Comportamento

Santo Antônio: Noivas, estão preparadas?

O mês de junho é tradicionalmente dedicado às festas de origem caipira que invadiram todas as grandes cidades em colégios e clubes - as festas juninas. Nelas, encontramos as comemorações de São João, São Pedro e o inesquecível Santo Antônio. Conhecido como o santo casamenteiro, os séculos não apagaram essa digital de um dos santos mais conhecidos em toda a história e mais lembrado nos quatro cantos do mundo. Assim, festas juninas estão ligadas às quadrilhas, em que ocorre o famoso casamento dos noivos, sempre acompanhado de uma jocosa brincadeira, mas que sem dúvida retrata o compromisso mais antigo da humanidade, que são as promessas de amor eterno entre um homem e uma mulher, marcadamente na Igreja como o sacramento do Matrimônio. 

A presença de santinhos de Santo Antônio em inúmeras igrejas, onde se encontram altares em sua devoção, confirma a tradição de que muitas são as moças que depositam sua fé em poder encontrar o noivo dos sonhos. Jamais colocaríamos a intercessão do grande santo em dúvida, mas será que o devoto está fazendo a sua parte? Pedir ao santo não desobriga do esforço por conseguir o tão desejado pedido, mesmo sendo uma graça. Nesse contexto, é preciso olhar para o cenário que se apresenta nos relacionamentos na sociedade atual.

A palavra compromisso parece estar esquecida ou riscada do dicionário quando o assunto é uma relação entre um homem e uma mulher. Foi substituída por outras, como “ficando”, “uma química”, “companheira”, “namorido”... Até outras de total desumanização (para manter o nível da conversa) como  “sexo casual”.  O compromisso implica, antes de mais nada, numa boa intenção de procurar conhecer uma pessoa, que por motivos vários se destacou diante do universo de convivência, e com a qual se tenha uma atitude de fidelidade. Essa fidelidade poderá levar a consequências irreversíveis para os que selam futuramente os laços do casamento ou durar até que haja uma decisão que não era o caminho esperado, e que deve ser finalizado com respeito.

Fidelidade, virtude imprescindível desde que se proponham a iniciar uma relação de exclusividade como é o namoro, não pode ser considerada como de menor importância. Fidelidade implica em respeito ao próximo, em esforço pessoal para não se envolver em situações embaraçosas. Enfim, envolve o crescimento na prudência, fortaleza, temperança e justiça; quatro virtudes cardeais. 

Consequência prática disto é o comportamento que deve existir entre duas pessoas que se aproximam com o propósito de se conhecerem para uma possível vida a dois para sempre. Aqui estamos falando de conhecer o outro enquanto pessoa na sua plenitude de ser: físico, psicológico, social e espiritual, além de, evidentemente, buscar se interessar pela história da vida dessa pessoa. A aparência física, vitrine mais frequente de ser apreciada de início, não pode levar a atropelar de modo invasivo a pessoa do outro na sua intimidade. A intimidade do que pensa, prefere, sente, percebe, valoriza, acredita, são estações que vão se avançando na estrada, conforme cresce o grau de confiança. Nesse âmbito, o comportamento social é muito importante. Não se deve deixar para segundo plano o que vale para a pessoa a sua crença religiosa e como a vive no cotidiano.

Todo esse índice, ou “catálogo” de itens, deverá levar um tempo a ser conhecido. Atropelar as etapas com ansiedade de chegar antes ao objetivo, frequentemente, pelo contrário, leva à ruptura ou perda de interesse, deixando marcas e cicatrizes muito fortes. Assistimos a isto quando as pessoas não se apresentam adequadamente para o ambiente e circunstâncias, quer na aparência e no vestuário, na maneira de se comunicar, ou facilitando intimidades por atalhos que, sem conhecimento prévio de quem é o outro, envolvem-se numa atitude comprometedora, com um contexto de riscos de decepções e frustrações certas. Nesses casos, por favor, não culpem a Santo Antônio. Nas quadrilhas apressadas, os noivos fogem do padre na hora H. 

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