Opinião

Fontes bíblicas e o sínodo arquidiocesano de São Paulo

A Igreja foi instituída por Cristo Jesus sobre os Apóstolos que Ele mesmo escolheu e enviou em missão. A Igreja visível tem por cabeça Jesus Cristo. Os Apóstolos reconheceram Jesus como messias, salvador e redentor do gênero humano. Todas as iniciativas tomadas pelos seguidores do Filho de Deus eram precedidas por orações e súplicas: “Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões, ação de graças, por todas as pessoas” (1Tm 2,1). A humanidade da Igreja sempre foi regida pela presença operante da misericórdia de Deus “Isto é bom e agradável a Deus, nosso Salvador. Ele quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 3-4).

Em tempos de primeiro sínodo arquidiocesano de São Paulo, nós devemos ir às fontes bíblicas. Na Sagrada Escritura, sobretudo no capítulo 15 do livro dos Atos dos Apóstolos, o texto sagrado nos aponta uma querela formada entre os grandes dilatadores do Evangelho de Cristo Jesus. “Alguns da seita dos fariseus, que haviam abraçado a fé, protestavam dizendo que era preciso circuncidar os pagãos e obrigá-los a observar a Lei de Moisés” (At 15,5). Vemos a Igreja primitiva reunida com os Apóstolos.

“Depois de longa discussão, Pedro levantou-se e falou [...]” (At 15,7) e Paulo contou “[...] todos os sinais e prodígios que Deus havia realizado, por meio deles, entre os pagãos” (At 15,12). Nem um nem outro venceu a disputa. Venceu a Igreja do Divino Mestre, quando confiaram no Espírito Santo, para dirimir a contenda entre a circuncisão ou não circuncisão daqueles que conheciam o Divino Mestre e acreditavam nele, “pois decidimos, o Espírito Santo e nós, não impor qualquer fardo [...]” (At 15,28).

O anúncio de Cristo Jesus será sempre a Boa-Notícia. O grande desafio é torná-la sempre Notícia-Boa, em ambientes diversificados e épocas diferentes. Acercamo-nos de variadas metodologias para proclamar o Evangelho do Salvador. A História da Igreja nos possibilita pesquisar, ler e estudar, nos diversos períodos da historiografia, o agir da Igreja de Cristo e sua manifestação e presença às pessoas do seu tempo e espaço.

A Igreja primeva viveu num ambiente cosmopolita. Como os Apóstolos testemunharam e anunciaram Jesus Cristo nesse ambiente difuso e plural? Jesus nasceu no tempo oportuno (Gl 4,4), mas como anunciá-lo, oportunamente, em areópagos dissonantes da mensagem do Redentor? Assim afirma Paulo: “Não há mais judeus ou gregos, escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus” (Gl 3,28). Os Apóstolos viveram seu tempo e buscaram de diversas formas e de muitas maneiras anunciar o Evangelho de Jesus Cristo. Foram artífices e pedagogos por excelência ao proclamar as maravilhas realizadas pelo Salvador da humanidade. Anunciavam o Evangelho do Filho de Altíssimo e, dessa maneira, pregaram a alegria da pertença ao Reino de Deus por Ele pregado.

“O Espírito Santo e nós” (At 15,28). Esse versículo bíblico deve ser sempre inspirador. Sugere um compromisso de oração e confiança no Altíssimo Deus. Inspira nossa motivação primeira no agir de nossa vida, tendo Deus como referência e meta contínuas. Nossas iniciativas são válidas quando queremos o melhor para o outro. Tanto mais quando queremos o melhor para a Igreja de Cristo Jesus. Seja, portanto, o Agir do primeiro sínodo arquidiocesano momento salutar à luz da Palavra Deus e inspiração segura na condução pelo Espírito Santo da Igreja de Cristo, hoje e sempre.

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