INTERNACIONAL

Covid-19

O novo coronavirus, nós combatemos juntos!

Por Gabriela Molinari Roberto, Gustavo Borges e Lara Elis Alberici Delsin
26 de março de 2020

Biólogos brasileiros que desenvolvem pesquisa em Biologia Molecular na Universidade de Montreal, no Canadá, falam sobre a doença

Divulgação

O número de casos de COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, no Brasil passou os 1.500 no domingo, 22. A chegada do vírus no Brasil traz grandes desafios à sociedade e precisamos combatê-lo juntos. Para isso, informação é essencial.

Como começou?

Tudo começou em dezembro de 2019 em Wuhan, na China, com um surto de quadros de pneumonia. Logo identificou-se o causador: um tipo de coronavírus. O vírus que agora contamina os humanos tem origem natural e provavelmente surgiu de mutações em vírus que antes infectava apenas animais como morcegos e pangolins.

Como o vírus se espalha?

O novo coronavirus se espalha rapidamente. Em média, uma pessoa infectada (apresentando sintomas ou não) transmite a doença a três outras pessoas. A transmissão se dá por contato pessoal. Gotas de saliva podem cair próximo a boca e nariz da outra pessoa e serem inaladas. Ou então, ao colocar as mãos em superfícies contaminadas e depois levá-las à boca ou nariz.

Quem é atingido?

O vírus atinge toda as faixas etárias e o maior grupo de risco são os idosos, diabéticos e hipertensos. Entre todos os infectados, cerca de 20% apresentam quadros severos que exigem hospitalização. Cerca de 38% dos pacientes hospitalizados nos Estados Unidos têm entre 20 e 54 anos, mostrando que mesmo os jovens devem tomar as precauções necessárias.

Por que é tão grave assim?

Devido a sua rápida disseminação, o vírus pode atingir uma grande quantidade de pessoas em pouco tempo. Quanto mais pessoas infectadas, maior o número de pessoas precisando de internação hospitalar. No entanto, a capacidade do sistema de saúde é limitada. O controle do número de infectados é crucial para garantir o atendimento a todos os pacientes em casos graves. É a sobrecarga do sistema de saúde que eleva as taxas de mortalidade, como visto recentemente na Itália.

Como combater?

O combate ao vírus exige medidas extremas de isolamento social a fim de evitar que muitos pacientes necessitem de atendimento médico ao mesmo tempo. Na China, foram registrados mais de 80 mil casos e cerca de 3.400 mortes, um número relativamente baixo considerando sua população total de 1,3 bilhões de habitantes. Isso só foi possível graças a medidas extremas de isolamento social adotadas rapidamente pelo governo chinês, bem como os altos investimentos na construção de hospitais para atender os infectados nas regiões mais afetadas. Um bom exemplo de como o isolamento social pode funcionar foi dado por Taiwan. A ilha se localiza à apenas 130 quilômetros de distância da China, e possui apenas 169 casos até o momento.

O que podemos fazer?

Individualmente, devemos evitar proximidade com pessoas e lavar as mãos frequentemente. É essencial que as pessoas permaneçam em casa para evitar a disseminação do vírus.

A pandemia pede que pensemos coletivamente. É importante termos responsabilidade na hora de fazer as compras. Compras além do necessário levam à falta de produtos aos que precisam. Para os empresários, se possível, dispensem os funcionários e os continuem pagando. Eles também precisam ficar isolados e continuar com suas responsabilidades financeiras. Solidariedade e empatia são necessárias em tempo de crises.

Estamos passando por um período delicado e é muito importante mantermos a calma e discernimento. Portanto, cuidado com o compartilhamento de informações, verifique as fontes antes de compartilhar para não gerar pânico. Valorizem a ciência! A gravidade do vírus tem sido menosprezada por muitas nações. Os cientistas vêm alertando e aconselhando qual melhor forma de agir. É preciso confiar neles!

O que fazer se ficarmos doente?

Com o aparecimento de sintomas semelhantes à gripe o aconselhado é se auto isolar por 14 dias. Apenas em caso de piora dos sintomas é recomendado procurar um médico, inicialmente por telefone. Não se automedique.

Como lidar com o isolamento?

O isolamento social forçado pode afetar nossa saúde mental. Usem as redes sociais para manter seus círculos de amizade ativos, estabeleça uma rotina saudável em casa com exercícios físicos e boa alimentação. Aproveitem o tempo livre para aquelas atividades que adiamos há anos, para aprender coisas novas, investir na meditação...

Por fim, pratiquem a gratidão aos profissionais de saúde, eles enfrentarão dias difíceis pela frente e merecem todo o nosso respeito e admiração. Ficar em casa é a nossa melhor forma de contribuir.

 

Gabriela Molinari Roberto

Gustavo Borges

Lara Elis Alberici Delsin

Biólogos com Graduação e Mestrado pela Universidade de São Paulo, atualmente desenvolvem pesquisa em Biologia Molecular na Universidade de Montreal, Canadá.

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