VATICANO

Pan-Amazônia

Papa Francisco abre Sínodo para a Amazônia

Por Redação, com Vatican News
06 de outubro de 2019

Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos com o tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral” acontece entre os dias 6 e 27

O Papa Francisco presidiu a missa de abertura da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica na manhã deste domingo, 6, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Entre os concelebrantes estavam os 185 padres sinodais, 58 do Brasil. Também estavam na Eucaristia os 13 novos cardeais, criados no Consistório presidido pelo Pontífice no sábado, 5. Na assembleia,  havia, ainda, representantes de comunidades indígenas.

O evento eclesial que se realizará até o dia 27 deste mês, tem como tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

CAMINHAR JUNTOS

Na homilia, dirigindo-se aos padres sinodais, bispos provenientes não só da região Pan-Amazônica, mas também de outras regiões, o Papa partiu da leitura da a Segunda Carta de São Paulo a Timóteo para ressaltar que o apóstolo Paulo, o maior missionário da história da Igreja os ajudará a “fazer Sínodo”, a “caminhar juntos”.

O Santo Padre chamou a atenção para o dom que cada um recebeu para serem dons na vida dos outros. “Um dom não se compra, não se troca nem se vende: recebe-se e dá-se de prenda. Se nos apropriarmos dele, se nos colocarmos a nós no centro e não deixarmos no centro o dom, passamos de pastores a funcionários: fazemos do dom uma função, e desaparece a gratuidade; assim acabamos por nos servir a nós mesmos, servindo-nos da Igreja”, afirmou.

REACENDER O DOM DA MISSÃO

Francisco ainda ressaltou que para serem fiéis à missão, São Paulo recorda a necessidade de se reacender o dom recebido. “O dom que recebemos é um fogo, é amor ardente a Deus e aos irmãos. O fogo não se alimenta sozinho; morre se não for mantido vivo, apaga-se se a cinza o cobrir”, disse.

“Se tudo continua igual, se os nossos dias são pautados pelo ‘sempre se fez assim’, então o dom desaparece, sufocado pelas cinzas dos medos e pela preocupação de defender o status quo. Mas ‘a Igreja não pode de modo algum limitar-se a uma pastoral de “manutenção” para aqueles que já conhecem o Evangelho de Cristo’, acrescentou o Papa, afirmação do Papa Emérito Bento XVI, de que “o ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial”.

O Pontífice convidou os participantes do Sínodo a pedirem a graça de serem “fiéis à novidade do Espírito”. “Ele, que faz novas todas as coisas, nos dê a sua prudência audaciosa; inspire o nosso Sínodo a renovar os caminhos para a Igreja na Amazônia, para que não se apague o fogo da missão”, reiterou.

FOGO DO EVANGELHO

O Santo Padre enfatizou que o fogo de Deus, como no episódio da sarça ardente, arde mas não consome. “Quando sem amor nem respeito se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo. Contudo quantas vezes o dom de Deus foi, não oferecido, mas imposto! Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos”, alertou.

“O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros”, completou Francisco.

OLHAR PARA O CRUCIFICADO

Por fim, o Papa convidou todos a olharem para Jesus crucificado e para seu coração aberto. Muitos irmãos e irmãs na Amazônia carregam cruzes pesadas e aguardam pela consolação libertadora do Evangelho, pela carícia de amor da Igreja. Por eles, com eles, caminhemos juntos”.

 

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