Comportamento

Autoridade dos pais: serviço de amor

Nesse artigo, quero me dedicar a trazer à memória dos pais coisas simples, que todos, com certeza, sabem, já experimentaram, mas que, com tantas e tantas teorias e informações, acabam deixando de lado ou mesmo questionando. 

Ao nascer, os bebês nada sabem sobre o mundo, sobre o que são, sobre o que sentem... Eles apenas chegam. Trazem algumas percepções (sensações) da vida intrauterina e da experiência do nascimento e um grandessíssimo potencial. Alguns traços de temperamento e muitíssimo campo para aprendizagem. Pronto, com os bebês nas mãos, inicia-se a maior aventura de todos os tempos: educá-los, ajudá- -los a tornarem-se pessoas de bem – missão fundamental da família!

Não há manuais e nem se trata de algo para o qual tenhamos receita pronta, porém, com certeza, existem ingredientes que não podem faltar se queremos ter sucesso nessa missão: amor, afeto, autoridade e muita coragem. Educar os filhos requer determinação e envolvimento para enfrentar uma a uma as dificuldades que a vida vai oferecendo.

Quando nos tornamos pais, estamos dizendo sim à maior missão de nossas vidas, estamos nos desprendendo de nós mesmos para formarmos uma pessoa em todas as suas dimensões: física, afetiva, social, intelectual e espiritual. Não o faremos sozinhos, teremos colaboradores, porém somos os primeiros responsáveis por isso – não há como delegar essa missão. 

Hoje, quero me deter na questão da autoridade. Precisamos compreender que, diante de uma criança pequena, movida por desejos e instintos de sobrevivência, exercer nossa autoridade é um grande serviço de amor. Vejo pais muito perdidos e desencorajados no exercício da autoridade. Um simples descontentamento do filho pequeno faz os pais reverem sua postura e sua decisão, voltando atrás para ver o filho feliz. É corriqueiro encontrarmos pais dizendo: “não consigo fazê-lo dormir cedo”, “não come de jeito nenhum”, “não coloca a roupa se não for a que ele escolheu”, “disse-me que se eu não fizer o que ele quer vai me bater”. Sim, há crianças pequenas (2 a 3 anos) ameaçando bater nos pais se não forem atendidos! Quando deixamos que crianças pequenas vivam à mercê de seus desejos e impulsos, estamos abandonando-as. Em nome de sermos “queridos” e de uma felicidade momentânea e fugaz, estamos abrindo mão de nossa responsabilidade. 

 Com nossa autoridade, estamos protegendo nossa criança de seus impulsos, da angústia de terem que tomar decisões para as quais não estão preparadas, pois não têm critérios nem noção de consequência. Esse é um dos nossos papéis na relação com os filhos: oferecermos os limites com firmeza e amor, exercermos nossa autoridade sem receio das reações adversas que virão. Confiem, por mais que digam “não gosto de você” ou “você é chato” estarão experimentando uma sensação de serem cuidados que é fundamental para um desenvolvimento equilibrado, pois vivenciarão a confiança naqueles que os direcionam. Mais importante ainda: incorporarão valores que os orientarão pelo resto de suas vidas. Os valores vividos no ambiente familiar marcam profundamente a pessoa, mas pouco adianta falarmos sobre eles, pois o importante é vivê-los. 

O rio só se forma e corre para seu destino porque existem margens, se não houvesse margens certamente a água se espalharia e formaria um lodo escorregadio, difícil de pisar. Cuidar das margens pode ser um trabalho árduo, cansativo, pouco prazeroso, porém contemplar um rio forte, caudaloso, com correnteza bem formada é uma experiencia maravilhosa, que recompensa todo o esforço despendido.

Se dedicarmos tempo, empenho e exercermos o serviço da autoridade para com nossos filhos quando pequenos, certamente contemplaremos pessoas mais fortes, bem formadas, livres e com valores sólidos. Eles não estarão tão susceptíveis às más companhias e más influências. Poderão errar, escorregar, porém terão referências internas que os sustentam e os recolocam na rota.

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