SÃO PAULO

SÍNODO ARQUIDIOCESANO

Caminho sinodal é destaque em Assembleia Arquidiocesana de Pastoral

Por Fernando Geronazzo
04 de dezembro de 2019

Papa Francisco assina a Carta Apostólica Admirabile Signum (Admirável Sinal), na Capela da Primeira Natividade, parte integrante do Eremitério do Santuário de Greccio, inaugurado em 1228

Luciney Martins/O SÃO PAULO

A Arquidiocese de São Paulo realizou no sábado, 30 de novembro, sua Assembleia de Pastoral anual. O encontro, que aconteceu na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom), na Vila Mariana, reuniu o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, os bispos auxiliares, padres, religiosos, coordenadores de pastorais, movimentos, associações, novas comunidades e demais organizações eclesiais, para avaliar a caminhada pastoral deste ano e projetar as atividades de 2020. 
“A assembleia arquidiocesana é representativa dos muitos corpos de corresponsabilidade da animação pastoral da Arquidiocese”, afirmou Dom Odilo, na saudação inicial. O Arcebispo ressaltou, também, o caminho sinodal percorrido pela Igreja em São Paulo, com destaque para as assembleias das regiões episcopais e vicariatos ambientais, ocorridas neste ano. 
O Cardeal explicou que a próxima etapa do sínodo, a assembleia sinodal arquidiocesana, em 2020, será a ocasião de indicar propostas e ações que concretizem a conversão e renovação missionária na Arquidiocese. “Esta assembleia de pastoral é convidada a elaborar indicações que poderão ajudar a assembleia do sínodo arquidiocesano, integrando o conjunto das propostas sinodais”, disse Dom Odilo. 

NAS REGIÕES E VICARIATOS
Em seguida, foi apresentada uma síntese do caminho sinodal percorrido pelas seis regiões episcopais e três vicariatos ambientais. 
Padre Marcelo Maróstica Quadro, Coordenador de Pastoral da Região Episcopal Belém, destacou que a assembleia regional foi uma oportunidade de os sacerdotes, religiosos e leigos caminharem juntos. “Nesse caminho, nós fomos aprendendo a olhar, ouvir e se aproximar mais da realidade da região, ter uma percepção maior do desafio da evangelização diante da pluralidade e aprender a trabalhar na diversidade, promovendo cada vez mais diálogo”, relatou.
Na Região Episcopal Santana, a assembleia sinodal foi ocasião de dar voz para que o povo compartilhasse a percepção da realidade eclesial. “Houve uma liberdade muito grande nas sessões da nossa assembleia. Tanto nos momentos de trabalho de grupo quanto nas plenárias, as pessoas puderam manifestar seus anseios, críticas e sugestões”, destacou o Padre Osvaldo Bisewski, Subsecretário-geral do sínodo arquidiocesano. 
O caminho percorrido pela Região Episcopal Ipiranga foi acentuado pela comunhão. “Desde as reuniões preparatórias da Comissão Regional do sínodo, assim como nos grupos dos setores, as reflexões ajudaram a estabelecer essa comunhão e a vislumbrar quais são os apelos da Igreja na região”, explicou o Frei Fábio Luiz Ribeiro, Coordenador do Setor Pastoral Ipiranga, enfatizando que a pesquisa de campo realizada nas paróquias foi muito relevante para iluminar as reflexões da assembleia sinodal. 

PARTICIPAÇÃO DOS LEIGOS
A adesão dos leigos nos trabalhos sinodais foi o destaque da Região Episcopal Lapa, além dos dados do levantamento da realidade pastoral e religiosa das paróquias. “A pesquisa gerou para nós um material de uma realidade que até então achávamos que conhecíamos, mas que nos despertou para outros aspectos que ignorávamos”, ressaltou o Padre Antonio Francisco Ribeiro, Coordenador Regional de Pastoral. 
Padre Fabrício Mendes de Moraes, Coordenador de Pastoral da Região Episcopal Brasilândia, afirmou que a assembleia sinodal ajudou a reestruturar a organização pastoral da Região. “Houve também um trabalho dedicado às paróquias, com o envolvimento dos setores pastorais, dos padres e uma participação excelente dos leigos, que aderiram bastante ao sínodo”, observou. 
Na Região Episcopal Sé também foi destacada a intensa participação dos leigos, que puderam compartilhar suas preocupações pastorais. “Nós estamos em uma das regiões mais desafiadoras, sobretudo em relação à evangelização nos condomínios. Precisamos repensar os setores pastorais, pois alguns deles praticamente não funcionam por causa desses desafios específicos”, ressaltou o Padre José Roberto Pereira, Coordenador Regional de Pastoral. 

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO
O Vicariato Episcopal para a Pastoral da Comunicação realizou sua assembleia em duas sessões, uma em agosto e outra em setembro. “Alguns dados da pesquisa de campo realizada pelo sínodo nos chamaram muito a atenção, especialmente no questionamento sobre o quanto as pessoas têm um conhecimento  profundo dos ensinamentos da Igreja e o quanto isso também diz respeito à maneira como a Igreja se comunica com os fiéis”, explicou o Padre Michelino Roberto, Diretor do jornal O SÃO PAULO, que falou em nome desse Vicariato. 
Já o Vicariato Episcopal para a Educação e a Universidade percorreu seu caminho sinodal reunindo representantes das escolas católicas presentes na Arquidiocese. Também foi realizada uma pesquisa on-line com professores, pais e alunos dessas instituições. A partir do resultado desse levantamento, foram propostas indicações para que as escolas católicas correspondam à sua missão evangelizadora na cidade. “O grande fruto da nossa assembleia foi a criação de dois conselhos pastorais: um para as escolas católicas e outro para as universidades”, informou o Padre Vandro Pisaneschi, Coordenador Eclesiástico do Vicariato.

POVO DA RUA 
Na assembleia sinodal do Vicariato Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, além do resultado do levantamento realizado nas paróquias, também foi elaborada uma pesquisa específica para as pessoas em situação de rua, com o objetivo de identificar qual é a percepção dessa parcela da população sobre a Igreja e sua relação com a fé. “Foi muito interessante perceber a religiosidade do povo da rua e seu anseio pela vivência da fé”, enfatizou o Padre Julio Renato Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, que também destacou que uma das principais propostas apresentadas na assembleia é o desejo das pessoas em situação de rua de serem consideradas paroquianas e envolvidas nas atividades eclesiais. 

INDICAÇÕES 
O segundo momento da assembleia de pastoral foi dedicado ao trabalho em grupos, os quais apontaram questões fundamentais para promover a conversão e renovação missionária na Arquidiocese. 
Em síntese, as principais indicações destacaram a preocupação com a iniciação à vida cristã; a acolhida, em todos os âmbitos da pastoral, especialmente na busca das pessoas que não participam da vida eclesial, por meio de um apostolado no meio do mundo; a comunicação, tanto no âmbito interno da Igreja quanto no diálogo com a sociedade; e a evangelização da juventude. 
“No ano que vem, iremos trabalhar mais intensamente para que as propostas sinodais se tornem concretas, sempre tendo como referência o que vimos e ouvimos, e o que o Espírito de Deus diz à nossa Igreja em São Paulo”, concluiu Dom Odilo.

Para pesquisar, digite abaixo e tecle enter.