Festejamos São Paulo, Padroeiro de nossa Cidade e de nossa Arquidiocese. Na sua festa, nós olhamos para ele com admiração e pedimos que nos contagie com seu amor a Cristo, seu ardor missionário e seu zelo pela defesa da fé recebida e vivida na Igreja de Cristo.

A ele nos voltamos, especialmente neste momento, quando estamos entrando no segundo ano do nosso sínodo arquidiocesano, uma ação envolvente de toda a nossa Igreja arquidiocesana, proposto como um “caminho de comunhão, conversão e renovação missionária” para todas as pessoas, expressões e organizações de nossa Igreja metropolitana.

Mediante o sínodo, fazemos uma grande avaliação do caminhar da nossa Igreja e da situação religiosa e pastoral na qual nos encontramos. Essa avaliação corresponde a um atento ver e ouvir da realidade arquidiocesana, feito à luz da Palavra de Deus e da Igreja. Queremos ouvir o que o Espírito Santo diz à nossa Igreja, através das interpelações da realidade, e chegar a uma consciência renovada de nossa missão, como Igreja, nesta Metrópole paulistana. Como o Apóstolo, no caminho de Damasco, após ouvir a voz de Jesus que o interpelava, também nós perguntamos: “Senhor, que queres que façamos?”

Em 2019, nosso sínodo estará concentrado sobretudo nas Regiões Episcopais, que farão suas assembleias sinodais em quatro sessões distintas ao longo do ano, com o objetivo de aprofundar a tomada de consciência sobre a realidade eclesial e de começar a delinear respostas diante das interpelações que a realidade nos faz. A abertura dos trabalhos sinodais deste ano será feita no dia 30 de março, em cada Região Episcopal. A matéria já recolhida e produzida no primeiro ano do sínodo, no âmbito paroquial, será a base dos trabalhos das assembleias regionais do sínodo.

Mas as paróquias também continuarão a fazer o caminho sinodal neste ano e a proposta para o seu trabalho será feita mediante uma carta pastoral do Arcebispo dirigida a toda a Arquidiocese, a ser divulgada em fevereiro. As propostas de ação sinodal para as paróquias serão três: realizar uma assembleia paroquial extraordinária; conhecer e valorizar a própria história; valorizar os santos padroeiros.

Uma assembleia paroquial extraordinária será uma ocasião para aprofundar e ampliar as reflexões da assembleia sinodal já realizada em 2018. Agora a proposta é convocar todas as lideranças paroquiais e também todos os interessados, para fazer a confrontação da realidade paroquial com os dados que apareceram na pesquisa de campo sobre a situação religiosa e pastoral, no levantamento paroquial e na própria assembleia paroquial do sínodo. Já foram recolhidas muitas informações, que precisam ser melhor conhecidas e absorvidas pela comunidade paroquial.

O conhecimento melhor da história de cada paróquia ajudará o povo de Deus a aprofundar o senso de pertença à Igreja. Cada paróquia possui uma história, que precisa ser conhecida, divulgada entre os fiéis, valorizada e assumida pelos paroquianos de hoje, que não são os primeiros e, certamente, não serão os últimos. Essa história é feita de pessoas, fatos, ações, realizações, por meio das quais a graça de Deus se manifestou e se manifesta. Nossas paróquias não são “grifes” de uma “sociedade anônima” nem unidades burocráticas de bens e serviços religiosos. Nossas paróquias são comunidades de pessoas, reunidas e unidas pela fé comum e compromissadas com o testemunho do Evangelho e a transmissão da fé. Valorizar essa história também ajudará a inserir-se na Igreja, através de uma comunidade concreta, a edificar essa história em nosso tempo e a passar essa história para a próxima geração, enriquecida com a nossa contribuição.

Enfim, os Santos Padroeiros de nossas paróquias e comunidades precisam ser melhor conhecidos e vistos com novos olhos. Eles são testemunhas privilegiadas da nossa fé e cada um deles indica um caminho de vida cristã e de santificação. Eles são nossos companheiros no caminho, nossos intercessores junto de Deus. Portanto, conhecendo melhor o Santo Padroeiro, ou o seu título, cada paróquia descobrirá melhor seu carisma próprio para a conversão pastoral e missionária. Que São Paulo interceda por nós!

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