Caminho sinodal é destaque em Assembleia Arquidiocesana de Pastoral

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04 de dezembro de 2019

A Arquidiocese de São Paulo realizou no sábado, 30 de novembro, sua Assembleia de Pastoral anual. O encontro, que aconteceu na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), na Vila Mariana, reuniu o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, os bispos auxiliares, padres, religiosos, coordenadores de pastorais, movimentos, associações, novas comunidades e demais organizações eclesiais, para avaliar a caminhada pastoral deste ano e projetar as atividades de 2020. 
“A assembleia arquidiocesana é representativa dos muitos corpos de corresponsabilidade da animação pastoral da Arquidiocese”, afirmou Dom Odilo, na saudação inicial. O Arcebispo ressaltou, também, o caminho sinodal percorrido pela Igreja em São Paulo, com destaque para as assembleias das regiões episcopais e vicariatos ambientais, ocorridas neste ano. 
O Cardeal explicou que a próxima etapa do sínodo, a assembleia sinodal arquidiocesana, em 2020, será a ocasião de indicar propostas e ações que concretizem a conversão e renovação missionária na Arquidiocese. “Esta assembleia de pastoral é convidada a elaborar indicações que poderão ajudar a assembleia do sínodo arquidiocesano, integrando o conjunto das propostas sinodais”, disse Dom Odilo. 

NAS REGIÕES E VICARIATOS
Em seguida, foi apresentada uma síntese do caminho sinodal percorrido pelas seis regiões episcopais e três vicariatos ambientais. 
Padre Marcelo Maróstica Quadro, Coordenador de Pastoral da Região Episcopal Belém, destacou que a assembleia regional foi uma oportunidade de os sacerdotes, religiosos e leigos caminharem juntos. “Nesse caminho, nós fomos aprendendo a olhar, ouvir e se aproximar mais da realidade da região, ter uma percepção maior do desafio da evangelização diante da pluralidade e aprender a trabalhar na diversidade, promovendo cada vez mais diálogo”, relatou.
Na Região Episcopal Santana, a assembleia sinodal foi ocasião de dar voz para que o povo compartilhasse a percepção da realidade eclesial. “Houve uma liberdade muito grande nas sessões da nossa assembleia. Tanto nos momentos de trabalho de grupo quanto nas plenárias, as pessoas puderam manifestar seus anseios, críticas e sugestões”, destacou o Padre Osvaldo Bisewski, Subsecretário-geral do sínodo arquidiocesano. 
O caminho percorrido pela Região Episcopal Ipiranga foi acentuado pela comunhão. “Desde as reuniões preparatórias da Comissão Regional do sínodo, assim como nos grupos dos setores, as reflexões ajudaram a estabelecer essa comunhão e a vislumbrar quais são os apelos da Igreja na região”, explicou o Frei Fábio Luiz Ribeiro, Coordenador do Setor Pastoral Ipiranga, enfatizando que a pesquisa de campo realizada nas paróquias foi muito relevante para iluminar as reflexões da assembleia sinodal. 

PARTICIPAÇÃO DOS LEIGOS
A adesão dos leigos nos trabalhos sinodais foi o destaque da Região Episcopal Lapa, além dos dados do levantamento da realidade pastoral e religiosa das paróquias. “A pesquisa gerou para nós um material de uma realidade que até então achávamos que conhecíamos, mas que nos despertou para outros aspectos que ignorávamos”, ressaltou o Padre Antonio Francisco Ribeiro, Coordenador Regional de Pastoral. 
Padre Fabrício Mendes de Moraes, Coordenador de Pastoral da Região Episcopal Brasilândia, afirmou que a assembleia sinodal ajudou a reestruturar a organização pastoral da Região. “Houve também um trabalho dedicado às paróquias, com o envolvimento dos setores pastorais, dos padres e uma participação excelente dos leigos, que aderiram bastante ao sínodo”, observou. 
Na Região Episcopal Sé também foi destacada a intensa participação dos leigos, que puderam compartilhar suas preocupações pastorais. “Nós estamos em uma das regiões mais desafiadoras, sobretudo em relação à evangelização nos condomínios. Precisamos repensar os setores pastorais, pois alguns deles praticamente não funcionam por causa desses desafios específicos”, ressaltou o Padre José Roberto Pereira, Coordenador Regional de Pastoral. 

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO
O Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação realizou sua assembleia em duas sessões, uma em agosto e outra em setembro. “Alguns dados da pesquisa de campo realizada pelo sínodo nos chamaram muito a atenção, especialmente no questionamento sobre o quanto as pessoas têm um conhecimento  profundo dos ensinamentos da Igreja e o quanto isso também diz respeito à maneira como a Igreja se comunica com os fiéis”, explicou o Padre Michelino Roberto, Diretor do jornal O SÃO PAULO, que falou em nome desse Vicariato. 
Já o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade percorreu seu caminho sinodal reunindo representantes das escolas católicas presentes na Arquidiocese. Também foi realizada uma pesquisa on-line com professores, pais e alunos dessas instituições. A partir do resultado desse levantamento, foram propostas indicações para que as escolas católicas correspondam à sua missão evangelizadora na cidade. “O grande fruto da nossa assembleia foi a criação de dois conselhos pastorais: um para as escolas católicas e outro para as universidades”, informou o Padre Vandro Pisaneschi, Coordenador Eclesiástico do Vicariato.

POVO DA RUA 
Na assembleia sinodal do Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, além do resultado do levantamento realizado nas paróquias, também foi elaborada uma pesquisa específica para as pessoas em situação de rua, com o objetivo de identificar qual é a percepção dessa parcela da população sobre a Igreja e sua relação com a fé. “Foi muito interessante perceber a religiosidade do povo da rua e seu anseio pela vivência da fé”, enfatizou o Padre Julio Renato Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, que também destacou que uma das principais propostas apresentadas na assembleia é o desejo das pessoas em situação de rua de serem consideradas paroquianas e envolvidas nas atividades eclesiais. 

INDICAÇÕES 
O segundo momento da assembleia de pastoral foi dedicado ao trabalho em grupos, os quais apontaram questões fundamentais para promover a conversão e renovação missionária na Arquidiocese. 
Em síntese, as principais indicações destacaram a preocupação com a iniciação à vida cristã; a acolhida, em todos os âmbitos da pastoral, especialmente na busca das pessoas que não participam da vida eclesial, por meio de um apostolado no meio do mundo; a comunicação, tanto no âmbito interno da Igreja quanto no diálogo com a sociedade; e a evangelização da juventude. 
“No ano que vem, iremos trabalhar mais intensamente para que as propostas sinodais se tornem concretas, sempre tendo como referência o que vimos e ouvimos, e o que o Espírito de Deus diz à nossa Igreja em São Paulo”, concluiu Dom Odilo.

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Sínodo será destaque no mês missionário das paróquias

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28 de setembro de 2017

Em outubro, Mês das Missões, as paróquias e comunidades da Arquidiocese de São Paulo são convidadas a realizar encontros de motivação dos fiéis para o primeiro sínodo arquidiocesano. Para isso, a Comissão de Coordenação Geral do sínodo está preparando um roteiro de três encontros paroquiais.
O primeiro encontro proposto é uma celebração reunindo toda a comunidade paroquial, na qual o pároco fará o envio dos fiéis para realizarem mais dois encontros em pequenos grupos sobre o significado do sínodo, a partir do tema, lema, hino e logotipo do caminho sinodal.
Para o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, a atividade do mês missionário visa apresentar o sínodo às pessoas e multiplicar os animadores paroquiais para a realização dos trabalhos do sínodo na base, que começam em fevereiro de 2018. Ainda de acordo com o Arcebispo, essa etapa deve envolver o máximo de membros de cada paróquia, agentes de pastorais, movimentos, novas comunidades e mesmo aqueles que não participam ativamente da vida eclesial.

Nova formação para animadores


Para que o sínodo, de fato, alcance a totalidade das paróquias, comunidades e áreas pastorais da Arquidiocese, será realizada no dia 7 de outubro, das 8h30 às 13h, no Centro Pastoral São José (avenida Álvaro Ramos, 366, Belém) uma nova edição do encontro de formação de animadores paroquiais, para os representantes das paróquias que não participaram do encontro realizado no dia 16. A atividade também será aberta aos agentes de pastoral e outros membros de paróquias
que já estivram na formação e estejam interessados em participar.
A Comissão de Coordenação geral do sínodo também está trabalhando na elaboração do material que servirá de base para os trabalhos do sínodo nas paróquias. De acordo com Dom Odilo, é importante que os paroquianos compreendam que na paróquia deve acontecer a vida e a missão da Igreja, resumida em três grandes dimensões: “anúncio do Evangelho, oração, adoração de Deus; celebração dos mistérios da salvação; e testemunho da vida nova que brota da fé no Evangelho
de Cristo e da ação do Espírito Santo”.

Conforme o artigo de Dom Odilo publicado nesta edição do O SÃO PAULO, na fase paroquial do sínodo arquidiocesano deverá acontecer a reflexão sobre a realidade eclesial e social, à luz da Palavra de Deus. No segundo momento dessa etapa da base, haverá um levantamento da realidade social e religiosa.

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‘Avançar para águas mais profundas’ na missão da Igreja em São Paulo

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05 de julho de 2017

A Comissão de Coordenação Geral do 1º Sínodo da Arquidiocese de São Paulo se reuniu pela primeira vez na sexta-feira, 30, na Cúria Metropolitana. Instituída pelo Arcebispo de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, a Comissão tem o objetivo de ajudar a pensar e organizar os próximos passos do caminho sinodal convocado no dia 15 de junho.

O organismo é constituído pelos bispos auxiliares, vigários episcopais, coordenadores de pastorais das regiões e vicariatos, representantes dos religiosos, diáconos permanentes e do laicato. Junto com a Comissão, também foi criada a Secretaria Geral do Sínodo, que terá à frente o Padre Tarcísio Marques Mesquita, Coordenador Arquidiocesano de Pastoral.

A reunião também contou com a presença do Padre José Arnaldo Juliano, teólogo e historiador, convidado para ser um dos peritos do Sínodo, e do Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Secretário do Arcebispo.

Dom Odilo explicou aos membros da Comissão que o objetivo do Sínodo é a “conversão e renovação da vida pastoral da Arquidiocese, à luz dos apelos de Deus e da Igreja, da realidade na qual vive a Igreja em São Paulo”. O Cardeal Scherer ressaltou, ainda, que não é a Comissão que realizará o Sínodo, mas toda a Arquidiocese: “A Igreja em São Paulo que reflete e olha para si, para sua maneira de ser, para sua missão, o que estamos realizando, como estamos realizando”.

Ainda segundo o Arcebispo, todo o caminho sinodal, desde o anúncio e a convocação, passando pela preparação e celebração do mesmo, “deverá ser marcado pela escuta e atenta acolhida à Palavra de Deus, do Magistério da Igreja, para discernirmos sobre a vocação e a missão de nossa Arquidiocese em cada realidade vivida pelos fiéis católicos: nas pequenas e grandes expressões da comunidade eclesial e em todas as estruturas e organizações pastorais”.

 

 

Preparação

Os primeiros encaminhamentos da Comissão serão pensar na divulgação e motivação sobre o Sínodo nas paróquias e comunidades da Arquidiocese, bem como elaborar subsídios para serem utilizados na primeira etapa do caminho sinodal, em 2018, quando os trabalhos acontecerão nas bases. Para esclarecer e motivar as pessoas sobre o Sínodo, será elaborado um folder com informações básicas, como o que é um sínodo, por que e para que celebrá-lo.

Também caberá à Comissão preparar a formação de agentes que auxiliarão na realização das reflexões do Sínodo nas bases. Para isso, será necessária a elaboração do regulamento do Sínodo. Estão em fase de preparação um logotipo e um hino do Sínodo, que ajudarão na divulgação, motivação e celebração do caminho sinodal.

Ao longo do segundo semestre de 2017, as atividades arquidiocesanas também serão voltadas para a motivação do Sínodo. Em agosto, o Curso de Atualização Teológico-Pastoral do Clero da Arquidiocese de São Paulo irá tratar do assunto, preparando os sacer-dotes e diáconos para a realização do Sínodo nas paróquias. De igual maneira, os materiais para o Mês Missionário, celebrado em outubro, bem como a Novena de Natal, serão elaborados no contexto sinodal.

 

 

Olhar para si

Dando como exemplo o método “ver-julgar-agir”, Dom Odilo explicou que a primeira etapa será o “ver” da Arquidiocese, quando cada paróquia, comunidade ou organização pastoral vai “olhar-se no espelho” e perceber a sua realidade.

Ainda de acordo com o Arcebispo, é preciso ter claro que o Sínodo não conta só pelas conclusões, mas pelo caminho realizado, pelo exercício de comunhão, de tomada de consciência e motivação. “O Sínodo é eclesial. É a Igreja em São Paulo que reflete e olha para si, para sua maneira de ser, para sua missão. O que estamos realizando, como estamos rea-lizando... É a busca da própria Igreja de se reposicionar, acertar o passo”, disse o Cardeal Scherer.

Padre José Arnaldo afirmou que o Sínodo é um momento eclesial. Recordando a encíclica Ecclesiam Suam, do Beato Paulo VI (1964), na qual o Pontífice fala sobre os sínodos, o Teólogo salientou que é necessário que a Igreja, antes de tomar atitudes pastorais ousa-das, pare e olhe para si mesma. Essa é a experiência, na sua avaliação, que o Sínodo poderá proporcionar. “Não podemos pensar apenas no ativismo pas-toral. É momento de reflexão e de ação em comunhão”, alertou.

Padre Andrés Gustavo Marengo, Coordenador de Pastoral da Região Santana, completou que para uma autêntica e eficaz conversão pastoral é preciso ir ao encontro das periferias existenciais, a Igreja deve, antes de tudo, descobrir sua própria identidade na cidade. “Para sairmos em busca daqueles que estão afastados, nós precisamos saber quem somos.”

Padre Jordélio Siles Ledo, da Congregação dos Sagrados Estigmas (Estigmatinos), um dos representantes dos religiosos na Comissão, afirmou que ao iniciar o processo de avaliação, preciso ter consciência de que a Igreja pode se defrontar com uma imagem incômoda sobre si mesma. “Esse ‘ver’ a realidade, saber quem é esse interlocutor da Igreja, a cidade, é muito importante”, disse.

 “O Sínodo deverá significar um ‘vento impetuoso de Pentecostes’ (cf. At 2,1-11), uma saudável sacudida na Igreja da Arquidiocese, dando-lhe fortes impulsos para ‘avançar para águas mais profundas’ no exercício da missão evangelizadora e da vida da Igreja”, enfatizou Dom Odilo.

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