INTERNACIONAL

Vaticano/Áustria

Jogadoras austríacas e torcida insultam atletas do Vaticano em jogo amistoso

Por Gustavo Catania Ramos
26 de junho de 2019

O jogo, que acabou não acontecendo, tornou-se palco de ofensas contra as jogadoras do Vaticano

No sábado, 22, em Viena, ocorreria a primeira partida internacional da Seleção de Futebol Feminino do Vaticano contra o time austríaco F.C. Mariahilf. O jogo, que acabou não acontecendo, tornou-se palco de ofensas contra as jogadoras do Vaticano.


Durante a execução do Hino do Estado do Vaticano, as jogadoras austríacas levantaram suas camisetas, revelando mensagens escritas em seus corpos a favor do aborto, do lobby LGBT e contra a Igreja. As mensagens diziam coisas como “Meu corpo/minhas regras”, lema usado por feministas para militar a favor do aborto. Ao mesmo tempo, torcedores levantaram faixas com o mesmo teor. 


O time do Vaticano assustou-se com os ataques, pois a partida seria apenas uma festa pelo 20º aniversário de criação da equipe austríaca. Diante da situação, todas as jogadoras e o treinador decidiram abandonar a partida, com medo de uso político que dela poderia ser elaborado. 


“O jogo foi cancelado porque estamos aqui pelo esporte, e não pela política ou por outras coisas”, disse Danilo Zennaro, representante do time do Vaticano. Na página oficial do time austríaco no Facebook, foi publicada uma mensagem que dizia que o clube não iria se pronunciar até que uma declaração oficial fosse feita. 


O time feminino de futebol do Vaticano foi formado há pouco tempo e jogou sua primeira partida oficial em 26 de maio contra o time feminino da Roma. A criação da equipe ocorreu no contexto de incentivo à prática esportiva pelo Papa Francisco.  


A Associação de Mulheres do Vaticano lamentou o ocorrido em comunicado divulgado na terça-feira, 25. “A instrumentalização do encontro esportivo não ofendeu somente os que compõem o time vaticano, mas o próprio Vaticano por estar representado. Prejudicou a ideia de esporte, competição leal entre adversários, não entre inimigos”.


A Associação recordou que o campo de futebol não é o lugar apto para guerras ideológicas, mas deve ser um lugar de encontro e paz. “Do contrário, as consequências são mais fechamentos e abismos sempre mais profundos”, conclui no comunicado. 
Fontes: ACI Digital/ Vatican News/ The Local IT/ CNN

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