Comportamento

O Brasil despertou!

O País se prepara para decidir quem será o seu futuro presidente.  Não se trata de fazer aqui comentários políticos, mas de se verificar o comportamento que a sociedade tem oferecido à nação diante desse fato que não deixa ninguém de fora. Votante ou não, o País inteiro terá um presidente para todos. Seguramente, até agora, ninguém se lembra, mesmo dentre os mais idosos, de ter participado de um período eleitoral com tamanha manifestação plural pelos candidatos, assim como pelo próprio povo. De um extremo ao outro, passando por um tumultuado território intermediário, escancarou-se um Brasil que parecia adormecido nos seus anseios políticos, na sua responsabilidade cidadã, na sua consciência social, na defesa de seus valores e convicções.

É histórico o momento que caracterizado pelo despertar de uma maioria até então indiferente, passou a apresentar-se em prontidão na defesa das raízes de seus valores, de suas crenças e costumes; atacados por uns, desprezados por alguns, humilhados e desrespeitados por 
outros. Pouco a pouco, os movimentos cresceram na definição de duas vias antagônicas, que correm para o mesmo objetivo. Surpreendente para os que pensavam caminhar para o triunfo de modo inequívoco, surgiram muitos percalços que foram enfraquecendo os que não se mostraram identificados com os questionamentos que mais exigem respostas para a população. 

Nessa caminhada, assistiu-se de tudo. Desde os insultos pessoais; ideologias arbitrárias; calúnias apresentadas em fake news, que se avolumavam como lixo em fim de festa, desfigurando a verdade que já não mais importava; assim como coalisões de toda sorte, até propostas que interferem desde a conduta moral do cidadão até as leis de exportação da nação. Uma verdadeira enxurrada de noticiários que resultaram numa estafa do eleitor cansado, envergonhado, sofrido e desesperado. Contudo, não houve repouso, e encontra-se uma disposição de minutos de final de campeonato, para que o desejo do voto pessoal se torne a realidade para todos os brasileiros.

O Brasil cresceu nestas eleições. Ainda que pese o desânimo de muitos, acredita-se que o absenteísmo não será tão significativo quanto em épocas anteriores. O calor da caminhada das últimas semanas soou como música de baile que chama a todos para a pista. É difícil permanecer indiferente pela ausência, assim como pelo voto nulo ou em branco. 

Os brasileiros perceberam que não está em jogo “somente” mais um mandato político. Perceberam que as eleições não trarão apenas novos titulares nos cargos executivos da Presidência, dos estados ou das câmaras estaduais e do Congresso Nacional. Perceberam que nos resultados destas eleições está em jogo os seus direitos, os seus deveres, aquilo que acredita como importante e fundamental em suas vidas e nas famílias que fazem parte. Perceberam que o voto presente responde pela responsabilidade que tivermos com o nosso futuro. Perceberam que não se pode omitir quando são desafiados princípios fundamentais que caracterizam o ser humano e tripudiam a verdade que nos transcende e nos dá sentido à vida. 

O comportamento da nação tem se mostrado, apesar das provocações, incluindo o risco da vida de alguns, ser pacífica e respeitosa pela grande maioria. Estamos elegendo um presidente, governadores, deputados e senadores. A pluralidade e a diversidade do povo e seus eleitos enriquece o patrimônio humano, quando se preserva, acima de tudo, o respeito, a paciência, o diálogo e a convivência harmônica entre todos. Conviver harmoniosamente não significa concordar, mas saber manter os limites sem provocar o conflito. Conviver em harmonia não significa aceitar ao “vale tudo”, pelo qual se instala o caos. A anarquia nunca se apresentou ou demonstrou ser caminho seguro a uma nação. E quem imporá os limites? Os representantes eleitos. Portanto, não devemos nos omitir desta responsabilidade que nos  é solicitada como um dever cívico, porque nela está contida também o direito que cada um tem de propor um rumo à nação - que passa por períodos de tempestades. Um rumo que direcione a Terra de Santa Cruz para um destino de forma ordenada, para alcançar o progresso na sua plenitude.

 

Dr. Valdir Reginato é médico de Família, E-mail: vreginato@uol.com.br
 

 

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