Sínodo Arquidiocesano

Uma Igreja sinodal é uma Igreja que escuta!

Com a proximidade da primeira sessão da assembleia sinodal arquidiocesana de São Paulo, em 21 de março, o propósito é o de nos deixar envolver pelo espírito do caminho da sinodalidade, que é o caminho que Deus espera da Igreja do Terceiro Milênio (cf. Papa Francisco, Discurso, 17/10/2015).
A marca essencial da sinodalidade na vida e missão da Igreja é a escuta, o diálogo, o ver, o sentir, para que ela seja servidora da vida no mundo e, no nosso caso, na grande cidade de São Paulo. Recordemos as primeiras palavras da Constituição Pastoral do Concílio Vaticano II sobre a Igreja no mundo de hoje, a Gaudium et spes (GS): “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo (...). Nenhuma ambição terrena move a Igreja, mas unicamente o objetivo de continuar, sob a direção do Espírito Paráclito, a obra de Cristo, que veio ao mundo para dar testemunho da verdade, não para julgar mas para salvar, não para ser servido mas para servir” (GS, 1 e 3).
Neste sentido, a Igreja é chamada a viver a sinodalidade, que se realiza graças à efetiva comunicação de fé, de vida e de empenho missionário entre todos os seus membros. Na vida sinodal, exprime-se a comunhão dos santos que vive de oração, toma alimento dos sacramentos, floresce no amor recíproco e cresce na participação das alegrias e provações da Igreja e do mundo. No caminho sinodal, a comunicação é chamada a explicitar-se por meio da escuta comunitária da Palavra de Deus para conhecer “o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2,29) e, sob à luz da mesma Palavra, cada um (povo fiel, colégio episcopal, Bispo de Roma) se coloca na escuta dos outros e todos na escuta do Espírito Santo.
Escutar: Aqui, não se trata de realizar um debate no qual um interlocutor procura sobrepujar os outros ou rebater as suas posições com fortes argumentos, mas de expressar com respeito aquilo que se percebe na consciência como sugerido pelo Espírito Santo em vista do discernimento comunitário. Trata-se, sim, de exercitar um “modo relacional de olhar o mundo, que se torna conhecimento partilhado, visão na visão do outro e visão comum sobre todas as coisas” (Papa Francisco, Carta Encíclica Lumen fidei, 27). Na Encíclica Ecclesiam suam, São Paulo VI apontou que o verdadeiro diálogo é uma comunicação espiritual que requer atitudes específicas: o amor, o respeito e a prudência, em um clima de amizade, mais ainda, de serviço. Atitude essencial no diálogo sinodal é a humildade, que propende cada um à vontade de Deus e à recíproca obediência em Cristo.
Assim, a assembleia sinodal arquidiocesana, norteada pela escuta e diálogo, na sua primeira sessão, acolherá todos os relatórios, frutos dos dois anos de caminho sinodal da Arquidiocese de São Paulo, e perguntará: A partir do que vimos e ouvimos, o que devemos fazer, Senhor?
 

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