INTERNACIONAL

África do Sul

Pobres e imigrantes estão sem sustento devido a bloqueio pelo novo coronavírus

Por GUSTAVO CATANIA RAMOS (ESPECIAL PARA O SÃO PAULO)
30 de abril de 2020

Religiosos Scalabrinianos relatam as dificuldades enfrentadas pelos mais vulneráveis

ACNUR

Na África do Sul, a situação das pessoas mais vulneráveis está cada dia mais difícil, afirmaram religiosos Scalabrinianos à Agência Fides. As medidas do governo que requerem o bloqueio devido          à COVID-19 impedem que aqueles que dependem de uma renda diária para sobreviver tenham meios de obter alimentos.

“A situação é dramática tanto para os imigrantes quanto para os sul-africanos que vivem nas township”, explicou, de Johannesburgo, capital do país, o missionário scalabriniano Pablo Velásquez. As towship são áreas urbanas subdesenvolvidas que, sob o regime do Apartheid, eram reservadas à população negra.

“Há várias semanas, o governo impôs a quarentena e as pessoas acostumadas a sair para buscar comida encontraram-se sem nenhum sustento para elas e suas famílias. Aqui, toca-se com a mão o desespero. Recebo, em meu número pessoal, mensagens quase todos os dias de trabalhadores imigrantes desesperados, sem nada para comer. Alguns deles obtêm os únicos recursos para suas famílias que vivem em outros países africanos. Entre eles, há muito moçambicanos vítimas de exploração aqui na África do Sul”, continuou o religioso.

Centenas de pessoas chegaram às portas da Paróquia de São Patrício, ao sul de Johanesburgo, para receber um “pacote de alimentos”, composta por uma bolsa com produtos alimentícios básicos para suas famílias.

“O governo sul-africano exclui os estrangeiros de qualquer ajuda”, afirmou o Padre Pablo. “Em nossa Paróquia, estamos fazendo todo o possível para satisfazer as necessidades deste irmãos nossos que têm de romper as medidas restritivas impostas pelas autoridades para ir buscar comida”.

Os religiosos também encontram dificuldades para encontrar alimento. “É triste dizê-lo, mas se as coisas continuarem assim, nunca conseguiremos apenas com os nossos recursos. Até o momento, a comida distribuída em nossa igreja foi suficiente graças às doações de nossos fiéis durante a quaresma”, salientou o Sacerdote.

(Com informações da Agência Fides)

 

 

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