Liturgia e Vida

A Providência do Senhor para o corpo e para a alma

17° DOMINGO DO TEMPO COMUM

O Evangelho Segundo São João (Jo 1-12) nos apresenta sete grandes “sinais” realizados por Jesus. “Sinais” são milagres feitos com uma finalidade específica: que “creiamos que Jesus é o Cristo, Filho de Deus, e para que, crendo, tenhamos a vida eterna” (cf. Jo 20,31). O “sinal” central é a multiplicação dos pães. 

Por meio dela, Jesus revela-se como Deus, que dispõe e providencia sobre a natureza, mantendo a vida dos homens. Ele o confirmou nos versículos seguintes, enquanto caminhava sobre as águas. Para acalmar os Apóstolos, aplicou a Si Mesmo a expressão que, no Antigo Testamento, designava o nome de Deus: “Sou Eu (‘egō eimi’). Não tenhais medo!” (Jo 6,20). 

Além disso, por este “sinal” da multiplicação, o Senhor levou aqueles israelitas famintos a recordarem-se de Moisés, por meio de quem Deus fizera chover maná no deserto (Ex 16); de Elias, por meio de quem o Senhor multiplicara a farinha na casa da viúva (1Rs 17,8ss); e de Eliseu, que alimentara cem soldados com apenas 20 pães (2Rs 4,42ss). Mostrava assim que n’Ele se cumpriam as Escrituras. E preparava o coração de seus ouvintes para afirmar pouco depois, utilizando novamente o Apelativo divino: “Eu sou o Pão da Vida” (Jo 6,35).

Embora não tenha se tratado propriamente da Eucaristia (que seria instituída somente na Última Ceia), a multiplicação dos pães predispôs os discípulos a acreditar na verdade das palavras: “a Minha Carne é verdadeira comida e Meu Sangue é verdadeira bebida” (Jo 6,55). Se Ele era capaz de multiplicar o alimento corporal, poderia - de um modo somente por Deus conhecido – multiplicar, também, a Sua misteriosa presença no Santíssimo Sacramento por toda a terra. Ele demonstrava com o “sinal” que “para Deus nada é impossível” (Lc 1,37)! 

Com efeito, na Santa Missa, depois da Consagração, em cada partícula e em cada fragmento da Hóstia Santa, Ele Se encontra presente substancialmente: Seu Corpo, Seu Sangue, Sua Alma e Sua Divindade. Em cada sacrário, sobre cada altar, nas mãos de cada sacerdote, na língua de cada fiel, ali está Ele! O Senhor não se divide e não fica menor quando as sagradas espécies são repartidas: Ele dá-Se inteiro a cada um dos que comungam.

Cinco pães e dois peixes converteram-se em alimento para 5 mil homens… E menos ainda - uma hóstia e um pouco de vinho - são convertidos diariamente no Alimento que fará ressuscitar para a vida um número incalculável de homens e mulheres de todas as raças, línguas, classes sociais e nações. Este é o grande Milagre prenunciado pela multiplicação dos pães!

Que a sua contemplação nos faça admirar a generosidade do Senhor, que Se compadece de nossa fome física e espiritual. Que creiamos que, por meio do pouco que nós somos e possuímos, Ele realizará uma grande obra de salvação. E que a Virgem Maria, que deu à luz o Senhor em Belém (a “Casa do Pão”), ajude-nos a receber sempre a Eucaristia com fé, reverência e amor, para que seja sempre o nosso alimento espiritual.
 

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