A Gripe Espanhola e a Cidade de São Paulo

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11 de mai de 2020

No século XX, houve uma pandemia muito similar à que hoje vivemos. Uma gripe transmitida de pessoa a pessoa e causada por mutações de um vírus altamente contagioso, que atingiu o mundo inteiro e justificou medidas de quarentena, afetando o funcionamento de templos religiosos e a vida de, praticamente, todas as pessoas.

Se olharmos fotos tiradas durante a Gripe Espanhola, constataremos as semelhanças em relação ao novo coronavírus: pessoas usando máscaras caseiras nas ruas e evitando o contato entre si; corpos a espera de um enterro pela sobrecarga do sistema carcerário; famílias passando dificuldade econômica devido às medidas de distanciamento social.

A Gripe Espanhola, apesar das semelhanças com o novo coronavírus, teve notas próprias que a distinguem da atual pandemia e fizeram dela, pelo menos em números absolutos, a segunda pandemia mais letal da história, atrás, apenas, da Peste Negra. Se considerarmos, entretanto, que os surtos da Peste Negra duraram mais de um século, enquanto que a Gripe Espanhola afetou o mundo por apenas dois anos, podemos afirmar que, em tão curto espaço de tempo, nenhuma doença vitimou tanto quanto a Gripe Espanhola.

Doença causada pela mutação do vírus H1N1, a Gripe Espanhola atingiu o mundo em três surtos epidêmicos nos anos de 1918 e 1919. Devido à mutação viral, as pessoas não haviam desenvolvido em seu sistema imunológico defesa contra o invasor, o que justificou a rápida proliferação da doença.

As estimativas acerca do número de mortes variam bastante: as mais conservadoras estimam 25 milhões; enquanto que outras chegam a afirmar 50 milhões ou mesmo 100 milhões de mortos. Num mundo com 2 bilhões de pessoas, a gripe vitimou, pelo menos, 1% da população, um número bastante alto. Se considerarmos a estimativa mais catastrófica, a gripe vitimou 4% da população. Para uma breve comparação, se a mesma proporção fossa aplicada ao mundo de hoje, 1% da população mundial equivaleria a 77 milhões de pessoas e 4% seriam 308 milhões.

A origem geográfica da Gripe Espanhola ainda não foi estabelecida. Alguns dizem que se originou nos Estados Unidos, outros na China. O nome dado à doença, portanto, não diz respeito ao local de sua origem. A gripe se chama espanhola porque a Espanha foi o primeiro país a divulgá-la e tomar medidas contra ela, já que os outros países europeus e os Estados Unidos estavam preocupados com a 1a Guerra Mundial. A neutralidade espanhola na Guerra fez da Espanha o primeiro país a notar a existência da epidemia.

A primeira das três ondas epidêmicas ocorreu em março de 1918, durante a 1a  Guerra Mundial. Apesar de não se saber em que país europeu a doença primeiro chegou, em julho do mesmo ano já havia se espalhado por toda Europa Ocidental, chegando, inclusive, a atingir a Polônia. Apesar de sua rápida proliferação, o vírus na primeira onda não se demonstrou tão fulminante. Apenas a partir da segunda onda epidêmica, quando o vírus sofreu uma mutação, a gripe vitimou milhões.

No inverno europeu seguinte, a partir do mês de agosto de 1918, teve início a segunda onda. Surtos da doença ocorreram em quase todas as partes habitadas do planeta. O extremo oriente foi atingido. Na Índia, 10 milhões de pessoas morreram. Nas ilhas do Pacífico, estimam-se 550 mil mortos. Neste período, a doença atingiu o Brasil.

A Gripe Espanhola no Brasil

A Gripe Espanhola chegou ao Brasil a barco, na missão médica militar que o Brasil enviara ao Senegal Francês, já infestado pela doença. O navio voltou ao Brasil com poucos sobreviventes, pois grande parte da tripulação morreu pela Gripe.

As autoridade ficaram alertas e, para impedir que a doença se espalhasse no país, tomaram medidas como a desinfecção e a quarentena de todos os navios provenientes da África e a reabertura do Lazarento da Ilha Grande, lugar para isolamento dos doentes. Entretanto, nada disso foi suficiente.

Em 1918, outro barco apinhado de doentes abarcou na Bahia, vindo da Europa. De lá, a doença espalhou-se para Pernambuco, Pará e Rio de Janeiro. Em outubro de 1918, a doença já tinha atingido todos os estados da Federação.

O estado que mais sofreu, entretanto, foi o de São Paulo.

A doença em São Paulo

O ano de 1918 foi especialmente difícil para o Estado de São Paulo. O Brasil, tradicional exportador de café, teve que se modernizar industrialmente para suprir a demanda interna, já que, com o começo da 1o Guerra Mundial, a importação de produtos industrializados tornou-se difícil.

São Paulo liderava o País na industrialização, impulsionado pela riqueza do café. A classe operária aumentava, e, em 50 anos, a população da cidade de São Paulo cresceu aproximadamente 15 vezes.

A cidade de São Paulo atraiu imigrantes, que acreditavam nas promessa de prosperidade econômica. A prosperidade da cidade lhe rendeu o apelido de a “Chicago brasileira”. O ano de 1918 colocou um freio à bonança paulistana.

O inverno foi um dos mais rigorosos já registrados; geadas e temperaturas negativas foram registradas em vários pontos do estado, colocando em risco grande parte de sua produção agrícola. A praga da lagarta rosa destruiu quase tudo que havia resistido às geadas. Depois da lagarta, vieram os gafanhotos, que destruíram ainda mais a produção agrícola.

Como se isso não bastasse, em meados de outubro a Gripe Espanhola chegou ao estado.

A cidade de São Paulo já possuía diversos hospitais, como a Santa Casa de Misericórdia, o Hospital da Beneficência Portuguesa e o Hospital Umberto I, além da famosa Faculdade de Medicina e Cirurgia. Apesar da modernidade da metrópole em relação ao resto do país, a Gripe fez aqui um dos seus piores espetáculos.

Logo no início da pandemia, o Serviço Sanitário da cidade, sob a direção do Dr. Arthur Neiva, determinou o fechamento de escolas, clubes, teatros, cinemas e atividades esportivas e culturais. Com a piora da situação, proibiram-se também a visita aos doentes nos hospitais e aos cemitérios. Escolas públicas e privadas abreviaram o ano letivo. Os parques públicos foram fechados. Os agentes do Estado fiscalizavam as ruas para averiguar se as decisões do governo estavam sendo cumpridas.

No Correio Paulistano, retratou-se o ermo em que se transformaram as ruas da cidade, principalmente de noite, pois acreditava-se que ao fim do dia a doença espalhava-se mais rapidamente:

“Pelas ruas não há a turba desocupada, em que se mesclavam as fisionomias masculinas com as femininas, numa expansão de felicidade irradiante. E essa tristeza, que a gente nota durante o dia, aumenta desconsoladoramente à noite. A noite de ontem, por exemplo, depois das 21 horas, a cidade estava completamente taciturno. Os cafés e bares fecharam desde cedo. E a urbe ficou mergulhada na meia sombra de suas lâmpada elétricas”.

Hospitais improvisados foram criados. Instalados em escolas, sedes de associações ou qualquer espaço que se adequasse, eles serviam para atender a população que não conseguia vaga nos hospitais. Havia, na cidade de São Paulo, 38 hospitais ou postos de atendimento provisórios. Apesar disso, a população tinha receio de procurar esses lugares, por não aprovarem o serviço prestado.

O poder público procurava amenizar a gravidade da epidemia para não incentivar o medo na população. Entretanto, não foi suficiente. Procuravam-se remédios milagrosos contra a doença, curandeiros de todos os tipos prometiam a cura, e mitos acerca da enfermidade espalharam-se em abundância. A tradicional caipirinha pôde ter se originado como um “remédio” popular à doença.

O número de mortes eram tão grande que não era possível enterrar todos os mortos. Em 29 de outubro, houve 17 óbitos; em 3 de novembro, 141; já em 8 de novembro, 308 óbitos na cidade devido à Gripe. A empresa responsável pelos sepultamentos, não deu conta da demanda. A Prefeitura teve de começar a produzir caixões para a população pobre. No cemitério do Araçá, foram feitas instalações elétricas para que houvesse enterros noturnos. O salário oferecido aos coveiros aumentou, pois muitos morriam por contraírem a doença em seu sérvio. Além disso, prisioneiros eram chamados para cavar covas.

São Paulo perdeu, no mínimo, 1% de sua população devido à doença, o que equivale e 5,5 mil mortos. Se a mesma porcentagem fosse transferida aos dias de hoje, seriam 120 mil mortos, sem contar a população da Grande São Paulo.

À parte a tragédia das mortes, São Paulo sofreu um agravamento do estado de pobreza de suas populações mais vulneráveis. A Arquidiocese de São Paulo teve um papel fundamental no cuidado aos mais pobres durante a Gripe Espanhola, ajuda encabeçada pelo então Arcebispo, Dom Duarte Leopoldo e Silva.

A Arquidiocese de São Paulo

Coube à Igreja grande parte do auxílio às populações carentes. Dom Duarte Leopoldo e Silva foi designado pelo governador de São Paulo, Altino Arantes, como responsável pela coordenação dos socorros aos necessitados durante a epidemia.

Em tempos em que não havia saúde pública, o serviço aos mais pobres era oferecido quase em sua totalidade por instituições ligadas à Igreja Católica. O Estado tinha que recorrer a ela, pois, de outro modo, os mais pobres seriam esquecidos.

Os leigos da Conferência de São Francisco de Paula percorriam os bairros operários, levando alimentos, remédios e roupas, e comunicavam às autoridades sanitárias acerca dos novos enfermos e requeriam a instalação de hospitais perto das áreas onde vivia a população mais carente.

O descaso do poder público com a população pobre afetada diretamente com as medidas de quarentena só pôde ser contrabalanceado com a atuação da Igreja. Os “órfãos da epidemia”, crianças que perderam ambos os pais pela doença, eram entregues a instituições controladas pela Arquidiocese.

“Com o Sr. Arcebispo Dom Duarte, combinei a internação dos ‘órfãos da epidemia’, enquanto não se lhes encontre colocação definitiva, no Asilo da Sagrada Família, no Ipiranga, no Asilo Bom Pastor; na Cada da Divina Providências e Externato dos Irmãos Maristas, no Cambuci”, escreveu o governador em seu diário. 

A Arquidiocese, entretanto, não se limitou a prestar o auxílio material, mas, também, o espiritual à população.

O Arcebispodeterminou que as igrejas e, particularmente, os confessionários, fossem desinfetados diariamente. A água-benta tinha de ser substituída várias vezes ao longo do dia. Logo no início da peste, Dom Duarte determinou que se celebrasse diariamente a Missa pro vitanda mortalitate, vel tempore pestilentiae, cujos textos recorriam à misericórdia de Deus para pôr fim à peste e pediam a conversão dos corações. Em consonância com a atitude da Igreja nas outras epidemias (como explorado nos textos anteriores desta série), Dom Duarte via na epidemia uma oportunidade de exercer a caridade e de conversão real a Deus.

Para evitar aglomerações dentro das Igrejas, diminuíram-se drasticamente as orações coletivas diurnas, com exceção das missas, apesar do desejo do poder público. Entretanto, o Arcebispo determinou a redução do público em cada celebração. As missas e atividades noturnas foram completamente proibidas, devido à opinião corrente da época que a doença espalhava-se mais à noite.

O fim do Flagelo

Após meses de flagelo, o vírus perdeu força e a epidemia foi diminuindo na cidade. Alguns dizem que as mutações do vírus fizeram com que a doença perdesse força, outros justificam que grande parte da população se imunizou naturalmente. Pouco a pouco, a cidade foi retomando suas atividade cotidianas. No dia 19 de dezembro de 1918, o Dr. Arthur Neiva anunciou a suspensão do estado epidêmico.

Dom Duarte ordenou a suspensão das celebrações da missa pro vitanda mortalitate, vel tempore pestilentiae e determinou que fossem celebradas, em seu lugar, a Missa pelos enfermos. 

A epidemia deixou marcos profundos na cidade. Os “dias malditos” ficaram marcados no imaginário paulistano por muito tempo e reverberam ainda hoje, nos tempos pandêmicos em que vivemos.

 

Fontes: 1918 – A Gripe Espanhola: Os Dias Malditos – João Paulo Martino; The Spanish Flu – Bryan Anderson; A Pandemia de Gripe Espanhola de 1918 na “Metrópole do Café” – Leandro Carvalho Damacena Neto.

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Católicos participarão ‘virtualmente’ de romaria a Aparecida

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29 de abril de 2020

A pandemia de COVID-19 não irá impedir a realização da 119ª Romaria da Arquidiocese de São Paulo a Aparecida (SP), no próximo domingo, 3 de maio.

Pela primeira vez em mais de um século, a histórica romaria não terá a presença física do povo no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, devido às medidas de isolamento social para conter o avanço do contágio do novo coronavírus. No entanto, os católicos paulistanos estarão unidos em comunhão e oração a esse momento de fé e devoção pela padroeira do Brasil, com a ajuda das mídias digitais e da televisão.    

Na Casa da Mãe Aparecida, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidirá uma missa às 12h, concelebrada pelos bispos auxiliares e alguns sacerdotes, transmitida, ao vivo, pela TV Aparecida,
 pela rádio 9 de Julho (AM
1600 kHz) e pelas redes sociais
 da Arquidiocese.

“Colocaremos nas mãos e no coração de Nossa Senhora Aparecida as nossas paróquias e comunidades, as famílias e cada pessoa. Rezaremos especialmente pelos pobres e os doentes e por aqueles que cuidam deles. Pediremos a Nossa Senhora, ‘Auxílio dos Cristãos’ e ‘Saúde dos Enfermos’, que olhe por todos com carinho maternal”, disse o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, em carta dirigida a toda a Arquidiocese.

PARTICIPAR MESMO EM CASA

“Será um ano muito diferente em toda a história de romarias da Arquidiocese de São Paulo, mas não é porque será diferente que vamos deixar de lado a romaria. Queremos manter o elo desses 119 anos que a Arquidiocese participa em Aparecida, das orações junto à imagem da Padroeira do Brasil. Por isso, a importância, mesmo com todas as restrições, de mantermos a nossa mobilização e solidariedade”, disse ao O SÃO PAULO o Padre Tarcísio Marques Mesquita, Coordenador do Secretariado Arquidiocesano de Pastoral.

Dom Odilo convidou todos os padres, religiosos e leigos a se unirem, mesmo a distância à romaria deste ano. Seguindo as recomendações das autoridades sanitárias, apenas o Cardeal, os bispos auxiliares e poucos padres representarão a Arquidiocese no santuário mariano.

“Formemos uma corrente de solidariedade, fé e esperança de um povo peregrino, pois é assim que a romaria é lembrada. De um povo também que sabe se mobilizar e usar dos recursos atuais, para não perder de forma alguma o elo com as coisas sagradas e com a solidariedade, que não pode faltar na vida de ninguém, sobretudo na de uma pessoa cristã”, completou Padre Tarcísio.

UNIDOS EM ORAÇÃO

Dom Odilo recomendou que todos façam um momento de preparação para a romaria, cada um em sua casa, com a própria família ou nas organizações comunitárias, nos dias 29 e 30 de abril e em 1º e 2 de maio, mediante a oração do Santo Rosário e da Ladainha de Nossa Senhora, e que as paróquias transmitam esse momento e convidem o povo a se unir à peregrinação, mesmo ficando em casa.

E também pediu, como sinal de participação e comunhão, que em todas as igrejas os sinos sejam tocados por três minutos no dia 3 de maio, após a bênção final da missa.

UMA LONGA HISTÓRIA DE COMUNHÃO

Em 1717, quando foi encontrada a imagem da Padroeira do Brasil, todo o estado de São Paulo pertencia à então Diocese do Rio de Janeiro. Com a criação da Diocese de São Paulo, em 1745, que depois foi elevada a Arquidiocese, em 1908, Aparecida passou a fazer parte de seu território. Somente em 1958 foi criada, pelo Papa Pio XII, a Arquidiocese de Aparecida, tendo como primeiro Arcebispo o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, até então Arcebispo de São Paulo.

Dom Duarte Leopoldo e Silva, em 1908, obteve do Papa Pio X a concessão do título Ba- sílica Menor para a primeira igreja construída em 1745 em Aparecida, popularmente conhecida como Basílica Velha. Na ocasião, Dom Duarte também celebrou a dedicação do templo.

Até a chegada dos primeiros missionários redentoristas, em 1894, o atendimento pastoral e espiritual da Basílica de Aparecida ficou aos cuidados do clero da Diocese de São Paulo.

(Colaborou: Fernando Geronazzo)

 

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Cardeal Odilo Scherer: ‘Jesus sofreu na sua carne as consequências do pecado da humanidade’

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10 de abril de 2020

Em profundo silêncio, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, padres, diáconos e seminaristas prostraram-se em frente ao presbitério da capela do Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga, às 15h desta Sexta-feira Santa, 10 de abril.

Neste ano, a ação litúrgica da Sexta-feira da Paixão do Senhor aconteceu sem a presença da assembleia de fiéis, para evitar a aglomeração de pessoas e potenciais riscos de disseminação do novo coronavíus. Pelas redes sociais da Arquidiocese e pela rádio 9 de Julho, muitos uniram-se a este que é um dos momentos centrais da fé cristã.

Cristo assume a nossa humanidade

Após o relato da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, este ano extraída do Evangelho segundo São João (Jo 18, 1-19, 42), Dom Odilo iniciou a homilia lembrando que ao se colocar na cena da Paixão, cada pessoa pode discernir se está ou não ao lado de Cristo.

Dom Odilo afirmou que a crucifixão de Jesus não foi da vontade da Deus, mas decorreu da escolha humana pelo caminho da maldade e do firme propósito de Jesus de estar junto aos homens. “Ele assumiu nossa humanidade em tudo, também nas consequências do pecado”, entre as quais o ódio, a injustiça e a calúnia. “Cristo sofreu na sua carne as consequências do pecado e da maldade da humanidade”, recordou.

O Arcebispo disse, ainda, que o Filho de Deus despojou-se de sua glória para a todos redimir. “Ele se faz o Redentor, aquele que resgata, que consegue reconciliar a humanidade com Deus”, de modo que quem hoje ainda sofre, “pode olhar para Jesus na cruz e ter a certeza de não estar abandonado por Deus”.

Fragilidade e humildade

Dom Odilo ressaltou que Cristo, na cruz, entregou-se confiante por ter a certeza de que não seria abandonado por Deus. “Jesus dá o exemplo de como devemos enfrentar nossas provações quando humanamente nada mais podemos fazer”.

Ao recordar o momento vivido em todo o mundo em razão da pandemia do novo coronovírus, o Arcebispo de São Paulo disse que o vírus colocou em xeque muito daquilo que a humanidade considerava como seguro e que tem levado a todos a refletir sobre as próprias fragilidades.

“Ninguém deve se gloriar de si mesmo, de suas capacidades ou virtudes. Isso também vale para nossas forças sociais, poderes econômicos, forças políticas, partidos, nossa ciência e a tecnologia, por melhor que seja. É sempre bom manter-se humildes, pois somos frágeis. No fim de tudo, conta a nossa vida como dom, contamos nós como pessoas”, enfatizou.

Dom Odilo lembrou que este é o momento oportuno para que todos revejam o próprio modo de vida, reconheçam que um mundo sem Deus um dia pode ruir e que convém repensar as relações sociais, muitas vezes marcadas pelo ódio. “Vale muito mais, mesmo tendo pensamento diverso, compreender-se, respeitar-se, dar-se as mãos, lutar juntos para edificar o mundo melhor. Todos juntos, um com os outros”, disse.

Oração universal

Após a homilia, a ação litúrgica teve sequência com a oração universal pela Santa Igreja, pelo Papa, por todas as ordens e categorias de fiéis, pelos catecúmenos, pela unidade dos cristãos, pelos judeus (aos quais o Senhor Deus falou em primeiro lugar), pelos que não creem no Cristo (a fim de que possam ingressar no caminho da salvação), pelos que não creem em Deus (para que possam chegar ao Deus verdadeiro), pelos poderes públicos e por todos os que sofrem provações.

Este ano foi adicionada uma intenção “por todos os que sofrem as consequências da atual pandemia; para que Deus nosso Senhor, conceda a saúde aos enfermos, força aos que trabalham na saúde, conforto às famílias e a salvação a todos as vítimas mortais”, conforme consta na introdução da oração, publicada em 30 de março pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Adoração da Santa Cruz

Em razão de a missa acontecer sem a assembleia de fiéis, a adoração a Santa Cruz foi feita apenas pelo Cardeal, padres, diáconos e seminaristas que participaram da ação litúrgica, bem como pelas poucas pessoas que auxiliaram na liturgia.

Colocar a própria vida diante de Deus

Na sequência do ato litúrgico, os presentes rezaram o Pai Nosso e foi distribuída a Santa Comunhão.

Posteriormente, o Arcebispo convidou que todos ofereçam a própria vida diante de Jesus e agradeçam por tudo que Ele fez por amor à humanidade. Ele pediu de modo especial pelos doentes e pelos profissionais da área da saúde. Foi ainda feita uma prece pelo fim da pandemia do novo coronavírus.

Coleta para os Lugares Santos

Também por causa da pandemia do novo coronavírus, não foi realizada a Coleta para os Lugares Santos, que acontece tradicionalmente neste dia. Esta foi remarcada para 13 de setembro, por determinação do Papa Francisco.

Manter-se em oração, recolhimento e penitência

Antes da oração sobre o povo, com qual se concluiu a ação litúrgica da Sexta-feira Santa, o Arcebispo de São Paulo exortou que todos se mantenham em clima de recolhimento, oração e penitência, e recomendou especial preparação para a vigília à espera da Ressurreição.

Por fim, Dom Odilo invocou as bênçãos de Deus sobre todos, em especial  os doentes e os profissionais da área da saúde.

Vigília Pascal

No sábado, 11, às 9h, o Cardeal Scherer fará uma transmissão ao vivo em sua conta no Facebook (@domodiloscherer), quando refletirá sobre o Credo e os aspectos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Às 18h, o Arcebispo presidirá a Vigília Pascal também na capela do Seminário de Teologia Bom Pastor.

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Arquidiocese de São Paulo envia subsídio para vivência em família da Via Sacra da criança e do adolescente

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03 de abril de 2020

A Pastoral do Menor da Arquidiocese de São Paulo realiza todos os anos a Via Sacra da criança e do adolescente. Um momento de reflexão sobre a Paixão de Jesus Cristo a partir do tema da Campanha da Fraternidade do ano corrente.

Em 2020, a tradicional atividade precisou ser cancelada por conta da disseminação do COVID-19. Contudo, foi enviado às famílias um subsídio para que os atendidos pelo serviço pastoral possam vivenciar esse momento em casa.

“A Via Sacra que estamos enviando vai passar por cinco estações com objetivo de refletir o tema da Campanha da Fraternidade voltado para o cuidado com a pessoa, com a família, sociedade e com o planeta. Vamos nos unir em oração e dizer que estamos todos juntos acreditando que tudo isso vai passar e que nos reuniremos celebrando mais uma Via Sacra no próximo ano”, salientou a coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor, Sueli Camargo.

Em mensagem inserida no material produzido, o Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer  afirma que é necessário estar atento para o sinal revelado por meio da pandemia de coronavírus: “É importante que nós vivamos e usemos esse momento para compreender a mensagem que Deus está nos dando com esta pandemia, que está nos dando uma lição de humanidade: Vamos aprender a viver novamente, a dar valor para o que é realmente importante”, frisou.

O material enviado em forma de vídeo percorre cinco estações para meditar o ver, sentir, compadecer e cuidar, ações presentes na parábola do Bom Samaritano. Veja o vídeo completo 

 

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Doações são indispensáveis para as ações da Igreja em favor das pessoas em situação de rua

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28 de março de 2020

Os comércios fecharam, boa parte das empresas mantém os funcionários em regime de trabalho home-office, mas, para os que não têm teto, a rua continua sendo a única morada. E neste tempo de quarentena, com menos pessoas circulando pelas ruas, conseguir um prato de comida ou uma esmola para comprar algum alimento ficou quase impossível.

Em mensagens e homilias, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, tem insistido que neste período, em que também as igrejas católicas estão fechadas para evitar a proliferação do novo coronavírus, os cristãos não abandonem os mais pobres e doentes. É isso que têm feito, por exemplo, a Casa de Oração do Povo da Rua, mantida pela Arquidiocese; a Missão Belém e o Arsenal da Esperança.

Na sexta-feira, 27, a reportagem do O SÃO PAULO visitou esses três locais e constatou que, sem a continuidade do envio de doações para estas instituições, será cada vez mais difícil garantir o socorro às pessoas em situação de rua.

NA CASA DE ORAÇÃO: REFEIÇÃO E KITS DE HIGIENE

Devidamente espaçadas para a evitar a proliferação do novo coronavírus, as mesas montadas para o café da manhã na Casa de Oração do Povo da Rua, no bairro da Luz, estavam todas ocupadas naquela manhã.

Para Luiz Carlos Pereira, uma das mais de 90 pessoas em situação de rua que tomavam café da manhã no local, aquela era a única refeição assegurada do dia. “Cortaram a alimentação que a gente recebia de doações na rua, e a gente precisa se alimentar de algum jeito. Talvez até dê para conseguir alguma refeição agora de dia, mais de noite não. O pessoal que fazia doação à noite não está vindo mais para as ruas do Centro. É uma situação torturante. A gente já não tem emprego nem moradia e agora vem o coronavírus”, disse à reportagem.

Pereira contou que não tem encontrado sabão para lavar as mãos, exceto nos terminais de ônibus. Essa também foi a realidade descrita por José da Silva: “Só vejo álcool em gel aqui na Casa de Oração. Na rua está complicado, com tudo fechado agora, fica difícil para a gente; arrumar dinheiro também está complicado. Se não fosse a Casa de Oração estaria ainda mais difícil para a gente”.

Para evitar aglomerações, as pessoas permanecem no local apenas durante o horário do café, porém ao saírem recebem um kit de higiene pessoal, com sabonete, creme e escova dental e aparelho de barbear, além de uma flanela de TNT e um pedaço de sabão de coco.

Nas paredes da Casa de Oração, há muitos cartazes que informam sobre a importância da lavagem das mãos e do uso do álcool em gel neste período. Também alguns agentes do consultório na rua do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar), instituição vinculada à Igreja Católica, orienta as pessoas sobre a forma correta de higienização das mãos.

Urgência de doações

“Tem aumentado todos os dias o número de pessoas que têm procurado ajuda aqui. Não temos dado conta de entregar os kits de higiene, precisamos quase fazer um ‘milagre’ com o pouco que há de álcool em gel, mas estamos distribuindo muito sabão e detergente que também matam o vírus”, afirmou Ana Maria Alexandre, uma das responsáveis pelos trabalhos na Casa de Oração.

De acordo com Ana Maria, antes da pandemia de COVID-19 também era servido almoço para cerca de 70 pessoas no local, mas para evitar as aglomerações, agora estão sendo feitas entre 150 e 250 marmitex diárias, que são distribuídas para pessoas em situação de rua na Cracolândia, no Brás e outros locais onde mais seja preciso.

Diante do aumento da demanda de atendimentos, a Casa de Oração do Povo da Rua precisa de doações, especialmente de alimentos para fazer as marmitas – “de preferência, daqueles que deem sustância para eles, como carne e frango, porque essas pessoas precisam aumentar a imunidade”, diz Ana Maria – e de itens para higienização, como álcool em gel, álcool líquido 70%, cloro e detergente, além de luvas e máscaras. “Se não houver higienização do chão e das mesas e alguém estiver com o vírus, acaba passando para outra pessoa”, lembra Ana Maria.

A Arquidiocese de São Paulo já colocou a Casa de Oração do Povo da Rua à disposição das autoridades para que abrigue, em quarentena, pessoas com a COVID-19, mas por enquanto o espaço não foi usado para tal.

Doações à Casa de Oração do Povo da Rua podem ser entregues diretamente no local – Rua Djalma Dutra, 03, Luz – ou feitas por meio de depósito bancário: Banco Bradesco – Ag: 0124 - CC: 0053148-0. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 3228-6223 e (11) 99427-9070, com Ana Maria.  (DG)

 

MISSÃO BELÉM: PARA QUE A RESTAURAÇÃO DE VIDAS CONTINUE

Fundada há 15 anos, a Missão Belém tem em São Paulo a missão de resgatar a vida daqueles que se perderam nos vícios do álcool e das drogas e vivem pelas ruas da maior metrópole do país.

Muitos dos que aceitam iniciar este caminho de mudança de vida passam cerca de sete dias em um retiro de espiritualidade no Edifício Nazaré, na Praça da Sé, antes de serem encaminhados para um dos sítios da Missão Belém no interior do estado de São Paulo.

No entanto, o avanço do novo coronavírus pelo Brasil mudou um pouco a rotina de atividades no edifício de 11 andares.

“Diante dessa situação de pandemia, os sítios estão em quarentena com aqueles que já vivem neles. Foi uma medida para não haver riscos de infecção. Se continuássemos acolhendo todo mundo, uma hora ia superlotar; então, preferimos acolher agora só os mais debilitados da rua, os mais doentes. Estamos indo todos os dias para a rua para procurar aqueles que estão doentes – diabéticos, hipertensos, pessoas com HIV, sífilis, tuberculose – além de cadeirantes”, explicou Caio Ferreira, responsável pela comunicação da Missão Belém.

Atualmente, há aproximadamente 70 acolhidos no Edifício Nazaré e ainda restam 30 camas vazias. “Por isso, ainda estamos indo à rua procurar esses doentes para trazer para casa”, complementou Caio.

Plena atenção aos acolhidos

Todo acolhido que chega ao edifício é recebido por um grupo de outros irmãos que tira dúvidas e lhes dá suporte. Há também atenção médica para os doentes. No momento da visita da reportagem, equipes de saúde, formadas por voluntários e membros da Missão Belém, conversavam com os acolhidos individualmente para saber sobre suas condições clínicas.  

Claudionor Bento da Silva, 49, chegou à Missão Belém em 16 de março em estado de drogadição (dependência física e psíquica de drogas). Seguindo um itinerário de orações e cumprimento de propósitos diários, além de ter alimentação, uma rotina de sono e cuidados de higiene, ele já se diz revigorado. “Na rua não tem como se cuidar. O negócio é tomar cachaça e, para quem gosta de usar crack, usar. Com álcool e droga na cabeça, você acha que a doença nunca vai pegar você”, conta o homem que hoje auxilia na lavanderia da Missão Belém.

Sebastião Mendes Martins, 59, está na Missão há dois anos e meio. “Graças à Missão, consegui sair da rua. Dou esperança para minha família, estou mudando de vida e larguei as drogas. Falo para os irmãos que assim como eu consegui mudar, eles também podem mudar. Eu aconselho que mudem de vida”, afirmou.

Todas as atividades da Missão Belém são mantidas com doações de pessoas e de algumas instituições. “Temos recebido doações, mas há itens que acabam rápido: luvas, álcool em gel, produtos de limpeza e de higiene pessoal. Por exemplo, escova de dente está em uma urgência muito grande. Alimentos também, principalmente carne e frango. Também precisaremos de ajuda financeira, porque as contas de água, luz, gás vão dobrar”, explicou Caio Ferreira.  

Um dos exemplos desse aumento de gastos é com a higienização do local: banheiros e corrimãos têm sido limpos com maior frequência do que antes para evitar que alguém seja infectado com o novo coronavírus. As maiores urgências desses itens são de papel higiênico, hipoclorito, desinfetante e sabão em pó.  

Os interessados em colaborar com a Missão Belém podem entrar em contato pelo telefone (11) 93459-8191 (com Caio Ferreira), pelo e-mail contato@missaobelem.org ou entregar os itens diretamente no Edifício Nazaré (Praça da Sé, 47). Há ainda a possibilidade de doações on-line em www.missaobelem.org/doacao ou por conta bancária: Banco Itaú (Ag: 2866 – CC: 02440-5), Banco Bradesco (Ag: 1749-3 – CC: 12868-6), para a Associação Menino Jesus – Missão Belém - CNPJ 11.413.244/0001-12 (DG)

 

EM QUARENTENA, ARSENAL DA ESPERANÇA DOBRA SUA DEMANDA DE ALIMENTOS

Instituição que acolhe diariamente cerca de 1.200 homens em situação de rua, o Arsenal da Esperança, na Mooca, também teve sua rotina alterada por causa da pandemia da COVID-19.

Na porta da instituição foi afixado um cartaz informando que não há mais vagas para pernoite. Na verdade, desde segunda-feira, 23, o Arsenal entrou em quarentena. “Não autorizamos mais a entrada de novos acolhidos e aqueles que ingressaram não podem sair durante esse período e caso saiam, não podem mais retornar”, explicou o Padre Simone Bernardi, um dos missionários da Fraternidade Esperança, mantenedora da instituição.

Essa medida visa à proteção dos cerca de mil acolhidos, impedindo que eles tenham contato com o novo coronavírus. “Nós intensificamos os cuidados com a higiene do ambiente e também orientamos os atendidos a seguirem as medidas preventivas recomendadas pelas autoridades de saúde, acrescentou o Missionário. Constantemente, os acolhidos recebem orientações preventivas sobre o cuidado com a higiene pessoal.

Os missionários também estão providenciando uma área reservada da hospedaria para ser feito o isolamento daqueles que eventualmente forem infectados pelo vírus. No entanto, Padre Simone não esconde a preocupação, pois sabe que o espaço é insuficiente para o número de doentes que pode haver. “Nesse espaço reservado, nós temos dez quartos onde, normalmente, dormem de sete a oito pessoas em cada quarto. No entanto, para o isolamento recomendado, esse número de pessoas não seria possível”, disse.

Abastecimento

Outra grande preocupação dos responsáveis pelo Arsenal é com o abastecimento de alimentos e produtos de higiene pessoal. Antes, a maioria dos acolhidos apenas pernoitava na instituição e, durante o dia, saíam a procura de algum trabalho. Agora que estão permanentemente na casa, o impacto é maior. “Todos esses acolhidos tomavam café e jantavam aqui. Agora, todos eles também almoçam”, explicou o Padre.

Se antes eram consumidos 220 kg de arroz por dia, hoje essa quantidade dobrou, assim como o uso da água e da energia elétrica. “Nós estamos apenas no quarto dia de quarentena e precisamos rezar muito, pois estamos navegando no escuro, não sabemos até quando vai durar isso e até quando teremos condições de realizar esse trabalho”.

Por isso, o Arsenal da Esperança lançou um apelo nas redes sociais para que as pessoas ajudem a instituição a continuar o seu trabalho, seja por meio do envio de alimentos não perecíveis, produtos de limpeza e de higiene pessoal.

Refúgio e proteção

Márcio José da Silva, 55, frequenta o Arsenal há 11 meses. Para ele, ter um lugar para se abrigar nesse período de risco é fundamental. “Na rua, é impossível se proteger da doença. Não há como se prevenir, manter a higiene e nem como se alimentar”, afirmou.

Júlio José Muniz, 35, encontrou no Arsenal não apenas um lugar para se proteger do coronavírus, mas também para alimentar a fé e enfrentar esses tempos difíceis. “Não há mais trabalhos nas ruas, nem perspectivas de quando a situação vai se normalizar. Aqui eu tenho um abrigo, alimentação e segurança, inclusive para a minha saúde”, relatou.

No entanto, Júlio afirma que ainda há muitos amigos seus que não têm um abrigo e estão expostos aos riscos. “Há um clima de insegurança muito grande na rua, pois ninguém sabe para onde ir para evitar o contágio ou onde buscar ajuda caso fique doente. É uma situação muito difícil”, concluiu.

Caridade fraterna

Padre Simone enfatizou que essa é uma ocasião para os muitos grupos e instituições que já realizam trabalhos voltados ao povo da rua possam se articular. “Há muitos grupos de paróquias e comunidades que costumam ir às ruas para levar refeições à população de rua. Porém, como são orientados a ficar em casa, eles não podem mais realizar esse trabalho, até para também não correrem riscos de contágio. Esses grupos, contudo, podem auxiliar não somente a nós, no Arsenal, mas a tantas outras instituições que continuam realizando seu trabalho”, ressaltou.

O missionário também recordou que não apenas a população de rua merece atenção, mas também as famílias carentes que vivem nos cortiços ou em moradias populares, que dependem de trabalhos informais para sobreviver e no cenário atual sofrem sem ter como se sustentar.

“Vemos o quanto as paróquias estão se mobilizando para se manter vivas ao transmitir suas celebrações e atividades. Isso é muito bonito. No entanto, também precisamos continuar mantendo o serviço da caridade. Por isso, peço que, nas missas, não deixem de incentivar as pessoas a ajudar, a não se esquecer dos pobres de sua comunidade”, pediu o Missionário.

As doações ao Arsenal da Esperança podem ser entregues diretamente no local – Rua Almeida Lima, 900, Mooca – ou por meio de depósito bancário – Banco Santander, Ag: 0144 – Conta: 13-003147-6 – CNPJ: 62.459.409/0001-28 (FG)

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Missas e celebrações com a presença de fiéis permanecem suspensas na Arquidiocese São Paulo

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27 de março de 2020

O Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer dirigiu na tarde desta quinta-feira, 26, um novo comunicado a toda Arquidiocese de São Paulo, determinando a permanência da suspenção temporária de todas as celebrações e atividades pastorais com participação do povo nas igrejas, até nova decisão da Arquidiocese de São Paulo.

No documento, Dom Odilo reitera que atos religiosos devem acontecer apenas com a presença de ministros e religiosos, aconselhando-os para que tais celebrações ou atividades sejam transmitidas pelos meios de comunicação.

RECOMENDAÇÕES

O comunicado cita, ainda, as orientações do Arcebispo para a realização das celebrações da Semana Santa e Páscoa.

“Exorto os sacerdotes e todos os colaboradores de nossas comunidades eclesiais a não deixarem de prestar assistência e conforto religioso ao povo, especialmente aos enfermos e pobres, nos modos possíveis neste tempo de incerteza e angustia”, incentivou o Cardeal.

Todas missas e celebrações da Semana Santa e do Domingo de Páscoa devem ocorrer na data correta e apenas com a presença do Padre e de um número mínimo de auxiliares, sendo transmitidas pelas mídias sociais.

Dom Odilo recomendou, também, que os padres incentivem os paroquianos a acompanharem a missa realizada na Basílica de São Pedro, na sexta-feira da Paixão, às 13h, horário de Brasília.

COLETAS

Os valores angariados no Domingo de Ramos e Sexta-feira Santa, destinados tradicionalmente a Coleta Nacional da Solidariedade e dos Lugares Santos, respectivamente, poderão ser depositados em uma conta bancária da Arquidiocese destinada para esta finalidade.   

Banco Bradesco: Agência 3394-4

Conta Corrente 56602-0

CNPJ 63.089.825.001-44

ADIAMENTO

Em virtude do significado da missa do Crisma e da renovação das promessas sacerdotais, para os padres e para a comunhão eclesial da Arquidiocese de São Paulo, ela será adiada para o dia 1° de agosto, às 9h, na Catedral da Sé, possibilitando assim a presença dos fiéis.

Mediante o adiamento, os óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos da celebração ocorrida em 2019, devem ser utilizados.

SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO

Dom Odilo indica no mesmo documento que pela impossibilidade da realização do sacramento da penitência e nem oferecer a “absolvição comunitária”, os padres devem exortar o povo a um exame de consciência, que os permita o arrependimento sincero, podendo receber o sacramento em ocasião oportuna.

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Comunicado da Arquidiocese de São Paulo acerca do Coronavírus

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14 de março de 2020

Em vista da difusão do Coronavírus na Capital Paulista, a Arquidiocese de São Paulo, na pessoa de seu Arcebispo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, recomenda a seus fiéis que sigam as orientações das autoridades sanitárias em relação à prevenção e aos cuidados da saúde dos doentes.

Recomenda-se manter as igrejas abertas, limpas, e bem ventiladas, para as celebrações e atividades religiosas.

Nas igrejas com grande afluência de fiéis, durante o período de maior risco de contágio, aumente-se, enquanto possível, o número de celebrações para evitar grandes aglomerações. Durante as celebrações, evite-se o contato físico, sobretudo, na saudação da paz e na oração do Pai-Nosso; a comunhão seja recebida, preferencialmente, na mão.

Os idosos e outras pessoas que fazem parte do grupo de risco para desenvolver formas graves da doença, podem acompanhar as celebrações da liturgia em suas casas, através dos meios de comunicação, até que seja superada a pandemia.

Recomenda-se que os ministros da Igreja estejam atentos à saúde de seus paroquianos e que os doentes não sejam abandonados, mas recebam a devida assistência e conforto religioso.

A todos, recomenda-se a oração a Deus, pedindo bênção e proteção para a saúde.

 

Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de São Paulo

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Cardeal Scherer: “O Espírito Santo nos ajudará a renovar a vida de nossa Arquidiocese”

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29 de fevereiro de 2020
Na manhã desta quinta-feira, 27, Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, esteve reunido com o clero para abertura do ano pastoral na Arquidiocese de São Paulo, em evento que reuniu mais de 300 presbíteros, além de diáconos e bispos auxiliares.
 
A realização deste evento é marcado pela preparação dos trabalhos evangelizadores a serem conduzidos durante todo o ano de 2020, sob o ritmo da vida litúrgica: “Cada ano pastoral é um tempo de graça e de evangelização no ritmo da Liturgia: de anúncio, celebração e testemunho dos Mistérios da Fé. Quanta coisa podemos fazer durante um ano! Melhor conseguiremos desempenhar nossa missão, se nos organizarmos e se estivermos atentos aos apelos de Deus que se fazem presentes a todo instante, no correr do ano”, ressaltou o Cardeal ao iniciar sua prédica.
 
O tema de seu discurso foi marcado pela renovação da Igreja, seja em âmbito universal, com o recente olhar do Papa sobre a região amazônica, com a publicação do Exortação Apostólica Pós-Sinodal “Querida Amazônia”, e a realização dos Congressos Eucarísticos, que recordam a centralidade do Augusto Sacramento na vida dos cristãos, seja de forma local, com a reflexão da Campanha da Fraternidade de 2020 sobre o cuidado com a vida, e, de forma especial, com a realização da Assembleia Sinodal Arquidiocesana.
 
 
RENOVAÇÃO DA ARQUIDIOCESE
 
Convidando todos os presbíteros a participarem da Abertura dos trabalhos da Assembleia Arquidiocesana, a se realizar no próximo dia 29 de fevereiro, às 15h00, na Catedral Metropolitana, Dom Odilo chamou a uma reflexão acerca dos temas já levantados nas pesquisas de campo e discutidos nas assembleias paroquiais e regionais.
 
O Arcebispo afirmou que “a Igreja que continua viva e presente na cidade de São Paulo”, ainda que pareça estar no meio de uma crise. A renovação da Igreja diante das dificuldades, afirmou Dom Odilo, “sempre aconteceu através de provações e chamados à conversão a Cristo e ao genuíno caminho do Evangelho. A renovação da Igreja nunca aconteceu através da 'conformação com o mundo’, mas através da renovada fidelidade ao Espírito de Cristo e à missão. A Igreja deve entrar no mundo, mas o espírito do mundo não deve entrar na Igreja.”
 
Mais ainda, lembrou que a “renovação da Igreja, em outras épocas, sempre se deu através de um renovado impulso missionário. Missões populares, missões ad gentes, catequese e pregação genuína ao povo, reforma da formação e da vida do clero, reforma da Vida Consagrada, centralidade da Eucaristia na vida das comunidades, prática das obras de misericórdia e caridade para com os pobres e doentes.”
 
Do mesmo modo, o Cardeal Scherer relembrou que, embora a participação do clero seja essencial neste processo de renovação, não se deve centralizar tal ação como se fosse tarefa exclusiva dele: “A Igreja também contou com a participação dos fiéis leigos: na vivência cristã em família e no processo da transmissão da fé. Essa missão não pode ficar concentrada na mão do clero e de alguns especialistas. A Igreja inteira é um povo missionário e, com frequência, damos a entender que o clero carrega sozinho a responsabilidade pela vida e a missão da Igreja.”
 
 
RENOVAÇÃO NA UNIDADE
 
Dom Odilo ressaltou que tal renovação se dá sempre na unidade e comunhão próprias da Igreja: "Sem a genuína comunhão eclesial, a Igreja desperdiça suas energias em lutas internas, movidas na maioria das vezes por vaidades pessoais, soberba e ambições humanas, em uma palavra, movida pelo 'espírito mundano'. A unidade mística e espiritual em torno de Jesus Cristo, cabeça e senhor da Igreja, deve acontecer também de forma visível, em torno dos legítimos organismos e pessoas encarregadas de assegurar a unidade e a comunhão da Igreja. Sem comunhão verdadeira, nossa Igreja pode se tornar um agregado de seitas, que já não estarão mais animadas pelo mesmo Espírito de Cristo. São preocupantes as críticas ao Papa e as pretensões de 'magistério paralelo' vindas de dentro da própria Igreja Católica. Ouvir o Papa, respeitar e obedecer às suas diretrizes não é questão de simpatia ou de palpite: para nós, é questão de fé."
 
Tal unidade e comunhão se dão, além, no sentido de pertença com que cada fiel vive sua vida cristã. Como Dom Odilo afirma, "a maioria dos católicos olham a Igreja de longe, como se não fossem parte dela, ou se ela fosse uma realidade que pertence a alguém outro. É uma percepção individualista da fé e da vida cristã. Falta maior senso de identificação e de pertença à Igreja, à própria comunidade. Até mesmo para muitos católicos praticantes, a Igreja é vista na ótica do 'mercado', detentora de bens desejáveis e bons, que se buscam quando se tem necessidade ou desejo deles, mas sem se envolver com ela. Temos urgente necessidade de desenvolver o senso comunitário entre os nossos fiéis. Nossa Igreja não é uma instituição do 'mercado religioso', mas a comunidade dos discípulos de Cristo, unidos a ele e entre si por laços sobrenaturais profundos."
 
 
RENOVAÇÃO DA VIDA CRISTÃ
 
O Arcebispo Metropolitano revelou uma preocupação em torno da vida cristã dos fiéis, a queda na frequência aos Sacramentos. Afirma o Cardeal que "a frequente contraposição que se fez entre 'evangelização' e 'sacramentalização' não foi saudável e passou a impressão de que os Sacramentos não são importantes e até dispensáveis e que devemos dar todo o peso à evangelização, como se evangelização e sacramentos não fossem partes da mesma missão da Igreja. Não se pode diminuir a importância dos Sacramentos, que são sinais mediadores da ação de Deus através da ação da Igreja. Uma Igreja sem os Sacramentos desprezaria a pedagogia da encarnação, não seria mais a Igreja Católica e poderia passar a impressão de que nós mesmos, por nossas humanas capacidades, damos a eficácia à pregação e à ação da Igreja"
 
Como ponto de partida para tal renovação, Dom Odilo ofereceu três caminhos ao clero da Arquidiocese: consciência da identidade presbiteral, renovação do espírito sacerdotal, e o cuidado do esencial da missão:  "Tomarmos nova consciência de nossa identidade sacerdotal e da missão que nos foi dada pela Igreja. [...] Renovar-nos no espírito sacerdotal, como S. Paulo recomendou a Timóteo: 'não descuides o dom que está em ti e que te foi dado pela imposição das mãos' (cf 1Tm 4,14). Renovar-se também na valorização da própria vida sacerdotal, para não cair no ativismo estéril, no desânimo e no azedume paralisante."
 
Relembrando a missão específica dos padres, o Arcebispo os indagou sobre a sua atuação sacerdotal: "Quanto do nosso tempo e energias dedicamos ao povo para acolher, ouvir, visitar, confortar, alegrar? Temos missa todos os dias em nossas paróquias? Rezamos pessoalmente e com o povo, também fora da Missa? Atendemos as confissões regularmente? Visitamos e cuidamos dos doentes? Consolamos e confortamos os enlutados de nossa paróquia? Nos interessamos pelas famílias? Qual é a atenção que damos aos pobres? Acompanhamos pessoalmente a catequese? Preparamos os noivos para o casamento com interesse e dedicação? Preparamos bem as homilias? Temos outras iniciativas de formação cristã, além da Missa e da preparação aos Sacramentos? Dedicamos o nosso tempo à nossa missão principal, ou apenas uma sobrinha do nosso tempo?"
 
Ao encerrar seu discurso ao clero, Dom Odilo reafirmou a esperança de que o Espírito Santo nao falharia em auxiliar a Igreja neste caminho de comunhão, conversão e renovação missionária: "Confiamos na generosa boa vontade de todos e na ação do Espírito Santo, animador e guia da vida eclesial. Ele, que “renova a face da terra”, nos ajudará a renovar a vida de nossa Arquidiocese."
 
 
CONFIRA A ÍNTEGRA DO DISCURSO DE DOM ODILO PEDRO SCHERER AQUI.

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O caminho percorrido até a criação da Arquidiocese de São Paulo

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27 de janeiro de 2020

A Igreja Católica em São Paulo nasceu junto com a cidade, em 1554, na chegada dos primeiros missionários jesuítas. A própria origem da cidade foi por iniciativa religiosa, com a construção de uma pequena casa pelos padres Manuel de Paiva, Manuel da Nóbrega, além de São José de Anchieta e outros missionários jesuítas, auxiliados pelos índios da aldeia de Piratininga, da qual era chefe o cacique Tibiriçá.

A data em que a cidade celebra o aniversário de fundação, 25 de janeiro, refere-se ao dia em que Manuel de Paiva celebrou a primeira missa nas terras paulistanas, no local onde hoje está o Pátio do Colégio. Um longo caminho foi percorrido até que nos tornássemos uma Arquidiocese, em 7 de junho de 1908.

 

PRINCÍPIO

Em 1500, o Brasil pertencia ao Vicariato de Tomar, da jurisdição da Ordem de Cristo. Em seguida, todo o território passou a pertencer hierarquicamente à Diocese do Funchal, na Ilha da Madeira, em Portugal, criada em 12 de junho de 1514 pelo Papa Leão X, conforme relata Padre Ney de Souza, historiador e autor do livro “Catolicismo em São Paulo: 450 Anos de presença da Igreja Católica em São Paulo”.

 

PASSANDO POR SALVADOR

Em 7 de janeiro de 1549, por meio de uma Carta Régia de Dom João III, Rei de Portugal, “São Salvador” foi escolhida como sede da Governança Geral do Brasil. Meses depois, em 29 de março, Thomé de Souza chegou à Bahia para fundar a cidade que se tornaria a primeira capital brasileira.

São Salvador da Bahia, a primeira diocese brasileira, foi criada em 25 de fevereiro de 1551, pelo Papa Júlio III, como área desmembrada da Arquidiocese do Funchal, e teve como primeiro bispo Dom Pedro Fernandes Sardinha.

 

1a DIVISÃO ECLESIÁSTICA

A divisão eclesiástica brasileira teve início em 19 de julho de 1575 com a fundação da Prelazia do Rio de Janeiro, pelo Papa Gregório XIII. A Prelazia foi elevada a Diocese pelo Papa Inocêncio XI, em 16 de novembro de 1676. Na mesma data, Salvador foi elevada a Arquidiocese.

 

UMA PRELAZIA PAULISTA?

Segundo o historiador Vasco Smith de Vasconcellos, no livro “História da Província Eclesiástica de São Paulo”, por duas vezes cogitou-se a criação da Prelazia de São Paulo. A primeira foi sugerida pelo Padre Antônio Vieira, em julho de 1694, “quando consultado sobre as dúvidas existentes entre os moradores de São Paulo e a administração dos índios”.

A segunda tentativa de elevar São Paulo a prelazia foi do capitão-general Artur Menezes, em carta dirigida ao rei de Portugal, Pedro II, em maio de 1698. Na carta, Menezes lamentava a falta de um prelado apostólico “para acudir com zelo católico os casos que ordinariamente sucedem”.

 

PEDIDO DO BISPO DO RIO DE JANEIRO

Em 1709, o Bispo do Rio de Janeiro, Dom Francisco de São Jerônimo, relatou a impossibilidade de “manter debaixo de sua jurisdição espiritual um território tão vasto, com uma população que crescia rapidamente”.

Quando a Vila de São Paulo foi elevada a cidade, em 1711, o rei Dom João V pediu informações sobre a possibilidade da criação de uma diocese.

 

COMEÇO DA DIOCESE

Somente em 22 de abril de 1745, Dom João V aceitou que, da Diocese do Rio de Janeiro, surgissem as dioceses de São Paulo e de Mariana, e as prelazias de Goiás e Cuiabá. No princípio, a Diocese de São Paulo estendia-se até o Rio Grande do Sul, incluindo também uma parte de Minas Gerais.

O primeiro Bispo de São Paulo foi Dom Bernardo Rodrigues Nogueira, entre 1745 e 1748. Apenas no começo do século XX, Dom Duarte Leopoldo e Silva, Bispo entre 1907 e 1938, solicitou à Santa Sé a elevação da Igreja em São Paulo a Arquidiocese. O pedido foi aceito pelo Papa Pio X, e Dom Duarte tornou-se o primeiro Arcebispo Metropolitano.

 

PROVÍNCIA ECLESIÁSTICA

A elevação a Arquidiocese, em 7 de junho de 1908, marcou também o início da Província Eclesiástica, cujo atual território agrupa, além da Arquidiocese de São Paulo, as dioceses de Campo Limpo, Guarulhos, Mogi das Cruzes, Osasco, Santo Amaro, Santo André, São Miguel Paulista e Santos.

A Província Eclesiástica de São Paulo também conta com três Igrejas de rito oriental: a Eparquia de Nossa Senhora do Paraíso, dos greco-melquitas, a de Nossa Senhora do Líbano, dos maronitas, e o Exarcado Apostólico para os fiéis de rito armênio que, apesar de não fazer parte da província, tem a sede no território da Arquidiocese.

O termo província eclesiástica se refere a um conjunto de dioceses que, por estarem geograficamente próximas, se unem de maneira especial para realizar ações pastorais e de evangelização em comum, que tem como sede a Arquidiocese Metropolitana. O Cardeal Odilo Pedro Scherer é o atual metropolita da província eclesiástica por ser o Arcebispo de São Paulo.

 

A ARQUIDIOCESE HOJE

A Arquidiocese de São Paulo conta atualmente com 307 paróquias distribuidas em seis regiões episcopais: Belém, Brasilândia, Ipiranga, Lapa, Santana e Sé. Além disso, possui três vicariatos ambientais: Educação e Universidade, Povo da Rua e Comunicação, além de inúmeras obras sociais, educacionais e culturais. Sua população estimada é de 7 milhões de habitantes, que correspondem a cerca de 65% da população da cidade.

Segundo dados de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 5 milhões de pessoas que habitam o território da Arquidiocese são católicas. Atualmente, conforme dados fornecidos pela Chancelaria arquidiocesana, seu clero é composto por 411 padres diocesanos e 641 padres religiosos. São cerca de 123 congregações femininas e 88 masculinas, além das 115 novas comunidades, movimentos e outras associações eclesiais.

 

FORMAÇÃO SACERDOTAL

O Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição, fundado em 1856, atualmente é constituído por três casas de formação: o Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Assunção, na Vila Nova Cachoeirinha; o Seminário de Filosofia Santo Cura d’Ars, na Freguesia do Ó; e o Seminário de Teologia Bom Pastor, no Ipiranga.

Desde 2011, a Arquidiocese também conta com o Seminário Missionário Arquidiocesano Internacional Redemptoris Mater São Paulo Apóstolo, no Jaraguá, voltado especificamente para a formação de padres do clero secular preparados para serem enviados em missão.

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O ano de 2019 na Arquidiocese de São Paulo

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30 de dezembro de 2019

Uma extensa lista de atividades, celebrações e eventos que marcaram a presença da Igreja de São Paulo na grande metrópole, em 2019. Acompanhe os principais acontecimentos da Arquidiocese de São Paulo neste ano.

CARTA PASTORAL 2020           

No dia da Solenidade da Epifania do Senhor, em 6 de janeiro, Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, escreveu à Arquidiocese de São Paulo uma Carta Pastoral Intitulada “Sínodo arquidiocesano de São Paulo, 2018-2020 – caminho de comunhão, conversão e renovação missionária”, a mensagem endereçada aos bispos auxiliares, padres, diáconos, religiosos e religiosas e a todos os cristãos leigos e leigas e suas organizações tem como objetivo a revisão do caminho já realizado durante o sínodo e apontar os novos passos que deveriam ser percorridos em 2019, por meio de citações retiradas das cartas escritas por São Paulo Apóstolo e sugestões de como organizar ações pastorais e conhecer melhor a história das paróquias e dos seus padroeiros.

SÍNODO ARQUIDIOCESANO

Neste ano, o sínodo arquidiocesano aconteceu no âmbito das seis regiões episcopais e três vicariatos ambientais, por meio das assembleias sinodais, para analisarem e refletirem sobre os relatórios paroquiais, realizados em 2018, nas paróquias da Arquidiocese de São Paulo. O material coletado nestes encontros, serão subsídios para as próximas etapas do sínodo arquidiocesano.

100 ANOS DA CRIPTA

Em 16 de janeiro de 2019, a Cripta da Catedral Metropolitana de São Paulo completou 100 anos de criação. O espaço, inaugurado em 1919, foi pensado pelo arquiteto alemão Maximilian Emil Hehl e abriga obras de arte e restos mortais de bispos e arcebispos de São Paulo, além de personalidades importantes da história do Brasil.

NOMEAÇÃO DE DOM JOSÉ BENEDITO

Em 23 de janeiro, o Papa Francisco nomeou o Monsenhor José Benedito como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. Sua Ordenação Episcopal aconteceu em 15 de março, tendo tomado posse na Arquidiocese de São Paulo em 31 de março, na Catedral da Sé. Dom José Benedito Cardoso atua, desde então, como Vigário Episcopal para Região Lapa.

NOVO REITOR NO SANTUÁRIO ARQUIDIOCESANO DE NOSSA SENHORA APARECIDA

O Padre Zacarias José de Carvalho Paiva tomou posse no dia 10 de março, como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Reitor do Santuário no bairro do Ipiranga. A celebração eucarística com rito de posse canônica foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, tendo entre os concelebrantes Dom José Roberto Fortes Palau e Dom Devair Araújo da Fonseca, Bispos Auxiliares da Arquidiocese de São Paulo.

15 ANOS COMUNIDADE SHALOM EM SÃO PAULO

Em 20 de março, a Comunidade Católica Shalom celebrou seus 15 aos de atuação na Arquidiocese de São Paulo em uma missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, na Paróquia Sant’Ana, mesmo local da missa de abertura da Missão.

CINCO ANOS DA FACULDADE DE DIREITO CANÔNICO

Em 8 de abril, a Faculdade de Direito Canônico “São Paulo Apóstolo”, da Arquidiocese de São Paulo, completou 5 anos. Esta foi a primeira Faculdade de Direito Canônico reconhecida no Brasil pela Congregação para a Educação Católica, erigida canonicamente em 26 de fevereiro de 2014.

CARDEAL GERHARD MÜLLER VISITA A ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

O Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé durante os pontificados do Papa Bento XVI e no início do Papa Francisco, Cardeal Gerhard Müller esteve na Arquidiocese de São Paulo, entre 26 e 28 de abril. Em sua passagem pela cidade, o Cardeal participou de um encontro com os professores e estudantes da Faculdade de Teologia da PUC-SP, no bairro do Ipiranga, e lançou no Mosteiro de São Bento a tradução em Português do primeiro texto da “Opera Omnia”, obra teológica do Papa emérito Bento XVI, intitulado “Teologia da Liturgia, o Fundamento Sacramental da Existência Cristã”. Por fim, presidiu missa na Catedral da Sé.

50 ANOS DA PARÓQUIA SÃO LUIS MARIA GRIGNION DE MONTFORT

Em 28 de abril, a Paróquia São Luís Maria Grignion de Montfort, no Jardim Rincão, Região Episcopal Brasilândia, celebrou 50 anos de sua fundação. Como parte da comemoração, pela imposição das mãos do Cardeal Pedro Scherer, foram ordenados diáconos os Cônegos: Daniel Nogueira de Assis, Juscelino Ricardo de Santana e Rafael Scomovitz dos Santos, da Ordem dos Cônegos Regulares Lateranenses, CRL.

117ª ROMARIA ARQUIDIOCESANA AO SANTUÁRIO NACIONAL DE APARECIDA (SP)

Com o tema “Leigos com Maria, rumo ao sínodo arquidiocesano”, aproximadamente 12 mil fiéis participaram, no dia 6 de maio, da celebração no altar central da Basílica do Santuário Nacional de Aparecisa, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelos bispos auxiliares, no contexto do 117ª Romaria Arquidiocesana ao Santuário Nacional de Aparecida (SP).

DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES

A Arquidiocese de São Paulo promoveu no dia 23 de maio, o evento “Do like ao encontro” para celebrar o 53º Dia Mundial das Comunicações Sociais, no Auditório São Paulo Apóstolo, das Irmãs Paulinas, zona Sul de São Paulo.

50 ANOS DO SANTUÁRIO SIÃO DO JARAGUÁ

Dom Odilo Pedro Scherer presidiu no dia 2 de junho, uma missa no Santuário Sião Jaraguá da Mãe Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, elevado à Santuário Diocesano, que completou 50 anos em 2019 e recebe fiéis de todo o Brasil e de outros países.

VIGÍLIA DE PENTECOSTES

O Vale do Anhangabaú, na região central da cidade, foi o local escolhido para a realização da Vigília de Pentecostes da Arquidiocese de São Paulo, que teve início na noite do sábado, 8 de junho, com encerramento no domingo, dia 9. Ao longo das 18 horas de programação, cerca de 10 mil pessoas passaram pelo evento.

COMUNIDADE SAGRADA FAMÍLIA COMPLETA 25 ANOS

Fundada em 24 de junho de 1994, a Comunidade Católica Sagrada Família completou este ano 25 anos de fundação, em uma celebração eucarística presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, na Capela Sagrada Família e Santa Paulina, no Ipiranga. A data, foi marcada, ainda, pela notícia da aprovação do estatuto da associação de fiéis ad experimentum por um período de cinco anos, afirmada pelo próprio Cardeal.

DOM ODILO É CONTEMPLADO COM O COLAR GUILHERME DE ALMEIDA

No dia 28 de junho, durante sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo, o Cardeal Scherer recebeu o Colar e Diploma Guilherme de Almeida, que é destinado àqueles que prestam valiosa colaboração à literatura, cinema, teatro, música, artes plásticas e outras formas artístico-culturais da cidade de São Paulo.

NOMEAÇÃO DOM SÉRGIO DE DEUS BORGES COMO BISPO DE FOZ DO IGUAÇU (PR)

O Papa Francisco nomeou no dia 17 de julho, Dom Sérgio de Deus Borges, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo desde 2012, como Bispo da Diocese de Foz do Iguaçu (PR). A posse de Dom Sergio em sua nova Diocese aconteceu em 7 de setembro, na Catedral Nossa Senhora de Guadalupe.

NOMEAÇÃO DE DOM JORGE PIEROZAN COMO BISPO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO

Para dar continuidade aos trabalhos pastorais na Região Episcopal Santana, após a nomeação de Dom Sérgio de Deus Borges como Bispo da Diocese de Foz do Iguaçu (PR), Dom Jorge Pierozan foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo pelo Papa Francisco no dia 24 de julho. Sua Ordenação Episcopal ocorreu na Catedral da Sé, no dia 28 de setembro.

80 ANOS DO AMPARO MATERNAL

A maior maternidade de assistência pública do Brasil, comemorou em agosto 80 anos de existência. Para celebrar o aniversário, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, presidiu uma missa no dia, 23, na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, com a presença de administradores, funcionários, voluntários, benfeitores e mães, bebês e gestantes que vivem no centro de acolhida mantido pela instituição.

MEDALHA SÃO PAULO APÓSTOLO

A Arquidiocese de São Paulo promoveu em 4 de setembro, no Auditório Paulo Apóstolo, das Irmãs Paulinas, na Vila Mariana, a quinta edição da premiação: Medalha São Paulo Apóstolo. O prêmio tem como objetivo reconhecer as boas obras de pessoas e instituições para a participação da vida e missão da Igreja, em diversos ramos.

SUMMER BEATS DNJ

50 mil pessoas participaram da segunda edição do Summer Beats DNJ na Arquidiocese de São Paulo, realizado em 15 de setembro, no Campo de Marte, no bairro de Santana. Foram, ao todo, 12 horas de programação, com música, adoração ao Santíssimo Sacramento, tenda de confissões, feira vocacional e celebração da Santa Missa.  

15 ANOS DA COMUNIDADE LUZ DAS NAÇÕES

No dia 16 de novembro, em missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, foram celebrados os 15 anos da Comunidade Luz das Nações, na Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Região Belém.

NOMEAÇÃO DE DOM JOSÉ ROBERTO PALAU 

O Papa Francisco nomeou em 20 de novembro, Dom José Roberto Fortes Palau, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, na Região Episcopal Ipiranga, como novo Bispo da diocese de Limeira (SP). O Prelado se despediu da Arquidiocese de São no Paulo no sábado, dia 21, na Paróquia Imaculada Conceição, no bairro do Ipiranga, e tomará posse na Diocese de Limeira será em 18 de janeiro.

 

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