Comportamento

Avós no século XXI. Para reflexão dos pais

Quem não lembra com carinho de momentos gostosos vividos na casa dos avós?

De guloseimas, agrados e brincadeiras que somente lá poderiam acontecer! Os avós sempre cumpriram um papel muito importante na vida da família e, especialmente, dos netos. Estão numa fase de menos compromissos, de maior serenidade diante das situações. Já passaram por muitas experiências e isso promove uma sabedoria incrível.

Historicamente, os avós não têm um compromisso de colocar limites, estabelecer rotinas, mas, sim, fazer agrados, consolar, introduzir a criança em algumas “artes” menos perigosas... Enfim, curtir a “netaiada”.

Hoje, porém, inúmeros são os avós que ficam integralmente com os netos para os pais trabalharem. No convívio cotidiano com os netos, se veem responsabilizados por atitudes e ensinamentos que nem sempre se sentem aptos e à vontade de assumir, no papel de avós. É comum ouvirmos depoimentos do tipo: “Minha mãe era tão brava, mas agora, como avó, meu filho faz o que quer com ela”. Pois é, muita coisa precisa ser levada em conta:

- Os avós estão em outra fase da vida. Já educaram seus filhos e nem sempre estão disponíveis e/ou dispostos a assumirem responsabilidades maiores na criação dos netos.

- A disposição física e emocional não é mais a mesma necessária para educar efetivamente uma criança: estabelecer limites, cumprir rotinas, retirar fraldas, ensinar a comer sozinho, cuidar de um pequeno doente, cumprir horários de levar à escola etc são atividades que exigem empenho e bastante agilidade. Será que podemos exigir isso deles? Não podemos nos esquecer de que hoje os casamentos acontecem mais tarde, as pessoas têm filhos mais velhas e, consequentemente, os avós estão mais idosos.

- Eles também têm seus compromissos e rotinas que precisam ser respeitados: consultas médicas, exercícios, fisioterapia, passa-tempos, que, quem sabe, há muito tempo esperam para curtir.

É preciso muito critério e prudência para estabelecer os combinados quando é necessária essa ajuda cotidiana na criação dos filhos. Em primeiro lugar, ter em mente que o estabelecimento de limites e rotinas é papel fundamental dos pais, onde e com quem quer que os filhos estejam. É preciso possibilitar que as coisas aconteçam de modo saudável tanto para as crianças como para os avós. Para isso, seguem algumas dicas:

1. Contar com transporte escolar na condução dos pequenos para a escola;

2. Colocar uma ajudante para a vovó no cuidado com as crianças – alguém que, sob a supervisão da avó, faça o mais trabalhoso e que possa ficar com a criança durante os curtos períodos de tempo em que a vovó tenha alguma atividade programada.

3. Estabelecer os limites para as crianças e dizê-los claramente aos avós e, com o tempo, à própria criança, deixando claro que a orientação fundamental vem dos pais.

4. Deixar as crianças com os avós o menor espaço de tempo que for realmente necessário: o primeiro que chega do trabalho (papai ou mamãe) já passa e pega. Mandar a comidinha da criança pronta se isso facilitar para a vovó; dar o banho em casa; tomar para si todos os detalhes escolares – arrumar a mochila, cuidar do uniforme, preparar o lanche, fazer a lição junto com o filho.

A vida como a estamos vivendo nos coloca em situações realmente mais trabalhosas e difíceis, no que diz respeito à educação dos filhos. Porém, são oportunidades ricas de criarmos saídas, de pensarmos em alternativas sem abrir mão da alegria e do direito de sermos os protagonistas na formação e crescimento saudável de nossos maiores bens – os filhos.

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