Liturgia e Vida

‘Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas’ (Mc 6,34)

16° DOMINGO DO TEMPO COMUM

Uma multidão sedenta cercava os Apóstolos, não lhes deixando tempo sequer para comer. E quando Jesus levou os Doze para descansar em um lugar deserto, todo aquele povo correu em sua direção, não os deixando repousar. Estavam maravilhados com as coisas que os Apóstolos haviam “feito e ensinado” (cf. Mc 6,30).  

 O Senhor Jesus, então, teve compaixão daquelas pessoas, “porque eram como ovelhas sem pastor” (Mc 6,34). O Coração do Salvador estremeceu diante da ignorância daqueles homens. Eram uma gente sofrida e sem instrução que se encontrava à mercê de falsas doutrinas, da idolatria, das superstições, das seitas e dos poderosos que não temem a Deus. Agora, porém, estavam fascinados pelos Apóstolos, mas ainda não sabiam bem por quê. 

“Dias virão em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, mas de ouvir a Palavra do Senhor” (Am 8,11). Jesus buscou saciar essa fome, não fazendo milagres e curas, mas sim “começando a ensinar-lhes muitas coisas” (cf. 6,34). “Ensinar a verdade” é um ato que brota da compaixão do Coração de Jesus. É uma obra maior do que “fazer” e mais valiosa do que “dar” muitas coisas. É a primeira missão da Igreja, que considera “ensinar os ignorantes” como uma obra de misericórdia espiritual. 

Por meio das Escrituras e da Tradição, Cristo continua ainda hoje a ensinar-nos o que precisamos saber para sermos salvos: a doutrina da fé; dos sacramentos; dos mandamentos; e da oração. Esse é o único remédio para a ignorância humana. Liberalismo, marxismo, nova era, esoterismo, espiritismo, ideologia de gênero… Para essas e outras doutrinas, que desorientam e afastam as ovelhas das águas da vida, existe um único antídoto: a verdadeira doutrina de Jesus Cristo. 

Não é à toa que a Sua última ordem aos Apóstolos foi de “ensinar”: “fazei discípulos em todas as nações, ensinando-os a observar tudo o que Eu vos mandei” (cf. Mt 28,19s). Aliás, o Senhor resumiu toda a Sua vida em ensinar a verdade: “Para isso Eu nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade” (Jo 18,37). E Ele mesmo Se definiu como sendo a Verdade encarnada: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai a não ser por Mim” (Jo 14,6). 

A ignorância acerca da fé é a causa da ruína de muitos irmãos: “o Meu povo perece por falta de conhecimento” (Os 4,6). É um mal muito pior do que não ter bens materiais! Não conhecer a Deus torna-nos incapazes de crer e, consequentemente, de amá-Lo. Esta é a verdadeira miséria, que compromete irremediavelmente a felicidade neste mundo e a vida eterna. 

Portanto, é uma responsabilidade  decorrente do 1º Mandamento que busquemos conhecer a Deus o máximo possível. E é um dever de amor ao próximo que O demos a conhecer. Devemos falar de Deus com entusiasmo aos familiares, amigos e colegas de trabalho. Como Jesus, compadecidos, precisamos “ensinar muitas coisas” sobre a fé aos demais. 

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