Desde 2015, ao menos 70 padres e religiosos sequestrados ou mortos

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18 de março de 2020

Já dura quase cinco anos a contínua perseguição aos católicos na Nigéria. Um levantamento da Sociedade Internacional para Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety) mostra que pelo menos oito padres ou seminaristas católicos foram mortos nos últimos 57 meses e um total de 50 foram sequestrados.
De 11,5 mil a 12 mil cristãos foram mortos no mesmo período, que começou a ser contado em junho de 2015. Em boa parte dos casos, os assassinatos são causados pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram, no Norte do país. Porém, há milícias especialmente na zona rural, que também atacam comunidades muçulmanas.
A vítima mais recente dessa perseguição à Igreja Católica foi o seminarista Michael Nnadi (foto), de apenas 18 anos, sequestrado com outros três companheiros no estado de Kaduna, e encontrado morto em 1º de fevereiro.
 

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Cristãos na Nigéria: ‘corremos o risco de extermínio’

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18 de janeiro de 2020

A Igreja na Nigéria faz um forte apelo contra a violência anticristã vivida no país africano. Em um vídeo enviado à Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, o Sacerdote nigeriano Joseph Bature Fidelis, denuncia a perseguição vivida pelos cristãos nigerianos. “Nós, cristãos na Nigéria, somos realmente perseguidos. Todos os dias nossos irmãos são mortos nas ruas”, afirmou.

Padre Fidelis manifestou sua dor e preocupação pelos cristãos de seu país e pelos quatro seminaristas do Seminário Maior Bom Pastor, em Kaduna, sequestrados, no último dia 8, por pessoas ainda não identificadas. Os seminaristas são Pius Kanwai, 19, Peter Umenukor, 23, Stephen Amos, 23, e Michael Nnadi, 18.

Segundo a Polícia local, o ataque durou cerca de meia hora. Os bandidos invadiram a casa de formação e tiveram acesso ao dormitório que abriga 268 estudantes.

EXECUÇÃO NO NATAL

A onda de violência teve início em 26 de dezembro de 2019, com a divulgação de um vídeo com a execução brutal de dez cristãos, reivindicada pelo Estado Islâmico da Província da África Ocidental.

“Desde então a situação se deteriorou”, denunciou o Padre Joseph, fazendo um forte apelo: “Peço ao governo da Itália, país onde estudei, e a todos os governos europeus para que pressionem o nosso governo a fazer algo para nos defender”.  

O sequestro de membros da Igreja com o objetivo de extorsão se tornou uma triste realidade na Nigéria, mesmo após a Conferência Episcopal local ter proibido o pagamento de resgates pela libertação de padres, religiosos e seminaristas sequestrados.

HITÓRICO DE MORTES

A Nigéria e outros países africanos têm sido palco de perseguições contra cristãos e assassinatos de religiosos. Segundo a Agência Fides, após oito anos consecutivos em que o número mais elevado de missionários assassinados foi registrado na América, a partir de 2018 tem sido a África a ocupar o primeiro lugar nesta classificação.

As agências humanitárias informam que somente na Nigéria pelo menos 30 mil civis foram mortos e 30 milhões foram deslocados desde o início da ofensiva jihadista em 2009.

‘AGENTES DAS TREVAS’

Após os assassinatos dos cristãos no Natal, o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, muçulmano, exortou a população a não cair na armadilha de se deixar dividir entre muçulmanos e cristãos por “assassinos de massa, sem consciência, sem Deus, que maculam o nome do Islã com suas atrocidades”. “Esses agentes das trevas são inimigos de nossa comum humanidade e não pouparão nenhuma vítima, sejam muçulmanos ou cristãos”, acrescentou o mandatário.

Os cristãos lamentaram várias vezes a falta de ação do governo local para garantir a segurança e prevenir a violência contínua e massacres anticristãos.

Segundo Padre Fidelis, são necessários o apoio e a ação dos governos europeus. “Caso contrário, corremos o risco de extermínio. O nosso povo sofre muito. Por favor, ajude-nos. Não fiquem calados diante deste imenso extermínio que está ocorrendo em silêncio”, afirmou o Sacerdote.

APELO DO PAPA

O Papa Francisco manifestou sua dor pelos “episódios de violência contra pessoas inocentes, entre as quais muitos cristãos perseguidos e mortos pela sua fidelidade ao Evangelho”. Durante seu discurso ao Corpo Diplomático, no dia 9, o Pontífice exortou a comunidade internacional a apoiar os esforços que estes países estão a fazer na luta para derrotar o flagelo do terrorismo, que está a cobrir de sangue partes cada vez mais extensas da África, bem como outras regiões do mundo.

“É necessário que se implementem estratégias que incluam intervenções não só no campo da segurança, mas também na redução da pobreza, na melhoria do sistema de saúde, no desenvolvimento e na assistência humanitária, na promoção da boa governança e dos direitos civis. Tais são os pilares dum real desenvolvimento social”, ressaltou o Santo Padre.

(Com informações de Vatican News, Agencia Fides e SIR)

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Um em cada oito cristãos no mundo sofre perseguição

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Mediador de conflito étnico, sacerdote é assassinado

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16 de outubro de 2019

O Padre David Tanko, da Diocese de Jalingo, Nigéria, foi assassinado, na quinta-feira, 29 de agosto, dentro de seu carro enquanto se dirigia à cidade de Takum para um encontro com outros sacerdotes a fim de dialogar sobre os conflitos entre os grupos étnicos Tiv e Jukun. O Sacerdote morreu carbonizado, pois um grupo de homens armados o emboscou e ateou fogo ao veículo. 


O Sacerdote exercia seu ministério na Paróquia São Pedro, na localidade de Amadu, e o assassinato ocorreu na cidade de Kufai Amadu, no estado de Taraba, nordeste do país. 


O Bispo de Jalingo, Dom Charles Hammawa, disse que recebeu a notícia emocionado. “Isso é triste. A diocese está de luto”. 


“Estamos pregando a paz e fazendo esforços para levar ambos os grupos em crise a uma mesa-redonda”, disse o Prelado segundo a imprensa local. 


O presidente do Conselho do estado de Taraba, Shiban Tikari, afirmou aos meios locais de comunicação que o crime foi realizado por uma milícia da etnia Tiv. Já o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, reagiu energicamente ao assassinato e prometeu empreender mais esforços para acabar com o conflito. 


“O assassinato de um sacerdote católico enfatiza a urgência de enfrentar esse conflito duradouro e embaraçoso. Em nome do governo federal e de toda a população do país, apresento minhas condolências à comunidade católica, ao governo e ao povo de Taraba, pelas perdas decorrentes da violência que abala as comunidades”, disse o presidente do país. 


O chefe de Estado salientou a necessidade do diálogo entre as etnias envolvidas para a solução do problema: “A solução a longo prazo, e duradoura, depende da vontade daqueles que estão envolvidos em ouvir a razão e em dar uma chance à paz”.


“É hora de os líderes dos grupos étnicos se encontrarem e elaborarem um plano para uma paz duradoura. O impacto dessa violência persistente na vida social e econômica das pessoas é incalculável”, concluiu.


Fontes: Vatican News/ ACI Prensa

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Nigéria é bicampeã da Copa dos Refugiados

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25 de setembro de 2017

A Seleção da Nigéria se tornou bicampeã da Copa dos Refugiados, o maior evento esportivo voltado às pessoas em situação de refúgio que vivem no País.

A Nigéria foi vencedora da primeira edição da Copa dos Refugiados em 2014. Já a seleção de Marrocos é estreante. A disputa deste ano envolveu 16 equipes.

O placar final foi de 9 a 4 para os nigerianos na decisão da 4ª edição da competição, que foi prestigiada por 4 mil pessoas no Estádio do Pacaembu, no domingo, 24. Os vencedores levaram medalhas, troféu e bicicletas.

A Copa dos Refugiados é uma competição que envolve pessoas em situação de refúgio e migrantes residentes na cidade de São Paulo, assim como brasileiros, com o intuito de as integrar e promover trocas culturais, criando uma rede de apoio. A organização foi da ONG África do Coração, em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo.

(Com informações de Globoesporte.com)

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Solidariedade com vítimas do ataque à igreja na Nigéria

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08 de agosto de 2017

Ao ser informado do ataque contra uma igreja católica na Nigéria, em que 11 pessoas foram mortas domingo (06/08), o Papa Francisco enviou uma mensagem de pesar ao bispo de Nnewi, Dom Hilary Paul Odili Okeke. 

“Entristecido pelo violento ataque à Igreja Saint Philip, de Ozubulu, Sua Santidade estende suas condolências a todos os fiéis da Diocese de Nnewi, especialmente às famílias da vítimas e aos atingidos pela tragédia e invoca as bênçãos consoladoras para todos”.

A mensagem é assinada pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado.

 

Conflitos étnicos na raiz do caso

As investigações iniciais apontam como causa da tragédia uma vingança tribal, e não o terrorismo. O local onde ocorreu o ataque não é ameaçado pelo grupo islâmico Boko Haram, que costuma perpetrar atentados contra cristãos e muçulmanos, tem como alvo principal o nordeste do país. Já a Diocese de Nnewi, onde se situa Ozubulu, está no estado meridional de Anambra e é habitada em maioria por cristãos.

Dom Ignatius Ayau Kaigama, arcebispo de Jos, no centro do país, se encontra em Roma e declarou à RV que “o sul da Nigéria é aonde a Igreja Católica está presente há mais tempo; os primeiros missionários chegaram em 1885. Neste território acontecem episódios ligados a questões de terra e agricultura, mas um ataque como este era inesperado”.

Dom Kaigama reza para que esta brutalidade permaneça um ‘caso isolado’ e acrescenta: “Vivemos tantos problemas na Nigéria e não queremos que a tensão aumente. Precisamos de paz porque nosso país tem muitos recursos, que se forem bem usados podem nos fazer viver em paz”. 

(cm)

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