Papa: enfrentar os desafios da Igreja "sem mania de grandeza"

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20 de setembro de 2018

A segunda audiência do Papa Francisco esta quinta-feira (20/09) foi aos filhos de Santa Maria Imaculada, que organizaram um Congresso por ocasião dos 150 anos da morte do Ven. Giuseppe Frassinetti.

Em seu discurso, o Papa manifestou sua satisfação pela participação de leigos e clero no Congresso, “um dos sinais dos tempos da Igreja de hoje. Eu os exorto a continuarem neste caminho”, disse Francisco.

 

Fidelidade ao carisma

O Papa recordou que a Igreja não se cansa de exortar os religiosos a uma fidelidade dinâmica à própria identidade carismática. Esta fidelidade requer constante discernimento, escuta e diálogo.

Francisco destacou as virtudes de Giuseppe Frassinetti, que encorajava a um caminho humilde, sereno e corajoso na sequela de Cristo, oferecendo-se completamente a Ele.

 

Juventude

Ressaltando a dimensão educativa e juvenil deste carisma, o Papa convidou a uma participação espiritual ao próximo Sínodo dos Bispos sobre o tema da juventude.

“Pe. Frassinetti, como o seu amigo Dom Bosco, compreendeu o papel estratégico das novas gerações numa sociedade dinâmica e projetada no futuro. Eu os exorto a amar as novas gerações, a serem companheiros de viagem de seu caminho às vezes confuso, mas rico de sonhos, que são também eles parte da chamada de Deus.”

 

Sem mania de grandeza

Francisco conclui com um encorajamento diante dos desafios cruciais que a Igreja está vivendo.

“É importante que estejam presentes neste processo, sem mania de grandeza, mas com o desejo de fazer todo o possível, mantendo no coração a atitude evangélica dos servos inúteis. Não se deixem desencorajar.” 

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Em audiência no STF, Igreja e grupos pró-vida enfatizam não ao aborto

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09 de agosto de 2018

Mais de 60 especialistas em Saúde, Direito, Direitos Humanos, Ciência e Religião participaram nos dias 3 e 6, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF), de uma audiência pública sobre a descriminalização do aborto até a 12ª semana da gestação. 

A audiência foi convocada pela ministra Rosa Weber, relatora da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, ajuizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que visa declarar inconstitucionais os artigos 124 e 126 do Código Penal, que criminalizam o aborto. 

Nos dois dias de exposições, os grupos favoráveis às práticas abortivas apresentaram argumentos altamente questionáveis, como o de que abortar é um direito da mulher, que um feto com 12 semanas não pode ser considerado uma pessoa, e que, em um Estado Laico, entidades religiosas não deveriam ser chamadas a opinar sobre o tema. Tais apontamentos foram veementemente rebatidos pelos representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidades cristãs e grupos pró-vida.

 

‘NÃO SE PODE IGNORAR A EXISTÊNCIA DO BEBÊ’

Falando em nome da CNBB, Dom Ricardo Hoepers, Bispo de Rio Grande (RS), com formação em Teologia Moral e Bioética, afirmou que ser contrário ao aborto não se trata de fundamentalismo religioso, mas de adesão a verdades, inclusive científicas, de que a vida começa na concepção, sendo, assim, um crime interrompê-la a partir de então. 

“Não podemos tratar o assunto negando, deletando, ignorando, a existência do bebê. Parece que estamos falando de uma vesícula biliar, de um rim, ou um adendo que precisamos extirpar, que está causando a morte das mulheres. O foco está errado! Se é um problema de saúde publica, deve ser tratado e solucionado como tal”, enfatizou, comentando, ainda, que em nome de uma suposta autonomia e liberdade da mulher tem se tentado deletar a existência de um novo ser humano. 

“É assim que o Supremo Tribunal Federal vai garantir a inviolabilidade do direito à vida? Dando uma arma chamada ‘autonomia’ para que homens e mulheres ao seu bel-prazer interrompam a vida das crianças até a 12ª semana, sem precisar dar nenhuma satisfação de seu ato predatório?”, indagou. 

Dom Ricardo citou projetos sociais alternativos que já existem para ajudar as mulheres que mantêm a gravidez mesmo sob as condições mais adversas. “É uma pena que o Estado e muitas instituições ficaram tão obcecados e limitados com a estreita visão do aborto e da sua legalização que, se pensássemos o uso dessas verbas para projetos alternativos de cuidado e acompanhamento das casas de acolhida, hoje estaríamos com uma visão diferenciada”, afirmou.
 

TEMA NÃO DEVERIA ESTAR EM DISCUSSÃO

Também representando a CNBB, o Padre José Eduardo de Oliveira, da Diocese de Osasco (SP), doutor em Teologia Moral, disse que a audiência apenas servia para legitimar o ativismo da Suprema Corte. Ele denunciou que os grupos favoráveis ao aborto “tiveram bem mais do que o dobro do tempo e bem mais do que o dobro de representantes dos que defendem a posição contrária”. 

O Sacerdote comentou ainda que a ADPF 442 sequer deveria ser analisada, pois não existe controvérsia sobre a constitucionalidade do direito à vida. Ele também questionou a atuação do STF: “O Supremo Tribunal Federal não pode legislar. Mas no nosso caso já não estamos nem mais falando de legislar, mas de usurpar o Poder Constituinte Originário. O artigo quinto da Constituição estabelece que a inviolabilidade do direito à vida é cláusula pétrea, e seu parágrafo segundo estabelece que os direitos e garantias expressos na Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou seja, proíbe qualquer interpretação restritiva dos direitos consignados neste artigo, inclusive o direito à vida”. 

Por fim, o Padre José Eduardo descontruiu as argumentações dos grupos pró-aborto de que por ano acontecem no Brasil entre 500 mil e 1 milhão de abortos, 250 mil dos quais com internações na rede hospitalar. “Ora, os dados do SUS são de que há 200 mil internações por aborto por ano. A estimativa dos médicos experientes é que destes, no máximo 25% seriam por abortos provocados. Numerosas pesquisas apontam valores entre 12% e 25%. Em 2013, o IBGE estimou que o número de abortos naturais corresponde a sete vezes o número de provocados. Tomando o valor mais conservador de 25%, deveríamos concluir que se houvesse no Brasil 250 mil internações por abortos provocados, deveria haver entre um milhão e um milhão e meio de internações totais de abortos, e não apenas 200 mil”, afirmou. Ele disse, ainda, que em países que descriminalizaram o aborto, tal prática só aumentou.

 

‘ABORTO JURÍDICO’

A advogada Angela Vidal Gandra Martins Silva, da União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP), afirmou que a ADPF 442 é um “aborto jurídico”, e lembrou que essa questão deveria estar sendo tratada pelo Congresso Nacional e não pelo Judiciário. Ela ressaltou que não compete ao Direito “estabelecer de forma arbitrária e pragmática quando começa a vida”. 

Angela também argumentou que não cabe a um partido político buscar “de forma paternalista e insegura a proteção do STF sem a devida representatividade”, nem ao Judiciário criar ou retirar direitos, uma vez que “não existe um suposto direito constitucional ao aborto”. 

 

PARÂMETRO TEMPORAL ARBITRÁRIO

A médica Lenise Garcia, do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida – Brasil sem Aborto, destacou que um embrião já é um ser humano, e criticou aqueles que defendem que até 12 semanas o feto não deva ser considerado como tal. 

“Não existe nenhuma referência relativa ao desenvolvimento do embrião. É totalmente arbitrária a definição de 12 semanas. Tanto é que Portugal trabalha com dez semanas, a Argentina com 14, o Reino Unido, com 20. Se houvesse dado científico, não teríamos essa data arbitrária”, disse. 

Ainda de acordo com Lenise, é falsa a ideia de que a descriminalização do aborto trará mais liberdade para as mulheres, pois, muitas vezes, elas optam por essa medida pressionadas por um homem inconformado com a continuidade da gravidez. 

 

PRÓXIMOS PASSOS

As exposições feitas na audiência pública servirão de base para que Rosa Weber apresente seu parecer. Não há um prazo para que o faça. Ao concluí-lo, ela encaminhará um relatório para os demais ministros do STF e pedirá a inclusão do processo na pauta do plenário do Supremo. Quem define a pauta é o presidente da Suprema Corte, atualmente a ministra Cármen Lúcia, que deixará a Presidência do STF em setembro, sendo substituída por Dias Toffoli. Assim, não é certo que a 
em ADPF 442 seja apreciada ainda este ano. 

Rosa Weber também irá pedir a manifestação de Raquel Dodge, procuradorageral da República, antes de concluir seu parecer e fazer o pedido de julgamento no plenário pelos 11 ministros do STF. Em 2016, no julgamento de um habeas corpus , Rosa Weber posicionou-se a favor da descriminalização do aborto.

 

(Com informações de Supremo Tribunal Federal, G1, CNBB, Rede Brasil Atual e Agência Brasil)
 

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Papa: jovens e indígenas protagonistas da conversão ecológica

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06 de julho de 2018

O Papa Francisco iniciou suas atividades esta sexta-feira, 06/07, recebendo os participantes da Conferência internacional convocada no terceiro aniversário da publicação da Encíclica Laudato Si, sobre o cuidado da casa comum.

O Papa agradece aos participantes que se reuniram para “ouvir com o coração o clamor sempre mais angustiante da Terra e de seus pobres em busca de ajuda e responsabilidade”.

 

Compromisso inadiável

Francisco recorda que a conversão ecológica é um compromisso inadiável, como demonstram os estudos da comunidade científica. “Há o perigo real de deixar às gerações futuras ruínas, desertos e lixo.”

O Pontífice faz votos de que esta preocupação ecológica se traduza numa ação orgânica e comum, citando eventos importantes como a COP24 sobre o clima, programado para dezembro próximo em Katowice (Polônia). No centro, novamente, estará o Acordo de Paris de 2015.

“Todos os governos deveriam se esforçar para honrar os compromissos assumidos em Paris para evitar as piores consequências da crise climática”, afirmou o Papa, recordando que não se pode perder tempo neste processo.

 

Mudança de paradigma financeiro

Mas para a conversão ecológica, a política não basta. Francisco pede o envolvimento também da sociedade civil e de instituições econômicas e religiosas, fazendo votos de que o Encontro sobre a Ação Global de San Francisco (EUA), em setembro próximo, possa oferecer respostas adequadas, com o apoio de grupos de pressão de cidadãos de todas as partes do mundo.

Francisco chama em causa também organizações internacionais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, que podem contribuir para uma mudança do paradigma financeiro através de reformas eficazes para um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.

 

Mudança dos corações

Todas essas ações, reiterou o Papa, pressupõem uma transformação num nível mais profundo, isto é, uma mudança dos corações e das consciências. Nisto, as confissões cristãs têm um papel-chave a desempenhar e citou as iniciativas organizadas em parceria com a Igreja Ortodoxa.

No âmbito católico, Francisco citou os dois Sínodos que terão como protagonistas grupos diretamente interessados na conversão ecológica: os jovens e os povos indígenas, de modo especial os da Amazônia. 

“São os jovens que deverão enfrentar as consequências da atual crise ambiental e climática. Portanto, a solidariedade intergeracional não é uma atitude opcional, mas uma questão essencial de justiça”, afirmou o Papa citando a Laudato Si.

Quanto aos indígenas, o Pontífice manifestou sua tristeza ao ver as terras expropriadas e cultura dos povos nativos espezinhada por uma atitude predatória, por novas formas de colonialismo, alimentadas pela cultura do descarte e do consumismo.

 

A injustiça não é invencível

Francisco encerrou seu discurso agradecendo aos participantes por seu engajamento e os encorajando a perseverarem mesmo diante desta tarefa árdua, onde o interesse econômico chega a prevalecer com facilidade sobre o bem comum.

E citando novamente a Laudato Si, recordou que os seres humanos são capazes de se degradar até o extremo, mas são capazes também de se superar, voltar a escolher o bem e se regenerar.

“ Por favor, continuem trabalhando pela mudança radical que as presentes circunstâncias impõem. A injustiça não é invencível. ”

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Vida humana: Papa Francisco propõe uma visão global da bioética

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25 de junho de 2018

O Papa Francisco concluiu sua série de audiências recebendo os participantes da Plenária da Pontifícia Academia para a Vida.

A Plenária se realiza no Vaticano de 25 a 27 de junho, sobre o tema “Iguais no nascimento? Uma responsabilidade global”.

 

Cardeal Elio Sgreccia

No início do seu discurso, o Pontífice agradeceu publicamente o empenho e a dedicação do Cardeal Elio Sgreccia, um dos maiores especialistas em bioética do mundo e presidente da Pontifícia Academia para a Vida no passado. Hoje, este cargo é ocupado pelo arcebispo Vincenzo Paglia.

Para Francisco, quando se fala de vida humana é preciso considerar a qualidade ética e espiritual da vida em todas as suas fases: desde a concepção até a morte. Mas não só a vida biológica: existe a vida eterna, existe a vida que é família e comunidade, existe a vida humana frágil e doente, ofendida, marginalizada, descartada. “É sempre vida humana”, reiterou o Papa.

 

A síndrome de Narciso

“Quando entregamos as crianças à privação, os pobres à fome, os perseguidos à guerra, os idosos ao abandono, não fazemos nós mesmos o trabalho ‘sujo’ da morte?”, questionou o Pontífice.

Excluindo o outro do nosso horizonte, a vida se fecha em si mesma e se torna bem de consumo. Como Narciso, acrescentou Francisco, nos tornamos homens e mulheres-espelho, que veem somente a si mesmos e nada mais.

 

Visão global da bioética

Por isso, é necessária uma visão global da bioética. Em primeiro lugar, explica o Papa, esta bioética global será uma modalidade específica para desenvolver a perspectiva da ecologia integral, própria da Encílica Laudato si’. Portanto, temas como a relação entre pobreza e fragilidade do planeta, a crítica ao novo para¬digma e às formas de poder, a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida.

Em segundo lugar, um discernimento meticuloso das complexas diferenças fundamentais da vida humana: do homem e da mulher, da paternidade da maternidade, a fraternidade, a sexualidade, a doença, o envelhecimento, a violência e guerra.

 

Defender a sacralidade da vida

Para Francisco, a sacralidade da vida embrional deve ser defendida com a mesma paixão que a sacralidade da vida dos pobres que já nasceram.

A bioética global, portanto, requer um discernimento profundo e objetivo da valor da vida pessoal e comunitária, que deve ser protegida e promovida também nas condições mais difíceis.

Todavia, observou o Papa, a regulamentação jurídica e a técnica não são suficientes para garantir o respeito à dignidade da pessoa.

A perspectiva de uma globalização que tende a aumentar a aprofundar as desigualdades pede uma resposta ética a favor da justiça. Por isso é importante estar atentos a fatores sociais e econômicos, culturais e ambientais que determinam a qualidade de vida da pessoa humana.

 

Destino último da vida humana

Por fim, é preciso se interrogar mais profundamente sobre o destino último da vida.

“A vida do homem, encantadora e frágil, remete além de si mesma: nós somos infinitamente mais daquilo que podemos fazer para nós mesmos.”

A sabedoria cristã, concluiu o Papa, deve reabrir com paixão e audácia o pensamento do destino do gênero humano à vida de Deus, que prometeu abrir ao amor da vida além da morte.

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Papa propõe uma 'sã inquietude' para os jovens

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13 de junho de 2018

Nesta quarta-feira, 13, o Papa Francisco se reuniu com fiéis, turistas e romanos na Praça São Pedro e começou um novo ciclo de catequeses sobre os Mandamentos.

 

Praça lotada ouviu a catequese

Cerca de 20 mil pessoas participaram do encontro e ouviram as palavras do Pontífice, resumidas em seguida em várias línguas, inclusive português.

Para introduzir o tema, o Papa começou repassando um trecho do Evangelho de Marcos, lembrando o episódio daquele homem que, foi a Jesus e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”. Ele queria ter vida infinita. Jesus lhe respondeu citando os mandamentos; abriu um processo pedagógico procurando guiá-lo até àquilo que lhe faltava. Mas o homem respondeu: “Mestre, tudo isso eu tenho observado desde a minha juventude”.

 

A busca da vida plena

“ Quantos jovens querem ‘viver’ e se destroem correndo atrás de coisas efêmeras? ”

“Alguns pensam que seja melhor apagar este impulso, pois é perigoso. Gostaria de dizer especialmente aos jovens: ‘Nosso maior inimigo não são os problemas concretos, mesmo sérios ou dramáticos. O maior perigo é o espírito de adaptação ruim, que não é mansidão ou humildade, mas mediocridade ou covardia. A vida do jovem é ir avante, ser inquieto: a inquietude salutar, a capacidade de não se contentar de uma vida sem beleza, sem cores.

“ Se os jovens não forem famintos de vida autêntica, para onde irá a humanidade? ”

Francisco explicou que a passagem da juventude à maturidade se dá quando iniciamos a aceitar nossos limites; quando tomamos consciencia daquilo que falta… E nos últimos séculos, a história nos mostra uma verdade que o homem muitas vezes se recusou a enxergar e que causou consequencias trágicas: a verdade de seus limites.

 

A resposta de Jesus

Mas para alcançar ‘aquilo que falta’, deve-se partir da realidade. E Jesus, fitando aquele homem com amor, lhe dá a resposta:

“Só te falta uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”, ou seja, pára de viver de si mesmo, de suas obras e de seus bens, deixar tudo para seguir o Senhor: a perfeição, o pleno cumprimento.

 

Quem, podendo escolher entre o original e a cópia, opta pela cópia?

"Este é o desafio: encontrar o original. Jesus não oferece substitutos, mas vida verdadeira, amor verdadeiro, plenitude de vida. É preciso perscrutar o ordinário para nos abrirmos ao extraordinário”.

 

Copa da Rússia: saudação e apelo pela paz

Depois de pronunciar sua catequese, o Papa saudou os grupos presentes na Praça, inclusive os brasileiros e portugueses, e dirigiu uma saudação aos jogadores e organizadores da Copa do Mundo de Futebol, que será inaugurada quinta-feira (14/06) na Rússia.

Definindo o campeonato como ‘um evento social que supera todas as fronteiras’, Francisco disse:

“Que esta importante manifestação esportiva possa ser uma ocasião de encontro, diálogo e fraternidade entre culturas e religiões, favorecendo a solidariedade e a paz entre as nações”.

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Papa: o ecumenismo é sempre mais uma necessidade e um desejo

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04 de junho de 2018

A semana do Papa Francisco começou com o tema do ecumenismo. O Pontífice recebeu no Vaticano uma delegação da Igreja Evangélica Luterana Alemã, guiada pelo bispo Ulrich.

Em seu discurso, Francisco recordou “com alegria” os momentos vividos juntos no ano passado por ocasião da Comemoração comum da Reforma.

“Graças a Deus, constatamos que os 500 anos de história que nos contrapuseram – às vezes muito dolorosa e em conflito –, deixaram espaço nos últimos 50 anos a uma crescente comunhão.”

 

Lógica do Evangelho

Os encontros fraternos, acrescentou o Papa, foram realizados segundo a lógica do Evangelho e não de estratégias humanas – o que permitiu superar antigos preconceitos de ambas as partes.

Francisco destacou que a Comemoração da Reforma confirmou que o ecumenismo continuará a marcar o caminho conjunto, pois está se tornando sempre mais uma necessidade e um desejo.

“Não podemos nos esquecer de partir da oração, para que não sejam os projetos humanos a indicar o caminho, mas o Espírito Santo.”

 

Ecumenismo de sangue e da caridade

O Papa voltou a falar do ecumenismo de sangue e do ecumenismo da caridade. Católicos e luteranos são chamados antes de tudo a se amarem intensamente, mas são chamados também a aliviar juntos as misérias dos necessitados e dos perseguidos.

“Os sofrimentos de tantos irmãos oprimidos por causa da fé em Jesus são também um premente convite a alcançar uma unidade sempre mais concreta e visível entre nós.”

 

Diálogo teológico

Francisco encorajou o diálogo teológico, propondo como temas a Igreja, a Eucaristia e o ministério eclesial. Pediu ainda que o ecumenismo não seja elitista, mas envolva o mais possível os inúmeros irmãos e irmãs na fé, “crescendo como comunidade de discípulos que rezam, amam e anunciam”.

“Que o Senhor nos acompanhe, para que o nosso ser cristão seja mais centralizado Nele e corajoso na missão; para que o cuidado pastoral se enriqueça de serviço”, concluiu o Pontífice.

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Papa: missionários da misericórdia são embaixadores do amor de Deus

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10 de abril de 2018

A manhã dessa terça-feira, 10/04, Papa Francisco esteve em companhia dos missionários da misericórdia, que concluem na quarta-feira uma jornada de reflexões e catequeses passados dois anos da experiência do Jubileu da Misericórdia.

Os missionários da misericórdia são sacerdotes indicados pelas várias dioceses do mundo, para que com suas capacidades pastorais e espirituais, especialmente a escuta, sejam anunciadores da Misericórdia de Deus.

 

Isaías e Paulo

O discurso do Pontífice foi longo, estruturado sobretudo a partir do texto do profeta Isaías e da experiência do Apóstolo Paulo.

De fato, a primeira indicação oferecida pelo Apóstolo é que os sacerdotes são colaboradores de Deus. A mensagem que levamos como embaixadores em nome de Cristo é a de fazer as pazes com Deus. O nosso apostolado é um a buscar e receber o perdão do Pai. Como se vêm Deus necessita de homens que levem ao mundo o seu perdão e a sua misericórdia.”

Esta responsabilidade, acrescentou o Papa, requer um estilo de vida coerente com a missão recebida. Ser colaboradores da misericórdia pressupõe, portanto, reconhecer a misericórdia de Deus primeiramente na própria existência pessoal.

“ É preciso partir sempre deste ponto firme: Deus me tratou com misericórdia. Esta é a chave para se tornar colaboradores de Deus. ”

Os ministros, portanto, não devem se colocar acima dos outros como se fossem juízes dos irmãos pecadores. Um verdadeiro missionário da misericórdia se espelha na experiência de Paulo: Deus escolheu a mim; depositou a sua confiança em mim não obstante eu seja um pecador para ser um seu colaborador.

 

Primeirar

Francisco prosseguiu usando um de seus neologismos: a palavra primeirar, que expressa a dinâmica do primeiro ato com o qual Deus vem ao nosso encontro. “A reconciliação não é, como se pensa frequentemente, uma nossa iniciativa privada ou o fruto do nosso empenho”, recordou. A primeira iniciativa é do Senhor; é Ele que nos precede no amor.

Portanto, diante de um penitente, os ministros devem reconhecer alguém que já realizou o primeiro fruto do encontro com o amor de Deus. E a tarefa dos confessores consiste em não tornar vã a ação da graça de Deus, mas ampará-la e permitir que chegue à sua realização.

Mas infelizmente, admitiu o Papa, pode acontecer que o sacerdote, com o seu comportamento, afaste ao invés de aproximar o penitente.

“Não é preciso que faça sentir vergonha a quem já reconheceu o seu pecado e sabe que errou, não é preciso investigar lá onde a graça do Pai já interveio; não é permitido violar o espaço sagrado de uma pessoa no seu relacionar-se com Deus.”

Pelo contrário, quando se acolhe o penitente, é preciso olhar em seus olhos e ouvi-lo para permitir que perceba o amor de Deus que perdoa apesar de tudo. O sacerdote não o culpa pelo mal do qual se arrependeu, mas o encoraja a olhar para o futuro com novos olhos, de olhar novamente para a vida com confiança e empenho.

“ A misericórdia abre à esperança, cria esperança e se nutre de esperança.. ”

Afinal, o Deus que amou o mundo a ponto de dar o seu Filho jamais poderá abandonar ninguém: o Seu amor estará sempre ali, próximo, maior e mais fiel do que qualquer abandono. E os missionários da misericórdia são chamados a ser intérpretes e testemunhas deste Amor.

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Papa: confessor, testemunha da compaixão e da misericórdia divina

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09 de março de 2018

O Santo Padre concluiu sua série de audiências, na manhã desta sexta-feira, no Vaticano, recebendo cerca de 400 participantes no Curso do Foro Interno, promovido pela Penitenciaria Apostólica.

O Curso, que se realizou em vista do próximo Sínodo dos Bispos sobre a Juventude, debateu o tema sobre a “relação entre a Confissão sacramental e o discernimento vocacional”.

Partindo deste tema oportuno, o Papa fez uma reflexão sobre a “atenção que um jovem sacerdote confessor deve ter ao administrar o sacramento da Confissão, em vista de um eventual discernimento vocacional juvenil”. Antes de tudo, é preciso redescobrir - como diz Santo Tomás de Aquino - a “dimensão instrumental” do ministério da Penitência. E explicou:

O sacerdote confessor não é fonte de Misericórdia, de graça, nem instrumento indispensável, mas apenas instrumento! Isto deve favorecer uma atenciosa vigilância sobre o risco de se tornar ‘dono das consciências’, sobretudo na relação aos jovens, cuja personalidade ainda está em formação e, portanto, é facilmente influenciável”.

Logo, o confessor deve recordar-se que é apenas instrumento da Reconciliação, que não quer dizer uma redução do ministério, mas a sua plena realização. A seguir, Francisco falou sobre a dimensão de “saber ouvir”, antes de dar respostas:

O confessor deve ser homem da escuta: escuta humana do penitente e escuta divina do Espírito Santo. Ao ouvir o irmão penitente, ouvimos o próprio Jesus, pobre e humilde; ao ouvir o Espírito Santo, colocamo-nos em zelosa obediência, tornando-nos ouvintes da Palavra, prestando o maior dos serviços aos jovens penitentes, ou seja, colocando-os em contato com Jesus”.

Quando são colocados em prática estes dois elementos, afirma o Papa, o colóquio sacramental abre um caminho prudente e orante que é o “discernimento vocacional”. Todo jovem tem o direito de ouvir a voz de Deus, seja na sua consciência seja através da escuta da Palavra. Aqui entra o acompanhamento sapiente do confessor, que se torna padre espiritual:

O discernimento vocacional consiste, antes de tudo, em uma leitura dos sinais, que Deus colocou na vida do jovem, mediante as suas qualidades e inclinações pessoais, por meio de encontros e oração, como fez Samuel: ‘Fala, Senhor, que o teu servo escuta’.”

Desta maneira, concluiu Francisco, o colóquio da Confissão sacramental torna-se ocasião privilegiada de encontro com Deus, para o penitente e para o confessor. Assim, a vocação jamais coincide com o formalismo, mas é o contato direto, vital e imprescindível com o próprio Jesus.

Por fim, o Santo Padre recordou aos presentes as categorias que definem um confessor: “médico e juiz”, pastor e pai”, “mestre e educador”, mas, sobretudo para os jovens, é testemunha: “testemunha da compaixão e da misericórdia divina”.

 

Vatican News

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Papa: a busca da paz supõe combater a injustiça e a violência

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08 de janeiro de 2018

Na segunda-feira (08/01), o Papa Francisco acolheu na Sala Régia, no Vaticano, os embaixadores acreditados juntos à Santa Sé para as felicitações de Ano Novo. A tradicional audiência é a ocasião para o Pontífice fazer um dos mais importantes discursos do ano, por tratar de temas de interesse global e internacional.

Inicialmente, Francisco recordou as viagens realizadas em 2017 (Egito, Portugal, Colômbia, Mianmar e Bangladesh) e a recorrência este ano do centenário do fim da I Guerra Mundial. Segundo o Papa, deste evento podemos tirar duas lições:

A primeira: vencer nunca significa humilhar o adversário derrotado. “Não é a lei do medo que dissuade de futuras agressões”. A segunda: a paz consolida-se quando as nações podem se confrontar num clima de igualdade. “Premissa fundamental desta atitude é a afirmação da dignidade de toda a pessoa humana, cujo desprezo e desrespeito levam a atos de barbárie que ofendem a consciência da humanidade.”

 

Declaração Universal dos Direitos do Homem

Mas o discurso do Santo Padre foi mesmo dedicado aos 70 anos que a Declaração Universal dos Direitos do Homem completa em 2018.

“ Na verdade, para a Santa Sé, falar de direitos humanos significa, antes de mais nada, repropor a centralidade da dignidade da pessoa, enquanto desejada e criada por Deus à sua imagem e semelhança. ”

Uma visão redutiva da pessoa humana, recordou, abre o caminho à difusão da injustiça, da desigualdade social e da corrupção.

Todavia, o Papa afirma que a interpretação de alguns direitos foi sendo progressivamente modificada, a ponto de se incluir uma multiplicidade de “novos direitos”, com frequência contrapondo-se entre si.

“Consequentemente pode haver o risco de que, em nome dos próprios direitos humanos, se venham a instaurar formas modernas de colonização ideológica dos mais fortes e dos mais ricos em detrimento dos mais pobres e dos mais fracos.”

Setenta anos depois, o Santo Padre constata com pesar que muitos direitos fundamentais são violados ainda hoje, sendo o primeiro deles o direito à vida, à liberdade e à inviolabilidade de cada pessoa humana. A lesá-los, não são apenas a guerra ou a violência, mas há formas mais sutis: o descarte de crianças ainda antes de nascer e dos idosos; a violência sofrida pelas mulheres e pelas vítimas do tráfico de pessoas; e a falta de acesso à saúde.

 

Proliferação de armas

Francisco recordou que a busca da paz supõe combater a injustiça e erradicar, de forma não violenta, as causas da discórdia que levam às guerras.

“A proliferação de armas agrava claramente as situações de conflito e implica enormes custos humanos e materiais, deteriorando assim o desenvolvimento e a busca duma paz duradoura”, disse o Papa, que manifestou sua satisfação com o resultado “histórico” alcançado no ano passado com a adoção do Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares.

Neste ponto do seu discurso, Francisco citou os conflitos em diversas partes do mundo: Coreia do Norte, Síria, Iraque, Iêmen, Afeganistão, Jerusalém, Venezuela, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Somália, Nigéria, República Centro-Africana e Ucrânia. E agradeceu aos países que oferecem acolhimento a quem foge desses mesmos conflitos: Jordânia, Líbano, Turquia, Itália, Grécia e Alemanha.  

 

Instituição familiar

O Papa falou ainda da importância de se proteger a família, mesmo sendo considerada uma instituição superada em muitos países.

“Em vez da estabilidade dum projeto definitivo, preferem-se hoje ligações fugazes. (…) Por isso, considero urgente que se adotem políticas efetivas em apoio da família, da qual aliás depende o futuro e o desenvolvimento dos Estados. Sem ela, de fato, não se podem construir sociedades capazes de enfrentar os desafios do futuro.

Francisco citou o inverno demográfico e a situação de famílias dilaceradas por causa da pobreza, das guerras e das migrações.

 

Migração

Aos fluxos migratórios, aliás, o Pontífice dedicou amplos parágrafos do seu discurso, recordando que a liberdade de movimento pertence aos direitos humanos fundamentais.

“ Por isso é necessário sair duma generalizada retórica sobre o assunto e partir da consideração essencial de que se encontram diante de nós, antes de mais nada, pessoas. ”

O Papa mencionou sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano dedicada justamente ao migrantes e refugiados.

“Embora reconhecendo que nem todos estão sempre animados pelas melhores intenções, não se pode esquecer que a maior parte dos migrantes preferiria permanecer na sua própria terra, mas é forçada a deixá-la «por causa de discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental”, disse Francisco, ressaltando a obrigação dos migrantes de obedeceram às leis dos países que os acolhem.

De modo especial, o Santo Padre mencionou sua última viagem internacional de 2017: “Conservo ainda vivo no coração o encontro que tive em Daca com alguns membros do povo rohingya e quero renovar os sentimentos de gratidão às Autoridades do Bangladesh pela assistência que lhes prestam no seu território”.

Francisco manifestou sua confiança em vista da adoção de dois Pactos Mundiais (Global Compacts) que serão debatidos este ano, respectivamente sobre os refugiados e para uma migração segura, ordenada e regular.

“A Santa Sé não pretende interferir nas decisões que competem aos Estados: a eles cabe – à luz das respectivas situações políticas, sociais e económicas, bem como das próprias capacidades e possibilidades de recepção e integração – a responsabilidade primeira do acolhimento. Mas ela considera que deve desempenhar um papel de «recordação» dos princípios de humanidade e fraternidade, que fundamentam toda a sociedade coesa e harmoniosa.”

 

Trabalho infantil

O Papa falou ainda do direito à liberdade religiosa e do direito ao trabalho. “Não há paz nem desenvolvimento, se o homem está privado da possibilidade de contribuir pessoalmente para a edificação do bem comum.”

Sobre o aumento do número de crianças empregadas em atividades laborais e das vítimas das novas formas de escravidão, declarou: “Não se pode pensar em projetar um futuro melhor se se continua a manter modelos económicos orientados meramente para o lucro e a exploração dos mais fracos, como as crianças. Eliminar as causas estruturais de tal flagelo deveria ser uma prioridade de Governos e organizações internacionais.”

 

Proteção da natureza

Depois de falar dos direitos, Francisco concluiu seu discurso com as obrigações de cada indivíduo para edificação do bem comum. Entre elas, destacou o dever de cuidar da natureza.

O Papa recordou as vítimas de terremotos e furacões no México, Caribe, Estados Unidos, Irã e Filipinas.

“As alterações climáticas, com o aumento  global das temperaturas e os efeitos devastadores que isso comporta, são também consequência da ação do homem. Por conseguinte, é preciso enfrentar, com um esforço conjunto, a responsabilidade de deixar às gerações seguintes uma terra mais bela e habitável, esforçando-se, à luz dos compromissos concordados em Paris no ano de 2015, por reduzir as emissões de gás nocivas à atmosfera e prejudiciais para a saúde humana.”

Por fim, Francisco renovou a cada um dos embaixadores presentes, extensivo aos povos dos que representam, “votos de um ano rico de alegria, esperança e paz”.

 

Relações diplomáticas da Santa Sé

A Santa Sé mantém relações diplomáticas com 185 países, entre os quais a Ordem Militar Soberana de Malta e a União Europeia. O último países a estabelecer relações foi o Mianmar, em maio de 2017.

Entre os embaixadores, 25 são mulheres. As chancelarias em Roma são 89. Em Roma se encontram também os escritórios de organismos internacionais acreditados junto à Santa Sé, que são a Liga dos Estados Árabes, a Organização Internacional das Migrações e o Acnur. As Chancelarias fora de Roma são 78

 

Por: Rádio Vaticano 

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Ser batizado significa ser chamado a difundir a luz de Deus

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02 de agosto de 2017

“Ser batizado significa ser chamado a difundir a luz da esperança de Deus neste mundo sem esperança”. Ao retomar as Audiências Gerais após a pausa no mês de julho, o Papa Francisco dedicou sua catequese ao "Batismo, como porta da esperança".

Dirigindo-se ao sete mil presentes na Sala Paulo VI, Francisco começou sua reflexão recordando que nos tempos modernos praticamente desapareceu o fascínio pelos antigos ritos do Batismo, assim como alegorias que tinham um grande significado para o homem antigo, como a orientação das Igrejas para o Oriente, “local onde as trevas eram vencidas pela primeira luz da aurora, o que nos remete a Cristo”, "que nos vai trazer do alto a visita do Sol nascente."

Permanece intacta em seu significado no entanto – observou o Papa – “a profissão de fé feita segundo a interrogação batismal, que é própria da celebração de alguns sacramentos”.

Mas, o que quer dizer “ser cristãos?”, pergunta. “Quer dizer olhar para a luz, continuar a fazer a profissão de fé na luz, mesmo quando o mundo é envolvido pela noite e pelas trevas”:

“Nós somos aqueles que acreditam que Deus é Pai: esta é a luz! Acreditamos que Jesus desceu entre nós, caminhou em nossas próprias vidas, tornando-se companheiro especialmente dos mais pobres e frágeis: esta é a luz! Nós acreditamos que o Espírito Santo age incansavelmente para o bem da humanidade e do mundo, e até mesmo as maiores dores da história serão superadas: esta é a esperança que nos desperta todas as manhãs! Acreditamos que cada afeto, cada amizade, cada desejo bom, cada amor, até mesmo aqueles mais momentâneos e negligenciados, um dia encontrarão o seu cumprimento em Deus: esta é a força que nos impulsiona a abraçar com entusiasmo a nossa vida todos os dias!”

O Papa recorda então outro sinal “muito bonito da liturgia batismal, que nos recorda a importância da luz”, que é quando ao final do rito é entregue aos pais da criança - ou ao adulto batizado - uma vela, cuja chama é acesa no Círio Pascal.

O Círio Pascal que na noite de Páscoa entra na igreja completamente escura, para manifestar a Ressurreição de Jesus:

“Daquele Círio – explica Francisco – todos acendem a própria vela e transmitem a chama aos vizinhos: neste sinal existe a lenta propagação da ressurreição de Jesus na vida de todos os cristãos. A vida da Igreja é contaminação de luz”.

O Santo Padre reitera então a importância de sempre recordarmos de nosso Batismo, explicando:

“Nós nascemos duas vezes: a primeira à vida natural, a segunda, graças ao encontro com Cristo, na fonte batismal. Ali somos mortos para a morte, para viver como filhos de Deus neste mundo. Ali nos tornamos humanos como nunca poderíamos ter imaginado. Eis porque todos devemos espalhar a fragrância do Crisma com o qual fomos marcados no dia do nosso Batismo. Em nós vive e opera o Espírito de Jesus, o primogênito de muitos irmãos, de todos aqueles que se opõem a inevitabilidade das trevas e da morte”.

“Que graça – exclama Francisco – quando um cristão torna-se realmente um “cristóforo”,  um “portador de Cristo” no mundo!”, sobretudo “para aqueles que estão atravessando situações de luto, de desespero, de trevas e de ódio”, e isto pode ser percebido por tantos pequenos gestos:

“Da luz que um cristão traz nos olhos, da profunda serenidade que não é afetada mesmo nos dias mais complicados, pelo desejo de recomeçar a querer bem mesmo quando se tenha experimentado muitas decepções”.

“No futuro – pergunta o Papa ao concluir sua reflexão -  quando for escrita a história do nosso dia, o que se dirá de nós? Que fomos capazes de esperança, ou que  colocamos a nossa luz debaixo do alqueire? Se formos fiéis ao nosso Batismo, propagaremos a luz da esperança de Deus e poderemos passar para as gerações futuras razões de vida”.

Ao saudar os peregrinos em língua portuguesa, o Papa Francisco citou, em particular, os membros da Fraternidade dos “Irmãozinhos de Assis” presentes.

“Ser batizados - disse o Papa– significa ser chamado à Santidade. Peçamos a graça de poder viver os nossos compromissos batismais como verdadeiros imitadores de cristo, nossa esperança e nossa paz”.

(JE)

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