Opinião

A Igreja deve anunciar o Reino de Deus

“Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa Nova de Deus: Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa Nova” (Mc 1,14). Assim Cristo Jesus predica aos discípulos de seu tempo e a nós, discípulos de todos os tempos. O Senhor nos convida e nos convoca a estar com Ele e nos aponta o Reino de Deus por Ele instaurado. Chama a cada um em particular para fazer parte da Família de Deus, como seus discípulos e discípulas. 

“Naqueles dias, apresentou-se João Batista, no deserto da Judeia, proclamando: Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo” (Mt 3,1-2). Quando entramos pela porta por meio do sacramento do Batismo, passamos a fazer parte da Igreja de Cristo Jesus. Somos restaurados e nos tornamos filhos e filhas de Deus, comprometidos com o seu Reino. Devemos proclamar as maravilhas do Reino de Deus em todos os lugares, a saber: casa, trabalho, escola, praças e ruas. “Ide, pois, aprender o que significa: Eu quero a misericórdia e não sacrifícios” (Mt 9,13). Ide, pois, aprender o significado de misericórdia e transmiti-lo com alegria a todas as gentes. 

Tornamo-nos comprometidos quando conhecemos melhor a nós mesmos, nossas dificuldades e potencialidades. Estamos nos conhecendo aos poucos e estamos ainda longe de atingir o ideal de perfeição e santidade. Estamos a caminho do Reino de Deus - “Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo” (Mt 4, 17), no caminho de Cristo Jesus: “Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho” (Lc 4,30). O Apóstolo São Paulo adverte e exorta as comunidades cristãs: “Quem se dedica a obras de misericórdia, faça-o com alegria” (Rm 12, 8). 

Quando estamos ansiosos e tristonhos, quem e o que devemos procurar para responder às nossas inquietações? Quando percebemos morosidade e passividade em nossas comunidades, quem e o que devemos apresentar para responder às dificuldades das pessoas que compõem a comunidade eclesial? Quando sentimos cansaço e morbidez nas propostas pastorais da Igreja, quem e o que devemos sugerir para que nossos afazeres sejam motivações de alegria e nossas atitudes sejam carregadas de esperança e confiança? Se, portanto, buscamos solução para as nossas tristezas, morosidade, passividade, cansaço ou morbidez, certamente nossa resposta está na Boa Nova anunciada por Jesus Cristo.

Devemos sempre pensar e agirem Deus. Na Sua infinita bondade, Ele nos ama e nos cerca de carinho. A cada um em particular, Deus concede misericórdia e derrama graça e benevolência. Ninguém deve ficar de fora da proposta misericordiosa do Altíssimo. Seja sempre inspiradora a Sagrada Escritura. “Tua Palavra é lâmpada para os meus pés, e a luz para o meu caminho” (Sl 119,105). Busquemos nos Escritos Sagrados a fonte e o fundamento para nossa vida e os passos acertados para nossos anseios e nossas atitudes.

Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metreopolitano, tem insistido que a Igreja em São Paulo seja atenta aos sinais dos tempos e esteja presente junto aos clamores apontados pelo Papa Francisco no seu pontificado. Sentir com a Igreja nesse momento é proclamar as maravilhas do Evangelho de Jesus Cristo com dedicação, entusiasmo e, sobretudo, com alegria. Devemos anunciar e apresentar os sinais presentes do Reino de Deus, mediante as obras de misericórdia a todas as pessoas, mormente as que mais padecem de carinho, sentem solidão nas casas ou hospitais, ou quantas que vivem o abandono da família ou mesmo da comunidade eclesial.

Arte:  Sergio Ricciuto Conte
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