Quem pergunta é a Manoela Ribeiro. Minha irmã, a oração, o jejum e a caridade são conselhos evangélicos que a Igreja recomenda. Fazem parte dos exercícios quaresmais. E a palavra “exercício” neste sentido está corretíssima, porque é por meio deste exercício que nos tornamos mais firmes e fortes na fé. A ascese cristã – palavra que quer dizer “exercício” – não dispensa sacrifícios para que dominemos as paixões que nos afastam de Deus e de seus caminhos. Com a penitência, dominamos nossa vontade para querer só o que Deus quer.

Muitos santos realizaram sacrifícios pesados, como fazer jejuns prolongados, submeter-se a açoites, enfrentar o frio sem agasalhos, usar cilícios que incomodam o andar. Porém, a Palavra de Deus nos fala que um coração contrito e humilhado Deus não despreza. Mais vale dobrar-se à vontade de Deus do que castigar o nosso corpo com sacrifícios pesados. É bonito ouvir de Deus o conselho para que rasguemos o nosso coração e não as nossas vestes.

Jesus tem uma palavra forte e muito bonita quando nos diz, de forma muito crua, que arranquemos o nosso olho, cortemos a nossa mão, nosso pé, caso com eles provoquemos escândalos. De forma figurada, está dizendo que mortifiquemos nosso olhar, nossos pés e mãos, para evitarmos o pecado. Ajamos como cegos diante do que não presta e sejamos paralíticos diante do pecado, para não caminhar nele.

Nada de sacrifícios loucos. Nada de tormentos. É o que a Palavra de Deus nos ensina. É o que tenho para dizer a você, Manoela. Fique com Deus!

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