Espiritualidade

Vigiai...

Estamos nos aproximando do fim do ano. Por todo lado, vemos os preparativos para o Natal e as festas; é um período de correria, alegria, reunião de amigos e parentes e programação para as merecidas férias. Tudo isso é bonito e merecido, após um ano de trabalho, dedicação aos compromissos e afazeres do nosso cotidiano. 

O cristão, no entanto, não pode permanecer somente nesta dimensão horizontal de preparação de festas e celebrar o Natal apenas na noite do dia 24 de dezembro com uma bela ceia e uma breve oração. Jesus mesmo advertiu: “Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida”... (Lc 21,34). 

Há uma linha de conduta que devemos seguir para celebrar as festividades do fim do ano, justamente porque existe Alguém que vem ao nosso encontro, e o ambiente externo de festas e luzes por toda a cidade não pode nos distrair desse caminho; as atividades do cotidiano não podem nos impedir de correr em sua direção, de nos alegrar com a sua presença.

“Erguei-vos e levantai a cabeça”, disse Jesus. Esse convite nos mostra que existe uma verdade na nossa vida, existe um sentido para estar no mundo e a celebração do Natal nos revela tal sentido: o Menino Deus, Ele dá sentido à vida, é a verdade de Deus que caminha conosco, que se precisa como dom que fundamenta a existência, como graça que nos leva a transformarmo-nos interiormente (cf. Pikaza, 1195). 

Levantar a cabeça é a atitude viva dos que permanecem vigilantes, dos que sabem que “hão de ver o Filho do homem vir...”. Vigiar na expectativa do Natal não é um fardo, não é pesado, porque é uma vigilância do coração, o convite para viver à espera de Jesus, a não cessar de aguardar a sua vinda, de modo a manter-nos numa atitude de abertura e de disponibilidade ao encontro com Ele. 

Neste tempo especial de Natal, se perseverarmos vigilantes, nossos olhos e nosso coração poderão reconhecer, com alegria, que Ele vem porque está presente no meio de nós, Ele é o bem absoluto, a verdadeira luz do mundo, a grande presença a ser contemplada na humilde gruta de Belém.

 

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