Cardeal Scherer orienta Arquidiocese de São Paulo sobre 119ª romaria arquidiocesana a Aparecida

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27 de abril de 2020

O Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer dirigiu uma carta a toda Arquidiocese de São Paulo, orientando sobre como será realizada a 119ª romaria arquidiocesana ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, programada para o dia 3 de maio. Seguindo as recomendações das autoridades sanitárias, apenas o Cardeal, os bispos auxiliares e algumas poucas pessoas representarão a Igreja da grande metrópole no santuário mariano, cujo a missa será transmitida pelos meio de comunicação social. 

LEIA A ÍNTEGRA DA CARTA:

Aos Bispos Auxiliares, Padres, Diáconos, Religiosos e Leigos da arquidiocese de São Paulo.

Faço votos e rezo para que todos estejam bem e com saúde neste tempo de pandemia do Coronavírus. Acompanho alguns poucos casos, de meu conhecimento, de padres e religiosos infectados e hospitalizados. Continuemos todos em oração por eles e pelo povo em geral, para que Deus olhe com misericórdia pelos doentes e conserve a todos nós com vida e saúde.  

Continuemos também alimentando a fé e animando a esperança e a caridade do nosso povo. Recomendo aos padres que celebrem por todo o povo e o sustentem com a Palavra e a Eucaristia, mesmo sem ser ainda de forma presencial. Como já informei em carta anterior, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos autorizou a celebração da “Missa em tempo de pandemia” em qualquer dia, exceto nas Solenidades e Domingos do Advento, Quaresma e Páscoa, bem como nos dias da Oitava da Páscoa, na Comemoração dos Fiéis Defuntos, na Quarta-Feira de Cinzas e nos dias feriais da Semana Santa. O formulário especial para a celebração dessa Missa está na Internet e também pode ser baixado do portal da arquidiocese de São Paulo.

Nesta carta, desejo tratar especialmente da 119ª. Romaria da arquidiocese de São Paulo a Aparecida, prevista para o Domingo, dia 03 de maio próximo. Neste ano, não será possível realizar a Romaria com a participação do povo, como seria desejável e belo, e como vem acontecendo ao longo de 119 anos. Estamos em plena crise sanitária e ainda deverão ser evitadas as aglomerações que favorecem o contágio, quer na viagem, quer no Santuário.

Em diálogo com o Reitor do Santuário, ficou concordado que apenas o Arcebispo e os Bispos Auxiliares, com algumas pouquíssimas outras pessoas, irão a Aparecida, representando toda a Arquidiocese, e celebrarão a Missa da Romaria no dia 03 de maio, às 12h00, na Basílica de Aparecida.

Todos na Arquidiocese (clero, religiosos e povo) poderão unir-se a essa celebração, ficando em casa, rezando juntamente com o Arcebispo e os Bispos Auxiliares. A Missa será transmitida pela TV Aparecida, Rádio 9 de Julho e Internet. Colocaremos nas 2 mãos e no coração de Nossa Senhora Aparecida as nossas paróquias e comunidades, as famílias e cada pessoa. Rezaremos especialmente pelos pobres e os doentes e por aqueles que cuidam deles. Pediremos a Nossa Senhora, “Auxílio dos Cristãos” e “Saúde dos Enfermos”, que olhe por todos com carinho maternal.

E também apresentaremos novamente à intercessão da Virgem Mãe Aparecida o nosso sínodo arquidiocesano, cujas atividades tiveram que ser suspensas, mas que serão retomadas assim que for possível.

Peço aos Padres, Religiosos e Leigos, com suas organizações na nossa Arquidiocese, a divulgarem em seus respectivos ambientes este CONVITE para todos se unirem, mesmo à distância, à nossa 119ª. Romaria anual ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Proponho que todos preparem a Romaria nas famílias e nas organizações comunitárias, nos dias 29 e 30/04 e 01-02/05, mediante a oração do Santo Rosário e da Ladainha de Nossa Senhora. Sugiro que as paróquias façam a transmissão dessa preparação pelas diversas mídias e convidem o povo a se unir à peregrinação, mesmo ficando em casa.

Para quem precisar de um subsídio para essa oração, sugiro fazer uso do Manual de Orações e da Vida Cristã para Católicos (pág. 59-71), distribuído nas paróquias em 2019. Esse Manual também está disponível na Internet e no Portal da Arquidiocese de São Paulo, para ser baixado no celular e no tablet.

Como sinal da participação na Romaria, peço que em todas as igrejas os sinos sejam tocados por 03 minutos no dia 03 de maio, após a bênção final da Missa. E as paróquias que o desejarem, poderão organizar uma carreata (sem concentração de povo) pelas ruas, com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, dando a bênção ao povo.

Confiemos nossa Arquidiocese à intercessão materna de Nossa Senhora Aparecida neste momento de dificuldades. Ela é nossa Mãe e não abandona os filhos que recorrem à sua proteção. Deus abençoe a todos!

Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo

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‘Nós estamos aqui por vocês, lutem por nós’

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22 de abril de 2020

Irmã Rosane Ghedin, Diretora Presidente da Rede de Saúde e Cultura Santa Marcelina, falou ao O SÃO PAULO sobre a Campanha “ComVida-20 Santa Marcelina – ‘Nós estamos aqui por vocês, lutem por nós’”, que busca arrecadar R$ 20 milhões para ampliar o número de leitos destinados à assistência prestada aos pacientes identificados como suspeitos ou portadores da COVID-19.

São diferentes ações focadas na prospecção de doadores e parcerias para apoiar a instituição na abertura dos novos leitos e estruturação de um hospital campanha para os cuidados recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde diante das vítimas da atual pandemia.

No Hospital faltam subsídios para ofertar atendimento. Assim, os recursos captados servirão para ampliar os leitos de UTI, bem como continuar o atendimento aos pacientes em tratamento. A Irmã Rosane Ghedin fala mais sobre o assunto nesta entrevista

O SÃO PAULO - Como o Hospital tem se preparado para a COVID-19?

Irmã Rosane Ghedin - O Hospital está reorganizando os leitos de UTI e retaguarda das enfermarias. A Instituição busca aumentar 50 leitos de unidades de terapia intensiva e 80 leitos de enfermarias por meio da campanha “Com Vida 20” e parcerias para viabilizar a implantação e custeio.

E em relação ao fluxo de pacientes com a COVID-19?

Diante da fácil transmissão da COVID-19, destinamos um prédio totalmente isolado para a triagem geral e acolhimento dos casos respiratórios, com toda a estrutura exclusiva para o combate do vírus. Foram reorganizadas as filas cirúrgicas priorizando os procedimentos oncológicos, porém com diminuição das cirurgias eletivas para destinar os leitos para o atendimento do novo coronavírus. Bem como a reformulação das escalas médicas e de enfermagem para o atendimento seguro dos pacientes e colaboradores.

O Hospital Santa Marcelina está custeando testes de COVID-19 para os pacientes. Quais são os critérios? Qualquer pessoa pode ter acesso a este serviço?

Os testes são realizados em pacientes internados, seguindo os protocolos institucionais e diretrizes do Ministério da Saúde. Os mesmos são realizados em laboratórios de apoio e custeados pela Instituição e com tempo de resposta de aproximadamente três dias. Com relação ao acesso, o Hospital Santa Marcelina de Itaquera é o maior hospital da região leste de São Paulo e referência em alta complexidade.

Qual o diferencial do Hospital por se tratar de uma instituição com inspiração católica?

O diferencial do Santa Marcelina é a união da técnica com a fé. Buscamos colocar em um plano transcendente todos os colaboradores, prestadores de serviço, pacientes e acompanhantes e pedir para que Deus cuide e guarde cada um que ali está em tratamento ou trabalho. Colocamos tudo em um plano de fé e nas mãos de Deus. Não há diferencial técnico, o Hospital segue com a mesma terapêutica das demais unidades de saúde.

No local, há missas diárias para os médicos e profissionais da saúde. Poderia falar mais sobre esta iniciativa?

O Hospital sempre promoveu e proporcionou todos os dias assistência espiritual aos pacientes, acompanhantes e colaboradores. Neste momento de pandemia, mais do que nunca, vimos a necessidade de continuar proporcionando isso, pois percebemos que as pessoas buscam mais a fé e a aproximação com Deus. No entanto, reformulamos a maneira de realizar as missas durante esse período atípico. As celebrações passaram a ser realizadas com transmissão pelos meios de comunicação interna do hospital para evitar a aglomerações.

‘QUE O MEDO SEJA SUBSTITUÍDO PELA FORÇA DE DEUS’

Irmã Luceni das Mercês, da Congregação de Santa Marcelina, afirma que como religiosa está enfrentando a pandemia “com serenidade, fé e esperança”.

“Peço a Deus sua sabedoria para orientar todos. Estou em constante oração pelos pacientes infectados, para que sintam a presença e a força de Deus, neste momento em que estão privados de estar com o que é precioso, a família”, disse a Irmã. 

 Ela está junto aos profissionais do Hospital, orientando-os para o correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e os demais cuidados necessários para evitar a contaminação.

“Rezo junto a eles para que o medo seja substituído pela força de Deus, para continuarmos cuidando das pessoas que precisam de nós”, continuou a Religiosa. “Que possamos aprender – diante de tudo isso – a importância da família e das pessoas para nossas vidas”, afirmou Irmã Luceni.

MAIOR HOSPITAL DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

O Santa Marcelina, maior serviço de saúde da zona Leste de São Paulo, é um dos quatro hospitais de grande porte da cidade. Filantrópico, mantém 85% de seu atendimento dedicado ao SUS.

Possui mais de 700 leitos para atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS), particular e convênios, sendo 111 voltados à terapia intensiva. Atualmente, tem um quadro funcional com mais de 4,5 mil profissionais, com aproximadamente 900 médicos. Diariamente passam pelo complexo, entre funcionários, pacientes e prestadores de serviços, cerca de 10 mil pessoas.

Realiza prestação de Assistência médico hospitalar em regime de emergência e internação nas áreas de Clínica Médica, Clínica Pediátrica, Clinica Cirúrgica (Ortopedia, Buco Maxilo-Facial, Plástica, Oftalmologia Transplante de Órgãos e de Medula Óssea dentre outros) Clínica Ginecológica e Obstétrica, Unidade de Terapia Intensiva (Adulto, Infantil, Neonatal e Semi Intensiva).

A instituição, desenvolve ainda Programas de Ensino que contempla diversas modalidades de aprendizagem e aprimoramento técnico em Saúde: Internato Médico, Residência Médica e Especialização e ainda conta com um Serviço de Emergência preparado para receber casos graves e referenciados.

Atualmente, o Hospital Santa Marcelina é classificado como um serviço de Referência Quartenária, apto a realizar atendimentos de alta complexidade em diversas áreas da medicina.

Como ajudar:

Pessoa Física

- Doação em dinheiro (qualquer quantia)

- Trabalho Voluntário

- Doação de Sangue

Pessoa Jurídica

- Doação em dinheiro (qualquer quantia)

- Doação de Materiais (gerais) e insumos hospitalares

- Força de Trabalho

- Alimentos

Dados Bancários:

Banco do Brasil
Agência: 1911-9

Conta Corrente: 8560-x
CNPJ.: 60742.616/001-60

Banco Itaú
Agência: 1732|Conta Corrente: 13350-7
CNPJ: 60.742.616/0001-60

Banco Santander

Agência: 3809

Conta Corrente: 13000370-2

CNPJ: 60742.616/001-60

Central de Atendimento: 11 5555-7050

SERVIÇO

Hospital Santa Marcelina Itaquera

Local: Rua Santa Marcelina, 177, Itaquera

Informações: www.santamarcelina.org ou (11) 2070-6000

 

 

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Bispos pedem que vacina seja produzida sem o uso de células de bebês abortados

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20 de abril de 2020

Uma vacina efetiva e segura contra o novo coronavírus tem sido buscada por diversos laboratórios ao redor do mundo, mas seu desenvolvimento deve evitar associações com o aborto, pedem líderes pró-vida em uma carta ao governo norte-americano, enviada na sexta-feira, dia 17.  

Entre os signatários estão Dom Joseph. F. Naumann, Arcebispo de Kansas City e Presidente da Comissão Pró-Vida da Conferência Episcopal Norte-Americana, numerosos bispos e lideranças do movimento pró-vida.

A carta, direcionada ao comissário da Administração e Medicamentos dos Estados Unidos (em inglês, Food and Drug Administration), Dr. Stephen M. Hahn, afirma “ser de suma importância que os americanos tenham acesso a uma vacina produzida dentro dos padrões éticos: nenhum americano pode ser forçado a escolher entre ser vacinado contra este vírus potencialmente mortal e violar sua consciência”.

“Estamos conscientes que, entre tantas vacinas que estão sendo atualmente desenvolvidas, algumas estão sendo produzidas com o uso de linhas celulares velhas criadas a partir de células de bebês abortados (...) Felizmente, outras vacinas, como as que estão sendo produzidas pela Sanofi Pasteurs, Inovio e do Instituto de Pesquisa Médica João Paulo II utilizam células não ligadas a procedimentos e métodos antiéticos”, afirma a carta.

Os signatários salientam o caso da empresa Janssen Pharmaceuticals, que possui um contrato com o governo federal norte-americano e que está trabalhando em uma vacina a partir de linhas celulares geradas de bebês abortados.

A carta foi enviada, em cópia, também ao presidente Donald Trump, ao vice-presidente Mike Pence e ao Secretário de Saúde do país, Alex M. Azar II.

Um documento de 2005 da Pontifícia Academia para a Vida considerou os aspectos morais de vacinas preparadas a partir de linhas celulares que descendam de bebês abortados. No documento, o Vaticano concluiu que é permitido aos católicos usarem vacinas produzidas dessa maneira, desde que não haja outras opções. Entretanto, asseverou-se que os católicos têm o dever de usar as vacinas produzidas dentro dos padrões éticos em detrimento das produzidas de maneira antiética.

Em 2008, o documento Dignitatis Personae, da Congregação para a Doutrina da Fé, afirmou que, por “razões graves”, as vacinas produzidas em desacordo com a ética pode ser utilizadas, como, por exemplo, se há “perigo para a saúde das crianças”.

Entretanto, permanece o dever dos católicos “de manifestar o próprio desacordo na matéria e pedir que os sistemas sanitários disponibilizem outros tipos de vacina”.

Fonte: Catholic News Agency

 

 

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Governo de São Paulo prorroga quarentena até dia 10 de maio

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17 de abril de 2020

O Governador João Doria anunciou nesta sexta-feira, 17, a extensão da quarentena em todos os 645 municípios do Estado de São Paulo até 10 de maio. A medida mantém o fechamento de comércio e serviços não essenciais para reforçar o isolamento social e reduzir a circulação de pessoas ante o crescimento de casos e de mortes pela COVID-19.

O anúncio foi feito durante a coletiva de imprensa que aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e novas medidas de combate ao novo coronavírus serão informadas.

“A atitude responsável do Governo do Estado de São Paulo é pela prorrogação desta quarentena e evitar o colapso no atendimento da saúde pública e privada. São Paulo acredita na ciência e nos médicos”, afirmou Doria. “Para reabrir o comércio e os serviços, nós precisamos controlar melhor a contaminação e ter o sistema de saúde em condições de atendimento para salvar vidas”, completou.

EPICENTRO DAS CONTAMINAÇÕES

No período de um mês desde o primeiro registro de morte provocada pelo coronavírus em São Paulo, o Estado registrou 11.568 casos confirmados de COVID-19 e 853 mortos pela doença. São Paulo é o epicentro das contaminações por coronavírus no Brasil – o país registrava 30.425 infectados e 1.924 mortes até quinta-feira, 16.

A restrição de acesso a estabelecimentos comerciais e o veto a eventos públicos ou privados com aglomerações está em vigor desde o dia 24 de março. Esta é a segunda vez que o Governo de São Paulo determina a prorrogação da quarentena para reduzir a velocidade de contágio do coronavírus e permitir que o sistema de saúde mantenha a capacidade de atendimento nas redes pública e privada.

De acordo como o Coordenador do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo, o médico infectologista David Uip, a decisão do grupo de 15 especialistas em medicina e ciência foi unânime pela prorrogação da quarentena.

“Esta manutenção é absolutamente fundamental tanto do ponto de vista da área metropolitana da capital como os da Baixada Santista e do interior. Há a falsa impressão que a doença se limita à Grande São Paulo”, disse Uip. “As medidas atuais são efetivas e estão adequadas para este momento”, acrescentou.

OCUPAÇÃO DE LEITOS

Nos últimos dias, o número de casos de contaminação pelo coronavírus aumentou a pressão sobre os hospitais públicos e privados, principalmente na rede privada. A taxa de ocupação de leitos de UTI já alcança 60% nas regiões metropolitanas da capital, litoral e interior. Algumas unidades da Grande São Paulo já atuam perto do limite de atendimento.

Outro sinal de alerta para a extensão da quarentena foi a queda do índice de isolamento social tanto na média estadual como na medição específica da capital. Na última quinta, o Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP), operado em parceria entre operadoras de telefonia móvel e o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) da USP, ambos os índices atingiram apenas 49% – a taxa considerada ideal é de 70%.

O Governo de São Paulo também vai intensificar as orientações educativas da Vigilância Sanitária do Estado, com apoio da Polícia Militar e de agentes municipais de fiscalização. Ao longo desta semana, a fiscalização de estabelecimentos que descumpriam a quarentena foi concentrada na Grande São Paulo.

(Com Informações de Governo do Estado de São Paulo)

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Semana Santa do Papa é repleta de símbolos e orações pelo fim da pandemia

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16 de abril de 2020

Jamais o Tríduo Pascal foi celebrado como em 2020. A pandemia do novo coronavírus impediu que as tradicionais celebrações da Semana Santa do Papa tivessem um grande número de fiéis. Mesmo assim, numa Basílica de São Pedro com cerca de 20 participantes, entre assistentes, músicos e alguns leitores, o Papa Francisco presidiu um dos momentos mais intensos do seu pontificado, transmitido globalmente.

As celebrações do Papa foram repletas de símbolos e orações, implorando a Deus o fim da epidemia global de COVID-19, doença que já matou mais de 110 mil pessoas em todo o mundo. Francisco deixou fortes palavras de alerta à humanidade, especialmente aos líderes das nações, para que abandonem seus litígios e se concentrem numa grande colaboração contra o mal que coloca “todos no mesmo barco”. Ele pediu unidade, o fim da indiferença e uma atenção maior aos que já estão sofrendo com a pandemia e outras mazelas.

PELO FIM DO EGOÍSMO

O Papa, no entanto, não se dirigiu somente aos detentores de poder: lembrou-se de cada gesto de solidariedade, como aquele dos profissionais de saúde e prestadores de serviços essenciais, rezou pelos doentes e falou “dos santos da porta ao lado”, ou seja, as pessoas que agem de forma discreta e silenciosa, e assim dão testemunho do amor de Cristo no dia a dia.

Nas palavras de Francisco, o anúncio da ressurreição celebrado na Páscoa é a nossa maior esperança. Se até mesmo quando tudo parecia ter dado errado Ele voltou dos mortos, também os corações humanos, ainda que aflitos e cheios de feridas, serão capazes de reviver.

“Não se trata de uma fórmula mágica, que faz desaparecer os problemas”, declarou, em sua tradicional bênção pascal Urbi et Orbi (Para a cidade [de Roma] e para o mundo). A ressurreição de Cristo “é a vitória do amor sobre a raiz do mal”.

O Papa disse no Domingo de Páscoa, 12, que “não é esse o tempo da indiferença, do egoísmo e das divisões”. Ele pediu o fim de todos os outros conflitos nas nações, mencionando-os um a um. “Não se percam ocasiões de dar maiores provas de solidariedade, também recorrendo a soluções inovadoras”, disse, usando a Europa como exemplo, pois vive impasses multilaterais sobre como reagir à crise.

“Não é este o tempo para continuar a fabricar e traficar armas”, denunciou, também falando do aborto e da pobreza como fontes do mal. A indiferença a esses problemas parece “prevalecer quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos vencer o Senhor Jesus no nosso coração e na nossa vida”, enfatizou.

CRISTO SOFRE COM A HUMANIDADE

Entre os diversos símbolos deste Tríduo Pascal, esteve o crucifixo trazido a pedido do Papa da igreja de São Marcelo, em Roma, considerado milagroso por ter sobrevivido a um incêndio no século XVI. Depois de ser carregada em procissão, segundo a tradição, essa cruz ajudou a trazer o fim da peste negra na cidade.

Um sinal de devoção popular que associa a dor humana à sensação de abandono do Cristo na cruz. Na celebração da Paixão, na Sexta-feira Santa, 10, o pregador da Casa Pontifícia, Frei Raniero Cantalamessa, falou sobre a companhia de Deus quando a humanidade sofre. “A pandemia do coronavírus nos despertou bruscamente do perigo maior que os indivíduos e a humanidade sempre correram, aquele da ilusão de onipotência”, refletiu Cantalamessa. Segundo ele, a morte de Jesus Cristo na cruz, de fato, remete à situação dramática atual. No entanto, “Deus, às vezes, faz assim conosco: confunde os nossos projetos e a nossa tranquilidade, para nos salvar do abismo que não vemos”, comentou, ressalvando que não é Deus quem manda o mal para o mundo, mas que Ele nos acompanha no sofrimento.

“Deus participa da nossa dor para superá-la.” Citando Santo Agostinho, afirmou também que “Deus, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir em suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar do mal o bem”.

Dor essa que também ficou evidente nas meditações da Via-Sacra, celebrada na Praça São Pedro, e não no Coliseu, como de praxe. Os textos foram escritos por detentos, familiares, vítimas de crimes, funcionários do sistema carcerário e um padre acusado injustamente de algo que não cometera. Todos, porém, com palavras que remetem a uma nova vida.

“Tudo é possível a quem crê, porque, mesmo na escuridão das prisões, ressoa este anúncio cheio de esperança: ‘Nada é impossível a Deus’ (Lc 1,37). Se alguém lhe apertar a mão, o homem que foi capaz do crime mais horrendo poderá ser o protagonista da mais inesperada ressurreição”, dizia o texto da Via-Sacra.

LUZ DO MUNDO

A liturgia do Sábado Santo, a mais completa de todo o ano litúrgico, teve de ser adaptada e abreviada neste ano. Não houve Batismo, por exemplo, mas apenas a renovação das promessas batismais. E, no caso da missa papal, só o Círio Pascal, representando a luz de Cristo, e uma pequena vela acendida pelo Papa Francisco iluminaram a quase deserta basílica.

Em mais um momento deste ano atípico, a clássica “oração universal” da liturgia do Sábado de Aleluia, 11, incluiu uma prece pelo fim da epidemia, para “fazer triunfar a vitória [de Deus] sobre o mal que aflige a humanidade”. Nesse contexto, o Papa Francisco defendeu o que chamou de “direito à esperança”.

“Com Deus nada é perdido. Coragem!”, disse. “Não cedamos à resignação. Não coloquemos uma pedra sobre a esperança. Deus não nos deixou sozinhos. Ele nos visitou.” Esse direito, explicou, não é o simples otimismo, mas um “dom que vem do céu” 

Da mesma forma que as mulheres encontraram o sepulcro vazio, também nós devemos ver a esperança, declarou. “Jesus, como semente na terra, estava por fazer germinar no mundo uma vida nova. E as mulheres, com a oração e o amor, ajudavam a esperança a florescer. Quantas pessoas, nos dias que vivemos, fizeram e fazem como aquelas mulheres: semeiam brotos de esperança!”

O Papa pediu à humanidade, neste momento de dor, a coragem de abrir o coração a Cristo, para ressurgir com Ele e tornar-se promotora de vida. 

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Médicos estão em risco com a falta de EPIs no SUS

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15 de abril de 2020

A Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou nesta quarta-feira, 15, que recebeu mais de 3 mil denúncias de médicos sobre a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados para se precaver no ambiente de trabalho do novo coronavírus. A principal reclamação, 87% dos casos, é sobre a falta de máscaras N95.

Na lista de EPIs obrigatórios para o enfrentamento de epidemias estão máscaras, diferentes tipos de luvas, avental, gorro, óculos e protetor facial, conforme recomendam o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS).  Também são considerados insumos essenciais o sabão, sabonete líquido, álcool em gel 70%, papel toalha e lenços descartáveis, pois permitem a adequada desinfecção e higienização dos profissionais médicos e dos ambientes.

De acordo com o Diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo, José Erivalder Guimarães de Oliveira, a falta de EPIs tem sido a principal reclamação dos profissionais nas últimas semanas. “De um total de 160 denúncias que recebemos até 14 de abril, quase 60% são sobre a falta de equipamentos de proteção individual. São vários hospitais, tanto da Prefeitura quanto do Estado. São denúncias sobre falta de máscaras, luvas, aventais e viseiras”, detalhou ao O SÃO PAULO.

ITENS EM FALTA

Oliveira disse que a Prefeitura e o Governo do Estado têm prometido a aquisição de equipamentos nas últimas semanas. “Se não chegarem imediatamente, há a perspectiva de que comece a faltar itens dentro de uma semana em alguns hospitais”, apontou.

Em 30 de março, o Ministério da Saúde informou que distribuiu para o Estado de São Paulo mais de 23 mil frascos de álcool etílico, 12,4 mil óculos de proteção, 3,1 mil máscaras cirúrgicas, além de aventais, toucas e sapatilhas hospitalares.

Também no fim do mês passado, a Prefeitura de São Paulo disse ter comprado 5 milhões de máscaras cirúrgicas e 1 milhão de máscaras N-95.

No último dia 8, a gestão de Bruno Covas anunciou a contratação de costureiras e artesãos para a produção de máscaras e outros dispositivos médicos prioritários diante do aumento do número de casos do novo coronavírus. A expectativa é que sejam produzidas mais de 1 milhão de máscaras para profissionais da saúde e da assistência social, além de 500 mil protetores faciais e 500 mil aventais.

No Estado de São Paulo, máscaras estão sendo produzidas em unidades prisionais, bem como em Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs), por iniciativa voluntária de professores e estudantes.

O Ministério da Saúde tem encontrado dificuldade para importar EPIs de outros países, como a China, dado o aumento da demanda pelos produtos, em especial pelos Estados Unidos, que são os recordistas mundiais no número de casos de COVID-19.

PROFISSIONAIS EXPOSTOS

O Diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo alerta que com a falta de EPIs, os profissionais de saúde estão mais expostos ao contágio com o novo coronavírus: “Já há um grande número de profissionais de saúde afastados com suspeita de COVID-19. Só de profissionais que atuam na rede municipal, mais de 1.500 já foram afastados. A Prefeitura não nos dá esses números oficiais, mas estamos colhendo informações nos hospitais. O que já se tem de oficial é a morte de 11 profissionais, entre médicos e enfermeiros aqui na cidade de São Paulo”.

“Nenhum um médico do SUS tem o equipamento de proteção ideal”, assegura um médico que atua em um dos maiores hospitais da rede estadual de saúde. “É mais um heroísmo dos médicos do que qualquer outra coisa. Tem muito médico que está levando equipamento de proteção da própria casa para o trabalho. Óculos e viseira, por exemplo, isso não tem em todo lugar”, desabafa. “Nos hospitais particulares de grande porte, o equipamento de proteção inclui um capuz, um avental, uma bota, um visor e uma máscara N95. Aqui na rede pública onde eu trabalho não vi isso ainda”, continuou.

CANAIS DE DENÚNCIA

Desde o final do mês passado, médicos que atuam em unidades de saúde (postos, UPAs, prontos-socorros e hospitais, entre outros) que oferecem assistência a casos confirmados e suspeitos de COVID-19 podem informar falhas na infraestrutura de trabalho oferecida por gestores (públicos e privados) aos Conselhos de Medicina de todo o País.

Para tal, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou uma plataforma online na qual o profissional poderá comunicar a situação que encontrou em seu local de trabalho.

“Estamos diante de uma das maiores ameaças já vivenciadas pelos sistemas de saúde do mundo, com risco real de sequelas e mortes na população. Nesse processo, as equipes médicas são essenciais. Devemos cuidar para que possam ter condições e a proteção para fazer o seu trabalho”, afirmou o 1º secretário do CFM, Hideraldo Cabeça, em entrevista ao site do Conselho.

O Sindicato dos Médicos de São Paulo também disponibiliza um canal para a denúncia em seu site www.simesp.org.br.

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Governo de SP diz que lotação de leitos de UTI é esperada para maio

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15 de abril de 2020

O Governo de São Paulo acredita que os leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) do Estado começarão a ficar muito cheios a partir do mês de maio. A informação foi dada pelo secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann.

"Nós vivemos de cenários. Temos de entender que, se mantivermos esse grau de isolamento e distanciamento social, nós podemos inferir que provavelmente nós teremos uma lotação de leitos de UTI a partir do mês de maio. Temos duas reservas de leitos, uma que deve se esgotar até o final de maio e outra até o final de julho", disse Germann.

PRÓXIMA DO LIMITE

Nesta quarta-feira, 15, a ocupação de leitos em São Paulo está próxima do limite. O maior número foi registrado no Hospital Sancta Maggiore Higienópolis, com 83% de ocupação. Em seguida, aparecem o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (77%), o Hospital Municipal do Tatuapé (77%), o Conjunto Hospitalar do Mandaqui (76%) e a Santa Casa de São Paulo (71%).

De acordo com o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o doente grave tem ficado em média 14 dias internado na UTI. Já o doente grave que evolui para óbito fica mais de três semanas. O grande gargalo, segundo ele, é que não faltam apenas leitos de UTI, mas tudo o que compõe o atendimento do doente grave, que começa na enfermaria e pode ir até a alta após a permanência na UTI.

“Por que o estresse? Porque você precisa ter equipamento, não só respirador, e você precisa ter equipe de saúde treinada e protocolo", disse ele. Especificamente sobre os respiradores, acrescentou Uip, o governo tem trabalhado com a indústria automobilística para que ela possa começar a produzi-los. “Talvez nós consigamos que essa indústria possa produzir esses respiradores. A compra de respiradores no mercado internacional é uma compra competitiva. O mundo está comprando. Tem dificuldades. Mas entendo que muitas coisas podem ser resolvidas pela competência e criatividade do sistema brasileiro.”

SITUAÇÃO NO ESTADO

Na manhã de hoje, Uip conversou com secretários de Saúde das cidades do Grande ABC, onde a ocupação de leitos já atinge também 70% de sua capacidade. “Isso é extremamente preocupante”, disse ele. “Já há uma pressão muito importante sobre o sistema de saúde pública do estado de São Paulo, principalmente na região metropolitana do estado”, disse ele.

Outro dado que Uip destacou foi o aumento no número de mortes por coronavírus no estado, o que vem demonstrando, segundo ele, a gravidade dos casos. “Isso demonstra a necessidade de mantermos e ampliarmos as medidas de distanciamento social e ficar em casa, porque isso tem impacto relevante na curva tanto de transmissibilidade, de morbidade de doença como também de letalidade.”

TAXA DE ISOLAMENTO

Na última terça-feira, 14, a taxa de isolamento social na capital e também no estado de São Paulo estava em torno de 50%. O ideal é que chegue a 70% para evitar o colapso no sistema de saúde. “O número de 50% é bom, que altera a curva. Mas não é suficiente. Queremos e precisamos mais. Nosso objetivo sempre será alcançar os 70%”, ressaltou Uip.

São Paulo tem hoje 9.371 casos confirmados de coronavírus, com 695 óbitos. Há ainda 1.143 pessoas ocupando leitos de UTI e mais 1.215 internadas em enfermarias. Para evitar a saturação dos hospitais por causa do coronavírus, o Governador de São Paulo, João Doria, voltou a fazer um apelo para que as pessoas continuem em isolamento.

“Não façam movimentações desnecessárias [indo para as ruas]. Ao fazê-lo, vocês estão colocando em risco as suas vidas e a de seus familiares e amigos. Ninguém quer hospitais lotados e cemitérios cheios. Por isso, precisamos de ruas vazias”, falou o Governador, lembrando que a quarentena estabelecida para o Estado de São Paulo vale, neste momento, até o dia 22 de abril.

(Com informações de Agência Brasil)

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Papa aprova texto de missa para tempo de pandemia

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02 de abril de 2020

A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou na segunda-feira, 30 de março, dois novos textos a serem usados nas celebrações litúrgicas durante a pandemia de COVID-19. Tratam-se de uma nova missa votiva “Em tempo de Pandemia” e uma intenção especial a ser usada durante a liturgia da Sexta-feira Santa deste ano.

O decreto assinado pelo Prefeito da Congregação para a Culto Divino, Cardeal Robert Sarah destaca: “Nestes dias, durante os quais o mundo inteiro foi gravemente atingido pelo vírus Covid-19, muitos pedidos vieram a este dicastério para poder celebrar uma missa específica para implorar a Deus que acabasse com essa pandemia”.

Os textos, publicados em latim e outros idiomas, entre os quais, o português, podem ser utilizados para qualquer missa durante a pandemia, exceto nas  solenidades  e  domingos  do Advento, quaresma e de Páscoa, nos dias da oitava de Páscoa, na Comemoração de todos os fiéis defuntos (Finados), na Quarta-feira de Cinzas e nos dias feriais da Semana Santa.

MISSA

O formulário da nova missa votiva passa a compor o conjunto de textos para as missas e orações para diversas circunstâncias do Missal Romano, livro litúrgico oficial da Igreja para o rito da missa.

A Missa em tempo de Pandemia contém as antífonas de entrada e comunhão, as orações da coleta, sobre as oferendas e depois da comunhão, além de uma oração sobre o povo antes da bênção final.

“Deus eterno e onipotente, nosso refúgio em todos os perigos, olhai benignamente para as nossas aflições e angústias; como filhos, com fé Vos pedimos: concedei o eterno descanso aos que morreram, conforto aos que choram, cura aos doentes, paz aos moribundos, a força aos que trabalham na saúde, a sabedoria aos nossos governantes e a coragem para chegarmos amorosamente a todos glorificando juntos o Vosso Santo Nome”, diz a oração da coleta.

CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO

O segundo decreto inclui uma na prece especial na Oração Universal da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-feira Santa.

O Cardeal Sarah destacou que este ano, essa celebração tem um significado especial por causa da “terrível pandemia que atinge todo o mundo”.

“De fato, no dia em que se celebra a Paixão e Morte redentora de Jesus Cristo na cruz, o qual, como cordeiro imolado, tomou sobre si os nossos sofrimentos e o pecado do mundo, a Igreja eleva súplicas a Deus Pai onipotente por toda a humanidade, de modo especial, por aqueles que na sua maioria sofrem, enquanto espera com fé a alegria da Ressurreição do seu Esposo”, ressalta o Prefeito.

A introdução da oração convida todos os fiéis a rezarem “por todos os que sofrem as consequências da atual pandemia; para que Deus nosso Senhor, conceda a saúde aos enfermos, força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias e a salvação a todos as vítimas mortais.

Após um instante de silêncio, o celebrante reza: “Deus eterno e onipotente, único refúgio daqueles que sofrem, ouvi benignamente a aflição dos teus filhos que sofrem esta pandemia; alivia a dor aos que sofrem, dá força a quem está a seu lado, acolhe na tua paz os que já pereceram e, para todo este tempo de tribulação, faz com que todos encontrem o auxílio da tua misericórdia”. 

NA ARQUIDIOCESE

Na manhã desta quinta-feira, 2, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu a “Missa em tempo de pandemia” na capela de sua residência, transmitida pelos meios de comunicação, e motivou os padres da Arquidiocese a fazerem o mesmo nas missas que celebrarem.

Na semana passada, Dom Odilo já havia enviado aos padres uma carta aos padres com orientações sobre as celebrações da Semana Santa, reforçando as recomendações da Santa Sé para esse período de pandemia. 

O portal da Arquidioce de São Paulo disponibolizou uma página especial que reúne todas as orientações pastorais e litúrgicas para esse período, incluindo os novos decretos da Congregação para a Culto Divino. 

ACESSE: 

Vida Pastoral em tempos de Coronavírus

 

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Missas e celebrações com a presença de fiéis permanecem suspensas na Arquidiocese São Paulo

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27 de março de 2020

O Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer dirigiu na tarde desta quinta-feira, 26, um novo comunicado a toda Arquidiocese de São Paulo, determinando a permanência da suspenção temporária de todas as celebrações e atividades pastorais com participação do povo nas igrejas, até nova decisão da Arquidiocese de São Paulo.

No documento, Dom Odilo reitera que atos religiosos devem acontecer apenas com a presença de ministros e religiosos, aconselhando-os para que tais celebrações ou atividades sejam transmitidas pelos meios de comunicação.

RECOMENDAÇÕES

O comunicado cita, ainda, as orientações do Arcebispo para a realização das celebrações da Semana Santa e Páscoa.

“Exorto os sacerdotes e todos os colaboradores de nossas comunidades eclesiais a não deixarem de prestar assistência e conforto religioso ao povo, especialmente aos enfermos e pobres, nos modos possíveis neste tempo de incerteza e angustia”, incentivou o Cardeal.

Todas missas e celebrações da Semana Santa e do Domingo de Páscoa devem ocorrer na data correta e apenas com a presença do Padre e de um número mínimo de auxiliares, sendo transmitidas pelas mídias sociais.

Dom Odilo recomendou, também, que os padres incentivem os paroquianos a acompanharem a missa realizada na Basílica de São Pedro, na sexta-feira da Paixão, às 13h, horário de Brasília.

COLETAS

Os valores angariados no Domingo de Ramos e Sexta-feira Santa, destinados tradicionalmente a Coleta Nacional da Solidariedade e dos Lugares Santos, respectivamente, poderão ser depositados em uma conta bancária da Arquidiocese destinada para esta finalidade.   

Banco Bradesco: Agência 3394-4

Conta Corrente 56602-0

CNPJ 63.089.825.001-44

ADIAMENTO

Em virtude do significado da missa do Crisma e da renovação das promessas sacerdotais, para os padres e para a comunhão eclesial da Arquidiocese de São Paulo, ela será adiada para o dia 1° de agosto, às 9h, na Catedral da Sé, possibilitando assim a presença dos fiéis.

Mediante o adiamento, os óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos da celebração ocorrida em 2019, devem ser utilizados.

SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO

Dom Odilo indica no mesmo documento que pela impossibilidade da realização do sacramento da penitência e nem oferecer a “absolvição comunitária”, os padres devem exortar o povo a um exame de consciência, que os permita o arrependimento sincero, podendo receber o sacramento em ocasião oportuna.

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Governo de São Paulo não descarta adoção de medidas mais restritivas

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26 de março de 2020

Em coletiva de imprensa no início da tarde desta quinta-feira, 26, no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, João Doria Junior, disse que não está descartada a possibilidade de restringir a circulação de pessoas com mais de 60 anos, diante do aumento dos casos do novo coronavírus.

 “Ontem falei com o prefeito Bruno Covas sobre essa perspectiva, e devo informar que ela é real. Se nós continuarmos ainda vendo nas ruas e em áreas de circulação de pessoas que visivelmente têm mais de 60 anos, elas poderão ser abordadas por policiais militares ou agentes da Guarda Civil Metropolitana, recomendando que sigam para suas casas”, afirmou o governador.

Doria disse que ainda não há condições de avaliar se será preciso prorrogar a quarentena sanitária em todo o Estado de São Paulo, que, inicialmente, seguirá até 7 de abril. O governador afirmou que analisa a situação diariamente e toma decisões com base em indicadores e recomendações dos grupos de trabalho.

O Estado de São Paulo registra 862 casos da doença, que nacionalmente já infectou 2.433 pessoas até o começo da tarde desta quinta-feira, um mês após o primeiro caso do novo coronavírus no pais.

O Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, lembrou que no início São Paulo concentrava cerca de 90% dos casos, hoje são aproximadamente 30% do total, o que indica a expansão da epidemia por todo o país. Para ele, a situação só não é ainda pior graças às medidas de restrição de mobilidade.

O Secretário disse que talvez sejam necessárias medidas de maior restrição de circulação de pessoas: “Hoje não se está fazendo um isolamento, mas sim um distanciamento social. O próximo passo, se houver necessidade, será o isolamento domiciliar ou social, e se tiver de apertar este cinto ainda mais, teríamos o lockdown, que é o uso da força policial para manter as pessoas em casa. Não estamos nessa situação ainda, mas não sei se estaremos um dia, mas se mantivermos os idosos em casa tal qual um lockdown, nós teremos um comportamento da crise que, talvez, nos favoreça para não colapsar o sistema de saúde”, analisou.

Doria voltou a pedir às famílias que convençam os idosos a permanecer em suas casas e que protejam os grupos mais vulneráveis à doença.

Repasse de verbas

O governador também anunciou que o Estado de São Paulo vai repassar R$ 218 milhões para enfrentamento ao novo coronavírus em 80 cidades paulistas com mais de 100 mil habitantes. O dinheiro será usado para a instalação de centros de referência e hospitais de campanha.

Na sexta-feira, 27, será feito o anúncio de repasses específicos para programas contra o avanço da COVID-19 na cidade de São Paulo; e na segunda-feira, 30, vai ser apresentado o repasse que será feito aos demais municípios do Estado.

Encontros religiosos

Mesmo diante do decreto do Governo Federal que declara as atividades religiosas como essenciais, Doria voltou a pedir aos líderes religiosos que se atentem para a gravidade da pandemia e mantenham os cultos e missas sem a presença de pessoas.

“Eu tenho certeza que aqueles que são dirigentes de Igrejas católicas, evangélicas, anglicanas e de todas as manifestações religiosas, todos eles têm bom senso, equilíbrio e a capacidade de compreender a gravidade da situação em que estamos. Boa parte das igrejas já iniciou missas e cultos não presenciais, estimulando o uso da televisão e de outros canais pela internet, permitindo que os milhões de fiéis possam seguir processando sua fé. Faço um apelo para que os dirigentes de igrejas compreendam a gravidade e as igrejas possam fazer seus cultos virtualmente e não presencialmente”, afirmou Doria.

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