Liturgia e Vida

‘Rezar sempre e nunca desistir’ (Lc 18,1)

29º Domingo do Tempo Comum – 20 de outubro de 2019

 

Segundo Jesus, é preciso “rezar sempre e nunca desistir”. A oração a Deus deve ser silenciosa, humilde, confiante… e insistente! Isso vale para os pedidos e para as demais formas de oração: adoração, agradecimento, reparação. Afinal, o Senhor ensina: “Orai sem cessar!” (1Ts 5,17). 

É preciso rezar sempre porque o sentido de nossa existência aqui e na eternidade consistirá em “amar o Senhor Deus com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças” (Dt 6,5). Ora, quem ama muito pensa muito na pessoa amada; quer falar com a pessoa amada; quer a todo tempo ouvi-la, melhor conhecê-la e contemplá-la! Adquirimos essa intimidade e conhecimento de Deus na oração. 

Como rezar? Com orações vocais: o Terço; novenas, orações ao acordar e antes de dormir, antes e após as refeições. Com alguns minutos diários de leitura do Evangelho e de um bom livro sobre a vida dos santos ou sobre a vida espiritual. Também com a oração mental (ou “meditação” cristã), em profundo silêncio, olhando para o Senhor, sentindo-nos olhados por Ele e conversando de coração a coração com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

 
Quando imploramos algo ao Senhor, porém, é bastante comum que Ele não no-lo dê imediatamente. Sobretudo quando se trata de algo realmente importante, é normal que, antes de concedê-lo, Deus nos peça uma mostra de confiança: que rezemos e não desistamos. Dificilmente veremos de imediato os frutos de nossas preces. No entanto, isso não quer dizer que elas não são ouvidas! 

A realidade é que, mesmo que não os vejamos, a oração é a força que sustenta o mundo e a Igreja. A começar pela Santa Missa, a prece do próprio Cristo e principal oração do universo. Como também a oração e o sacrifício silencioso daqueles que amam a Deus! Se essas orações não existissem, o mundo estaria desgraçado e talvez aniquilado. O livro do Êxodo mostra que, na guerra contra Amalec, enquanto Moisés mantinha as mãos elevadas em oração, Israel vencia; enquanto as abaixava por causa do peso de seus braços, o povo de Deus perdia. Enquanto “rezarmos sem nunca desistir”, nossa família e o mundo ao nosso redor se manterão, apesar dos pesares, de pé em meio à luta. 

Jesus conta ainda a história de um juiz ímpio, que não temia a Deus nem respeitava os homens. Até mesmo esse homem mau fez justiça a uma viúva por causa de sua perseverança! Depois de súplicas, insistência e humilhações, quando tudo parecia perdido, a pobre mulher recebeu o que tanto desejara. Mas Deus é um Juiz justo! Mais interessado em nosso bem que nós mesmos! Por acaso “não fará justiça aos que dia e noite gritam por Ele?” (Lc 18,7). 

O Senhor nos pergunta, contudo: “O Filho do Homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” (Lc 18,8). Rezamos o suficiente? Acreditamos? Buscamos a Deus em primeiro lugar? Será que é Deus que não abre as mãos ou será que nós é que ainda não nos entregamos a Ele? Nós o obedecemos? Afinal, já nos decidimos a ser homens e mulheres de Deus?

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