Cultura

A arte de aproveitar as próprias faltas

Escrito há cem anos, o livro “A arte de aproveitar as próprias faltas” foi ganhando com o tempo uma atualidade sempre renovada e, nos nossos dias, revela matizes de uma permanência surpreendente. Se, como afirma São João, quem diz não ter pecado é um mentiroso, a realidade das fraquezas próprias não deixa ao homem de qualquer tempo senão a alternativa de mais e mais afundar-se no mal ou, então, encarar essas sombras leves ou pesadas da sua vida como elemento imprescindível de conhecimento próprio, de inconformismo e de retorno à luz e à paz.

É nesta última linha, positiva e animadora, que se enquadram as reflexões contidas nesta obra, cujo autor indireto é o grande bispo de Genebra, São Francisco de Sales, proclamado Doutor da Igreja e conhecido como o “Doutor da piedade e da consolação”. As constantes citações da sua doutrina, que compõem a maior parte do livro, transportamnos para um mundo amável, permeado de um contínuo convite à coragem, sob o impulso da graça, à luta serena contra os defeitos, por piores e mais arraigados que sejam, à busca incessante da misericórdia divina, que não pode deixar de ir ao encontro da miséria humana, para devolver-lhe e robustecer-lhe a esperança. 

Faz-nos falta a todos esta mensagem de otimismo cristão, no meio do mal-estar que nos causam os nossos desatinos. Deus tira o bem do mal, e de grandes males tira grandes bens; tudo lhe serve para manifestar a Sua bondade e a Sua magnificência. Esta é a grande esperança do cristão que, mesmo no meio do maior lamaçal, nunca deixa de ansiar pelo regresso feliz à amizade divina, como único apoio para uma consistente moral de vitória.

Divulgação

FICHA TÉCNICA:

Autor: Joseph Tissot
Páginas: 128
Editora: Quadrante

 

 

 

 

 

 

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