Liturgia e Vida

Haverá festa, mesmo sem você

Jesus conta a história de um rei que preparou um banquete para o casamento de seu filho. Os empregados foram chamar os convidados e eles não quiseram ir. Não deram atenção ao chamado para a festa. Um foi cuidar do seu campo, outro de seus negócios, e outros ainda foram violentos, agrediram e mataram alguns dos empregados do rei. O rei mandou, então, seus empregados chamarem para a festa quem encontrassem pelo caminho, bons e maus, e encheram a sala de convidados. A história termina aqui. O evangelista, porém, junta a esta uma outra parábola, a da veste nupcial, restringindo a abertura da parábola inicial. Bons e maus foram chamados, mas alguma seleção foi feita.

A quem se aplica a história contada por Jesus? Em primeiro lugar, aos sacerdotes do templo e aos anciãos do povo, com os quais Ele estava falando. Eles são os primeiros convidados. Se não quiserem ir, não devem pensar que não haverá festa sem eles. Não pensem: “Somos tão importantes que sem nós não haverá festa”. Não será assim. Foram substituídos por quem eles não imaginavam que poderiam ser convidados e por quem também não imaginava que um dia poderia estar à mesa na casa do rei

A parábola se aplica hoje a todos nós, a todos os povos. Diz o profeta Isaías, na primeira leitura, que “o Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias” – para todos os povos. O profeta se refere ao banquete da eternidade, ao céu, onde todos estaremos alegres e seremos felizes. Deus libertará todos os povos da corrente que os prende e da malha de ferro jogada sobre eles. Já não haverá morte, não haverá lágrimas, não haverá desonra. Todos estarão contentes e dirão: “Este é o nosso Deus”. É um retrato do céu, para o qual somos todos convidados, bons e maus. Vai quem quer. Com São Mateus, supomos que os maus devem se arrumar para a festa e procurar uma veste digna. Devem se lavar nas águas oferecidas pelo Filho do Rei, as águas batismais, de uma vida nova. Todos, porém, devem estar cientes de que, se não quiserem ir, haverá festa e seu lugar não ficará vago.

Isso vale também para esta vida. Nós fomos chamados a realizar a obra de Deus. Fazemos parte da comunidade de Jesus, fomos ungidos para uma missão. Se não fizermos nada, outros serão chamados por Deus. Sua obra não ficará inacabada por causa de nossa recusa. Os que estão nas encruzilhadas ocuparão o nosso lugar. Venha eu da abundância de quem tem campos e negócios, venha eu da miséria das encruzilhadas, aprendamos com São Paulo: “Tudo posso naquele que me dá força”.

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