANTE AS FÉRIAS

 

PARA ANDAR DE BICICLETA

Museu de Arte Moderna de São Paulo Museu de Arte Contemporânea

Museu Afro Brasil Museu do Ipiranga

Museu Florestal

Capela Imperial

Obelisco

Oca

 

PARA FAZER PIQUENIQUE

Museu Casa do Bandeirante

Museu Casa do Sertanista

Museu Casa Modernista

Museu Sítio Morrinhos

Museu Casa do Tatuapé

Museu Florestal

Museu Botânico

 

PARA LEVAR CRIANÇAS

Museu da Imaginação

Museu da Magica

Museu do Inseto

Catavento Cultural

Museu do Futebol

Museu de Zoologia

 

PARA LEVAR ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO

Sítio Morrinhos

Casa do Bandeirante

Casa do Sertanista

Casa do Grito

Oca

Obelisco

Museu de Arte Urbana

Museu Penitenciário

Museu de Arte Moderna

Museu de Arte contemporânea

PS: O pet pode adentrar o jardim e o entorno da instituição.

(Com informações da Página Click Museus)

 

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Com Doria, PSDB vence 7ª eleição seguida em SP

Por
31 de outubro de 2018

Na eleição estadual mais disputada de todo o Brasil em 2018, o paulistano João Doria Junior, 60, do PSDB, foi eleito para comandar o Estado de São Paulo, no domingo, 28 de outubro, superando o atual governador, Márcio França (PSB), por uma diferença de cerca de 700 mil votos. 

Essa foi a sétima vitória seguida do PSDB nas eleições em São Paulo. Os tucanos venceram com Mário Covas em 1994 e 1998, com Geraldo Alckmin em 2002, 2010 e 2014 e com José Serra em 2006. 

Nestas eleições, Doria foi o preferido de 10,99 milhões de eleitores (51,75% dos votos válidos), enquanto França obteve 10,25 milhões de votos (48,25%). O candidato derrotado, que governa o Estado desde abril, quando Geraldo Alckmin (PSDB) renunciou ao cargo para concorrer à Presidência da República, parabenizou o ex-prefeito da Capital Paulista, q ue também em abril deixou a Prefeitura de São Paulo para participar da disputa estadual. “Não podemos de jeito nenhum, a partir de janeiro, ter qualquer gesto de rancor ou torcer para dar errado. Temos que torcer para dar certo”, disse França. 

 

NEM UM NEM OUTRO PARA 35% DOS PAULISTAS

Repetindo um cenário verificado nas eleições em todo o Brasil, a disputa em São Paulo registrou elevado índice de abstenções: dos 33,04 milhões de eleitores, 7,19 milhões (21,78% do total) não compareceram às urnas. Além disso, 3,54 milhões anularam o voto (10,71% do eleitorado) e 1,05 milhão (3,19%) votou em branco. O somatório desses percentuais indica que aproximadamente 35% dos paulistas não optou por nenhum dos candidatos que chegaram ao 2º turno. Os 10,99 milhões de votos do governador eleito representam aproximadamente 1/3 (33,26%) dos eleitores do Estado São Paulo.

 

DORIA PREVALECE NO INTERIOR; FRANÇA NA CAPITAL

Dos 645 municípios paulistas, Doria foi vitorioso em 392 (60,7% do total), a maioria no interior do Estado. O número é inferior ao de 509 cidades onde o tucano obteve mais votos no 1º turno e bem abaixo do alcançado por Alckmin em 2014, que venceu em 644 cidades. O pleito daquele ano foi decidido no 1º turno. Em 2018, pela primeira vez após 16 anos, houve a necessidade de dois turnos para a definição do eleito ao Palácio dos Bandeirantes. 

França foi o mais votado em 253 cidades, a ampla maioria no litoral paulista e no Vale do Ribeira. Também ficou à frente na Capital Paulista, com 58,1% dos votos válidos contra 41,9% de Doria.  

 

ALINHAMENTO COM BOLSONARO

Após ser confirmado como vencedor das eleições estaduais, João Doria concedeu entrevista coletiva no Clube Homs, na Capital Paulista. Ele reafirmou o alinhamento programático com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (leia mais na página 11), do qual se aproximou especialmente no 2º turno, com a estratégia de campanha chamada de “BolsoDoria”. 

“Vamos governar para todos os brasileiros de São Paulo. A nossa gestão será da transparência, liberal, inovadora. Conosco será a nova política. Nós, a partir de janeiro, estamos aposentando a velha política de São Paulo. São Paulo vai liderar a nova política, progressista, desenvolvimentista, para gerar empregos, atrair capital externo, gerar recursos no agro, turismo, indústria, tecnologia e ciência”, disse o eleito, afirmando confiar na capacidade de Bolsonaro para unificar o Brasil.

13 PARTIDOS ELEGEM GOVERNADORES

PT

2014: 5 estados

2018: 4 estados (população somada de 30,6 milhões de pessoas); Eleitos: Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí) – em 1º turno – e Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), em 2º turno

MDB

2014: 7 estados

2018: 3 estados (14,8 milhões de pessoas); Eleitos: Renan Filho (Alagoas), em 1º turno; e Ibaneis Rocha (Distrito Federal) e Helder Barbalho (Pará), em 2º turno

PSDB

2014: 5 estados

2018: 3 estados (59,6 milhões de pessoas); Eleitos: João Doria (São Paulo), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) e Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), todos em 2º turno

PSL

2014: nenhum estado

2018: 3 estados (9,4 milhões de pessoas); Eleitos: Comandante Moises da Silva (Santa Catarina), Coronel Marcos Rocha (Rondônia) e Antonio Denarium (Roraima), todos em 2º turno

PSB

2014: 3 estados

2018: 3 estados (17,5 milhões de pessoas); Eleitos: Paulo Câmara (Pernambuco), João Azevêdo (Paraíba) e Renato Casagrande (Espírito Santo), todos em 1º turno

DEM

2014: Nenhum estado

2018:  2 estados (10,4 milhões de pessoas); Eleitos: Mauro Mendes (Mato Grosso) e Ronaldo Caiado (Goiás), todos em 1º turno

PSC

2014: Nenhum estado

2018:  2 estados (21,2 milhões de pessoas); Eleitos: Wilson Witzel (Rio de Janeiro) e Wilson Lima (Amazonas), em 2º turno

PSD

2014: 2 estados

2018: 2 estados (13,6 milhões de pessoas); Eleitos: Ratinho Junior (Paraná), 1º turno; e Belivaldo Chagas (Sergipe), 2º turno

PDT

2014: 2 estados

2018: 1 estado (800 mil pessoas); Eleito: Walder Góes (Amapá), em 2º turno

NOVO

2014: Nenhum estado

2018: 1 estado (21 milhões de pessoas); Eleito: Romeu Zema (Minas Gerais), 2º turno

PCDOB

2014: 1 estado

2018: 1 estado (7 milhões de pessoas); Eleito: Flávio Dino (Maranhão), 1º turno

PHS

2014: Nenhum estado

2018: 1 estado (1,6 milhão de pessoas); Eleito: Mauro Carlesse (Tocantins), 1º turno

PP

2014: 1 estado

2018: 1 estado (900 mil pessoas); Eleito: Gladson Cameli (Acre), em 1º turno

(Com informações da Agência Brasil, BBC e TSE)
 

CAMINHOS PARA O PSDB

Doria também falou sobre o futuro do PSDB, que pela primeira vez desde 1994 não elegeu o Presidente da República nem chegou ao 2º turno na disputa nacional.

“A partir de 1° de janeiro, no meu PSDB, acabou o muro. Não tem mais muro. Este será o novo PSDB, um partido que tem lado”, comentou. Durante a campanha, Doria desvinculou sua imagem à do presidenciável Alckmin, que também é presidente nacional do partido, e foi criticado por lideranças históricas dos tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador Alberto Goldman. Doria afirmou que com o resultado conquistado em São Paulo, “logicamente que a correlação de forças [no PSDB] muda. É da política isso”. Ele ainda comentou que “o PSDB precisa se sintonizar com o momento presente e futuro do nosso País”. 

Sobre o modo com que pretende governar o Estado, Doria disse que vai reduzir o número de secretarias e que será “um governador municipalista”. 

(Com informações da Agência Brasil e G1)
 

Cardeal Scherer parabeniza João Doria


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

LEIA TAMBÉM: Eleito presidente, Bolsonaro garante respeito à Constituição e à democracia

 

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Eleição em São Paulo terá 2º turno após 16 anos

Por
11 de outubro de 2018

Em 28 de outubro, os eleitores de São Paulo voltarão às urnas para definir a eleição ao governo do Estado. Desde 2002, quando Geraldo Alckmin (PSDB) superou José Genoíno (PT) não havia 2º turno na disputa estadual. 

Na votação do domingo, 7, João Doria (PSDB) recebeu 6,4 milhões de votos (31,77% dos votos válidos). O ex-prefeito da Capital Paulista vai concorrer contra o atual governador, Márcio França (PSB), que recebeu 4,358 milhões de votos (21,53%) e superou por apenas 89 mil votos o 3º colocado, Paulo Skaf (MDB). 

Além de disputar o eleitorado dos candidatos derrotados em 1º turno, Doria e França têm como desafio convencer os 7,1 milhões de eleitores que não compareceram às urnas no domingo, o equivalente a 21,53% dos mais de 33 milhões de eleitores de São Paulo. Outro dado éque o percentual de votos nulos e brancos no 1º turno chegou a 8,79%. 

Para a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), a advogada Janaina Paschoal (PSL), uma das autoras do pedido de impeachment contra a ex- -presidente Dilma Rousseff (PT), foi eleita com votação recorde de 2 milhões de votos. A lista dos cinco mais votados tem ainda Arthur Mamãe Falei (DEM), com 478,28 mil de votos; Carlos Giannazi (PSOL), com 218,7 mil; Coronel Telhada (PP), com 214,4 mil; e Gil Diniz (PSL), com 214 mil. O PSL passa a ter a maior bancada da casa, com 15 deputados, superando o PSDB, que perdeu nove cadeiras, passando de 19 para 10 deputados. 

Dos 94 eleitos, 52 são novos em relação à atual legislatura, uma taxa de renovação de 55%. Entre os que se candidataram tentando reeleição, 33 não conseguiram. 

 

LEIA TAMBÉM: Apuração

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Exposição mostra história de São Paulo por meio de escrituras públicas

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20 de setembro de 2018

O Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo abriu a exposição Memórias Notariais: série de documentos históricos, que apresenta 13 registros, como a escritura de emancipação de Dumont (Alberto Santos Dumont, inventor brasileiro que construiu os primeiros balões dirigíveis com motor a gasolina) ou a escritura de bens de Assis Chateaubriand, o Chatô. Com entrada gratuita, a exposição pode ser vista no Salão dos Passos Perdidos, na entrada principal da sede do TJ, na Praça da Sé. A visitação é aberta de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30, até 28 de setembro.

Os documentos mostram a história de lugares e personalidades paulistas por intermédio das escrituras públicas arquivadas nos cartórios, com o apoio da Seção São Paulo do Colégio Notarial do Brasil. Há documentos raros, como as escrituras de compra e venda da Casa Rosa das Rosas (1913) e de constituição de condomínio do Copan, considerado ponto turístico da capital.

A mostra tem ainda duas escrituras de escravos de 1871 e o documento datado de 1623, no qual o tabelião Simão Borges Sequeira, da então Vila de São Paulo, relata o assassinato de um índio que iria se converter ao catolicismo.

Os amantes do futebol podem ver as escrituras públicas dos principais estádios dos clubes paulistas: Parque São Jorge, Palestra Itália, Morumbi, Vila Belmiro e o estádio do Juventus, localizado na Rua Javari.
 

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