Liturgia e Vida

A festa da colheita no Reino de Deus

17 DE JUNHO DE 2018 11º DOMINGO DO TEMPO COMUM

O Reino de Deus aparece como uma junção de forças que tem como resultado uma alegre colheita. Não se trata de olhar passivamente o que a natureza faz por si mesma, nem de centralizar todo o resultado na capacidade humana de produção. A energia que Deus colocou na natureza se junta à energia produtiva do ser humano, e o resultado é uma grande festa. 

Jesus compara o Reino de Deus a alguém que lança a semente na terra, continua a vida de cada dia e espera pelos frutos. Quando eles aparecem e estão maduros, vem a festa da colheita. Ela é o ponto alto da comparação. É o resultado do trabalho humano. As pessoas fizeram o trabalho de jogar a semente na terra, cobri -la, regá-la. Fizeram tudo o que era preciso para que a semente se transformasse em planta e produzisse frutos. Entre o começo e o fim, a energia contida na terra fez a semente desabrochar. O semeador espera, com paciência e confiança, o resultado do seu trabalho. No fim, vem a festa. Os judeus celebravam a festa das colheitas com grande solenidade e muita alegria 50 dias depois da Páscoa. Assim é o Reino de Deus. A semente é dada e se desenvolve com a força da natureza criada por Deus. Portanto, com a energia de Deus. E há o trabalho dedicado das pessoas que lançam a semente na terra e fazem a colheita. O resultado é uma grande festa. Foi preciso paciência, às vezes até muita. O fim, porém, é compensador. 

Outra comparação, agora com o grão de mostarda. O grão de mostarda é pequenino e o resultado é uma grande hortaliça. Um começo pequeno e um fim grandioso. É o que dizia o profeta Ezequiel. Deus mesmo toma um pequeno broto de cedro e o planta no alto monte de Israel. Ele se torna um cedro majestoso, abrigo para os pássaros, que são as pessoas que podem encontrar sombra e proteção no Reino de Deus. No Reino, o justo cresce como a palmeira, dá flor como cedro do Líbano, produz frutos mesmo na velhice. Por isso, agradecemos ao Senhor, cantando com o salmista que Deus mostra a sua força, elevando a árvore baixa e fazendo brotar a árvore seca. 

Guardemos, pois, a confiança. Ainda não temos a visão clara do que é o Reino, porque somos peregrinos, caminhando na fé. Sabemos, porém, que a colheita acontecerá no fim da caminhada. É o que diz o Apóstolo: “Todos nós temos de comparecer às claras perante o tribunal de Cristo, para cada um receber a devida recompensa – prêmio ou castigo – do que tiver feito ao longo de sua vida corporal”. Comecemos já, com paciência, a construção do Reino até que ele se manifeste em sua plenitude.
 

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