Como Pedro e Paulo, cristãos edificam a Igreja pelo testemunho do martírio

Por
28 de junho de 2019

A Solenidade de São Pedro e São Paulo, cuja data litúrgica é 29 de junho – no Brasil transferida para o domingo, 30 –, recorda o martírio desses dois apóstolos que são considerados as colunas da Igreja de Cristo. O sangue derramado por essas duas testemunhas do Senhor é o fundamento da existência da Igreja. 
Em um sermão sobre essa solenidade, Santo Agostinho (354-430) ressaltou que esses dois apóstolos eram como um só, pois, “embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho”. Segundo a tradição, ambos foram mortos em Roma, entre os anos 64 e 67, durante a perseguição do imperador Nero. 
São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, a seu próprio pedido, por não se considerar digno de morrer como seu Senhor. Foi enterrado na colina do Vaticano, onde hoje está construída a Basílica de São Pedro. São Paulo foi decapitado e sepultado no local sobre o qual foi erguida a Basílica de São Paulo Fora dos Muros.
O martírio, contudo, não foi privilégio dos apóstolos. Como eles, milhares de cristãos derramaram seu sangue no Coliseu, no Circo de Nero e nos 
anfiteatros romanos em todo o Mediterrâneo. Ao longo de 21 séculos, milhares de cristãos, incluindo crianças, jovens, testemunharam a fé em Cristo até as últimas consequências. 

SUPREMO TESTEMUNHO
Mas qual é o fundamento do martírio? A resposta é o próprio Jesus, que ao ser crucificado, “deu a sua vida em resgate de muitos” (Mt 20,28) e exortou todos aqueles que desejarem segui-Lo a renunciar às suas vidas e a tomar a sua cruz todos os dias. 
A palavra mártir vem do grego martys, martyros, que significa “testemunha”. O mártir é uma testemunha qualificada que chega ao derramamento do próprio sangue.  O Catecismo da Igreja Católica ensina que o martírio “é o supremo testemunho prestado à verdade da fé; designa um testemunho que vai até a morte” (2473). Já a Constituição Dogmática Lumen Gentium, do Concílio Vaticano II, destaca que o mártir segue o Senhor até o fim, aceitando livremente morrer para a salvação do mundo, em prova suprema de fé e de amor. 

UNIÃO COM CRISTO
A força para enfrentar o martírio nasce da profunda e íntima união com Cristo, como recordou o Papa Emérito Bento XVI, em uma Catequese de 2010. “Porque o martírio e a vocação ao martírio não constituem o resultado de um esforço humano, mas são a resposta a uma iniciativa e a uma chamada de Deus, são um dom da sua graça, que torna capaz de oferecer a própria vida por amor a Cristo e à Igreja, e, assim, ao mundo.”
O mártir cristão, portanto, não é aquele que busca a morte como um suicida, tampouco quem, com sua morte, provoque a morte de outros. Pelo contrário, é aquele que, como afirmou São Paulo, completa na sua carne “o que falta às tribulações de Cristo” por seu corpo, que é a Igreja (cf. Cl 1,24).
A aceitação da morte pode ser explícita, como no caso em que o perseguidor deixa a escolha entre renegar a fé (ou uma virtude relacionada com a fé) e a morte. A aceitação livre pode ser implícita, quando a pessoa sabe que o seu compromisso cristão pode levá-la até a morte e, não obstante, é fiel a esse compromisso. 

SEMENTE DE CRISTÃOS
No século II, o cristão Tertuliano escreveu para o imperador sanguinário Marco Aurélio que não adiantava matar mais seguidores de Cristo porque “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.  E a história da Igreja confirma que, em todos os lugares do mundo onde a semente do Evangelho foi lançada, teve de ser regada com o sangue dos mártires. Depois de 250 anos de perseguição romana, o imperador Constantino, convertido ao Cristianismo, proibiu a perseguição aos cristãos. 
No entanto, a era dos mártires não corresponde apenas ao período da Igreja primitiva. O Papa Francisco tem afirmado com frequência que hoje há mais mártires cristãos do que nos primeiros séculos. “Dão a vida no silêncio, porque o seu martírio não faz notícia, mas hoje há mais mártires cristãos do que nos primeiros séculos”, ressaltou, em uma publicação no Twitter, feita em 27 de maio. 

MÁRTIRES DE HOJE
Em junho, foi divulgado um levantamento solicitado pelo secretário de Estado para Assuntos Externos do Reino Unido, Jeremy Hunt, sobre a violência contra cristãos no mundo. Constatou-se que uma em cada três pessoas sofre perseguição religiosa no planeta, sendo que 80% do total são cristãs. O estudo mostrou, ainda, que em certas regiões do planeta, como o Oriente Médio e o norte da África, a perseguição é tão extrema que atende aos parâmetros da ONU para ser considerada genocídio. 
Outros estudos também confirmam essa realidade. Em 2016, o instituto de pesquisas Pew Research, dos Estados Unidos, já indicava que os cristãos são perseguidos em pelo menos 144 países. A ONG Open 
Doors, também norte-americana, publicou um relatório neste ano segundo o qual aproximadamente 245 milhões de cristãos nos 50 maiores países do mundo sofrem altos níveis de perseguição. 

CONTRACORRENTE
Em junho de 2017, durante uma Catequese sobre a esperança dos mártires, o Papa Francisco salientou que, ao ler as histórias dos mártires de ontem e de hoje, “ficamos maravilhados diante da força com que enfrentaram a prova”. 
O Pontífice acrescentou que os cristãos são homens e mulheres “contracorrente”, pois o mundo é marcado pelo pecado, que se manifesta em várias formas de egoísmo e de injustiça, e quem segue Cristo caminha em direção contrária. 
A respeito desse aspecto, Bento XVI também enfatizou que nem todos os cristãos são chamados ao martírio, mas ninguém está excluído do chamado divino à santidade, “a viver a medida alta da existência cristã, e isto exige que tomemos todos os dias a cruz sobre nós mesmos”. 
Durante uma vigília em Londres, em 2010, Bento XVI indicou que o preço a ser pago pela fidelidade ao Evangelho não é apenas “ser enforcado, desmembrado, esquartejado”. Ainda segundo o Pontífice, “aqueles que proclamam a fé com fidelidade nos tempos atuais, muitas vezes devem pagar outro preço: ‘ser excluído, ridicularizado’.”

Comente

Bispos das Grandes Metrópoles dialogam sobre a evangelização no mundo urbano

Por
26 de junho de 2019

Na segunda-feira, 17, a Arquidiocese de Florianópolis (SC) recebeu o Encontro de Bispos das Grandes Metrópoles, com o tema “A evangelização no mundo urbano”. Os palestrantes foram o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Elson Pereira, e o Reitor do Seminário Convívio Emaús, Padre Vânio da Silva.

Participaram 16 bispos, de oito estados, dentre eles, o Secretário-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Joel Portella Amado; o Arcebispo de Salvador (BA) e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger; e o Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck.

A Arquidiocese de São Paulo foi representada pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, que presidiu a missa de abertura, e por Dom Eduardo Vieira dos Santos, Bispo Auxiliar na Região Episcopal Sé.

O professor Elson afirmou que oespaço urbano é um produto da sociedade. “Ele é um reflexo condicionante social, um conjunto de símbolos e campo de lutas, fruto da expressão espacial dos processos sociais materializados a partir das formas espaciais”.

Padre Vânio falou sobre como atender às necessidades espirituais das pessoas que trabalham e transitam no centro e indicou sete características que devem estar presentes na Pastoral Urbana: “Uma presença mais plural, acolhedora, querigmática, comunitária, personalizada, solidária e cuidadora dos evangelizadores”, continuou.

“É preciso compreender a mentalidade urbana. O que pensa? O que sente? O que sofre? Sobretudo na questão habitacional e na segregação de direitos, onde há muitos para uns e quase nada para outros”, apontou Dom Joel.

O Cardeal Scherer ressaltou que outro desafio concreto no mundo urbano é estar junto aos jovens e às crianças nas escolas e nas universidades: “Há muitas formas que nós precisamos repensar na nossa maneira de estar na cidade e de nos relacionar com o povo”.

Ao fim, foi anunciado que o próximo encontro dos bispos das grandes cidades será em Brasília (DF), em 2020, em data ainda a ser definida.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Arquidiocese de Florianópolis

Comente

Solenidade de Pentecostes mobiliza juventude arquidiocesana

Por
26 de junho de 2019

Os adolescentes e jovens crismandos das paróquias e comunidades da Arquidiocese de São Paulo participaram da missa da Solenidade de Pentecostes na Catedral da Sé, no domingo, 9. 
A celebração, organizada pelo Setor Juventude da Arquidiocese, foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano. Concelebraram Dom Carlos Lema Garcia, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial do Setor Juventude, e padres da Arquidiocese. Ao final dessa missa, tradicionalmente, é apagado o Círio Pascal, como sinal do fim do tempo pascal.
Antes da missa, os jovens saíram em procissão do Pateo do Collegio, local da fundação da cidade de São Paulo, até a Catedral, com cantos e orações. 

ALMA DA IGREJA
Na homilia, Dom Odilo explicou que, na Solenidade de Pentecostes, recorda-se o nascimento da Igreja. “Antes da vinda do Espírito Santo, já existia um núcleo inicial da Igreja. Mas a Igreja, de fato, começou a agir em Pentecostes, com o dom do Espírito Santo prometido por Jesus aos apóstolos.”
O Cardeal enfatizou que o Espírito Santo é a alma da Igreja, que a ajuda a realizar a missão confiada por Jesus Cristo. “Sem a sua ajuda, a Igreja seria apenas uma organização não governamental (ONG)”, afirmou. 
O Arcebispo refletiu, ainda, sobre os sete dons do Espírito Santo, que ajudam os cristãos a reconhecer a vontade de Deus e a realizá-la em suas vidas. 

SABEDORIA E ENTENDIMENTO
O dom da Sabedoria é dado para compreender aquilo que é bom e justo. “É a capacidade de entrar nas coisas de Deus e compreendê-las com docilidade”, explicou Dom Odilo, reforçando que os jovens, os casais, aqueles que têm responsabilidades na sociedade e que tomam decisões necessitam desse dom. 
Já o dom do Entendimento permite uma clareza interior sobre aquilo que se crê. “Dá-nos uma capacidade de entrar nos mistérios de Deus e de aderir a eles com simplicidade e alegria”, afirmou o Cardeal. 

CONSELHO E FORTALEZA
Ao falar do dom do Conselho, o Cardeal lembrou que o Espírito Santo é o grande conselheiro que orienta a vida das pessoas. Por isso, Ele nos dá a capacidade de dizer uma palavra boa. “Os pais, por exemplo, precisam muito desse dom na educação dos filhos. Também todos nós precisamos do dom do Conselho para, na convivência uns com os outros, dizer uma boa palavra onde se faz necessário, dizer a palavra certa na hora certa”, completou. 
O dom da Fortaleza diz respeito à força interior, firmeza, coragem e perseverança. “Como todos nós precisamos da Fortaleza de Deus para não desanimarmos, para termos a capacidade de decidir por aquilo que é certo, por aquilo que é bom. As tentações são muitas e grandes e, por isso, precisamos ser fortes para resistir a elas e para decidir.” 

CIÊNCIA, PIEDADE E TEMOR DE DEUS
“A Ciência é o dom da compreensão das realidades ao nosso redor com a ajuda da luz de Deus. A fé nos dá uma compreensão nova de Deus, da nossa relação com Ele, da nossa vida, das pessoas, dos nossos deveres, da nossa vocação e missão neste mundo”, continuou o Arcebispo. 
“O dom da Piedade nos faz reconhecer que nós somos criaturas diante de Deus e que a religião é a forma de nos relacionarmos com Ele com sinceridade, humildade, verdade, alegria, ação de graças, enfim, tudo aquilo que significa a religião verdadeira”, explicou o Cardeal, acrescentando que esse dom ajuda o cristão a ser santo, acolhendo a santidade de Deus.
O Temor de Deus não significa medo, mas respeito pelo divino. “O santo Temor de Deus nos livra da tentação de querermos ser Deus, e nos faz reconhecê-Lo como tal.”

CATEQUISTAS 
Dom Odilo também fez uma saudação especial aos catequistas de Crisma presentes na celebração. “Que vocês acompanhem seus catequizandos, como pedagogos da fé e da Iniciação à Vida Cristã”, disse, ressaltando que a participação na celebração da Catedral também faz parte do caminho de preparação para o sacramento da Confirmação.
No fim da missa, o Arcebispo convidou os jovens a refletir sobre a vocação. “Vocês nunca pensaram em consagrar suas vidas a Deus, em serem padres, religiosas? Jesus chama e a Igreja precisa”, afirmou. 

EXPERIENCIA ECLESIAL 
Dom Carlos avaliou positivamente a participação dos jovens na missa, e destacou o objetivo da celebração de proporcionar aos crismandos uma experiência eclesial profunda, especialmente no contexto do sínodo arquidiocesano, que busca refletir sobre a missão da Igreja na cidade. “Esses jovens são a força da renovação da Igreja dentro de suas paróquias e comunidades”, destacou. 
Nayara da Silva Santos, 16, é crismanda da Paróquia Nossa Senhora do Retiro, na Região Episcopal Brasilândia. Ela contou ao O SÃO PAULO que nunca havia participado de uma missa na Catedral e gostou muito de poder celebrar com outros jovens que, como ela, preparam-se para a Crisma. “Foi muito bom poder compartilhar desse momento com tantas pessoas e perceber que estamos na mesma caminhada na Igreja”, disse.

Comente

Segunda sessão das assembleias ampliará diagnóstico da realidade regional

Por
05 de junho de 2019

As regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo começam a se preparar para a segunda sessão das Assembleias Regionais do sínodo arquidiocesano, que acontecerá nos meses de junho e julho.

Conforme explica o Regulamento das assembleias regionais do sínodo, essa sessão tem a finalidade de “analisar e refletir sobre a vida e missão da Igreja nas regiões, para elaborar um diagnóstico da realidade eclesial regional nos seus aspectos de comunhão e participação, indicando avanços e desafios pastorais e missionários”. 

Para isso, essa sessão contará com um momento preparatório, que permitirá uma participação ampliada das diversas organizações eclesiais presentes nas regiões. “Esse momento preparatório será a oportunidade de cada organização pastoral avaliar a sua caminhada à luz das questões levantadas pelo sínodo e, ao mesmo tempo, perceber o quanto cada uma delas está, de fato, inserida na vida da paróquia, do setor e da região”, explicou, ao O SÃO PAULO, o Padre José Arnaldo Juliano dos Santos, Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano.

GRUPOS

Durante o mês de junho, haverá encontros de grupos de pastorais, movimentos, novas comunidades, congregações religiosas e demais organizações eclesiais agrupadas a partir das coordenações pastorais segundo âmbitos específicos de atuação, previstos pelo 12º Plano de Pastoral da Arquidiocese (veja o box).

SETORES

Outra modalidade de grupo é a dos setores pastorais, constituída pelos representantes das paróquias eleitos nas assembleias paroquiais do sínodo, pelos párocos e diáconos de cada setor. “ certamente, nesse grupo haverá membros de pastorais e outras organizações. No entanto, essa será a ocasião de refletir a partir da realidade dosetor no seu conjunto”, reiterou o Perito.

CLERO

Também os padres e diáconos que atuam na região episcopal realizarão sua reunião específica para se debruçar sobre as reflexões do sínodo na perspectiva própria de sua vida e missão.

METODOLOGIA

  • As reuniões de cada grupo serão guiadas por um roteiro proposto pelo Regulamento das Assembleias Regionais do sínodo, que apresenta algumas questões:
  • Elaborar um diagnóstico sobre a atuação do grupo na região episcopal (iniciativas, resultados, lacunas, dificuldades...).
  • De que modo cada grupo avalia os resultados da pesquisa de campo e dos levantamentos paroquiais de 2018? Como se sente interpelado por eles?
  • Quais são, segundo o grupo, os maiores desafios, dificuldades e urgências para a missão da Igreja, no seu todo, na região episcopal?
  • Que cada grupo apresente três questões importantes, no âmbito de atuação do seu grupo, onde “a conversão missionária” se faz mais urgente.

RELATÓRIOS

Por fim, deve-se elaborar um relatório sobre as questões tratadas pelo grupo para ser apresentado em julho,na reunião plenária da segunda sessão da Assembleia.

Esses relatórios, devem ser reunidos a partir de cada coordenação pastoral e encaminhados para a Comissão Regional do sínodo. Contudo, Padre José Arnaldo esclareceu que é possível e, em alguns casos, recomendável, que os grupos realizem reuniões separadamente. Por exemplo: as organizações que pertencem à Coordenação Pastoral da Vida e Família, como a Pastoral Familiar e o Encontro de Casais com Cristo, Curso de Noivos, poderão constituir um único grupo ou se reunir separadamente. Igualmente, associações como o Apostolado da Oração, Legião de Maria etc. poderão fazer suas reuniões específicas. Já as organizações que são menos numerosas poderão se agrupar. “O importante é que as realidades específicas de cada organização estejam contempladas nas reflexões”, reiterou o Perito.

No caso dos movimentos e novas comunidades, recomenda-se que cada um faça a sua reunião específica e depois reúna suas contribuições com as demais organizações da mesma coordenação pastoral. A mesma recomendação é dada aos institutos de vida consagrada.

OLHAR AMPLO

Padre José Arnaldo enfatizou que não se trata de reunir para essa etapa preliminar o Conselho Regional de Pastoral (CRP), constituído apenas de representantes das organizações pastorais. “O CRP já faz parte da assembleia regional. Essa etapa é destinada a ouvir o maior número possível de integrantesdas organizações eclesiais presentes na região. É mais amplo.”

PLENÁRIA

A segunda sessão da assembleia em si será a reunião plenária, que acontecerá em julho, com os membros convocados inicialmente, assim como na primeira sessão, conforme o Regulamento. Nessa reunião, serão apresentados os relatórios de cada coordenação pastoral, dos setores e do clero, em vista do diagnóstico abrangente e profundo dos caminhos pastorais percorridos e das urgências a enfrentar. Padre José Arnaldo enfatizou a necessidade da etapa preparatória nos grupos. “É importante que cada organização tome consciência de sua atuação e presença na vida eclesial concreta em vista do caminho de comunhão, conversão e renovação missionária proposto pelo sínodo”, completou.

Comente

Investigação conclui que Missão Belém não é responsável por mortes em Jarinu (SP)

Por
12 de junho de 2019

“Pelo que se apurou, não houve mortes por intoxicação; aliás, todas as mortes se deram por outros problemas e [foram] apontadas pelo IML [Instituto Médico Legal] como [decorrentes de] causas naturais [...]. Por todo o exposto, salvo melhor juízo, entendo que não há crime a se apurar em relação às mortes.” 

A declaração acima foi proferida pelo delegado de Polícia de Campo Limpo Paulista (SP), Elias Ribeiro Evangelista Júnior, em 29 de abril, dando por encerrado o inquérito policial instaurado em julho de 2017, no qual se acusava a Missão Belém pelas mortes ocorridas na época em uma de suas casas no interior de São Paulo, destinada ao acolhimento e recuperação de pessoas que sofrem com a dependência química e alcoólica. A Missão Belém é um movimento religioso nascido e aprovado na Arquidiocese de São Paulo, idealizado pelo Padre Gianpietro Carraro, 57, com a colaboração da Irmã Cacilda da Silva Leste, 46. Morando no Brasil há 25 anos, o Sacerdote italiano iniciou, no ano 2000, com o apoio da Religiosa, as atividades de evangelização por meio do serviço aos pobres, que culminaria com a fundação oficial da comunidade em 2005.

ENTENDA O CASO

Em 2017, num período de 30 dias, dentre as 14 pessoas que faleceram nas dependências de um dos sítios mantidos pela Comunidade Missão Belém, em Jarinu (SP), pelo menos nove delas apresentavam quadros de diarreia e vômito, acompanhados de desnutrição, desidratação ou intoxicação alimentar. Outras 19 foram internadas com esses sintomas, contudo sobreviveram. 

Uma investigação policial foi aberta, a pedido das autoridades locais, a fim de averiguar a responsabilidade da Missão Belém em relação ao ocorrido. Na ocasião, o delegado de Polícia de Jarinu, Osmani Pinheiro, fez uma visita ao Sítio Rainha da Paz, onde estavam acolhidas as pessoas retiradas das ruas em grave situação física. “Em primeiro lugar, não esperava que fosse assim. Eu fiquei impressionado... O que me impressionou mais ainda foi a forma com que eles se tratam! Um ajuda o outro! Sinceramente, o senhor [Padre Gianpietro] está de parabéns. A realidade, a verdade, aparece, Padre. Do que eu estou vendo, aqui é uma maravilha! Eu não esperava isso... Eu fiquei encantado!”, declarou o delegado na época.

IDONEIDADE

No processo policial, no qual se buscava apontar a negligência, imprudência ou imperícia por parte de integrantes da Missão Belém no cuidado de seus acolhidos, vários órgãos foram chamados a vistoriar o local e dar seu parecer. Após diligências da Prefeitura de Jarinu, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde e do Conselho Regional de Medicina, todos atestaram a total idoneidade das atividades realizadas pela comunidade, eximindo-a de qualquer responsabilidade em virtude das mortes ocorridas, justamente porque a condição de saúde dos falecidos já estava comprometida antes de sua chegada à instituição.

DE QUEM É A CULPA?

Questionado a respeito do assunto, o Padre Gianpietro se manifestou: “Enfim, é preciso se perguntar: essas pessoas morreram e muitas outras morrem logo que são recolhidos da rua; se os órgãos públicos confirmaram que não há culpa nenhuma da Missão Belém, então quem é culpado de suas mortes? De quem é a culpa de tantos que, na rua, morrem sozinhos e abandonados? Não será dos próprios órgãos que, com tanto rigor, fiscalizaram a Missão Belém? Não são os órgãos de saúde municipais e estaduais que devem prestar socorro aos necessitados?”, indagou.

AÇÃO MISERICORDIOSA

Hoje, a Comunidade Missão Belém está presente no Brasil, na Itália e no Haiti. Sua principal atividade é oferecer acolhimento e recuperação às pessoas adictas em drogas e álcool, sobretudo aquelas abandonadas pelas famílias ou em situação de rua. Sua atuação se consolida na região central da cidade de São Paulo, mais especificamente na Cracolândia, sendo que, atualmente, em suas dependências, há cerca de 2,3 mil pessoas em processo de recuperação. Com cerca de 150 locais de acolhida, estabelecidos na Capital Paulista, Grande São Paulo e alguns municípios do interior, a Missão Belém preocupa-se com os ambientes destinados a receber os acolhidos, seja nas casas menores, sobretudo aquelas situadas na cidade de São Paulo, seja nos sítios localizados em alguns municípios próximos da Grande São Paulo, como é o caso dos Sítios São Miguel Arcanjo e Rainha da Paz, ambos em Jarinu.

Comente

Grupo ‘Manto Sagrado de Maria’ evangeliza em Praça do Lauzane Paulista

Por
12 de mai de 2018

No dia 1º, o Grupo de Amigos “Manto Sagrado de Maria”, da Aliança da Misericórdia, atuante na Paróquia Santa Inês, no Setor Pastoral Mandaqui, da Região Episcopal Santana, saiu para evangelizar pelas ruas e na Praça Vereador Antônio Sampaio, que fica no bairro de Lauzane Paulista.

O evento na Praça ocorre mensalmente há quatro anos, e muitos testemunhos foram colhidos nesse período, segundo o Coordenador do Grupo de Oração, Bruno Alves de Lima, 31.

“A experiência que nós fazemos ali na praça no meio de uma realidade de drogas, famílias destruídas e jovens se perdendo, é que Jesus está vivo no meio de nós”, afirmou Bruno em entrevista ao O SÃO PAULO.

Os integrantes do grupo realizam pregações, louvor, oração e ações sociais com as pessoas que estão na praça e moradores da região.

No próximo dia 2 de junho, a partir das 17h, o Grupo estará na Praça para mais uma edição da ação evangelizadora.

“O testemunho que ouço e vejo das pessoas que nós encontramos é que as pessoas têm sede de Deus, de se encontrar com Ele. Porém, não o conhecem, e quando nós o apresentamos tudo se transforma para elas”, concluiu Bruno.

LEIA TAMBÉM

‘Pontes de Solidariedade’ para migrantes venezuelanos

 

Comente

Igreja na Pompeia realizará ação com mães que vivem em situação de rua

Por
11 de mai de 2018

A Pastoral de Rua Irmãos em Cristo, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário da Pompeia, no Setor Pastoral Perdizes da Região Episcopal Sé, irá homenagear as mães que vivem em situação de rua.

Será entregue uma lembrancinha (itens de higiene e um batom), além de cerca de 900 refeições aos irmãos que vivem nas ruas próximos à Catedral da Sé, no centro da Capital. Também será levada para a iniciativa a imagem de Nossa Senhora Aparecida, para que todos possam fazer suas preces aos pés da Padroeira do Brasil.

No dia 20, às 10h30, a Pastoral saíra da paróquia a caminho do Pateo do Colégio para distribuição das doações e alimentos.

Como ajudar na pastoral de rua da Igreja da Pompeia

Nos dias 19 e 20 de maio, os voluntários vão preparar as 900 refeições para os irmãos em situação de rua. Basta comparecer em algum dos dias e horários abaixo. “Não precisa avisar e você pode permanecer o tempo que quiser ou puder! Basta levar um avental!”, informa a Paróquia pelo Facebook.

A Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia fica na rua Guiará, 72, na Pompeia – entrada pela lateral via Centro Social. O mutirão será realizado no sábado, 19, das 13h30 às 18h, e no domingo, 20, das 5h às 10h30.

(Com informações de Paróquia Nossa Senhora do Rosário da Pompéia)

Comente

Páginas

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.