SÃO PAULO

10 ANOS COM DOM ODILO

Para testemunhar que Deus habita a cidade

Por Fernando Geronazzo
04 de mai de 2017

Planos pastorais traçam linhas de ação do arcebispado de Dom Odilo em São Paulo

Luciney Martins

Ao ser entrevistado pelo jornal O SÃO PAULO na edição de 27 de janeiro de 2009, o Cardeal Odilo Pedro Scherer foi perguntado sobre qual seria o seu sonho para o próximo centenário da Arquidiocese de São Paulo.

“Sonho que a Igreja em São Paulo, daqui a cem anos, esteja bem viva, testemunhando que ‘Deus habita esta cidade’! Que tenha conservado a fé, viva a alegre e segura esperança cristã e a comunique à cidade; que continue a praticar intensamente a caridade evangélica”, respondeu, acrescentando que para esse sonho se tornar realidade, seria preciso que a geração presente fizesse bem a sua parte.

Naquele mesmo ano, era lançado o 10º Plano de Pastoral da Arquidiocese, o primeiro dos três publicados nestes dez anos de arcebispado de Dom Odilo. Com o tema “Discípulos e Missionários de Jesus Cristo na Cidade”, o Plano seguia a temática que permeou a Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em Aparecida (SP), em 2007.

 “Com nosso 10º Plano, queremos responder aos apelos de Deus, vindos de diversas ‘vozes’ da cidade de São Paulo, com suas riquezas e misérias que nos desafiam, como discípulos de Cristo, a darmos nesta metrópole um testemunho renovado e vigoroso do Evangelho; das nossas comunidades eclesiais, muitas vezes cansadas e desmotivadas, precisando recobrar coragem e ardor no encontro com Cristo”, afirmou Dom Odilo na ocasião do lançamento do Plano.

O Cardeal Scherer destacou, ainda, que Deus envia cada batizado em missão na complexa realidade urbana de São Paulo, com seus grandes desafios e problemas, mas também com suas “oportunidades extraordinárias para a ação evangelizadora”. “Este é o campo de nossa missão. Amemo-lo também nós! Vamos com alegria e esperança!”, motivou.

 Testemunha de Jesus Cristo

Lançado em 2013, o 11º Plano de Pastoral deu continuação ao caminho proposto pelo anterior, convidando a Arquidiocese a ser “Testemunha de Jesus Cristo na cidade de São Paulo”.

Em sintonia com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), o 11º Plano destacou seis urgências: Igreja “em estado permanente de missão”; “casa de iniciação à vida cristã”; “comunidade animada pela Palavra de Deus”; “comunidade de comunidades”; “a serviço da vida plena para todos”; e “a evangelização da juventude”.

No contexto dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II e da celebração do Ano da Fé, esse Plano também apresentou um projeto de pastoral para o estudo, a cada ano, das constituições conciliares Lumen Gentium, Sacrossantum Concilium, Gaudium et Spes e Dei Verbum.

Superar esquemas engessados

O 12º Plano de Pastoral da Arquidiocese, com vigência até 2020, manteve a impostação da edição anterior, acrescentando contribuições dos recentes documentos do Papa Francisco. “Ainda estamos longe de ser uma Igreja ‘em saída’ e ‘em estado permanente de missão’, como nos pede o Papa Francisco!”, afirmou Dom Odilo ao lançar o Plano.

Das urgências do plano anterior, somente a sexta – “a evangelização da juventude” – foi modificada, passando a ser “Igreja: família de famílias”, motivada pelo tema das duas últimas assembleias do Sínodo dos Bispos, em 2014 e 2015.

Em entrevista ao semanário arquidiocesano, em 1º de fevereiro deste ano, Dom Odilo destacou a necessidade de buscar uma maneira de superar certos “esquemas engessados de prática pastoral” que não dão conta de que a sociedade e a cultura mudaram. “Precisamos falar mais ao coração das pessoas, concentrar os nossos esforços no que é essencial, fazer uma pastoral mais voltada para as pessoas, do que para alimentar esquemas ‘que sempre foram assim’”, disse

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