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O menino Rafael, de Pirituba, quer saber como funciona o chapéu dos bispos e o que significa cada um deles. Vamos lá. 

Em vez de falarmos “chapéu do bispo”, vamos falar dos ornatos litúrgicos da cabeça dos cardeais, dos bispos e dos abades, está bem? O primeiro dele é a mitra, que remonta ao século X da era cristã. A princípio, a mitra era reservada somente ao Papa. Depois, passou a ser usadas pelos bispos fora de Roma no século XI. 

A forma da mitra também mudou com o tempo, ficando cada vez mais alta, até chegar à forma atual. Ela começou como uma espécie de gorro um pouco alto e redondo em cima. Depois, foi se tornando mais pontuda até ficar parecida com as pontas de uma torre. É feita com dois cartões flexíveis, cobertos de seda e unidos entre si por dentro por uma faixa de pano, que permite que ela seja aberta ou fechada, arqueando as duas faixas. Por trás, caem duas fitas que descem pelas costas. Os enfeites da mitra de uma simples cruz de couro se transformaram em bordados com pérolas e pedras preciosas. Mas, hoje, a mitra voltou à simplicidade. A cor da mitra é sempre branca.

O outro ornamento de cabeça dos bispos é um pequeno gorro que se encaixa perfeitamente no alto da cabeça. Este pequeno gorro é conhecido por três nomes: piléolo, submitral e solidéu. Até o século XV, o tamanho era bem maior do que o usado hoje. O píléolo do Papa é branco, o dos cardeais é vermelho e o dos bispos, abades e prelados é roxo. Alguns padres usam o preto. E quando eles usam? Na missa, nas procissões, na distribuição da Eucaristia. Durante a missa, eles tiram esse gorro no momento do prefácio e colocam só depois da comunhão.

O nome mais comum para este pequeno gorro é solidéu, porque é tirado somente para reverenciar a Deus. 

Você conhece agora, meu amigo, como funciona o “chapéu do bispo”. São tradições antigas e belíssimas, que mostram o bispo como sucessor dos apóstolos e responsável por uma comunidade. Não esqueçamos nunca, porém, que tudo isso revela que a pessoa que coloca na cabeça esses “chapéus” está a serviço do Povo de Deus, como Jesus, que veio servir e não ser servido. Um abraço, Rafael