Editorial

Dia Mundial das Missões

A Igreja Católica dedica o mês de outubro ao tema das missões. O dia 21 é escolhido para celebrar o Dia Mundial das Missões, ocasião em que se realizará a coleta em prol das missões ad gentes , com o objetivo de arrecadar fundos a serem aplicados no serviço de evangelização da Igreja desempenhado pelos missionários que atuam nos últimos confins da terra, locais em que os desafios não são poucos nem fáceis. 

Em artigo publicado na revista dos franciscanos O Mensageiro de Santo Antônio, Padre Antônio Bogaz relembra que o Dia Mundial das Missões surgiu com Pio XI. No ano de 1922, em comemoração ao centenário da fundação da Obra Missionária da Propagação da Fé e com o intuito de impulsionar a missionariedade da Igreja além-fronteiras, esse Papa declarou a Obra Missionária da Propagação da Fé, junto com a Infância Missionária, como pontifícia, confirmando-a, desse modo, como instrumento principal e oficial da cooperação missionária de toda a Igreja. No mesmo ano, durante a Festa de Pentecostes, Pio XI interrompeu a homilia e fez passar o seu solidéu entre a multidão de fiéis, padres e bispos presentes na Basílica de São Pedro, pedindo ajuda para as missões. Depois, em 1925, realizou no Vaticano uma exposição missionária mundial, publicou a Encíclica Rerum Ecclesiae sobre o tema das missões, e consagrou os primeiros seis bispos da China. Por fim, no ano de 1926, instituiu o penúltimo domingo do mês de outubro como Dia Mundial das Missões. Desde então, por meio de campanhas anuais, o Papa nos convida a colaborar com orações e uma ajuda financeira com os missionários espalhados por todos os continentes, além de colocar a dimensão missionária da Igreja no centro de nossas atenções. Comumente, essa ajuda destina-se, sobretudo às regiões do globo mais carentes.

O Papa Francisco, em razão do Sínodo sobre a Juventude em curso no Vaticano, endereçou a sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano especialmente aos jovens, convidando-os, como batizados, a assumirem como sua a missão da propagação da fé “através do contágio do amor” e da “partilha da caridade” com aqueles que se encontram longe da fé. Significativo o fato de, graças ao recente acordo entre a Santa Sé e a China, dois bispos chineses estarem, pela primeira vez, participando de um Sínodo, um passo a mais em direção à unidade da Igreja na Fé. 

Em sua mensagem, Francisco recorda que nossa existência tem um propósito, que existimos não por própria decisão, mas por um dom do Criador, e, por isso, a vida é uma missão. “Cada um de nós é chamado a refletir sobre esta realidade: Eu sou uma missão nesta terra e para isso estou neste mundo” ( Evangelii gaudium, 273).  Essa missão, como a nossa própria existência, encontra a sua razão e sentido pleno em Jesus Cristo, morto e ressuscitados por nós e que nos envia a anunciar a boa nova do amor de Deus a todos os povos. E aos jovens, o Papa abre o seu coração: “Queridos jovens, não tenhais medo de Cristo e a sua Igreja! Neles, está o tesouro que enche a vida de alegria. Digo-vos isto por experiência: graças a fé, encontrei o fundamento dos meus sonhos e a força para os realizar. Vi muitos sofrimentos, muita pobreza desfigurar o rosto de tantos irmãos e irmãs. E, todavia, para quem está com Jesus, o mal é um desafio a amar cada vez mais”.

Por fim, a todos, Francisco lembra que hoje os “últimos confins da terra” que necessitam ser evangelizados estão bem perto de nós: são os “ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho de Jesus e à presença sacramental da Igreja”.
 

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