‘Sem Barreiras’

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19 de setembro de 2019

São Paulo recebe, de 17 a 22, o “Sem Barreiras – Festival de Acessibilidade e Artistas com Deficiência”. Criado pelas Secretarias Municipais de Cultura e da Pessoa com Deficiência e com o apoio de diversas instituições da cidade, o evento acontece em vários pontos da cidade e traz mais de cem atrações: cinema, circo, contação de histórias, dança, debates, exposições, intervenções, música, oficinas, palestras, performances, passeios, poesia, teatro, visitas mediadas, entre outras. 


O objetivo do Festival é divulgar o trabalho realizado pelos artistas com deficiência, trazendo reconhecimento e visibilidade a cada um deles, em qualquer forma de manifestação cultural em que estejam envolvidos. A intenção dos organizadores é fazer com que a população paulistana veja a deficiência com outros olhos, de maneira a mudar sua percepção a respeito dela, além de valorizar o potencial de cada pessoa com deficiência, em toda sua inteireza.

Outro propósito do evento é também mostrar a importância da divulgação dos símbolos de acessibilidade comunicacional (Libras, audiodescrição e legenda oculta [closed caption]) em toda a programação cultural da cidade, facilitando a vida das pessoas que precisam desses recursos.


A programação completa do Festival pode ser conferida em https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/pessoa_com_deficiencia/cultura_inclusiva/index.php?p=244267.

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O esporte entra em ação para melhorar a vida das pessoas com deficiência

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23 de setembro de 2019

Reabilitação, resgate da autoestima e inclusão social são alguns dos benefícios observados na prática esportiva para as pessoas com deficiência. Especialistas incentivam a realização de atividades físicas regulares, que, além de prevenir doenças, promovem a integração social e mostram que, mesmo com as limitações da deficiência, é possível ter uma vida normal e saudável. 


“A atividade física gera inúmeros benefícios para todas as pessoas, tenham elas ou não alguma deficiência. Mas quando pensamos em uma pessoa com algum tipo de deficiência, ela terá uma considerável melhora na agilidade, equilíbrio, força, coordenação motora, e todas as capacidades físicas serão desenvolvidas dentro do aspecto e limitação que ela possui”, disse o professor e preparador físico Lucas Vilas Boas ao O SÃO PAULO.

SUPERAR LIMITES

 
O esporte adaptado surgiu no início do século XX, para deficientes auditivos, e a partir de 1920 muitas modalidades esportivas passaram a ser adaptadas. O grande pioneiro que utilizou o esporte como meio de reabilitação física foi o médico alemão Ludwig Guttmann, que em 1944 abriu um centro especializado em lesões na coluna, o Stoke Mandeville Hospital, a pedido do governo britânico.


O local foi utilizado para a recuperação dos soldados feridos após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), e passou a valer-se do esporte como meio de reabilitação física. Guttmann começou a promover competições locais com os militares recuperados. Devido ao grande sucesso, outros países se juntaram às competições, que culminaram na realização dos primeiros Jogos Paralímpicos, em Roma, na Itália, em 1960.

INCLUSÃO E AUTOESTIMA


No Brasil, o primeiro esporte adaptado praticado foi o basquete em cadeira de rodas. Enquanto realizavam tratamento médico nos Estados Unidos, brasileiros com deficiência conheceram a modalidade e a trouxeram ao País. Em 1958, foi fundado o Clube do Otimismo, no Rio de Janeiro, por iniciativa de Robson Sampaio de Almeida e pela ação do técnico Aldo Miccolis, dois pioneiros do paradesporto no Brasil.


A exclusão da sociedade é um dos principais desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência, e fator gerador de desânimo e baixa autoestima. Segundo Rodrigo Scialfa Falcão, psicólogo especialista em Psicologia do Esporte, a atividade física é um importante instrumento, mas convém que seja acompanhada por um profissional especializado. 


“Uma das principais contribuições é com relação à autoestima de quem pratica esporte e possui alguma deficiência. Além de melhorar a saúde em geral, há toda essa questão da superação dos limites e confiança. Caso seja praticado um esporte coletivo, também há a inclusão social e a integração”, afirmou Falcão à reportagem.

BASE PARA A FELICIDADE


Por proporcionar reabilitação, desenvoltura, autoestima e inclusão social, o esporte é uma ferramenta extremamente útil para a superação dos desafios existenciais que podem advir de uma deficiência, uma vez que auxilia o deficiente a compreender que suas limitações não o impedem de encontrar um autêntico sentido para sua existência. A superação de si mesmo e a doação ao outro, isto é, a realização dos valores fundamentais para a felicidade do ser humano, estão ao alcance de qualquer pessoa, como bem mostrou o psiquiatra austríaco Viktor Frankl, fundador da Logoterapia. Apoiando-se nas bases proporcionadas pelo esporte, a pessoa com deficiência pode abrir-se a uma nova esperança, e vir a descobrir na sua deficiência uma oportunidade, mais do que uma limitação.

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Descrever para anunciar o amor de Deus a toda criatura

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19 de setembro de 2019

A primeira transmissão com audiodescrição da televisão brasileira ocorreu ao vivo, durante a Missa da Acessibilidade, realizada no Santuário Nacional de Aparecida, em 22 de setembro de 2013, transmitida pela Rede Aparecida de Comunicação. 


Toda a programação da emissora tem o recurso de acessibilidade comunicacional, ou, closed caption, desenvolvido por meio do reconhecimento de voz – um “legendista” repete o que está sendo dito pelo comunicador e um sistema de voz faz a transcrição. Após a finalização e checagem, o material é enviado para o sistema closed caption, e, finalmente, é transmitido nos televisores.


Já a audiodescrição na televisão traz uma narrativa extremamente descritiva de elementos visuais e sonoros (cenários, figurinos, expressões faciais, movimentação de personagens), inseridos nos intervalos de falas.

ACOLHER 


Flávia Machado, mestra em TV Digital pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), desde 2011, coordena o setor de acessibilidade da Rede Aparecida de Comunicação. Ela falou ao O SÃO PAULO que a inclusão de pessoas com deficiência nos meios de comunicação é a resposta para os ensinamentos de Jesus Cristo: “Ele era a pessoa da inclusão, trazia todo mundo para dentro e dava dignidade. A acessibilidade é promover esse diálogo, ampliar o acesso à informação e à acolhida, respeitando as características que as outras pessoas têm”.


No Brasil, um cronograma específico determinou que até 2017 todas as emissoras oferecessem a legenda oculta ao longo da programação, e que até 2020 todas tenham audiodescrição por 20 horas semanais. (JS)

 

COMO ATIVAR ESTES RECURSOS?


O closed caption é acionado pela tecla CC presente nos controles remotos dos aparelhos televisivos e dos conversores digitais.
A audiodescrição é ativada ao alterar o canal de áudio do aparelho televisivo ou do conversor digital. Pode ser feita por meio da tecla SAP ou MTS (variando a marca do aparelho de TV). Em alguns modelos de TV ou de conversores digitais esta mudança é feita no menu de configuração de áudio. (JS)

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O primeiro padre surdo do Brasil

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19 de setembro de 2019

Na história da Igreja, há o registro de pelo menos 25 surdos que foram ordenados sacerdotes. É sabido também que o criador do primeiro método para o ensino de surdos foi o monge beneditino espanhol Pedro Ponce de León (1520-1584), tendo estabelecido uma escola para surdos no Mosteiro de San Salvador, em Oña Burgos. 


Contudo, o Sacerdote reconhecido como o primeiro a utilizar a linguagem de sinais foi o francês Charles Jean-Marie La Fonta (1878-1927), ordenado presbítero em 1921. Neste mesmo ano, nasceu o primeiro padre surdo do Brasil, Monsenhor Vicente de Paula Burnier.


Nascido em Juiz de Fora (MG), em uma família de nove irmãos, dos quais cinco eram surdos, Vicente tinha dois irmãos no seminário, mas ele, por ser surdo, não foi aceito, por duas vezes. Mas isso não o desencorajou e, ao ler a vida do Padre Charles, aumentaram sua fé e sua esperança. 

ORDENAÇÃO
Em 1936, Vicente se matriculou no curso de Filosofia no mesmo seminário em que estudaram seus irmãos, e onde se formou em 1941. Depois, matriculou-se no curso de Teologia, no Seminário Maior São José, em Mariana (MG). Ao se formar, em 1947, soube que não poderia ser ordenado Sacerdote pelo fato de ser surdo. Em 1950, Vicente foi até Roma pedir diretamente ao Papa Pio XII a autorização para ser Padre. 


Ao entrar no escritório do Pontífice, Vicente ajoelhou-se e pediu ao Papa se poderia ser ordenado. Pio XII questionou se ele teria condições de celebrar uma missa. Então, o Seminarista mostrou que havia aprendido, com muito esforço, a pronunciar as palavras da consagração e recordou que já havia um precedente na história com a ordenação do Padre Charles. Então, o Papa não só autorizou como celebrou sua ordenação, em 22 de julho de 1951. 


Monsenhor Vicente trabalhou durante muitos anos com a comunidade surda. Viajava para ensinar Catecismo e celebrar os sacramentos. Ajudou a fundar inúmeras pastorais dos surdos em várias partes do Brasil. Ao mesmo tempo, colaborou com associações de surdos, valorizando a linguagem de sinais e incentivando os deficientes auditivos a buscar seu espaço na sociedade. Ele morreu em 2009, aos 88 anos. (FG)

 

 

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Igreja volta o seu olhar para a pessoa com deficiência

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19 de setembro de 2019

Em 21 de setembro, comemora-se o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência (PCDs) na sociedade. 


Na Arquidiocese de São Paulo, a comemoração foi antecipada para o domingo, 15, quando houve uma missa na Catedral da Sé, com a participação de membros da Pastoral da Pessoa com Deficiência. A celebração foi presidida pelo Cura da Catedral, Padre Luiz Eduardo Baronto. 


Na homilia, Padre Baronto saudou os membros da Pastoral da Pessoa com Deficiência e valorizou o trabalho dos agentes e voluntários. “Quero agradecer a todos o ministério e o serviço que prestam – colaborando, diretamente, com as pessoas que precisam ser cuidadas. A Igreja volta o seu olhar de modo particular às necessidades especiais. Obrigad0 pela presença de vocês aqui na Catedral”, disse.  

 

AO REDOR DA MESA 
A missa contou com folhetos em braile e o recurso da audiodescrição, que contribuem para a inclusão e acessibilidade da pessoa com deficiência.


Lucas Souza, que proclamou a primeira leitura em braile, falou sobre o valor da audiodescrição. Ele recordou que, mesmo frequentando a Igreja desde a infância, não conhecia objetos litúrgicos como, por exemplo, a patena, e que só após participar de uma missa com audiodescrição pôde tomar conhecimento de sua forma e significado.


“A Igreja, ao atuar com a sociedade nesse movimento de inclusão está de parabéns por colocar em uma das suas principais igrejas, um movimento que mostra que o deficiente pode participar efetivamente como qualquer pessoa”, completou Lucas.

FRUTO DA FRATERNIDADE


A Pastoral da Pessoa com Deficiência nasceu a partir da Campanha da Fraternidade de 2006 – “Fraternidade e Pessoas com Deficiência” – reunindo grupos e organizações católicas de pessoas com deficiência na Arquidiocese de São Paulo. Tem como objetivos:

 

  •  Criar uma cultura de acessibilidade e acolhimento nos espaços físicos e de comunicação nas paróquias para as pessoas com deficiência.
  •  Fortalecer as pessoas com deficiência a fim de que saiam do isolamento e da exclusão social, para se libertarem da condição de assistidos e ascenderem à posição de evangelizadores.
  •  Promover a emancipação e a dignidade das pessoas com deficiência e seus familiares.
  •  Dar visibilidade, estimular e fortalecer a participação e o protagonismo das pessoas com deficiência na Igreja e na sociedade;
  •  Estabelecer parcerias e vínculos com outras pastorais;
  •  Estudar os conteúdos bíblicos na perspectiva da inclusão e da participação das pessoas com deficiência;
  •  Estabelecer laços com as pessoas com deficiência e suas famílias com atenção especial para as que se encontram em situação de vulnerabilidade social.

AÇÕES CONCRETAS

  • Desde 2012, a Pastoral da Pessoa com Deficiência promove a implantação do Projeto Igreja Acessível (PIA), que busca garantir: 
  •  Acessibilidade arquitetônica em todos os locais da paróquia, com especial atenção aos sanitários;
  •  Acessibilidade à comunicação – interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e audiodescrição e produção de materiais adaptados;
  •  Capacitação do corpo de catequistas para atuar na inclusão de pessoas com deficiência;
  •  Criação de núcleos afinados com o método do emprego apoiado que favoreçam a admissão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. 

PASTORAL DOS SURDOS 
Fundada em 1950, tem a finalidade auxiliar os surdos na vivência da fé nas comunidades eclesiais, por meio da Língua Brasileira de Sinais. Auxilia na formação de intérpretes de Libras para atuar nas comunidades. 

FRATERNIDADE CRISTÃ DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (FCD) 
É um movimento internacional ecumênico de apostolado cristão nascido na França, em 1942, por inspiração do Monsenhor Henri François, como resposta concreta à situação das pessoas com deficiência marginalizadas pela sociedade.


Tem o objetivo de despertar na pessoa com deficiência o valor da vida e fazê-la descobrir suas potencialidades e dons; promover sua integração na família, na comunidade e na sociedade; formar núcleos onde ocorram trocas de experiências, estudos, reflexões a partir da realidade de cada um.

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Todos devem se envolver na socialização e integração das pessoas com deficiência

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27 de setembro de 2018

Em 21 de setembro, é celebrado o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência. A data foi oficializada em 2005, pela lei Nº 11.133, porém desde 1982 já eram realizadas comemorações.

É considerado pessoa com deficiência, toda aquela que apresenta impedimento a longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, impossibilitando sua efetiva participação social, de maneira igualitária. A lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, prevê entre outras mudanças, o uso da expressão ‘Pessoas com Deficiência’.

HISTÓRICO

Os desafios enfrentados por essas pessoas surgem principalmente após um difícil período da história. Depois das duas grandes guerras mundiais, a mídia da época acostumou a sociedade com termos que fortaleciam o preconceito como “os incapacitados”, “indivíduos sem capacidade” e “pessoas com capacidade residual”.

Ao longo dos anos, outras palavras foram usadas para definir uma possível incapacidade deste grupo social. O primeiro Centro de Vida Independente, como um importante movimento na luta pelos direitos das pessoas com deficiência aconteceu em 1962, Estados Unidos.

ATUAÇÃO PASTORAL

O programa “Espaço Mulher”, da rádio 9 de Julho, falou, em 21 de setembro, com Carlos Campos, Coordenador da Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo.

Em sua participação, Carlos enfatizou a necessidade de que não sejam implantadas apenas leis de proteção, o que segundo ele já existem em bom número, mas, principalmente, políticas públicas de conscientização. Nesse sentido, a Pastoral é responsável por um fórum permanente sobre acessibilidade realizado na Vila Mariana. Na Região Belém, a luta acontece principalmente por mobilidade urbana.

Carlos falou também dos objetivos da Pastoral da Pessoa com Deficiência em São Paulo, como acessibilidade de comunicação, com a presença de interpretes da Língua Brasileira de Sinais em missas e outros eventos, audiodescrição, folhetos em Braille para deficientes visuais e também no processo de formação dos agentes de pastoral.

Além da evangelização, inspirados na Campanha da Fraternidade de 2006, que teve como tema “Fraternidade e pessoas com deficiência” e lema “Levanta-te, vem para o meio” (Mc 3,3), a Pastoral contribui com a socialização dessas pessoas de maneira integral.

O coordenador defendeu ainda a legislação de cotas para que profissionais com algum tipo de deficiência atuem no mercado de trabalho: “Nós vivemos em uma sociedade excludente. A cota garante o mínimo possível e permite a convivência. Quando você permite a convivência, esse preconceito, estereótipos vão sendo quebrados”.

“O senso do IBGE de 2010 diz que 24% da população tem algum tipo de deficiência, a cada quatro pessoas, uma tem. Muitas vezes, não vemos essas pessoas nas ruas, porque as famílias escondem, as próprias pessoas não participam de atividades que poderiam estar”, afirmou.

Para Carlos, a socialização e a integração estão relacionadas a um processo de todos os envolvidos. Por um lado, a pessoa com deficiência deve estar preparada para enfrentar os desafios diários e, por outro lado, os demais devem ser formados para receber esse público na sociedade.

ESPAÇO MULHER

Apresentado por Nice Passos, o programa “Espaço Mulher” vai ao ar de segunda-feira a sexta-feira, das 14h às 15h, na rádio 9 de julho, AM 1600kHz, e traz dicas de saúde, nutricionais e tudo que seja relacionado ao bem-estar e o dia a dia da mulher. O programa traz entrevistas e notícias de relevância. Também tem o quadro “Momento da Saudade”, com os sucessos musicais das décadas de 1930, 1940 e 1950.

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