Sínodo Arquidiocesano

Sínodo e o exercício do discernimento eclesial...

Uma das preocupações que permeiam a realização do sínodo arquidiocesano de São Paulo vem muito bem expressa em duas perguntas que muitos fazem ao participar da assembleia paroquial do sínodo: 1) Como fazer o sínodo funcionar de verdade na paróquia após sua conclusão? 2) E ao seu término, o que fica para a Igreja? 

Sem dúvidas, essas são perguntas que trazem consigo uma nobre inquietação, que é a de fazer frutificar, de forma concreta, o caminho sinodal na paróquia, na região episcopal e na Arquidiocese inteira. Por outro lado, essa inquietação é própria dos nossos anseios humanos, que buscam resultados imediatos que superem rapidamente aquilo que, talvez, não vai bem entre nós. Por isso, às vezes, tudo fazemos de modo tropeçado: vemos rapidamente a realidade; escutamos rapidamente a Palavra de Deus e o magistério da Igreja e, imediatamente, emitimos uma série de propostas a serem realizadas em um curto período de tempo. 

Com certeza, no imediatismo, tropeçaremos em nossas propostas e pouco frutificaremos como Igreja que somos! 

O grande fruto do sínodo que estamos realizando é aquele que o Espírito Santo, que nos interpela, espera de nós: o de tomar inteira consciência de que “Igreja e sínodo” são sinônimos, ou seja, a Igreja é o Povo de Deus que caminha em comunhão, conversão e missão de evangelizar. 

O sínodo é um “caminho” a ser percorrido no exercício da “escuta” atenta à Palavra de Deus e do magistério da Igreja; no exercício do “ver”, com paciência e humildade, a realidade religiosa, pastoral, evangelizadora e missionária eclesial; no exercício da prática aprimorada do “discernimento” comunitário e, por fim, no exercício da busca consensual de caminhos que nos levem a ser uma Igreja que seja toda ela missionária e vigorosa na fé, esperança e caridade. 

Assim, levemos em consideração os seguintes pontos para melhor refletirmos o caminho que estamos percorrendo com o sínodo arquidiocesano: 

1) Busquemos assimilar o “espírito” do sínodo que estamos vivendo e saibamos que ele não termina nunca, pois a Igreja é chamada continuamente a se renovar para evangelizar. 

2) Busquemos superar o “imediatismo”, pois o exercício do Ver, Escutar, Discernir e Realizar não se improvisa. 

3) Busquemos viver intensamente este “primeiro momento” do caminho sinodal da Arquidiocese de São Paulo e saibamos que o grande fruto esperado é o da “conversão da mentalidade eclesial”, pois sem esta jamais seremos uma “Igreja em saída” em todos os sentidos. 

Somos convidados a nos perceber como uma Igreja que vive um momento grande de novas interpelações e que deseja a elas responder com tudo o que tem e tudo o que é!

Padre José Arnaldo Juliano dos Santos é Teólogo-Perito do sínodo arquidiocesano 
 

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