Editorial

Sínodo: ideia que germinou no coração do Bispo

Surgiu de inquietações que evoluíram do desejo paternal do coração de Dom Odilo: tornar esta Igreja, Família de Famílias, atual, vigorosa e saudável em tempos de mudanças desafiadoras numa cidade sem par, que é fascinante e, ao mesmo tempo, conturbada por diferenças abissais: a cidade de São Paulo. Daí, como num relance, o desejo transformou-se em ideia, e essa ideia tornou-se proposta. Por ser proposta, foi levada à consulta nas várias instâncias competentes da Arquidiocese, o que resultou em aceita- ção e aprovação por toda parte. Foi assim que, da inquietação à ideia, da ideia à proposta, da proposta à consulta e da consulta à aceitação e aprovação, emergiu, isto é, foi aberto e convocado pelo próprio Dom Odilo nosso Sínodo Arquidiocesano em 15 de junho passado, durante a missa de Corpus Christi na Praça da Sé.

O sínodo é um processo, ou melhor, um caminho que se faz em comunhão. Esse caminho comum abre ampla oportunidade para nos olharmos, ao mesmo tempo que devemos lançar um olhar acurado sobre nosso derredor. E por que é importante destacar um olhar tão atento sobre como estamos e como está o contexto da vida humana nos lugares e situa- ções em que tomamos parte? É porque a vida é uma jornada! E não devemos nos esquecer que a vida da pujante Arquidiocese de São Paulo é histórica na cidade. É Igreja que já realizou uma secular jornada evangelizadora a ponto de, após tantos anos, necessitar rever acuradamente seus passos e seus processos para encarar melhor as imensas transformações que a cidade tem experimentado e, invariavelmente, renovar-se para fazer crescer sua capacidade de cumprir o mandato, legado por Cristo, de anunciar o Evangelho a todas as pessoas.

 Depois de uma longa e histórica caminhada evangelizadora, é certo que faz bem à Igreja passar por um processo mais denso de avaliação, revendo o que já percorreu, vislumbrando seus efeitos durante esse processo para, por fim, renovar-se no que seja considerado necessário e relançar-se, com mais vigor, em sua missão. Este primeiro Sínodo Arquidiocesano inaugura, desse modo, uma excelente oportunidade para a Igreja em São Paulo capacitar-se, ainda mais, a se projetar desde já e para o futuro, com renovado ardor missionário, refazendo ou aprimorando atitudes e ações pastorais, inclusive administrativas e estruturais a ela cabíveis, retirando o que pesa e não tem eficácia, além de estabelecer novas metas que aperfeiçoem sua presença evangelizadora na cidade.

Não há dúvidas de que o Sínodo Arquidiocesano vem para nos ajudar a melhor recordar que somos Igreja nesta multicultural cidade em que Deus também escolheu estabelecer sua morada. Para firmemente percorrermos o caminho sinodal já inaugurado, haurimos inspiração no lema que ecoará por todo o Sínodo: “Deus habita esta Cidade; somos suas testemunhas”. Esse lema expressa o espírito com que trilharemos sendas comuns de revisão, avaliação e propostas. E é por esse motivo que nosso coração deve arder durante este especial Caminho de Comunhão, Conversão e Renovação. Afinal, em pleno desempenho de nossa vocação batismal, o Espírito Santo nos impulsiona a afirmar que somos testemunhas de Jesus Cristo em São Paulo e, inspirados em Deus, Pai tão bondoso e misericordioso, também somos e amamos este povo.

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