Fé e Cidadania

Escolas teológicas na vida da Igreja

Desde sempre, a Igreja acreditou em Jesus Cristo e o celebrou Ressuscitado. Os apóstolos e evangelistas buscaram escrever prontamente o que haviam escutado do Senhor. Começa, desta forma, a redação do Novo Testamento, nascido da inspiração divina e do conhecimento humano. Fundou-se, assim, a primeira escola da fé. “Que os quatro Evangelhos têm origem apostólica, a Igreja sempre e em toda parte o sustentou e sustenta” (Constituição Dogmática Dei Verbum, DV 18). 
As escolas teológicas dos apóstolos nasceram no desejo de preservar fielmente a Palavra da Salvação e dirimir todas as falsas proposições acerca do anúncio feito por Jesus. “Ninguém desconhece que entre todas as Escrituras, mesmo do Novo Testamento, os Evangelhos gozam da merecida primazia, uma vez que constituem o principal testemunho sobre a vida e a doutrina do Verbo Encarnado, nosso Salvador” (DV 18).
Passaram os tempos apostólicos e novas heresias surgiram no seio da Igreja. Patriarcas e presbíteros inflaram as comunidades de teses contrárias ao Evangelho de Jesus Cristo. Surgiram, assim, homens conhecedores de Filosofia e Teologia que fundaram, no interior do Império Romano, escolas teológicas. Estrategicamente, Antioquia e Alexandria foram berço das duas grandes escolas da Antiguidade. Formularam, de maneiras diversas, métodos próprios para elucidar as controvérsias que se apresentavam, e, assim, asseguraram a verdade anunciada por Jesus Cristo.
A escola de Antioquia foi fundada por Doroteu e Luciano de Samósata, e apresentou o Método Literário. Ela desenvolveu a exegese bíblica, seguindo o sentido literal e histórico das Sagradas Escrituras.  Muitos Padres da Igreja por lá passaram e foram peritos nos concílios ecumênicos que aconteceram a partir do século IV. Notáveis para a escola foram Diodoro de Tarso, Teodoro de Mopsuéstia e tantos outros.
A escola de Alexandria foi fundada por Panteno e apresentou o Método Alegórico. Soube incorporar à cultura do seu tempo a fidelidade do anúncio de Cristo e a tradição cristã. Esse método utilizado pela escola foi fundamental para rejeitar o gnosticismo, praga danosa do seu tempo. Outros quantos Padres da Igreja por lá se debruçaram para manter a verdade em Jesus Cristo. Seus representantes ilustres foram Clemente, Orígenes, Atanásio e outros quantos.
À Sagrada Escritura deve-se “a obediência na fé” (Rm 16, 26). Ela é a segura inspiração para a Igreja (cf. DV 5). Juntamente com a Tradição Apostólica, as Sagradas Escrituras formam a única fonte da fé: “A Sagrada Tradição e a Sagrada Escritura constituem um só sagrado depósito da palavra de Deus confiado à Igreja” (DV 10). O período da Patrística foi riquíssimo para a História da Igreja. Homens aguerridos e santos mantiveram firme convicção do mistério celebrado e foram baluartes defensores do mistério explicitado. Usaram da fé e da inteligência para preservar incólume o depósito da fé anunciado por Jesus Cristo e escrito pelos apóstolos e evangelistas. 
Recentemente, o Papa Francisco presenteou-nos com a Constituição Apostólica Veritatis Gaudium. Nela, ele nos indicou novos areópagos a serem destinados à tarefa de evangelizar e nos apresentou as heresias do neopelagianismo e do neognosticismo. Busquemos nas fontes cristãs da Patrística e das escolas teológicas luzes para o nosso tempo. Nelas, encontraremos proposições assertivas sobre os problemas antigos e atuais. Sejamos, como membros da Igreja, promotores das verdades apresentadas por Jesus hoje e sempre.
 

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